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Rio Grande do Sul deve ter aumento de 27,30% na produção de soja e milho em relação à safra passada
Estimativa foi apresenta nesta terça-feira (02), na Expointer.

Na manhã desta terça-feira (02), a Emater (RS) -Ascar apresentou as estimativas iniciais da safra de grãos de verão 2025/2026, durante o tradicional café com a imprensa, na Arena da Extensão, na Expointer. De acordo com levantamento inicial, o Rio Grande do Sul terá uma produção de 35.328.754 toneladas, o que significa 27,30% a mais em relação a safra passada, que registrou 27.752.455 toneladas de grãos, incluindo soja, arroz, milho, milho silagem, feijão e sorgo.
Destaque para o milho grão, que deve apresentar aumento de área de 9,31%, passando de 718.190 hectares cultivados na safra anterior, para 785.030 hectares para esta safra. A produtividade calculada pela tendência é de 7.376 quilos de milho por hectare, diminuição de 0,03% em relação à produtividade da safra passada, que foi de 7.378 quilos de milho por hectare. Essas projeções geram uma expectativa de produção de 5.789.995 toneladas, ou seja, aumento de 9,45% acima das 5.290.051 toneladas de milho produzidas na safra passada.
Soja também tem estimativa positiva

Foto: Gilson Abreu
Já a soja, principal commodity cultivada no Estado, a produção projetada é de 21.440.133 toneladas, aumento de 57,14% do que na safra passada, que foi de 13.643.936 toneladas do grão, numa área de 6.742.236 hectares, 0,80% menor do que na safra passada, quando foram cultivados 6.796.916 hectares.
A produtividade esperada é de 3.180 quilos de soja por hectare nesta safra, 58,29% acima da produtividade em 2024/2025, que foi de 2.009 quilos de soja por hectare. “Importante ressaltar que, de todas as regiões produtoras de soja, três ultrapassam 1 milhão de hectares projetados para serem cultivados nesta safra, que são Bagé, Ijuí e Santa Maria, apesar da pequena redução de área esperada, reflexo da estiagem passada”, avalia o diretor técnico da Emater/RS, Claudinei Baldissera, ao apresentar as projeções para a safra de grãos de verão.
Milho apresenta variações em diversas regiões
No caso do milho e do milho silagem, Baldissera observa a variação das produtividades apresentadas nas diversas regiões produtoras, que visivelmente reflete as ambiências de cada região, mas que merece um olhar técnico mais apurado.
A área a ser cultivada com milho silagem nesta safra é de 366.067 hectares, 2,74% a mais do que na safra passada, quando foram cultivados no RS 356.300 hectares. Com uma produtividade esperada de 38.338 quilos de milho silagem por hectare, 5,28% a mais do que na safra passada, que foi de 36.416 quilos por hectare, o milho silagem deve atingir uma produção 8,29% maior, passando de 12.960.145 toneladas na safra passada para 14.034.434 de toneladas de milho silagem nesta safra.

Foto: Gilson Abreu
O feijão 1ª safra apresenta como estimativa inicial uma redução da área de 15,27%, passando de 30.797 hectares cultivados na safra passada para 26.096 hectares a serem cultivados nesta safra de verão no RS. A produtividade esperada é de 1.779 quilos de feijão por hectare, ou seja, 2,97% inferior à da safra passada, que foi de 1.833 quilos de feijão por hectare. Isso permite projetar uma produção estadual de feijão 46.412 toneladas nesta safra, queda de 17,27% em relação a safra anterior.
No arroz, dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) também apresentam redução de área de 5,17%, passando de 970.216 hectares para 920.081 hectares nesta safra, o que projeta uma produção 8,10% menor do que na safra passada, que foi de 8.762.370 toneladas, para 8.052.213 toneladas nesta safra. A produtividade esperada nesta safra é de 8.752 quilos de arroz por hectare, 3,23% menor do que na safra passada, que foi de 9.044 quilos de arroz por hectare.
A novidade nesta estimativa inicial é a inclusão do sorgo como uma cultura que ocupa áreas consideráveis, a exemplo de Bagé, onde é cultivado em mais de 8 mil hectares, totalizando no Estado 11.888 hectares.
Projeções climáticas
Antes da apresentação das estimativas de produção dos grãos de verão, o meteorologista da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Flávio Varone, projetou uma primavera dentro da normalidade, com precipitações em setembro e outubro dentro da média, sendo novembro esperado como mais seco, ou seja, com chuvas abaixo da média. As temperaturas ficarão mais elevadas, acima da média no trimestre de setembro a novembro. Já para o verão, a tendência é de temperaturas acima da média e chuvas próximas da média. Varone destaca que os dados são atualizados todas as semanas e podem ser conferidos clicando aqui.
Qualificação e valorização
A constante qualificação e valorização do quadro profissional da Emater/RS-Ascar foi destacada pelo presidente Luciano Schwerz, ao anunciar, através da implementação da Operação Terra Forte, programa de recuperação de solos do Rio Grande do Sul, a reestruturação da frota de veículos da Instituição, que dará suporte ao trabalho no campo, e a contratação de 144 novos extensionistas. “O Terra Forte é fruto de importante parceria, de respeito e comprometimento com o agricultor, que está no nosso horizonte de atuação, para os quais alcançamos oportunidades”, diz Schwerz.

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Tecnologia e descontos movimentam Dia de Campo da C.Vale
Colhedoras, drones e tratores chamam atenção dos visitantes em Palotina enquanto a cooperativa oferece promoções e negociações de grãos por insumos para a safra 2025/26 e futuras temporadas.

Colhedoras de forragem de alto rendimento, drones e equipamentos autopropelidos para pulverização chamaram atenção na segunda etapa do Dia de Campo da C.Vale, em Palotina, nesta quarta-feira (03). Máquinas, implementos e tecnologias agrícolas atraíram visitantes de todas as idades.
Entre os destaques, um trator Claas Xeron 5000 impressiona pelo tamanho e pela potência: com 530 cv e oito pneus, é indicado para grandes áreas e traz cabine equipada com monitores e comandos eletrônicos.
A “Black Friday” ofereceu descontos de até 70% em produtos como pequenas máquinas, pneus, peças, aeradores e geradores. Além disso, a cooperativa mantém campanha de negociação de grãos por insumos, contemplando a safra 2025/26 de soja, a safrinha 2026/26 de milho e a temporada 2026/27 de soja.
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Crianças exploram novidades e interagem com máquinas no Dia de Campo da C.Vale
Espaço Kids, atrações interativas e programas como Cooperjovem garantem diversão e aprendizado no campo experimental da cooperativa.

Nem mesmo o calor afastou as crianças do Dia de Campo da C.Vale. No campo experimental da cooperativa, o que chama atenção são as máquinas, as plantas e o colorido dos estandes. Muitos pequenos se arriscam a “pilotar” os equipamentos, posam com mascotes e chegam bem pertinho de aviões agrícolas e quadriciclos, matando a curiosidade de perto.
Entre as novidades está o Espaço Kids, com brinquedos e atividades interativas, que garante diversão para todas as idades. O Núcleo Jovem também marca presença com jogos e palestras sobre sucessão no campo, despertando o interesse dos futuros produtores.
Ao longo de 2025, cerca de 500 crianças que participaram do Cooperjovem estão aproveitando o evento acompanhadas por monitores. Outro grupo que chamou atenção veio do programa Bombeiros Mirins e circula uniformizado com roupas marrom e vermelho.
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Bioinsumos produzidos na propriedade ganham peso estratégico e ampliam autonomia do agricultor, aponta ABBINS
Prática, regulamentada desde 2009, é segura, aceita internacionalmente e estimulou a formação de novos segmentos industriais no Brasil.

A discussão sobre a produção de bioinsumos dentro das próprias fazendas, tema reacendido após a sanção da Lei nº 15.070/2024, a chamada Lei de Bioinsumos, não é novidade para o agro brasileiro. É o que afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBINS), Reginaldo Minaré, que destaca que a prática já é reconhecida legalmente há 16 anos e operada com sucesso por produtores de todo o país.
Segundo Minaré, o marco inicial ocorreu em 2009, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o Decreto nº 6.913, autorizando agricultores a produzir bioinsumos para uso próprio sem necessidade de registro, desde que fossem produtos aprovados para a agricultura orgânica. “Temos 16 anos de experiência de sucesso. Essa prática, inclusive, liderou a ampliação do uso de bioinsumos no Brasil”, afirma.
Questionado sobre eventuais resistências técnicas ou regulatórias em 2009 por parte de órgãos como Embrapa, Anvisa, Ibama ou Ministério da Agricultura, Minaré é categórico: “Nenhum órgão se manifestou contra ou apresentou objeção”, recordando que o decreto foi assinado também pelos ministros da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente e, antes disso, passou por análise das equipes técnicas de cada pasta e da Casa Civil.

Diretor-executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBINS), Reginaldo Minaré: “Tudo isso foi feito com muito sucesso e sem nenhum registro de problema em exportações”
Ao longo dos anos, segundo o diretor, o próprio governo federal estimulou a prática. O Ministério da Agricultura incluiu, em vários Planos Safra, linhas de financiamento para unidades de produção de bioinsumos nas propriedades rurais. O BNDES, por meio do RenovAgro, também passou a listar a produção para uso próprio como empreendimento financiável. “Tudo isso foi feito com muito sucesso e sem nenhum registro de problema em exportações”, afirma. “Produtos tratados com bioinsumos, seja produzido na fazenda, seja industrial, são amplamente aceitos pelo mercado internacional”, enfatizou.
Uso próprio fortalece e não enfraquece setor industrial
Outro ponto defendido por Minaré é que a produção na propriedade rural não reduz espaço para a indústria, como argumentam setores contrários ao modelo. Para ele, ocorreu justamente o contrário. “A produção de bioinsumos para uso próprio trouxe um estímulo enorme para a instalação de novas indústrias nacionais”, diz.
Ele afirma que, por décadas, o mercado de insumos agrícolas no Brasil permaneceu hiperconcentrado, e que o movimento puxado pelos agricultores abriu demanda para novos segmentos.
Entre os setores movimentados pela prática, Minaré cita a oferta de inóculos, meios de cultura, biorreatores e serviços técnicos especializados espalhados pelo interior. “Criou-se uma cadeia inteira que não existia”, resume.
Prática é comum em diversos países
Minaré também rejeita a tese de que o modelo brasileiro seria uma exceção mundial. Ele afirma que a produção de bioinsumos na fazenda ocorre em diferentes países. Entre os exemplos citados estão Áustria, Inglaterra, Japão, México e os estados de Missouri e Ohio, nos Estados Unidos.
Na Áustria, diz ele, há empresas que fornecem misturas microbianas de alta densidade para que agricultores multipliquem os microrganismos em suas propriedades. Nos EUA, empresas entregam tanto a cultura mãe quanto o meio de cultura e até tanques fermentadores de mil litros. O México, por sua vez, publica manuais oficiais orientando agricultores a produzirem bioinsumos, inclusive a partir de microrganismos coletados diretamente na natureza. “Em todos esses países, assim como no Brasil, a produção para uso próprio acontece de forma segura e eficiente”, reforça o diretor da ABBINS.
Prática consolidada e sem histórico de riscos
A avaliação de Minaré é que o debate atual precisa ser contextualizado pela experiência acumulada. “Não temos problemas. Temos, sim, muitos benefícios”, salienta.
Para ele, a prática já está consolidada como ferramenta que reduz custos, diversifica a oferta tecnológica e amplia a autonomia dos agricultores, além de estimular o desenvolvimento industrial e científico no setor de bioinsumos.





