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Ritmo das exportações paranaenses fica estável em junho

Crescimento de 52% no saldo da balança comercial este ano se deve mais à queda acentuada das importações do que a um bom resultado de vendas para o exterior

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O Paraná exportou US$ 1,355 bilhão em junho. Desde janeiro, o valor chega a US$ 8 bilhões. Já as importações somaram US$ 709,1 milhões no mês, sendo que até junho acumulam US$ 5,101 bilhões. Com isso, o saldo da balança comercial do estado em junho ficou em US$ 645,9 milhões. E, de janeiro a junho, US$ 2,899 bilhões. O crescimento do saldo acumulado frente ao mesmo intervalo de 2019 é de 52,2%. E de junho em relação a maio, de 8,6%. As informações são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

O resultado é uma boa notícia em tempos de pandemia, mas o crescimento acentuado no valor do saldo da balança comercial (exportações menos as importações) em relação ao mesmo período do ano anterior se deve muito mais à queda expressiva nas importações do que a um aumento efetivo de vendas do estado no mercado externo, informa o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.

“Com o desaquecimento da economia em razão da crise do novo coronavírus, a indústria deixou de importar produtos, principalmente bens de capital (itens utilizados na produção de bens de consumo como máquinas, equipamentos e insumos), que é principal item da pauta de importações do estado. Sem expectativa de uma retomada mais rápida do consumo, o empresário segurou a compra de insumos para equilibrar seu fluxo de caixa até que o ritmo das atividades retorne à normalidade”, analisa. “Com isso, houve redução nas importações, o que impacta no saldo da balança no estado”, completa.

Comparando o resultado com o mês anterior, as exportações ficaram praticamente estáveis, crescimento de 1,3% ou US$ 17 milhões a mais em vendas. Já com relação ao mesmo mês de 2019, houve queda de 28% ou US$ 276 milhões a menos em valores negociados. E analisando o resultado acumulado de janeiro a junho de 2020 frente ao mesmo período do ano passado houve estabilidade. Pequena alta de 0,1% ou US$ 10 milhões a mais.

De acordo com Reinaldo Tockus, gerente executivo de Relações Institucionais e Assuntos Internacionais da Fiep, os números, mesmo que modestos, demonstram o esforço dos empresários para se manterem nesse período. “A indústria paranaense tem buscado se reinventar para focar no fornecimento ao mercado interno e isso impacta também nas importações”, avalia.

Tockus explica que muitos setores também estão procurando fornecedores internos devido à dificuldade logística para que o insumo chegue à produção. “São diversas saídas que refletem nas relações comerciais com outros países”, afirma.

O economista da Fiep concorda: “Considerando o ano atípico e o cenário de pandemia, com muitas dificuldades de vendas em todo o mundo, o crescimento em junho, mesmo que pequeno, é positivo”, avalia Felippe.

Os produtos mais vendidos pelo Paraná em junho foram soja (US$ 421 milhões); carnes e miudezas (US$ 210 milhões); rações para animais (US$ 111 milhões) e madeira (US$ 77,2 milhões). De janeiro a junho foram exportados principalmente soja (US$ 2,5 bilhões); carnes (US$ 1,4 bilhões); ração para animais (US$ 575 milhões), madeira (US$ 487 milhões; e produtos para o setor automotivo (US$ 429 milhões).

Já em relação às importações, foram comprados em junho principalmente fertilizantes (US$ 121 milhões); seguidos por produtos mecânicos (US$ 73 milhões); produtos químicos (US$ 70 milhões); e produtos químicos orgânicos (US$ 68 milhões). Este ano, lideram as importações no Paraná a aquisição de combustíveis e óleos minerais (US$ 700 milhões); adubos e fertilizantes (US$ 581 milhões); produtos mecânicos (US$ 546 milhões); e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (US$ 467 milhões).

“Os dados referentes a junho e no acumulado deste ano são um retrato da apatia na atividade de comércio exterior no Paraná, decorrente da pandemia que afetou não só o Brasil, mas o mundo todo. E isso deve permanecer até que seja retomada a normalidade no consumo e nas vendas nos principais países de destino dos produtos paranaenses no mercado internacional”, finaliza Evânio Felippe.

Fonte: Fiep

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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