Conectado com

Avicultura

Rigidez e ineficácia na legislação

O programa é rigoroso demais ao não especificar qual tipo de salmonella pode estar presente

Publicado em

em

A salmonella é um importante patógeno zoonótico de significância econômica mundial em humanos e animais. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), provavelmente é a zoonose mais difundida no mundo. Sua distribuição é ubiquitária, sendo os alimentos os principais veículos de sua transmissão. As salmoneloses são responsáveis por significantes índices de morbidade e mortalidade, tanto nos países emergentes como desenvolvidos, determinando pequenos e grandes surtos envolvendo, principalmente, o consumo de alimentos de origem animal.

Desde 2003, uma instrução do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Mapa, determina a realização de análises microbiológicas de salmonella spp em carcaças de aves (frangos e perus) coletadas nos estabelecimentos de abate sob o Serviço de Inspeção Federal (SIF). Estes são classificados em quatro tipos, com um cronograma de coleta prestabelecido, conforme o volume diário de abate, que varia de uma coleta semanal para menos de 30 mil frangos/dia a uma coleta por turno de abate quando a produção é superior a cem mil aves/dia.

A Instrução determina ainda o agrupamento das análises em ciclos. Estabelece um limite crítico de no máximo 12 análises positivas para salmonella spp no universo de 51 amostras que compõem cada ciclo (23,5%). Desta forma, em caso de violação do limite crítico o Dipoa determina ações restritivas a serem tomadas junto ao estabelecimento produtor.

Visando a confiabilidade dos resultados, a normativa preconiza a adoção de análises realizadas de forma paralela entre os laboratórios privados e oficiais. As amostras coletadas nos estabelecimentos são direcionadas aos laboratórios com metodologia reconhecida pelo Mapa e são denominadas amostra de “rotina”. E as amostras oficiais coletadas são encaminhadas aos laboratórios oficiais do Mapa sendo estas denominadas de “supervisão”. Com o procedimento é possível estabelecer um comparativo entre os resultados e garantir a confiabilidade dos resultados.

Rigoroso demais

Entre os objetivos da Instrução Normativa de 2003 estão as determinações da prevalência do patógeno salmonella spp em carcaças de aves e a obtenção de dados para orientar estudos e estabelecer procedimentos regulatórios visando o controle sistemático desta bactéria no abate e processamento das carcaças de aves em estabelecimentos sob inspeção federal.

Outros objetivos contemplam a compilação dos dados coletados, desencadeamento de processo de avaliação dos resultados alcançados e determinação de novas metas a serem cumpridas pelos estabelecimentos, visando garantir a inocuidade dos alimentos fornecidos à população.

Com o intuito de atingir os objetivos propostos, o Dipoa constituiu Grupo Técnico de Trabalho para realizar análise dos dados e revisão da Instrução Normativa para a adequação às modernas formas de fiscalização já utilizadas pelo Ministério.

Para o consultor de O Presente Rural, médico-veterinário Padro Tomazzi, as empresas têm problemas para cumprir a determinação por conta da rigidez da lei, que, em sua opinião, é muito abrangente. “Existe a normativa do Mapa há vigor há anos, mas algumas empresas têm dificuldades em cumprir essa legislação. O programa pesquisa a salmonella spp, que são centenas de salmonellas, mas só algumas causam problemas nos humanos e nos animais. O programa é rigoroso demais ao não especificar qual tipo de salmonella pode estar presente. Rigoroso por não trabalhar com tipos que chamamos de zoonoses, que causam doenças às aves e aos humanos”, pontua. Por conta disso, tem empresa que acaba sendo punida por uma salmonella que não traz problemas”, acrescenta.

Ainda conforme Tomazzi, as empresas, integradoras e cooperativas podem perder o credenciamento da produção e até mesmo interromper a operação por conta do problema. “É algo bem grave”, enfatiza o consultor.

 

Mais informações podem ser conferidas na edição de aves de março/abril de O Presente Rural ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Avicultura

Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
Continue Lendo

Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.