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Rio Grande do Sul reforça biosseguridade suína e atualiza regras para certificação de granjas

Encontro do GT Suínos discutiu riscos da PRRS, mudanças na Portaria 1.358/2025 e novo módulo de controle na Plataforma de Defesa Sanitária Animal.

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Médico-veterinário João Pedro Frizz: "O impacto econômico é significativo, chegando a bilhões de dólares em perdas anuais" - Fotos: Thais D'Avila/Fundesa

A biosseguridade em granjas de suínos foi o tema principal de um ciclo de apresentações promovido pelo Grupo Técnico Suínos do Programa Nacional de Sanidade Suídea no RS (PNSS-RS), vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). A reunião anual do GT ocorreu na quarta-feira (26), na Casa do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), no Parque

O médico-veterinário João Pedro Frizzo, do Departamento de Medicinal Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apresentou informações sobre a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), abordando sua importância global, características do vírus, epidemiologia, vigilância e estratégias de controle.

Auditora fiscal federal agropecuária, Rojanna Girardi: “Há também a exigência do Plano de Biosseguridade da Granja, assinado por responsável técnico”

Em circulação no mundo desde os anos 1980, a PRRS tem alta disseminação global, com poucos países que permanecem livres da enfermidade, como o Brasil. “O impacto econômico é significativo, chegando a bilhões de dólares em perdas anuais. Até 80% das introduções em granjas com boa biosseguridade podem ocorrer por transmissão aérea”, contou Frizzo.

Os sinais clínicos variam, de acordo com a idade do animal. Em maternidade, ocorrem abortos no terço final, nascimento de leitões fracos e alta mortalidade pré-desmame. Já em leitões e animais de terminação, os principais sinais são apatia, falta de ar, tosse, cianose (coloração azulada), redução de apetite e emagrecimento.

Entre as estratégias de controle, estão a biosseguridade e biocontenção rigorosas, com rígido controle na entrada de animais suscetíveis. Embora livre da doença, o Brasil deve manter vigilância constante para prevenir a introdução do vírus.

Mudanças na certificação de granjas de reprodutores

A auditora fiscal federal agropecuária Rojanna Girardi apresentou as principais mudanças trazidas com a publicação da Portaria SDA/MAPA nº 1.358/2025, que substituiu a Instrução Normativa 19/2002. O novo ato administrativo estabelece os procedimentos e requisitos para certificação de Granjas de Reprodutores Suídeos Certificadas (GRSC), além de regulamentar o alojamento temporário e o trânsito de reprodutores.

A vigência da Portaria é imediata, passando a valer a partir da data de sua publicação, 19 de agosto de 2025. “Porém, as granjas que já foram certificadas pela IN 19/2002 têm até fevereiro de 2027 para fazer as adequações necessárias”, complementou Rojanna.

O processo de certificação mudou para granjas novas e povoadas, com auditorias documentais e in loco, podendo ter validade variável de 12 a 24 meses, conforme o nível de biosseguridade. Os requisitos estruturais e de biosseguridade foram ampliados, incluindo barreira física, telas, áreas específicas para necropsia/lixo e proibição de fábrica de ração dentro da barreira. “Há também a exigência do Plano de Biosseguridade da Granja, assinado por responsável técnico. O plano deverá ser específico para a realidade de cada granja”, destacou a auditora.

Os estabelecimentos de alojamento temporário devem seguir regras rígidas: “todos dentro/todos fora”, vazio sanitário de três dias, permanência máxima de 60 dias e autorização válida por 12 meses. A Portaria também regula transferências entre estabelecimentos não certificados e a participação em eventos.

Módulo de biosseguridade na PDSA

Professor Glênio Descovi: “Dessa forma, facilitamos o acesso do produtor, tornando o processo de biosseguridade mais eficiente”

O professor Glênio Descovi, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), demonstrou o novo módulo de biosseguridade dentro da Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA). O sistema oferece painéis específicos: o Dashboard de Suínos, com um panorama geral das granjas atendidas, e o Dashboard de Biosseguridade, que mostra os checklists preenchidos pelo Serviço Veterinário Oficial e os Responsáveis Técnicos.

Os checklists possuem várias abas que devem ser totalmente preenchidas e o sistema alerta automaticamente quando algum campo obrigatório estiver faltando. O trâmite é totalmente digital, com assinaturas pelo login Gov.Br ou pelo acesso na PDSA.

“Dessa forma, facilitamos o acesso do produtor, tornando o processo de biosseguridade mais eficiente. Também temos a padronização dos registros, evidências e relatórios de vistoria, garantindo a rastreabilidade e a organização das informações”, conclui o professor.

As apresentações foram transmitidas pelo canal da Seapi no Youtube e podem ser assistidas a qualquer tempo neste link.

Fonte: Assessoria Seapi

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Suíno vivo cai na primeira quinzena de novembro e encerra 2025 com estabilidade no mercado

Queda domina os principais estados produtores, mas estabilidade anual e valorização dos cortes no atacado mostram um mercado firme e com demanda aquecida no fim de 2025.

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Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

A primeira quinzena de novembro mostra queda no preço do suíno vivo em praticamente todos os principais estados produtores, segundo dados do Cepea e da Epagri/Cepa. Minas Gerais foi a única exceção, registrando alta de 0,9%. Já Paraná apresentou o recuo mais intenso (–0,5%), seguido por Santa Catarina e Rio Grande do Sul (–0,4%). Em São Paulo, a desvalorização foi leve, de 0,1%.

Apesar das oscilações de curto prazo, a análise do comportamento anual revela que o mercado tende à estabilidade. Entre novembro de 2024 e novembro de 2025, os preços do suíno vivo convergiram entre os estados, encerrando o período entre R$ 7,60 e R$ 7,75/kg, corrigidos pelo IGP-DI.

Foto: Freepik

Em Santa Catarina, a diferença entre o produtor independente e o integrado permaneceu ao longo do ano, mas com menor distância no final de 2025. Enquanto o independente oscilou entre R$ 8,70 e R$ 8,20/kg, o integrado variou de R$ 6,75 a cerca de R$ 7,04/kg.

No atacado catarinense, ao contrário do mercado do animal vivo, a tendência é de valorização. Todos os cortes avaliados apresentaram alta ao longo de 2025. A carcaça atingiu picos acima de R$ 22/kg, enquanto o lombo avançou de R$ 17,97, em novembro de 2024, para mais de R$ 20/kg em novembro de 2025. A barriga se manteve como o corte mais caro, superando R$ 22/kg.

O movimento reforça a pressão de custos e o aquecimento moderado da demanda, especialmente no segundo semestre, período de maior escoamento da proteína suína.

Fonte: O Presente Rural com Epagri/Cepa
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Suinocultura brasileira bate recordes e consolida ritmo histórico no 3º trimestre

Setor alcança marcas inéditas em produção, exportações, importações e oferta interna, segundo dados do Deral e do IBGE.

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Fotos: Shutterstock

A suinocultura brasileira encerrou o 3º trimestre de 2025 com desempenho histórico, alcançando novos recordes em praticamente todos os indicadores acompanhados pelo setor. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) e resultados preliminares da Pesquisa Trimestral do Abate do IBGE, entre julho e setembro o país registrou os maiores volumes já observados de produção, exportação, importação e disponibilidade interna de carne suína desde o início das séries, em 1997.

A produção atingiu 1,49 milhão de toneladas, alta de 4,7% (66,8 mil t) frente ao recorde anterior, registrado no 2º trimestre deste ano. Na comparação anual, o avanço foi ainda maior: 6,1% (85,1 mil t) em relação ao mesmo período de 2024.

Desse volume, 391,97 mil toneladas foram destinadas ao mercado externo, o equivalente a 26,3% de toda a carne suína produzida no país no trimestre. As exportações cresceram 4,7% (17,6 mil t) ante o recorde do trimestre anterior e 7,7% (28,1 mil t) na comparação anual, ritmo praticamente alinhado ao avanço da produção.

O trimestre também registrou a maior importação de carne suína já observada: 6,72 mil toneladas, volume que corresponde a apenas 0,5% da produção nacional. O número supera em 10,2% (622 t) o antigo recorde, de 2019, e fica 28,3% (1,5 mil t) acima do mesmo período do ano passado. Do total importado, 93,4% foram miudezas, 6,4% carne in natura e apenas 0,2% carne industrializada.

Com o comportamento firme da produção e das exportações, a disponibilidade interna também atingiu o maior patamar da série: 1,10 milhão de toneladas. O resultado supera em 4,2% (44,3 mil t) o recorde anterior, registrado no 3º trimestre de 2023, e é 5,6% (58,5 mil t) superior ao observado no mesmo período de 2024.

Segundo análise técnica do Deral, a expectativa é que o desempenho do 4º trimestre continue forte, mantendo a tendência observada nos últimos anos, em que o período final do ano supera o terceiro trimestre em produção e exportações. Caso o movimento se confirme, os novos avanços devem ocorrer, mas de forma moderada, dada a base já elevada dos resultados atuais.

A combinação de produção crescente, exportações firmes e oferta interna robusta reforça o papel da suinocultura como um dos segmentos mais dinâmicos do agro brasileiro em 2025.

Fonte: O Presente Rural com informações Deral
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Suinocultura brasileira destaca inovação e sustentabilidade na COP30

ABCS e Embrapa apresentam avanços em produção eficiente e ambientalmente responsável, reforçando compromisso do setor com redução de emissões, bem-estar animal e estratégias de longo prazo para o futuro do agro.

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Foto: Divulgação/ABCS

A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), marcou presença na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), um dos eventos mais importantes e aguardados do ano, que aconteceu em Belém do Pará com a presença de líderes e cientistas de todo o mundo que vieram ao Brasil debater sustentabilidade e mudanças climáticas. A Associação esteve presente no dia 20 de novembro na programação técnica da Agrizone, voltada às cadeias de aves, suínos e pescados, espaço institucional foi organizado pelo Sistema CNA/SENAR com o apoio da Embrapa, ABCS e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Para a diretora técnica da ABCS, que esteve representando a Associação no evento, Charli Ludtke, destacou: “Sediar uma COP no Brasil foi de extrema relevância pelo país poder demonstrar o que vem fazendo, bem como liderar as discussões dentro do contexto amazônico, tema este que há anos ocupa lugar central nas discussões globais sobre preservação ambiental. Além disso, foram debatidas ações de grande relevância para o futuro dos sistemas de produção, como linhas de fomento ao desenvolvimento sustentável e a necessidade de estratégias de longo prazo para implementação de políticas públicas consistentes, pensando na expansão das fontes de energias renováveis.”

Para a programação da Agrizone, representando a suinocultura, o Dr. Everton Krabbe, chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, participou a convite da ABCS com a palestra “Sustentabilidade na prática: o papel da pesquisa e inovação na evolução da suinocultura brasileira”. Em sua apresentação, o pesquisador destacou como o avanço científico e tecnológico tem impulsionado uma produção cada vez mais eficiente, responsável e alinhada às metas globais de redução de impactos ambientais. Entre os principais temas abordados, estiveram melhorias na gestão ambiental da suinocultura, uso de tecnologias aplicadas ao bem-estar animal, redução de emissões de gases de efeito estufa, o manejo sustentável e o papel estratégico da inovação para a manutenção da competitividade do setor. A palestra reforçou que a suinocultura brasileira vem atuando nos 4 pilares da sustentabilidade, destacando que o setor combina eficiência produtiva com compromisso social, ambiental e econômico.

A presença da ABCS na COP30 reforça o compromisso da suinocultura brasileira com a sustentabilidade, a inovação e o futuro da produção de proteína animal, alinhada às demandas globais. Nas palavras da diretora técnica da ABCS, “Esse espaço trouxe a oportunidade de compartilharmos experiências sobre a suinocultura brasileira, que mostram ser possível produzir com responsabilidade ambiental, segurança e sustentabilidade. Reforçando que o setor tem compromisso com as questões climáticas e entende que preservar o meio ambiente e evoluir continuamente em práticas sustentáveis é uma responsabilidade compartilhada do campo à indústria”, concluiu.

Fonte: Assessoria ABCS
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