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Safra de verão do Paraná deverá chegar a 24,3 milhões de toneladas

Segundo o Deral, cerca de 98% da produção estimada será soja e milho, com predomínio da soja, cujo desempenho está difícil de ser superado

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Divulgação/AENPr

Na primeira avaliação da safra de verão 2020/21, que começa a ser plantada em todo o Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, estima um volume de 24,3 milhões de toneladas de grãos, numa área de seis milhões de hectares, a maior ocupada até agora no Estado. São 65 mil hectares a mais do que a safra anterior, que serão basicamente ocupados pela soja.

Segundo o Deral, cerca de 98% da produção estimada será soja e milho, com predomínio da soja, cujo desempenho está difícil de ser superado. A saca de soja está sendo negociada por um valor superior a R$ 100,00, o que faz os produtores optarem pelo grão.

A safra de grãos 19/20, que está na reta final, abrange a safra de verão, a segunda safra e a safra de inverno. Ela poderá ser 14% maior em relação ao período anterior (2018/19), turbinada pelos elevados níveis de produtividade da soja, milho, feijão e trigo e deve chegar a 41 milhões de toneladas. A produção de trigo pode apresentar um recuo por causa de seca e geada recente, mas ainda assim será uma das melhores safras dos últimos anos.

A estimativa de produção da safra de verão é um pouco menor, em torno de 2%, na comparação com a safra anterior que totalizou 24,7 milhões de toneladas no mesmo período. A produtividade da safra que está sendo encerrada foi muito alta.

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o cenário agrícola no Paraná é bom tanto para a atual safra, que está sendo finalizada, como para a próxima que começa a ser plantada. “Os produtores estão colhendo a safra 19/20 com um ambiente econômico razoável para os preços, estimulando-os a vender antecipadamente, como no caso da soja e milho. Esses grãos estão com preço em patamar elevado que cobre qualquer custo de produção”.

Ele afirmou que houve um avanço importante do milho safrinha, cuja redução foi menor do que se esperava por causa da seca e houve uma recomposição com o avanço da colheita. E a safra de inverno, na sua avaliação, com a expectativa de colher um total de 4,25 milhões de toneladas, também é boa. Destacou o desempenho do trigo que desponta como satisfatório, apesar de perdas em algumas regiões.

Para a nova safra 20/21, Ortigara enfatizou o pequeno aumento de área plantada, prevendo que o cultivo de grãos deverá avançar em áreas de pastagens no arenito e pequena redução no plantio de feijão. As demais culturas mantêm a área de plantio estabilizada, ressaltou o secretário.

Para o diretor do Deral, Salatiel Turra, os produtores paranaenses vêm obtendo excelentes níveis de produção graças ao pacote tecnológico utilizado e ao manejo adequado dos solos, refletindo uma preocupação em garantir ganhos em produtividade mesmo em situações adversas como ocorreu este ano, onde houve uma estiagem severa. “Com isso, os produtores estão conseguindo assegurar seu lucro e sua renda”, acrescentou.

SAFRA 2020/21

Soja

Segundo o Deral, na safra 20/21 o plantio de soja deverá ocupar quase a totalidade da área agricultável do Paraná. Dos seis milhões de hectares agricultáveis no Estado 5,53 milhões de hectares serão ocupados pelo grão. Essa área será cerca de 1% maior em relação à que foi ocupada pela cultura no ano passado, o que demonstra que o plantio de soja é disparado a opção do produtor em busca de rentabilidade na propriedade. O acréscimo de área só não será maior porque não há mais terra agricultável no Estado, disse o economista Marcelo Garrido.

A produção esperada na safra 20/21 é de 20,4 milhões de toneladas, em torno de 1% inferior à produção da safra anterior que alcançou 20,66 milhões de toneladas, atingindo novo recorde de produção no Estado. Para essa estimativa foram considerados níveis de produtividade normais para a cultura.

Garrido explicou que a produtividade média da soja alcançada na safra anterior de 3,8 quilos por hectare foi acima das expectativas. O resultado foi atribuído aos avanços da tecnologia e aos trabalhos de manejo do solo que vem sendo feitos pelo produtor.

O combustível para essa euforia vem sendo o câmbio, disse Garrido. A saca foi negociada em média por R$ 113,00, na última semana de agosto, valor 57% a mais que a média de agosto do ano passado, quando a soja foi vendida por R$ 72,00 a saca. Segundo Garrido, no mercado externo as cotações estão estabilizadas, mas a nível interno o valor do câmbio está fazendo a diferença. Para se ter uma ideia, o dólar teve uma valorização de 35% no período de um ano.

Além do câmbio, está contribuindo para a valorização da soja a preferência da China em comprar o grão do Brasil em decorrência do conflito comercial com os EUA. Para aproveitar o período favorável, o produtor está antecipando as vendas. Segundo o Deral, 32% da próxima safra de soja já foi vendida, praticamente o dobro do que foi vendido de forma antecipada no mesmo período do ano passado.

Milho

Apesar do preço do milho também estar surpreendente, a área plantada com o grão na primeira safra apresenta uma estabilidade em relação ao plantio anterior. A cultura deverá ocupar uma área de 358,6 mil hectares, praticamente igual ao mesmo período do ano anterior quando ocupou 356 mil hectares.

Segundo o analista do Deral, Edmar Gervásio, a competição com a soja é feroz e os produtores optam por plantar mais milho na segunda safra. Com uma área um pouco maior, mas com níveis de produtividade normais, a produção esperada para a primeira safra para a temporada 2020/21 cai 3% em relação ao ano passado.

O Deral está estimando uma produção de 3,44 milhões de toneladas, cerca de 120 mil toneladas a menos que em igual período do ano passado. Gervásio explicou que a estimativa atual reflete os níveis normais de produtividade para o grão, cuja média no Estado é de 9.600 quilos por hectare. Já a safra anterior teve recorde de produtividade que alcançou 10 mil quilos por hectare na média do Estado.

Feijão

No Paraná, o plantio de feijão da safra 20/21 já começou com uma expectativa de redução de área plantada com o feijão de primeira safra em torno de 2%. No ano passado foram plantados 152,4 mil hectares e este ano devem ser plantados 149,6 mil hectares. Com área menor e condições normais de produtividade, a produção esperada também é menor em torno de 4%, devendo cair de 316,2 mil toneladas colhidas na primeira etapa da safra anterior para 302,1 mil toneladas previstas para igual período deste ano.

O engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, disse que o feijão tem muita volatilidade tanto no período de desenvolvimento, muito suscetível a qualquer alteração climática, como na comercialização. Daí a preferência dos produtores por plantar soja e milho em detrimento do feijão.

Na decisão de plantar o feijão, também há a influência do plantio nas demais regiões do País, devendo haver um ajuste entre a oferta e a demanda. “Com isso o feijão vai sofrer redução de área plantada em todo o País”, enfatizou Salvador.

Segundo ele, o custo de produção pesa na decisão do produtor. Os três principais insumos como a aquisição de sementes e aplicação de fertilizantes e agrotóxicos pesam praticamente a metade do custo de produção do feijão.

Atualmente o feijão-de-cor está sendo negociado em média por R$ 193,00 a saca com 60 quilos, que corresponde a uma redução de 2% ao que vinha sendo negociado no mês passado, quando o feijão foi vendido, em média, por R$ 196,00 a saca. O feijão-preto, ao contrário, teve uma valorização de 11%. Está sendo vendido, em média, por R$ 225,00 a saca, contra R$ 202,00 a saca vendida no mês passado.

Mandioca

O plantio de mandioca no Paraná se concentra nos três últimos meses do ano, devendo ocupar uma área de 140,9 mil hectares, um ligeiro aumento sobre o plantio anterior que ocupou 140,1 mil hectares, com predomínio das lavouras na região Noroeste do Estado. A previsão de produção para a safra 20/21, em condições normais de clima, é de 3,37 milhões de toneladas, praticamente a mesma produção do ano anterior que alcançou volume de 3,13 milhões de toneladas.

Segundo o economista do Deral, Methódio Goxko, a mandioca e seus derivados mais produzidos no Paraná, como fécula e farinha, vem enfrentando problemas de comercialização. Choveu no Nordeste do País, o que diminuiu a demanda pela compra da mandioca no Paraná. E a indústria de fécula também diminuiu o consumo em função da paralisação de fábricas por causa da pandemia. Para agravar, o consumo de mandioca e farinha é baixo na região Sul.

Em função da queda da demanda, os preços praticados este ano estão em torno de R$ 341,00 a tonelada de raiz colocada na indústria, o que está deixando os produtores insatisfeitos, porque está ligeiramente acima do ano passado quando a raiz foi comercializada em média por R$ 322,00 a tonelada.

Além disso, o pequeno e médio produtor também enfrenta problema com mão de obra, por causa da pandemia que impôs uma série de restrições no transporte dos trabalhadores. Com a isso, a cultura se torna mais disponível ao grande produtor que é mais estruturado e se adaptou rapidamente às exigências.

SAFRA 2019/20

Milho segunda safra

Na segunda safra de milho da temporada 2019/20, cuja colheita já alcançou 67% da área plantada, a estimativa de produção aponta para um volume de 11,8 milhões de toneladas, devendo totalizar um total de 15,3 milhões de toneladas entre a primeira e segunda safra. Mesmo sendo um bom volume que atende o abastecimento interno, Gervásio destacou que a segunda safra de milho reflete uma perda de 10% em relação ao que vinha sendo estimado, em decorrência da estiagem.

A exemplo da soja, o milho também está valorizado no mercado interno e externo, sendo vendido na última semana pelo preço recorde de R$ 48,49 a saca, 74% maior do que o preço da saca de milho comercializada em agosto do ano passado.

Por causa dos bons preços, há contratos futuros para venda de milho acima de  R$ 50,00 a saca, valor que certamente vai impactar no aumento do frango e do suíno para o ano que vem, avisou Gervásio.

Café

O período seco que prejudicou a lavoura de café no Paraná em período de formação dos grãos depois ajudou a colheita, facilitando os trabalhos de secagem o que interferiu para melhorar a qualidade da bebida, disse o engenheiro agrônomo do Deral Paulo Franzini.

A colheita foi concluída com um volume de 950 mil sacas beneficiadas, praticamente o mesmo volume do ano passado. Mas para o produtor, o sentimento é de perda porque ele esperava mais, disse Franzini. Não fosse a seca, poderiam ser colhidas acima de um milhão de sacas este ano, que é marcado pela bienalidade positiva.

Como a soja e o milho, o café é uma commoditie valorizada no mercado externo, refletindo nos preços praticados internamente. Segundo o Deral, o preço médio do café pago ao produtor em agosto foi de R$ 492,00 a saca com 60 quilos, valor 29% superior ao ano passado quando o preço médio do café era de R$ 380,00 a saca.

Porém, 60% desses valores são gastos com mão de obra, que é o maior custo da lavoura, disse Franzini. Segundo ele, para o café se tornar mais rentável ao produtor ele precisa investir constantemente na renovação das lavouras e na incorporação de fertilizantes no solo, para aumentar a produtividade. Também deve recorrer ao uso da mecanização, que deve aliviar em torno de 30% no custo de produção.

Trigo

As geadas da última semana afetaram as lavouras de trigo, assim como a seca já tinha afetado em torno de 3%, reduzindo a expectativa de produção em torno de 250 mil toneladas. Mas ainda assim o Paraná deverá colher a melhor safra desde 2016. A produção de trigo no Estado este ano deve atingir 3,47 milhões de toneladas, um aumento de 62% em relação ao ano passado quando foram colhidas 2,14 milhões de toneladas.

Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, cerca de 20% da área plantada, de 1,1 milhão de hectares, está com resultado incerto devido às geadas que foram recentes e os resultados mais efetivos aparecerão com o avanço da colheita que está no início.

Os preços do trigo já reagiram no mercado em decorrência do clima. Hoje o trigo está sendo negociado a R$ 58,00 a saca com 60 quilos, 26% a mais do que foi negociado em igual período do ano passado.

Cevada

Cerca de 90% da área plantada com cevada no Paraná (62,7 mil hectares) está em desenvolvimento vegetativo e felizmente foi pouco afetada pelas geadas, disse o engenheiro agrônomo do Deral, Rogério Nogueira. O município de Guarapuava, maior produtor, concentra cerca de 60% da produção de cevada no Estado, não foi prejudicado porque está com 100% da área plantada em desenvolvimento vegetativo.

Já a região de Ponta Grossa, a segunda maior produtora, com 26% da produção estadual, está com 35% da área plantada em floração e foi atingida pelas geadas da última semana, mas ainda é cedo para saber o nível de prejuízo, disse Nogueira.

O Deral mantém a produção de cevada em 289 mil toneladas no Estado, volume 13% acima da produção do ano passado. Nos contratos futuros, a cevada está sendo negociada a R$ 60,60 a saca com 60 quilos.

Fonte: AEN/Pr

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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