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Rio Grande do Sul lança plano que projeta futuro da agropecuária gaúcha

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Se na safra 2013/2014 a previsão é colher 30 milhões de toneladas de grãos em 7,5 milhões de hectares plantados, imagine o que deverá ser extraído dos solos gaúchos em dez anos com o incremento de mais seis milhões de hectares.
O questionamento encontra indicadores positivos no Plano Decenal, lançado em formato de revista nesta terça-feira (18) pela Secretaria da Agricultura, em evento na Casa do Gaúcho do Parque Harmonia, o qual também homenageou o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, que deixa a Seapa nesta quinta-feira (20).
Conforme o estudo, o RS pode incorporar novas áreas de lavouras (horizontalmente) e aumentar os ganhos de produtividades (verticalmente), devendo dobrar a produção por meio de boas práticas e diversificação de culturas, sugere o levantamento.
Dos 28 milhões de hectares no total, pelo menos um quarto está coberto de florestas, metade com campos e reservatórios naturais. O cultivo de soja e principalmente milho nas chamadas terras baixas economiza 80% de água em relação ao arroz irrigado e apresenta resultados positivos, de acordo com experimentos do Instituto Riograndense do Arroz (Irga).
A diversificação em áreas de várzea aparece como alternativa de aumento de renda na orizicultura e na pecuária da Metade Sul, abrindo espaço para investimentos agroindustriais nas cadeias de frangos, suínos e leite. Superados alguns gargalos comerciais e tecnológicos, há indicativos de ampliação do cultivo de canola para biodiesel, trigo e outros cereais de inverno em terras baixas.
Para Mainardi, que deixa a Secretaria da Agricultura nesta quinta-feira (20) e assume seu mandato como deputado estadual, o sentimento é de dever cumprido. Uma das cadeias mais beneficiadas, dentre várias, foi a do arroz. “Conseguimos, num curto espaço de tempo, estabilizar o arroz, levar renda aos produtores e deixar um legado para o futuro da orizicultura”, comemorou. As dificuldades, segundo ele, foram contornadas pelo trabalho conjunto com os produtores e entidades.
A irrigação, outra aposta do Estado, superou a barreira cultural. A cada dez anos de safra, três eram prejudicados pela estiagem. “O programa Mais Água, Mais Renda tem sido decisivo no aumento da área irrigada no RS. Com o apoio dos prefeitos e entidades que ajudam a divulga-lo, o produtor entendeu que investir em tecnologia aumenta a produção e, consequentemente, a renda. Por isso, o plano decenal enxerga lá na frente”.
 

Setor ajudou Estado a obter PIB duas vezes maior que o país

Para avaliar o peso do setor agropecuário gaúcho basta conferir o que ele representou nas oscilações do PIB nos últimos anos. De um índice praticamente negativo em 2011 por conta da estiagem, a supersafra do ano passado ajudou a elevar o índice a 5,8%, mais do que o dobro do registrado no País no mesmo período.
Em números, a atividade primária antes mesmo de agregar valor totalizou por volta de R$ 36 bilhões em 2013. Ainda há espaço para crescimento em áreas plantadas, aumento de rebanho e ganhos de produtividade.
O resgate de um passado recente e a projeção para os próximos dez anos da atividade rural estão contidos no estudo elaborado pelas 19 Câmaras Setoriais de Temáticas, depois de amplo debate com as cadeias produtivas. Embora clima e preços do mercado internacional estejam favorecendo os produtos do campo, o governo do Estado em três anos atacou de frente problemas considerados históricos.

Retomada da ovinocultura

A retomada da ovinocultura, tradicional atividade do Estado, reanimou produtores e setor. Dos 3,6 milhões de animais em 2011, número que já foi de 13,5 milhões nos anos 70, quase o mesmo do rebanho bovino atual, a meta é atingir crescimento de 5% ao ano.
A retenção de matrizes e aquisição de reprodutores promovida, por meio de linhas de crédito subvencionadas pelo programa Mais Ovinos no Campo, por exemplo, elevou o rebanho para 4,2 milhões de ovinos ano passado. A produção de leite destinada à fabricação de queijos finos ainda é mercado a ser explorado.
O mesmo ocorre com a lã. No RS, em 2013 foram extraídas 534 mil unidades de pele oriundas de 245 mil animais abatidos oficialmente e 280 declarados como consumo próprio. Dos 12 milhões de quilos de lã produzidos no Brasil, 11 milhões saem do Rio Grande do Sul.
Metade o Uruguai importa; dois milhões de quilos são comprados pela indústria nacional e uma pequena parte vai para o artesanato. A reativação em 2012 do Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura (Fundovinos), criado em 1998, surge como incentivo ao crescimento da atividade. Deste então, voltaram a ser recolhidas taxas de abate e comercialização de lã.
Aliado a decreto estadual do mesmo ano, que permitiu às indústrias se creditarem no ICMS e viabilizar as subvenções de juros do programa, o Estado pode bancar projetos de fomento e desenvolvimento criados na Câmara Setorial de Ovinos.
 

Produção leiteira deve dobrar em dez anos

Um dos mais promissores mercados do RS deve duplicar em dez anos. A cadeia produtiva do leite, além de filão econômico ainda a ser melhor explorado, constitui-se num segmento com papel social estratégico. De 441 mil estabelecimentos rurais, 183,2 mil são da agricultura familiar, representando 42% do total que produz dois bilhões de litros por ano.
Nos últimos 13 anos, a produção cresceu 93%, tornando o Estado a segunda maior bacia leiteira do país, com quatro bilhões de litros por ano. A produtividade média em 2012 ficou em 2,6 litros por animal/ano, praticamente o dobro da maior bacia.
O modelo de desenvolvimento pensado tem semelhança com os do Uruguai, Nova Zelândia, Austrália, Holanda, Alemanha, Espanha e Israel. “A cadeia do leite é uma das que mais tem potencial de crescimento. Se queremos alcançar 20 milhões de litros/dia daqui a nove anos – já estamos com o 11 milhões – algumas questões terão de ser qualificadas: melhoria genética, manejo e sanidade. Até porque destes 20 milhões, pelo menos 15 sobrarão para serem comercializados. E para atingir os melhores e mais exigentes mercados o produto precisa ter qualidade e ser livre de doenças”, projetou o secretário.
No aspecto sanidade, a Seapa implantou o Programa de Controle da Tuberculose e Brucelose (Procetube), de forma experimental, em 27 propriedades. Os animais estão identificados no mesmo formato do usado na chamada rastreabilidade. A meta também é sanear o gado leiteiro em dez anos.
No mesmo tema, o programa Mais Leite de Qualidade, por meio de subvenção do Estado, assim como o Mais Água, Mais Renda, pretende fazer com que todo produtor tenha ordenhadeiras e resfriadores de expansão, acondicionando melhor o produto e garantindo sua qualidade. Além disso, a indústria paga um pouco mais pelo uso dos equipamentos. O setor ganhou ainda, com aprovação unânime da Assembleia Legislativa, o Fundo de Desenvolvimento da Cadeia do Leite (Fudoleite), além do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Leiteira (Prodeleite).
Entre os objetivos do plano para próxima década estão expandir os mercados interno e externo, em função da demanda mundial por alimentos. O acréscimo de 30 milhões de pessoas à Classe C no Brasil, fruto de programas de transferência de renda, do aumento do salário mínimo e da oferta de emprego, também aparecem como alternativas de aumento de consumo.

Fonte: Daniel Cóssio / Assessoria de Comunicação da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio

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Comércio exterior e logística no setor agropecuário: desafios e oportunidades para o transporte e escoamento

Exportações de soja em outubro, caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro.

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Fotos: Claudio Neves

O mercado de fretes e a logística de escoamento se destacam como elementos essenciais no atual cenário da agricultura brasileira, especialmente diante do crescimento expressivo da produção de grãos previsto para a safra 2024/25. A estimativa de 322,53 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, traz desafios adicionais para a infraestrutura de transporte e os processos logísticos do país. A análise consta na nova edição do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta sexta-feira (22).

A melhoria nas condições climáticas tem favorecido o avanço das semeaduras, com destaque para as culturas de soja e milho, mas, para que a produção chegue ao mercado internacional, é crucial um sistema de escoamento eficiente. Nesse sentido, os portos brasileiros desempenham papel fundamental, especialmente os do Arco Norte, que têm se consolidado como uma via vital para exportação. Em outubro de 2024, os portos do Arco Norte responderam por 35,1% das exportações de grãos, superando a participação de 33,9% registrada no mesmo período de 2023.

Com o aumento da produção de soja e milho, as expectativas de escoamento nos próximos meses apontam para um cenário desafiador, com necessidade de otimizar os fretes para atender ao crescimento das exportações. Em outubro, as exportações de soja caíram 22,9% em relação ao mês anterior, um reflexo de flutuações no mercado, mas o acumulado de 2024 manteve-se robusto, com 94,2 milhões de toneladas exportadas de janeiro a outubro. Já as exportações de milho, que enfrentam uma redução de 34,1% nas estimativas para a safra 2023/24, exigem adaptação no transporte, uma vez que a oferta menor pode reduzir a demanda por fretes no curto prazo, mas com aumento da competição por capacidade logística.

A movimentação de fertilizantes, por sua vez, também demanda atenção na logística. Em outubro de 2024, os portos brasileiros importaram 4,9 milhões de toneladas de fertilizantes, o que representa um incremento de 5,9% em relação ao mês anterior. Este crescimento contínuo na importação exige um cuidado especial no transporte desses insumos, visto que o Brasil é um dos maiores compradores internacionais e uma base importante de consumo de fertilizantes.

Por outro lado, o transporte de cargas no Brasil segue enfrentando desafios estruturais. De acordo com o Boletim da Conab, a ampliação das capacidades de escoamento nos portos, especialmente no Arco Norte, é uma estratégia chave para lidar com o aumento do volume de exportações e garantir que os fretes se mantenham competitivos.

Em suma, a logística no setor agropecuário brasileiro se apresenta como um elo crucial para garantir o sucesso das exportações de grãos. A integração entre os diferentes modais de transporte, o aprimoramento da infraestrutura portuária e a adaptação às demandas de escoamento serão decisivos para que o Brasil continue sendo um dos maiores exportadores de commodities agrícolas do mundo.

Fretes

Em outubro de 2024, os preços do frete apresentaram variações significativas entre os estados brasileiros. Os preços subiram em estados como Bahia, Goiás e Minas Gerais e Distrito Federal, principalmente devido ao aumento na demanda, impulsionado pela exportação de grãos e a importação de fertilizantes. Em Goiás, a melhora nos preços do milho também gerou aumento na demanda por fretes. Já em estados como Paraná, Piauí e São Paulo, os preços ficaram mais baratos, com o Paraná registrando uma redução de 16,67% na região de Cascavel, refletindo a baixa demanda por grãos. No Piauí, a diminuição nas exportações de soja resultou em uma queda de 4,10% no mercado de fretes. Por outro lado, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apresentaram estabilidade nos preços, com pouca variação nas cotações, devido a um equilíbrio entre a demanda e a oferta de fretes.

O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que coleta dados em dez estados produtores, com análises dos aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra. Confira a edição completa do Boletim Logístico – Novembro/2024, disponível no site da Companhia.

Fonte: Assessoria Conab
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Clima favorável impulsiona cultivos da primeira safra, aponta boletim de monitoramento

Precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

As condições climáticas favoráveis nas primeiras semanas de novembro impactaram positivamente o cenário agrícola brasileiro. Na região Central do país, precipitações regulares e bem distribuídas criaram um ambiente propício para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

O Norte-Nordeste experimentou uma expansão das áreas beneficiadas por chuvas, incluindo regiões do Matopiba que anteriormente enfrentavam déficit hídrico. Esse cenário impulsionou o processo de semeadura na maior parte dessa região.

Foto: Gilson Abreu

Em contraste, o Sul do país registrou uma redução nas precipitações, o que facilitou o avanço da colheita do trigo e a semeadura dos cultivos de primeira safra. De modo geral, as condições agroclimáticas se mostraram favoráveis, proporcionando umidade adequada para o desenvolvimento das lavouras.

No Rio Grande do Sul, a semeadura do arroz progrediu significativamente, com a maior parte concluída dentro do período considerado ideal. A maioria das lavouras encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo, beneficiando-se das condições climáticas que favoreceram a germinação e o estabelecimento das plantas. Em Santa Catarina, temperaturas médias e incidência solar adequadas contribuíram para o bom desenvolvimento das culturas.

Estas informações estão presentes no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), publicado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam).

A versão completa do Boletim está disponível para consulta no site oficial da Conab, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Conab
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Show Rural investe em obras para melhorar experiência de visitantes

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição.

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Fotos: Divulgação/Coopavel

Avançam os preparativos para a 37ª edição do Show Rural Coopavel, evento que reafirma o Oeste do Paraná como um dos principais polos do agronegócio mundial. De 10 a 14 de fevereiro de 2025, visitantes do Brasil e do exterior terão acesso a um espaço renovado, com melhorias que reforçam o compromisso da Coopavel com a inovação, a sustentabilidade e a excelência em infraestrutura. “Melhorar continuamente é uma das regras que fazem o sucesso do Show Rural, referência em inovações e tendências para o agronegócio”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

Com o objetivo de garantir mais conforto e eficiência à experiência de visitantes e expositores, várias obras físicas acontecem no parque e serão entregues já para a 37ª edição. O restaurante do parque está em ampliação em 500 metros quadrados, permitindo o atendimento de mais mil pessoas por refeição. A área de entrega de bebidas é reformulada para otimizar o fluxo, enquanto novos buffets, mesas e utensílios foram adquiridos para manter o alto padrão de qualidade em uma estrutura com capacidade para servir mais de 40 mil refeições diariamente.

A mobilidade no parque também recebe melhorias. São mais de seis mil metros quadrados de ruas asfaltadas. Uma das novidades mais aguardadas é a cobertura da Rua 10, que conecta o Portal 4 ao Pavilhão da Agricultura Familiar. Com 400 metros lineares, essa obra, viabilizada em parceria com a Barigui/Volkswagen, eleva para mais de 6,2 mil metros quadrados a área coberta do parque, garantindo conforto aos visitantes em qualquer condição climática, observa o coordenador geral Rogério Rizzardi.

Para ônibus

Para receber caravanas de todo o Brasil e de outros países será criado um estacionamento exclusivo para ônibus com capacidade para 400 veículos. Estrategicamente localizada, a nova estrutura promete praticidade e organização para os grupos que participam da maior mostra de tecnologia para o campo da América Latina.

Outro destaque é o barracão de 1,2 mil metros quadrados dedicado à gestão de resíduos. Essa estrutura permitirá separação e correta destinação de materiais antes, durante e depois do evento, reforçando o compromisso da cooperativa e do evento técnico com práticas ambientalmente responsáveis.

Evolução

Com essas inovações e investimentos, o Show Rural Coopavel segue como referência global, combinando hospitalidade, tecnologia e respeito ao meio ambiente, reforça o presidente Dilvo Grolli. O tema da 37ª edição será Nossa natureza fala mais alto.

Fonte: Assessoria Coopavel
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