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Ricardo Amorim prevê reviravolta e oportunidades históricas para o agro brasileiro
Economista afirma que o Brasil vive um voo de pipa, impulsionado por ventos externos favoráveis, e destaca que a demanda crescente por alimentos e a desvalorização do dólar criam um cenário inédito para o agronegócio.

O economista Ricardo Amorim, considerado um dos mais influentes do país, enxerga um horizonte promissor para o agronegócio brasileiro. Apesar dos desafios internos, ele avalia que o país vive um momento singular de oportunidades econômicas, impulsionado pela ascensão da Inteligência Artificial e por um cenário internacional que favorece a produção agropecuária. “O Brasil tem uma conjunção de fatores de produtividade, disponibilidade de água e terra, somados a ganhos gigantescos de produtividade das safras de grãos ao longo das últimas décadas, que fazem com que o país tenha uma capacidade de aumento de produção que você não encontra em outros lugares do mundo”, afirmou durante sua participação no evento que celebrou os 80 anos do Grupo Agroceres, promovido em 25 de setembro no Royal Palm Plaza, em Campinas (SP).
Amorim recorreu a uma metáfora para explicar o atual contexto econômico nacional. “O crescimento brasileiro é como o voo de uma pipa: ele depende dos ventos externos. E, neste momento, os ventos sopram a nosso favor”, enfatizou, destacando que as condições geopolíticas e econômicas globais colocam o Brasil numa posição estratégica, especialmente no fornecimento de alimentos para países emergentes.
Nos últimos anos, o eixo do crescimento econômico mundial vem migrando das nações ricas do Ocidente, como Estados Unidos e Europa, para países mais pobres, principalmente da Ásia e da África do Sul. Essa mudança, explica Amorim, tem efeitos diretos sobre o agronegócio. “Quando um americano ou um europeu ganha mais, o que ele vai comprar não é comida. Mas quando um indiano, um chinês ou, no futuro, um africano aumenta a renda, a primeira coisa que cresce é a demanda por alimentos”, enalteceu.

Economista Ricardo Amorim: “Estamos diante de uma conjuntura única. O agro brasileiro, que sempre foi resiliente, agora se beneficia de ventos internacionais mais favoráveis” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
Neste cenário, o Brasil se posiciona como fornecedor natural para atender essa nova onda de consumo global. “Particularmente hoje, os dois maiores mercados importadores de alimentos, China e União Europeia, representam uma oportunidade gigantesca para o Brasil”, frisou o economista.
Além da questão da demanda, Amorim aponta que há uma desigualdade temporária de preços entre os grãos e as proteínas animais, que tende a se ajustar nos próximos meses. “A proteína animal, seja bovina, suína ou de aves, está com níveis de preços bastante razoáveis. Já os grãos estão com precificação deprimida. Historicamente, não se costuma ver diferenças tão grandes quanto as atuais”, observou.
Segundo ele, essa defasagem de preços deve se corrigir gradualmente, impulsionada pela desvalorização do dólar. “Estamos num cenário estrutural de enfraquecimento da moeda americana. E toda vez que o dólar se desvaloriza, o preço das commodities, que são cotadas em dólar, sobe”, explicou.
Para ilustrar, Amorim faz uma conta simples. “Imagine uma commodity que custa US$ 100,00, e que US$ 1,00 convertido em Real equivale a R$ 6,00, o preço dela no Brasil seria de R$ 600. Se o dólar cai, o preço em reais tende a subir, porque o produto fica mais caro lá fora e mais competitivo aqui dentro”, detalhou.
Essa dinâmica, segundo o economista, deve gerar um ciclo positivo para o agro brasileiro, revertendo o cenário recente de dificuldades enfrentadas pelos produtores. “Tivemos um período em que o produtor plantou com custos muito altos e depois viu a queda dos preços de venda, o que gerou problemas em toda a cadeia. Agora, acredito numa reviravolta tão rápida e tão forte quanto foi o movimento das dificuldades que enfrentamos”, avaliou.
Cenário geopolítico
O cenário geopolítico também reforça as oportunidades. Amorim aponta que tensões comerciais e políticas entre grandes potências abrem espaço para o Brasil. “Quanto mais o Trump briga com outros países, mais ele cria oportunidades para o Brasil”, comentou, referindo-se às políticas protecionistas e às disputas comerciais dos Estados Unidos com outros países.
Em meio a essa conjuntura, o economista reforça que o país precisa estar preparado para aproveitar o momento. “Há muitas oportunidades no ar, e o Brasil precisa dar o devido tamanho a elas”, frisou.
Impactos do tarifaço
Ao analisar o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, Amorim separa as empresas brasileiras em dois grupos: as diretamente impactadas e as indiretamente afetadas. Segundo ele, o primeiro grupo reúne companhias com parte relevante das exportações destinadas ao mercado norte-americano, que agora enfrentam tarifas de até 50%. “Para essas empresas, o tarifaço é importantíssimo, precisa ser levado a sério e considerado em absolutamente qualquer decisão que elas tomarem daqui para frente”, alerta, recomendando para as demais companhias uma postura diferente: “Para o resto, esquece o tarifaço”, disse, de forma categórica, explicando que, mesmo que as tarifas sejam mantidas, o impacto sobre a economia brasileira como um todo tende a ser limitado. “O Brasil é uma economia relativamente fechada. Por exemplo, exportamos apenas cerca de 15% do nosso milho, o que é quase nada se comparado a países com economias muito mais abertas”, pontuou.
Ele usa o exemplo de Singapura para dimensionar o contraste. “Se compararmos, Singapura exporta seis vezes mais do que o Brasil em relação ao PIB. Portanto, o que impacta as exportações de Singapura tem um peso gigantesco na sua economia. No caso brasileiro, não é bem assim”, apontou.
Amorim também lembrou que, embora os Estados Unidos sejam um parceiro comercial relevante, a dependência brasileira é menor do que se costuma imaginar. E, na avaliação dele, o próprio comportamento imprevisível da política norte-americana, especialmente sob a influência de Donald Trump, torna difícil prever os próximos desdobramentos. “O futuro está ficando cada vez mais incerto. O Brasil sempre foi imprevisível, mas os Estados Unidos se tornaram ainda mais. Uma das coisas que o Trump gosta é de não ser previsível. Então, as coisas mudam o tempo todo”, comentou.
Em tom bem-humorado, ele citou um exemplo recente: “Se alguém me dissesse que na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas eu veria uma declaração de amor do Trump ao Lula, eu nunca acreditaria. Mas foi o que aconteceu. Foi um negócio sensacional. Deu química”, disse, arrancando sorrisos da plateia.
Com esse cenário de instabilidade global, Amorim pondera que é possível haver reversão do tarifaço, mas, mesmo que isso não aconteça, o agronegócio brasileiro continua bem-posicionado. “Temos uma conjunção de fatores muito benéficos ao agro. Depois de um momento complicado, acredito que estamos entrando num novo ciclo de crescimento, com fundamentos sólidos e oportunidades reais de expansão”, observou.
Impacto limitado
De acordo com o economista, o impacto direto do tarifaço norte-americano sobre a economia brasileira tende a ser limitado. Ele explica que, embora o anúncio das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros tenha causado preocupação, os números mostram que o efeito real sobre o PIB é modesto.
Atualmente, 28% das exportações brasileiras vão para a China, 18% para a União Europeia e 12% para os Estados Unidos. Considerando que o Brasil exporta o equivalente a 15% do seu PIB, isso significa que as vendas ao mercado americano correspondem a apenas 1,8% do PIB nacional. “Mesmo dentro desse percentual, nem tudo está sujeito ao tarifaço. Quando olhamos com atenção, vemos que o impacto é bem mais concentrado do que parece”, explicou o economista.
Segundo Amorim, 55% das exportações brasileiras para os Estados Unidos permanecem sujeitas a uma tarifa de apenas 10%, patamar inferior à média internacional. “Depois da chegada do Trump, a tarifa média de exportação para os Estados Unidos é de 15%. Ou seja, mais da metade do que o Brasil vende para lá está em melhor condição de competir do que o resto do mundo. Não tem problema algum nesse ponto”, expôs.
Outros 19% das exportações brasileiras para o mercado norte-americano são regidos pela tarifa externa comum, que define o valor do imposto de acordo com o produto, e não com o país de origem. “Isso significa que todo mundo que exporta esses itens para os Estados Unidos paga a mesma tarifa. É uma condição de igualdade. Também não tem problema”, destacou Amorim.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O economista apontou, contudo, que o problema real está nos 36% restantes da pauta exportadora brasileira para os EUA, que passam a enfrentar tarifas de até 50%. “Esse é o grupo mais sensível, um pouco mais de um terço do total exportado. Quando fazemos as contas, isso equivale a cerca de 0,6% do PIB brasileiro. Em outras palavras, esse seria o impacto negativo máximo do tarifaço na economia do país. E isso se nada fosse feito para compensar ou até evitar prejuízos maiores às empresas impactadas”, ressaltou.
Amorim lembrou que entre as medidas compensatórias anunciadas está a liberação de R$ 40 milhões em linhas de crédito para empresas afetadas. Além disso, o impacto tende a ser diluído, já que nem toda a produção destinada aos Estados Unidos deixará de ocorrer. “Uma parte continua sendo exportada mesmo com a tarifa de 50%. Outra parte, um pouco maior, está sendo redirecionada para outros mercados. Aliás, algumas commodities agrícolas, como o café, já estão encontrando novos destinos. E parte do que era produzido para exportação acaba sendo vendido internamente”, mencionou.
Mesmo em um cenário extremo, em que toda a produção destinada aos Estados Unidos deixasse de ser realizada, o economista estima que o impacto negativo sobre a economia brasileira, em 12 meses, seria de apenas 0,6%. “Ou seja, estamos falando de um efeito pontual, localizado e totalmente administrável. O tarifaço é um problema importante para quem está diretamente exposto, mas está longe de ser uma ameaça estrutural à economia brasileira”, enfatizou Amorim.
Fator positivo
Ampliando sua análise, o economista afirmou que o impacto econômico do tarifaço será muito menor do que se imagina e pode até se transformar em um fator positivo para o crescimento do Brasil em 2026. Ele detalhou que, como o tarifaço entrou em vigor no dia 7 de agosto, o efeito sobre o PIB deste ano deve ser proporcional aos cinco meses restantes. “Vamos considerar que começou em 1º de agosto para facilitar a conta. São cinco meses em 2025 e sete em 2026. Isso significa que o impacto máximo negativo em 2025 seria de 0,25% do PIB, e em 2026, 0,35%. Resumindo: faz diferença? Muda o jogo? Não”, salientou.
Amorim, no entanto, vai além: ele acredita que o impacto líquido pode ser positivo já no próximo ano. “Até agora, só falamos do impacto negativo. Mas tem também o impacto positivo, e ele é relevante”, pontuou, acrescentando: “Parte dos produtos que seriam exportados para os Estados Unidos já foram produzidos antes do anúncio das tarifas. Com o tarifaço, esses produtos precisaram encontrar novo destino e muitos acabaram sendo vendidos no mercado interno. Com o produto na mão ou exporta para outro país, o que é difícil em curto prazo, especialmente para produtos perecíveis como frutas e pescados, ou vende no Brasil. O resultado é um aumento súbito da oferta interna e, consequentemente, queda nos preços ao consumidor”, relatou.
Economia
Esse movimento, destacou Amorim, já começa a aparecer nos indicadores econômicos. “Não por acaso, em agosto o Brasil registrou deflação no IPCA pela primeira vez em mais de três anos. Isso é resultado direto do tarifaço. Com mais produtos disponíveis internamente, os preços caem”, frisou.
A queda de preços tem um efeito em cadeia sobre toda a economia. “Os juros no Brasil estão estratosféricos porque precisavam segurar a inflação. Mas, sem inflação, não há justificativa para manter juros altos. A tendência é de queda significativa da taxa básica de juros ao longo do próximo ano”, projetou.
Para o economista, esse movimento cria um ciclo virtuoso: “Cai juros, expande crédito; expande crédito, aumenta o consumo e o investimento; e, com isso, o crescimento econômico se acelera. É por isso que eu acho que, no ano que vem, o impacto do tarifaço no PIB pode ser positivo”, afirmou.
Fuga de investimentos não aconteceu

Amorim ressaltou ainda que o verdadeiro risco do tarifaço não estava no comércio exterior em si, mas na possibilidade de fuga de capitais e retração dos investimentos no Brasil. “A minha preocupação real nunca foi o impacto direto nas exportações, e sim a hipótese de os investimentos pararem de ser feitos no país. Se isso acontecesse, aí sim a economia brasileira teria grandes impactos”, admitiu.
Mas o cenário caminhou na direção oposta. “O importante é que isso não aconteceu e a prova está no comportamento do câmbio”, afirmou, destacando que quando há fuga de capital, o reflexo imediato é a valorização do dólar. “As pessoas vendem reais para comprar dólares e mandar o dinheiro embora. Isso faz o dólar subir. Mas o que aconteceu desde o tarifaço? O real foi a segunda moeda que mais se apreciou no mundo. O dólar despencou em relação ao real. Sabe o que isso significa? Que está entrando dinheiro no Brasil depois do tarifaço dos EUA”.
O economista atribuiu esse fluxo positivo a dois fatores principais. O primeiro é geopolítico, relacionado à escalada de tensão, especialmente entre Índia e Paquistão, que leva investidores a buscarem mercados alternativos mais estáveis. O segundo é o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos. “Nos EUA, a taxa de juros está em queda. No Brasil, segue altíssima. O investidor olha para isso e pensa: estou ganhando 4% ao ano nos EUA, mas posso ganhar 15% no Brasil, numa moeda que está se valorizando. Então ele se pergunta: ‘onde mesmo fica esse tal de Brasil?’”, comentou, em tom bem-humorado.
Novo ciclo monetário global
Para Amorim, a desvalorização do dólar é parte central da estratégia econômica do governo Trump e um fator que tende a favorecer ainda mais o agro brasileiro. “O grande objetivo do Trump é acabar com o déficit comercial americano. A primeira coisa que ele faz é impor tarifas, tornando mais cara a entrada de produtos nos Estados Unidos. A segunda é desvalorizar o dólar. Com o dólar mais fraco, os produtos americanos ficam mais competitivos lá fora, e as importações ficam mais caras internamente”, explicou.
O resultado, diz o economista, é o início de um novo ciclo monetário global. “Só começamos a ver o início do processo de desvalorização do dólar. Até 24 de setembro, a queda acumulada do dólar foi a maior, no mesmo período do ano, desde 1973. Faz mais de 50 anos que o dólar não se desvalorizava tanto em relação a uma cesta global de moedas. E isso só começou”, enfatizou.
Segundo Amorim, essa tendência, combinada ao fortalecimento do real e ao ganho de competitividade das exportações brasileiras, reforça o papel estratégico do Brasil no comércio mundial de alimentos e commodities. “Estamos diante de uma conjuntura única. O agro brasileiro, que sempre foi resiliente, agora se beneficia de ventos internacionais mais favoráveis”, exaltou.
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Paraná teve maior safra de grãos de sua história em 2024/25
Soja, feijão, cevada e milho são os que mais contribuíram para que a safra fosse recorde, lembrando que o milho paranaense, individualmente, foi o cereal que mais contribuiu para essa super safra, pois atingiu o recorde de 21 milhões de toneladas.

O Paraná acaba de registrar a maior safra de grãos de sua história, com 46,8 milhões de toneladas colhidas no ciclo 2024/25, com estimativa de um Valor Bruto de Produção (VBP) da ordem de R$ 68 bilhões. A declaração foi feita pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab), na quinta-feira (27), com a safra de inverno terminando a colheita agora e consolidando esse resultado. Os dados estão na Previsão de Safra Subjetiva (PSS).
O trigo teve a maior área plantada no período do inverno – com 816,6 mil hectares e 99% da safra já foi colhida. “Além do bom desempenho do trigo, merece atenção a aveia, com uma colheita de 470 mil toneladas, sendo o maior volume dos últimos dez anos, e que acaba contribuindo para o recorde histórico da safra de grãos paranaense”, explica o engenheiro agrônomo do Deral, Hugo Godinho.
Os demais grãos – soja, feijão, cevada e milho – são os que mais contribuíram para que a safra fosse recorde, lembrando que o milho paranaense, individualmente, foi o cereal que mais contribuiu para essa super safra, pois atingiu o recorde de 21 milhões de toneladas. “A combinação entre clima mais favorável, aumento de área plantada e bom desempenho das culturas elevou o potencial produtivo do Estado”, diz Marcelo Garrido, chefe do Deral.
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Governo defende vetos ao Licenciamento Ambiental em meio a alertas de retrocessos
Nota oficial reforça que derrubar os vetos pode fragilizar a proteção ambiental, ampliar riscos a povos tradicionais e comprometer compromissos climáticos do Brasil.

O governo federal divulgou uma nota à imprensa para defender a manutenção dos vetos presidenciais à Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei nº 15.190/2025). A previsão é que o Congresso Nacional analise os vetos em sessão conjunta na quinta-feira (27).

Segundo o comunicado do Executivo, os vetos têm como objetivo garantir a integridade do processo de licenciamento, proteger o meio ambiente e preservar a saúde da população brasileira.
As medidas, afirma o Planalto, também buscam assegurar segurança jurídica a empreendimentos e investidores; incorporar inovações que tornem o licenciamento mais ágil, sem comprometer a qualidade; e garantir os direitos de povos indígenas e comunidades quilombolas.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
A nota garante que os vetos foram definidos após avaliações técnicas e jurídicas rigorosas, com participação da comunidade científica e de diversos setores da sociedade. E levaram em consideração o cenário recente de desastres ambientais e climáticos no país.
O governo cita os impactos ainda presentes dos rompimentos em Mariana e Brumadinho, além das tragédias provocadas por eventos extremos no Paraná e no Rio Grande do Sul, para argumentar que flexibilizações no licenciamento podem gerar efeitos “imediatos e de difícil reversão”.
O comunicado também menciona o papel do Brasil na agenda internacional do clima. Depois de sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), reduzir pela metade o desmatamento na Amazônia e se destacar no uso de energias renováveis, o país “merece uma legislação robusta e avançada”.
Sociedade civil
Organizações socioambientais também avaliam que derrubar os vetos abre brechas para o aumento de desmatamento, queimadas, conflitos territoriais e insegurança jurídica. Direitos de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais seriam colocados em risco. Eles podem ser ignorados nos processos de licenciamento caso seus territórios ainda não estejam demarcados ou titulados.
As entidades que se manifestaram assim foram o Observatório do Clima, Avaaz, Nossas, WWF-Brasil, Instituto Socioambiental, Instituto de Direito Coletivo, Instituto Democracia e Sustentabilidade, Instituto de Estudos Socioeconômicos, SOS Mata Atlântica, Greenpeace, Proteção Animal Mundial e Painel Mar.
Os especialistas afirmam que a restauração do texto original permite que estados e municípios definam sozinhos quais empreendimentos podem ser licenciados automaticamente, sem análise prévia de impactos.
Obras em áreas sensíveis da Amazônia, como estradas e hidrovias, podem avançar sem salvaguardas, ampliar emissões de gases do efeito estufa e contrariar os compromissos defendidos pelo Brasil na COP30.
Notícias Editorial
Nutrição de precisão eleva o sucesso na agropecuária
Investir em alimentação planejada garante crescimento, saúde e produtividade, transformando cada grama de ração em resultado eficiente no campo.

Na agropecuária, a diferença entre o sucesso e o baixo desempenho começa no cocho. A qualidade da nutrição define não apenas o quanto um animal cresce, mas também o quanto ele resiste, produz e permanece saudável. Alimentar bem é, antes de tudo, uma decisão técnica e estratégica.
A ciência da nutrição animal evoluiu muito além das fórmulas genéricas. Hoje, se fala em nutrição de precisão, um conceito que une conhecimento biológico, tecnologia e gestão para oferecer ao animal exatamente o que ele precisa, no momento certo. Cada grama de ração pode ser ajustada para equilibrar energia, proteína, minerais e aditivos funcionais, reduzindo perdas e maximizando respostas produtivas.

Editorial escrito por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe de O Presente Rural. – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
Essa abordagem tem mostrado que a saúde não é um ponto de chegada, mas o resultado de uma nutrição planejada. Um intestino equilibrado, um sistema imune bem treinado e uma dieta formulada com base em dados são as ferramentas mais eficientes para prevenir doenças e reduzir o uso de medicamentos. A boa alimentação passou a ser um dos mais importantes tratamentos preventivos.
Em um cenário em que os custos de produção e as exigências de sustentabilidade aumentam, investir em nutrição de qualidade é investir em eficiência. É a ponte entre ciência e resultado, entre bem-estar e produtividade. No campo, quem entende essa relação não apenas produz mais, produz melhor.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.



