Avicultura
Rigor na fiscalização gera incertezas à exportação de aves
Fases da Operação Carne Fraca deflagradas ano passado e no mês passado contribuíram para um cenário de preocupação que também afeta frigoríficos da região Oeste do Paraná
Os desdobramentos das duas fases da Operação Carne Fraca deflagradas em março de 2017 e no mesmo mês deste ano prometem um novo e complexo capítulo no tocante à exportação de carne de frango do Brasil a outros blocos comerciais. Embora tenha sido registrado aumento de 5,7% na receita cambial das exportações em 2017, com faturamento de US$ 7,236 bilhões frente a US$ 6,848 bilhões em 2016, os volumes embarcados foram menores. O decréscimo alcançou 1,4%, com 4,320 milhões de toneladas exportadas no ano passado diante de 4,383 milhões de toneladas de carne de frango enviadas ao exterior no ano anterior. As informações são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Reconhecido polo do agronegócio, o Oeste do Paraná registrou expansão nas exportações de carne de frango processadas nos frigoríficos da região tanto em volume quanto em recursos na análise de 2017 com 2016. Entretanto, líderes cooperativistas demonstram preocupação quanto às exportações neste ano, uma vez que os mercados importadores estão mais rigorosos em termos de fiscalização.
De acordo com o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, os importadores aumentaram o rigor na fiscalização, realizando mais testes e esse custo foi repassado aos frigoríficos. Lang ressalta que as empresas do setor em atuação na região vêm pagando o preço desde o ano passado. “Como a liberação das exportações ficou mais demorada, houve aumento da oferta no mercado interno e isso jogou os preços da carne para baixo”, lamenta.
O líder cooperativista explica que para blindar-se dessa fase vivida pelo setor faz-se necessário aumentar o rigor do controle de qualidade. “Se você quer vender para os mercados que pagam mais, vai ter que se adequar às exigências deles”, enaltece.
Concorrência
Lang diz que na operação desencadeada neste ano houve mais cautela por parte da Polícia Federal, atuando em conjunto com o Ministério da Agricultura. “O caso foi bem mais pontual, dizia respeito a uma única empresa, então não sentimos reações dos nossos compradores”, expõe.
Quanto às exportações de janeiro a dezembro deste ano, o presidente da C.Vale avalia que o cenário pode ser de crescimento. “Caso não haja maiores desdobramentos da Operação Carne Fraca, a tendência é de que haja um aumento no volume exportado. Proporcionalmente, em valores esse percentual de incremento deverá ser menor, pois o mercado internacional tende a ficar mais concorrido neste ano”, declara.
O frigorífico da C.Vale, sediado no município de Palotina, foi responsável pela exportação de 143,6 mil toneladas de carnes de frango no acumulado de janeiro a dezembro de 2017, o que gerou uma receita cambial de US$ 205,6 milhões. No ano anterior foram exportadas 108,6 mil toneladas da proteína, movimentando US$ 142,4 milhões, conforme dados do Ministério de Comércio Exterior.
Competitividade
Conforme o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, as fases da operação deflagrada ano passado e neste ano refletem de maneira direta nas exportações brasileiras. “O país é muito competitivo e por isso outras nações produtoras e exportadoras de carnes e derivados vão intensificar suas vendas em mercados que o Brasil domina”, alerta.
Isso, segundo ele, proporciona um clima de incertezas em toda a região, grande produtora e processadora de proteína animal. O frigorífico da Coopavel, da cidade de Cascavel, exportou 75,7 mil toneladas de carne de frango no ano passado, cuja receita somou US$ 135,2 milhões. No exercício anterior (2016) foram exportadas 77,7 mil toneladas para uma arrecadação de US$ 119,9 milhões. Ou seja, a receita aumentou, no entanto houve recuo no volume de produto exportado.
Ameaça
Grolli acredita que a tendência novamente é haver diminuição na balança comercial. “O preço a ser pago pela região deve ser de queda nas exportações de carnes de frango e suínos, consequentemente trazendo resultados menores para toda a cadeia produtiva”, analisa.
O primeiro passo a ser dado, na opinião do presidente da Coopavel, é corrigir todos os problemas e se adaptar às novas exigências dos mercados importadores. Na visão dele, as exportações sofrem certa ameaça. “As exportações brasileiras de carnes de frango e suínos foram menores no ano de 2017 do que as do exercício de 2016 e as exportações de 2018 serão menores do que as de 2017”, projeta.
Fonte: O Presente

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
