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Safras gaúchas têm cenário mais otimista no verão mesmo com La Niña, diz Inmet
Em períodos de La Niña as frentes frias em geral passam muito fracas no Sul do Brasil, resultando em menos chuva e estiagem que podem impactar a safra brasileira como um todo
As lavouras do Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de grãos do Brasil, continuarão sofrendo com chuvas abaixo da média nos próximos meses sob influência da La Niña, mas o cenário para o verão é mais otimista na comparação com os períodos de seca vistos nos últimos meses, apontou na sexta-feira (27) um especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Em períodos de La Niña, caracterizada pelo resfriamento das águas equatoriais do Pacífico, as frentes frias em geral passam muito fracas no Sul do Brasil, resultando em menos chuva e estiagem que podem impactar a safra brasileira como um todo.
De outro lado, a confiança em uma melhora climática para os gaúchos vem também das temperaturas do Oceano Atlântico, comentou Solismar Damé Prestes, coordenador do 8º Distrito do Inmet, órgão do Ministério da Agricultura.
Ele ponderou durante evento online que, embora tecnicamente a confirmação do fenômeno La Niña necessite de cinco trimestres de anomalias climáticas, seus efeitos já são sentidos.
“Estamos em período de La Niña, pudemos comprovar nos últimos dois meses com déficit hídrico bastante acentuado no Rio Grande do Sul. Mas estamos bastante confiantes no pequeno aquecimento do Atlântico, e que vai melhorar as condições no verão”, afirmou ele. “Um verão não ideal, mas com condições bem mais próximas da média para minimizar as consequências”, acrescentou.
O Estado do Rio Grande do Sul já registrou problemas para a produtividade do trigo e do milho nos últimos meses devido à escassez de chuva, enquanto a estiagem também atrasou o plantio da soja.
Um melhora climática poderia ser um alento principalmente para o milho, arroz e a soja, esta última a principal cultura do Estado que é o terceiro produtor da oleaginosa do Brasil.
Os gaúchos vêm de uma quebra drástica na produção de soja na temporada passada, por causa da seca, que limitou uma maior colheita brasileira, que ainda assim foi recorde.
“Os modelos preveem chuvas abaixo da média, mas com certeza a situação mais crítica foi nos últimos dois meses, outubro e novembro. Mesmo com as anomalias vamos ter chuvas mais generalizadas, e isso já podemos ver nas chuvas nos últimos dois dias…”, disse Prestes, lembrando que as precipitações devem seguir até a próxima semana, ajudando “bastante” a minimizar os efeitos da estiagem.
Alento
Para o diretor técnico da empresa de assistência técnica Emater-RS, Alencar Rugieri, os comentários do meteorologista são alentadores. “Vindo de uma situação complexa, nada melhor que trazer o otimismo, não otimismo pelo otimismo, mas o otimismo com informações dessa natureza… Foi animador para nós, queremos levar notícia de otimismo, tem tendência de que o pior já passou”, comentou Rugieri, também durante a live.
Ele comentou que muitas vezes as pessoas falam bastante sobre a La Niña, mas se esquecem da influência climática do Oceano Atlântico, que está mais “pertinho” que o Pacífico.
Na véspera, a empresa de análises Agroconsult estimou a produção brasileira de soja em 133,2 milhões de toneladas, embora não descartando revisões para baixo na projeção, em decorrência da seca que atrasou o plantio e pode afetar o rendimento da oleaginosa.
O Paraná, que também costuma sentir efeitos da La Niña, avaliou na véspera que dificilmente a produção recorde de 2019/20 deve se repetir em 2020/21, devido à irregularidade climática.
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.
A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.
Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.
O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.
Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.