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Rico em proteína, farelo de amendoim é testado na alimentação de aves de postura

Pesquisa da Unesp indica que o farelo de amendoim pode substituir o farelo de soja em dietas de poedeiras sem prejuízo ao desempenho das aves.

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Fotos: Divulgação/OP Rural

Artigo escrito por Michele Bernardino de Lima, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – campus de Araçatuba; Isidro Chemane Argentina e Edney Pereira da Silva da Unesp – campus de Jaboticabal. 

A crescente demanda e oferta insuficiente de ingredientes tradicionais como milho e farelo de soja, utilizados em dietas de poedeiras, impactam diretamente o custo com alimentação das aves, e consequente o preço do produto final do ovo comercial destinado ao consumo humano.

O mercado de ovo tem algumas especificidades, intrigantes! Se por um lado, tem aumentado o consumo e preferência pelo ovo, atribuindo qualidade ao produto benefícios à saúde, por outro, grande parte dos consumidores de ovo ainda detêm limite na elasticidade de renda para absorver repasse do aumento dos custos com alimentação das aves e, quando isso acontece, normalmente, verifica-se em seguida retração no consumo de ovos.

Neste cenário, resta ao produtor buscar soluções para reduzir o custo com alimentação, para manter sua competitividade no mercado e sobrevivência de sua empresa avícola. Entre as grandes áreas, manejo, sanidade e nutrição, apenas a área de nutrição permite soluções que impactam expressivamente o custo de produção do ovo, sem grandes investimentos, desde que o empresário possa contar com serviço especializado de consultoria em nutrição de aves, uma vez que soluções em nutrição dependem exclusivamente da formação do nutricionista.

Uma opção para reduzir os custos com a alimentação é o uso de ingredientes alternativos, sendo as principais alternativas produtos gerados no processamento de matéria-prima nas agroindústrias. Para que um ingrediente seja uma alternativa para utilização nas dietas de aves, ao menos três requisitos são necessários para se candidatar como alternativa viável ao milho e farelo de soja, são elas: disponibilidade, qualidade dos nutrientes e preço.

Considerando a disponibilidade do ingrediente ser compatível com a demanda da avicultura de postura, alguns ingredientes se destacam como alternativa, entre eles o farelo de amendoim. O farelo de amendoim é resultante após a dupla extração do óleo, sendo a primeira por meio de uso de prensa e a segunda com uso de solvente, hexano. Esse ingrediente tem rótulo registrado no MAPA com níveis de garantia de 12% de umidade, 45% de proteína bruta, 3% de extrato etéreo, 16% de fibra bruta, 8% de matéria mineral e máximo de 0,05 ppm de aflatoxina.

Foto: Jaelson Lucas

Assim como todo ingrediente convencional ou alternativo, a concentração de nutrientes pode variar de acordo com a região e nível tecnológico aplicado no processamento. Para o farelo de amendoim, o valor médio de energia metabolizável para aves é próximo de 2.664 kcal/kg, mas é de conhecimento que existe variação na concentração dos nutrientes e que é específica de cada fornecedor.

Além dessas informações, para o nutricionista ter segurança no uso do ingrediente na ração é necessário documentação mostrando por meio de pesquisas o uso em dietas e os níveis praticados e, obviamente, o desempenho das aves. Com base no exposto, este texto apresenta resumidamente os resultados de uma pesquisa que foi realizada para avaliar o potencial do uso do farelo de amendoim nas dietas de poedeiras comerciais, considerando níveis que possibilitaria substituição parcial e total do farelo de soja.

Metodologia

O estudo foi realizado na UNESP, Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal. Foram utilizadas 200 galinhas poedeiras da linhagem Hisex White com 72 semanas de idade, peso médio individual de 1,584 kg e com produção de ovos média de 98%. O delineamento utilizado foi o inteiramente ao acaso, com cinco tratamentos e 10 repetições, composta por quatro aves cada, totalizando 50 unidades experimentais.

Foto: Gilson Abreu

Os níveis testados foram 0%, 25%, 50%, 75% e 100% de substituição do farelo de soja pelo farelo de amendoim. As rações foram formuladas conforme as recomendações da Tabelas Brasileiras de Aves e Suínos de 2024. Não foi utilizado adsorvente de micotoxina em todas as dietas experimentais.

A pesquisa foi realizada em galpão experimental, tipo californiano, equipado com comedouro tipo calha, bebedouro de nipple e seis ventiladores. O fornecimento diário de ração foi 110 g/dia, a água foi fornecida à vontade. O programa de iluminação foi de 16 horas luz. A pesquisa teve duração de 10 semanas. O desempenho zootécnico das aves foi medido considerando consumo de ração, produção de ovos, peso médio dos ovos, massa de ovos, conversão alimentar por massa de ovos e eficiência alimentar. Os dados coletados foram submetidos às análises estatísticas apropriadas.

Resultados da pesquisa

Na Tabela 1, estão sumarizados os resultados de desempenho zootécnico das aves, obtidos em dez semanas de experimento, por tratamento, ou seja, níveis de inclusão do farelo de amendoim na dieta de poedeiras.

Tabela 1. Consumo de ração (CR, g/dia), produção de ovos (PR, %), peso de ovo (PO, g), massa de ovo (MO, g/dia) conversão alimentar por massa (CA, kg/kg) e eficiência alimentar (EA, g/kg) de galinhas poedeiras submetidas a diferentes níveis de inclusão do farelo de soja pelo farelo de amendoim.

EPM: Erro padrão da média –  CV: Coeficiente de variação

A média geral para o consumo de ração foi de 100,3 g/dia. A produção de ovos variou de 97 a 95%, para os níveis 0 e 50% de inclusão do farelo de amendoim, respectivamente. O maior valor de peso do ovo foi observado com 25% de inclusão do farelo de amendoim. A média de massa de ovos foi de 57,4 g/dia. A menor conversão alimentar foi de 1,711 e o maior valor de eficiência alimentar (585,5 g/kg) foram verificados com o nível de 50% de farelo de amendoim na dieta. Apesar dessas diferenças numéricas, os resultados de desempenho zootécnico não foram afetados pelos níveis de inclusão do farelo de amendoim nas dietas das aves. Portanto, as diferenças numéricas apresentadas na Tabela não têm significância estatística, ou seja, não podem ser atribuídas aos níveis de inclusão do farelo de amendoim, logo, a estatística aplicada suporta a substituição total do farelo de soja pelo farelo de amendoim.

O acesso à edição digital do jornal Avicultura Corte & Postura é gratuito. Para ler a versão completa online, basta clicar aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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