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Suínos / Peixes Nutrição

Saiba a importância da inclusão de fibra na dieta de fêmeas em gestação

Inclusão de fibra na dieta de fêmeas gestantes é um fator importante, tanto para o bem-estar, quanto para nutrição e saúde do animal

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Ana Paula Liboreiro Brustolini, coordenadora de Nutrição da DB Genética Suína

A importância da inclusão de fibra na dieta de fêmeas suínas gestantes foi, por muito tempo, enfatizada pelo bem-estar animal. Esta categoria consome ração de forma restrita, no entanto, este nutriente provoca maior saciedade, o que por sua vez, reduz as estereotipias causadas pela sensação de fome.

Porém, é necessário compreender que essa sensação de saciedade é causada por duas importantes características da fibra: capacidade de alterar o trânsito intestinal e/ou de proporcionar a absorção de ácidos graxos voláteis de cadeia curta, influenciando, assim, o metabolismo de energia.

Fisiologicamente, a fibra é definida como todos os carboidratos resistentes à digestão por enzimas endógenas (fibra dietética). A fibra dietética pode ser fragmentada em três frações (fibra solúvel, insolúvel e lignina) e cada fração tem sua particularidade específica.

Carboidratos fermentáveis são os principais substratos para produção de ácidos graxos voláteis de cadeia curta (AGVCC) no intestino. A sua fermentação, através das bactérias presentes no intestino grosso, produz principalmente acetato, propionato e butirato.

Esses ácidos graxos são prontamente absorvidos. Aqueles que não são metabolizados pelo fígado, são liberados na circulação sistêmica para serem usados pelos órgãos periféricos (efeito poupador de energia). A produção dos AGVCC é resultado de uma complexa interação entre microbiota intestinal, ambiente intestinal e retenção da dieta. A extensão da produção é fortemente influenciada pelo nível de ingestão de fibras e pelas fontes de fibra.

O intestino grosso é o principal local para produção destes ácidos graxos, portanto, aumentar o nível de inclusão de fibra na dieta pode aumentar a carga de carboidratos que chegam até o intestino grosso.

Alimentar gestantes que estão próximas ao parto com dietas contendo alta inclusão de fibra (7% a 10% de fibra bruta) pode ser uma alternativa para sustentar a flutuação do suprimento de energia, principalmente, quando há um período prolongado entre a última alimentação e o parto.

Recentemente, pesquisadores observaram que a suplementação de dietas com fonte de fibras, por duas semanas antes do parto, reduziu significativamente a proporção de leitões natimortos por ninhada (de 8,8% para 6,6%), sem que houvesse impacto na mortalidade pré-desmame de leitões nascidos vivos durante a lactação. No entanto, a mortalidade total (natimortos + mortalidade de nascidos vivos) foi reduzida (2,4%), assim como as proporções de mortes registradas por baixa viabilidade (de 2,8% para 1,5%) e diarreias (de 0,7% para 0,3%) durante a lactação. Este estudo revelou, portanto, a vantagem nutricional do alto conteúdo de fibra (15%) na dieta como estratégia para melhorar a sobrevivência dos leitões, principalmente, pela redução do número de leitões natimortos por leitegada.

A alimentação restrita, além de provocar a sensação de fome, também provoca a constipação, pela redução da motilidade do trato gastrintestinal. A constipação leva à absorção de substâncias tóxicas pelo fígado, como as aminas biogênicas, comprometendo este órgão fundamental para o desenvolvimento das funções vitais e produção de leite (filtragem do sangue).

Além da sobrecarga do fígado, a constipação causa irritações ao longo do intestino, devido à formação de fezes ressecadas, afetando o papel deste órgão sobre o sistema imunológico. Também há irritação do reto, o que pode levar a prolapsos retais e descarte da matriz.

Devido à alta capacidade de absorção de água, a inclusão de fibra na dieta resulta em fezes menos ressecadas e facilita a defecação (menor esforço = menos incidência de prolapso), reduzindo os quadros de constipação, tanto no período da gestação, como durante o parto. Como a fibra solúvel é mais fermentável que a fibra insolúvel, e possui maior capacidade de absorção de água à medida em que se move no trato gastrintestinal, ela possui maior efetividade nesse quesito.

Dobrar o conteúdo de fibra bruta, de 3,8% para 7%, durante o final da gestação, aumenta o consumo de água e a atividade intestinal das matrizes durante o parto, reduzindo, assim, o risco de constipação em partos.

Como pode ser observado, a inclusão de fibra na dieta de fêmeas gestantes é um fator importante, tanto para o bem-estar, quanto para nutrição e saúde do animal. Porém, é necessário cuidado ao incorporá-la à dieta, uma vez que fontes de fibra ruins (com alto grau de contaminação por micotoxinas, baixa palatabilidade, etc.) são tão prejudiciais ou mais prejudiciais do que a sua ausência.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2019.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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