Peixes
Rio Iguaçu testemunha o surgimento de novos entusiastas da piscicultura
Muitos novos empreendedores têm apostado na piscicultura como uma oportunidade de diversificação e crescimento econômico.
Nos últimos anos, a piscicultura brasileira tem se destacado como uma das atividades agropecuárias de maior potencial no país. Impulsionado pelo aumento do consumo de peixes e pelo avanço de novas tecnologias, a produção de tilápia saltou 103% na última década, segundo dados da Peixe BR, consolidando o Brasil como o quarto maior produtor mundial desse pescado. Em meio a esse cenário promissor, muitos novos empreendedores têm apostado na piscicultura como uma oportunidade de diversificação e crescimento econômico. Entre esses novos rostos está a família Pastorio, que enxergou na criação de tilápias uma chance de transformar sua realidade no campo e garantir um futuro próspero.
Paulo Jair Pastorio e sua filha, Bruna Emanuelli Pastorio, são os protagonistas dessa nova fase. Proprietários da Piscicultura Iguaçu, localizada em Nova Prata do Iguaçu, no Sudoeste do Paraná, pai e filha iniciaram a criação de tilápias em tanques-rede no Rio Iguaçu no final de 2023. A decisão de ingressar na piscicultura veio após muita pesquisa e análise de mercado, observando oportunidade de investir em um setor em plena expansão, com grandes perspectivas de crescimento.
“Alojamos 300 mil tilápias por lote, que são distribuídas em 150 tanques-rede, com capacidade para abrigar cerca de dois mil juvenis cada”, conta Paulo, adiantando que a propriedade possui autorização para expandir sua lâmina d’água para até mil tanques-rede. Cada tanque-rede tem capacidade para abrigar cerca de dois mil juvenis, e a estrutura já conta com autorização para expandir para até mil tanques. Apesar de recente, a operação da piscicultura é guiada por um planejamento minucioso e pelo compromisso em aplicar boas práticas de manejo e biosseguridade.
Para Bruna, que assumiu a responsabilidade pela parte técnica da produção, o desafio é manter os processos de manejo o mais atualizados e eficientes possível. “Estou ajudando meu pai a manter o sistema de produção o mais atualizado possível. Nosso objetivo é ter controle preciso sobre os peixes na água, com biometria apurada para entender o quanto de ração está sendo consumido, monitorando a eficiência de cada lote e identificando possíveis problemas, como lotes que estão se alimentando menos,” explica Bruna.
Busca por conhecimento
Apesar do rápido progresso, Paulo e Bruna reconhecem a importância de continuar aprendendo e se aprimorando. Por isso, em julho deste ano, participaram pela primeira vez do 3º Simpósio de Piscicultura do Oeste do Paraná (Simpop), realizado em Toledo. O evento, que já se consolidou como um dos mais relevantes do setor no estado, serviu como uma valiosa oportunidade para a família aprofundar seus conhecimentos e estabelecer contatos com outros produtores e especialistas.
“O Simpósio é muito rico de informações, foi muito interessante participar. As palestras sobre os tipos de tratamento, novos medicamentos e maneiras de vacinação nos ajudaram a entender a importância da biosseguridade na produção. Além disso, as trocas de informações entre criadores, essa troca de conhecimento mútuo é muito importante para nós que estamos iniciando a nossa produção,” relata Paulo, ressaltando o impacto que eventos como o Simpop têm para produtores que estão dando os primeiros passos na piscicultura.
Biossguridade
Bruna, por sua vez, destacou a importância das discussões sobre biosseguridade, um tema crucial para a produção em tanques-rede. “Conversei com profissionais de um laboratório sobre a necessidade de estudar planos de higienização específicos para tanques-rede. Isso ajudaria a conter possíveis contaminações e melhorar o controle sanitário deste sistema de produção,” salienta Bruna.
Embora a família já possua um fornecedor exclusivo de juvenis, garantindo maior controle sobre a introdução de doenças, Bruna enfatiza a necessidade de continuar aprimorando os cuidados com a biosseguridade. “Estamos atentos à necessidade de higienizar caminhões, barcos, tanques-rede e redes de coleta de peixes, especialmente durante a retirada de peixes mortos do tanque e na despesca. Isso ajuda a prevenir a transmissão cruzada de patógenos entre os tanques, minimizando os riscos,” pontua a jovem produtora.
Futuro
O próximo passo da Piscicultura Iguaçu será a expansão de sua estrutura com a instalação de mais 150 tanques-rede. A família está otimista, mas cautelosa, planejando o crescimento de acordo com a demanda de mercado. “Nosso plano de ampliação depende da demanda por peixes. Após essa etapa, só vamos expandir se houver novas oportunidades de mercado,” finaliza Paulo.
Com uma visão clara de crescimento e um compromisso com a inovação e a biosseguridade, a família Pastorio é reflexo de uma piscicultura que cresce, se desenvolve e belisca o protagonismo no agronegócio brasileiro.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de Aquicultura acesse a versão digital, clique aqui. Boa leitura!
Peixes
Com novas quedas, preços da tilápia voltam aos níveis de 2022
Esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecido.
Em outubro, os preços da tilápia continuaram em queda em quase todas as praças acompanhadas pelo Cepea, voltando aos patamares observados em 2022.
Pesquisadores do Cepea explicam que esse cenário é reflexo da oferta elevada de peixes e da demanda enfraquecida.
Diante da alta disponibilidade interna, as exportações brasileiras de tilápia (filés e produtos secundários) aumentaram de forma expressiva.
Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, foram 1,7 mil toneladas embarcadas em outubro, elevação de 8,1% frente ao mês anterior.
Em relação ao mesmo período de 2023, o volume quase dobrou.
Peixes
Governo federal paga auxílio para pescadores da Região Norte
Benefício no valor de R$ 2.824 é destinado para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.
O governo federal paga nesta segunda-feira (04) o Auxílio Extraordinário para aproximadamente 148 mil pescadores e pescadoras da Região Norte afetados pela seca histórica deste ano. O benefício, no valor de R$ 2.824, será depositado na Caixa Econômica Federal para atender famílias que tiveram suas atividades gravemente afetadas pela seca e a estiagem nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia
Segundo o Ministério da Pesca e Aquicultura, a parcela única será paga diretamente na conta que o beneficiário tem na Caixa – ou em conta poupança social digital aberta automaticamente pelo banco. No total, serão pagos mais de R$ 418 milhões.
Tem direito ao auxílio, os pescadores e pescadoras que receberam o seguro-desemprego do pescador artesanal e que moram em municípios da Região Norte em situação de emergência, reconhecida pelo governo federal e cadastrados pelo município até o dia 08 de outubro.
O Amazonas é o estado com maior número de beneficiários, quase 79 mil pessoas, em 49 municípios. Já no Acre e em Rondônia, essa espécie de seguro da seca vai beneficiar pescadores de 22 municípios cada. No Pará, além da capital Belém e de Muaná, na Ilha de Marajó, trabalhadores de outras 19 cidades poderão sacar o montante.
O auxílio foi instituído pelo governo federal por meio da Medida Provisória (MP) 1.263/2024 para atender as famílias de pescadores artesanais afetadas pela seca extrema e prolongada que está afetando a Região Norte, desde o início em junho deste ano. A lista com os municípios atendidos e a quantidade de beneficiários pode ser acessada clicando aqui.
Peixes
UPA Copacol completa um ano de inovação tecnológica
Com tecnologia inovadora na América Latina, a Unidade de Produção de Alevinos (UPA) da Copacol, em Quarto Centenário, completa o primeiro ano de funcionamento pleno, com significativos resultados, que geram oportunidades para milhares de famílias no campo e na cidade.
O sistema implantado possui uma característica exclusiva, unindo sustentabilidade e biossegurança, com um modelo inspirado no sistema israelense, com baixa utilização de água e controle de acesso rigoroso. “É um orgulho vermos que todo esse processo aqui se transforma em garantia de qualidade, sanidade e biossegurança dos alevinos que vão para as propriedades cooperadas. Nossa UPA toda a tecnologia que precisamos para continuar evoluindo com genética e acompanhamento próprios, o que reflete em avanços contínuos, tornando nossa região um verdadeiro exemplo nesta diversificação”, destaca o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol, que esteve na estrutura para comemorar o primeiro ano de funcionamento da UPA.
A primeira UPA da Copacol fica em Nova Aurora e completa em dezembro uma década de existência, com resultados extremamente elevados: a produção supera 50 milhões de alevinos/ano. Além de ampliar as oportunidades a campo, a nova UPA consolida o pioneirismo da Copacol na atividade e faz com que ela tenha o domínio de toda a cadeia produtiva, garantindo a autossuficiência na produção de alevinos.
A água utilizada nos sistemas tem como origem poços artesianos e tem total reutilização. Além disso, o volume de água representa apenas 10% do que é utilizado no método convencional. “A sustentabilidade é um princípio essencial para a atividade, por isso, buscamos um modelo inovador, que conservasse nosso bem maior, a água. Tivemos muitos desafios neste primeiro ano, no entanto, cada etapa foi superada proporcionando uma experiência de toda a nossa equipe técnica”, afirma o gerente da Integração Peixes, Nestor Braun.
Estrutura
A UPA em Quarto Centenário possui 22 mil metros de área construída, com tanques exclusivos para o sistema reprodutivo, além de banco genético exclusivo. A primeira etapa do processo de produção ocorre no acasalamento das tilápias. Os ovos são coletados nas bocas das fêmeas e passam para a incubação artificial. Dentro de sete dias ocorre a eclosão: após o nascimento, as larvas se alimentam do saco vitelino até a formação completa do trato digestório.
Quando esse processo termina naturalmente, elas são levadas para a primeira fase de crescimento, em sistema simbiótico, quando as bactérias boas entram em simbiose com o meio, com alimentação de ração farelada.
Após 15 dias elas são transferidas para a segunda fase de crescimento, em sistema de recirculação de água, até atingirem o peso para despesca, e serem enviados para as propriedades dos cooperadores. “Essa unidade representa o futuro, não só para a produção de alevinos, mas também para juvenis e quem sabe para a engorda na terminação também. Os sistemas produtivos nos permitem trabalhar com altas densidades, proporcionando altas produtividades de espaços reduzidos combinando com uso racional de água, isso é perfeito”, destaca o supervisor da Unidade, Diego André Werlang.
Banco genético
No setor de banco genético, os peixes são reproduzidos e classificados. Após os ciclos de acasalamento, incubação e larvitura, ocorre a alevinagem: as larvas alojadas em hapas – dentro das estufas – quando atingem 30 gramas, são microchipadas, pesadas/medidas e transferidas para as lagoas de ranking, onde são avaliadas em condições semelhantes das propriedades dos cooperados, com aeração, densidade e manejo. Quando chega o ponto de abate, é feita a biometria final.
Os peixes são identificados, medidos e sexados, garantindo uma nova seleção genética para futuros acasalamentos. O banco genético conta ainda com o avozeiro onde as tilápias com alto valor genético, sem grau de parentensco, passam a gerar ovos em tanques, que resulta em de futuras matrizes e reprodutores: ao atingirem 350 gramas os peixes machos são separados das fêmeas e transferidos para produção.