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Revolução tecnológica da avicultura esbarra em cultura laboral e conexão com a internet

Existe um amplo conjunto de soluções digitais para a avicultura, que incluem desde controladores de ambiente de alta tecnologia, sensores de variáveis ambientais, sensores de variáveis inerentes a ave, sensores que medem o volume de ração no silo, sensores que regulam o consumo de água nos bebedouros, dentre outros.

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Com status de uma das melhores aviculturas do mundo, o setor avícola nacional possui um amplo portfólio de soluções tecnológicas que conectam o mundo físico ao digital, mas que ainda é pouco explorado pela cadeia produtiva. Para desmitificar as tecnologias de automatização para o setor, a zootecnista e doutora em Engenharia Agrícola, Ana Paula de Assis Maia, palestrou sobre a “Transformação Digital na Avicultura” durante o 15º Simpósio Goiano de Avicultura, que reuniu em junho mais de 300 profissionais da área em Goiânia (GO).

Zootecnista, doutora em Engenharia Agrícola e pesquisadora, Ana Paula de Assis Maia: “Transformação digital não é investir em tecnologias sofisticadas, mas é investir em tecnologias que atendam o problema primário do produtor” – Fotos: Divulgação/AGA

De acordo com a especialista, a transformação digital que está acontecendo em todas as cadeias produtivas, especialmente na avicultura, não deveria ser encarada pelo produtor como um bicho de sete cabeças, uma vez que vem para otimizar o processo produtivo, para melhorar o desempenho das aves e gerar maior rentabilidade da granja. “Muitos ainda tem o pré-conceito que parece ser algo complicado, difícil, e que não é para ser usado na avicultura, porque apenas veem a transformação digital no dia a dia, através do uso de celulares, equipamentos domésticos, em relógios, mas não conseguem enxergar isso dentro da produção animal”, detalha a zootecnista, enfatizando: “A transformação digital está acontecendo, já é uma realidade, e é essencial para conseguirmos atender a demanda mundial por alimentos, porque sabemos que temos uma população crescente e que precisamos produzir cada vez mais com menos recursos, então a transformação digital é fundamental para produzirmos em grande escala de forma sustentável, principalmente de proteína animal”.

Segundo a doutora em Engenharia Agrícola, é muito comum associar a transformação digital com a adoção de tecnologias e soluções digitais em razão do conjunto de instrumentos, métodos e técnicas provenientes da Indústria 4.0, que abrangem inteligência artificial, sensores, uso de imagens e sons (visão computacional), robótica, internet das coisas e computação em nuvem. “A avicultura 4.0 é parte da transformação digital, onde se aplica as tecnologias que hoje estão disponíveis para o campo. O produtor passa a adaptar os processos convencionais na produção com o uso de tecnologias, deixando, por exemplo, de coletar uma temperatura ou peso de forma manual para coletar esses dados de forma automática, utilizando um sensor”, expõe Ana.

Resistência à mudança

Os trabalhadores envolvidos diretamente na cadeia ainda demonstram resistência para automatizar os processos produtivos, porque, segundo Ana, consideram que quando o produtor adota o uso de tecnologia na produção vão perder o emprego, quando, na verdade, deixarão de ser executores para serem gestores do negócio. “Quando as pessoas pensam em transformação digital associam imediatamente a robotização, automatização, a inteligência artificial, pensando que deixarão de exercer sua atividade diária e não é nada disso, apenas vão mudar a forma de trabalhar, passando a gerenciar as atividades da granja, deixando de executá-las de forma manual”, explica Ana.

Soluções digitais

Existe um amplo conjunto de soluções digitais para a avicultura, que incluem desde controladores de ambiente de alta tecnologia, sensores de variáveis ambientais, sensores de variáveis inerentes a ave, sensores que medem o volume de ração no silo, sensores que regulam o consumo de água nos bebedouros, câmeras de pesagem dos animais, microfones que identificam a vocalização das aves e até robôs, tudo conectado à nuvem.

Quando utilizada de maneira correta, toda essa tecnologia garante a produção de proteína animal de forma responsável, sustentável e eficiente, permitindo um maior controle do processo produtivo, além do consequente aumento de produtividade, redução de custos e de uso de recursos naturais, melhor bem-estar animal e das pessoas, com foco voltado para a responsabilidade socioambiental.

Palestra sobre “Transformação digital na avicultura” com Ana Maia integrou a programação do 15º Simpósio Goiano de Avicultura

Investimento em pessoas

A tendência do agro é de investimento em tecnologias e soluções digitais que simplifiquem o dia a dia no campo e resolvam os problemas. Mas, conforme a especialista, para isso acontecer é necessário investir em pessoas para atuarem nesse novo mundo. Segundo ela, a avicultura está iniciando o processo de transformação digital e as empresas estão começando a pensar em inovação para adoção de novas ferramentas. “Estamos em uma fase em que o ponto focal é investir em tecnologias como sensores e equipamentos automáticos, conectividade nas granjas e sistemas que apoiem a digitalização dos processos físicos. Esse passo é fundamental para estruturarmos a base sólida do processo de transformação digital”, evidencia Ana.

Esse movimento envolve mudança de pensamento das lideranças do setor e das empresas de tecnologias e requer estratégia para que haja investimentos e incentivo à inovação dentro das companhias. “A transformação digital para acontecer precisa de uma mudança cultural associada à utilização das tecnologias como aliadas no processo de gestão e tomada de decisão e que apoiam a transformação de processos, principalmente, de pessoas, que são agentes transformadores essenciais”, destaca.

Além do uso das tecnologias

A profissional enaltece que a transformação digital no campo vai muito além da aplicação de tecnologias no processo de produção. “Muitas pessoas pensam que ao automatizar o aviário com sensores que medem temperatura e umidade, regulam a quantidade de água e ração, por exemplo, não precisam fazer mais nada, que já promoveram a transformação digital em sua propriedade, mas não é bem isso, vai muito além do digital, é promover uma mudança de postura, é entender que esse processo é uma jornada que se inicia com a adoção de ferramentas digitais, mas exige uma mudança de cultura organizacional”, salienta Ana.

Quando uma tecnologia é empregada no campo passa a coletar dados e gerar informações, ou seja, permite que os processos físicos sejam colocados de forma rápida e precisa no digital. “Esse é o primeiro passo da transformação digital, quando digitalizo os processos de produção. Antes as aves eram pesadas de forma manual, agora passam a ser pesadas de forma automática, antes era usado um termômetro para medição de temperatura agora são utilizados sensores que controlam o conforto térmico do aviário, com isso as informações geradas diariamente passam a ser digitais”, elenca Ana.

Porém, para que as soluções tecnológicas sejam empregadas no campo é fundamental que se tenha uma infraestrutura de conectividade rural que comporte a geração desses dados, como sinal de operadora celular e internet de qualidade. “Quando falamos de transformação digital estamos falando de gestão em tempo real e para isso é preciso de internet. Hoje cerca de 90% das granjas brasileiras não têm nem sinal de celular, então não há como fazer uma transformação digital se não tem nem infraestrutura. Precisamos ainda, enquanto setor, lutar muito por essa infraestrutura de conectividade”, frisa a profissional.

Após a coleta das informações inicia a etapa de integração dos dados, em que a tecnologia é utilizada para melhorar os processos e a qualidade de vida tanto das pessoas quanto dos animais, transformando as informações em conhecimento, o que permite uma tomada de decisão inteligente, responsável e que gera benefícios para o negócio. “Muito se fala do termo avicultura de precisão, que nada mais é que capturar os dados do que acontece na granja de forma automática, mas eu acho que temos que mudar esse foco pensando em uma avicultura de decisão, onde a precisão é a base para quem utiliza esses dados para tomada de decisão, ou seja, ter granjas guiadas por dados para tomar decisões. É preciso saber interpretar esses dados, é neste ponto que entramos na transformação digital, porque é preciso ter uma mudança de postura dentro da granja, onde o produtor começa a usar a tecnologia e as soluções digitais para ancorar suas decisões, passando a ser gestor e não mais executor”, frisa Ana.

Sem essa mudança de atuação qualquer tecnologia aplicada na granja será em vão, uma vez que os dados por si só não geram nenhum valor, apenas o produtor estará digitalizando o que já existia sem realmente transformar a sua atividade. “Não é somente a aplicação da tecnologia na granja que fará a diferença, mas sim a forma como usamos essa tecnologia para tomar as decisões”, pontua Ana, ressaltando: “Transformação digital não é investir em tecnologias sofisticadas, mas é investir em tecnologias que atendam o problema primário do produtor e depois passar por toda a transformação, utilizando os dados gerados, capacitando as pessoas, deixando de fazer a avicultura de precisão para fazer a avicultura de decisão”, enfatiza.

Para promover essa mudança de filosofia de atuação no campo, a profissional ressalta a importância de ter uma liderança dentro da granja que entenda esse processo de transformação tecnológica que está acontecendo no setor.

Mais do que melhorar processos, segundo Ana, é considerada essencial a adaptação dos sistemas tradicionais de produção a partir da adoção e uso de tecnologias para que a avicultura brasileira mantenha sua competividade e resiliência diante dos atuais desafios mundiais. “As tecnologias são ferramentas digitais e devem trazer previsibilidade, liderar decisões orientadas por dados, trazer os insights e conhecimentos necessários para atender os principais desafios da produção avícola, simplificando, melhorando a eficiência, qualidade e produtividade dos processos, auxiliando na redução de perdas produtivas e melhor uso de recursos, com consequente redução do impacto ambiental”, afirma.

Resistência à mudança

A profissional credita que a lentidão da cadeia produtiva em adotar tecnologias de forma massiva está atrelada a questão cultural de gestão dos granjeiros, que, por vezes, até instalam sistemas automatizados em suas granjas, mas, por falta de conhecimento de como operar esses equipamentos deixa de usá-los ou utiliza de forma inadequada. “As empresas de tecnologias vendem os serviços ou equipamentos, mas não capacitam o produtor, que por não saber como usar a tecnologia não enxerga seus benefícios, ou seja, a indústria acaba criando dificuldade de mostrar o quanto determinada tecnologia pode gerar de produtividade e rentabilidade”, diz Ana.

De acordo com a profissional, no agro ainda impera a cultura de produção tradicional e intuitiva, com o produtor fazendo o manejo da mesma forma que a família fazia há 50 anos.

De acordo com a zootecnista, entre 80 a 90% dos avicultores brasileiros são resistentes a adoção de tecnologias na atividade, enquanto que de 10 a 20% do setor já emprega algum tipo de solução tecnológica. “Por meio da sucessão familiar, da nova geração que está assumindo o negócio da família, que tem uma visão de futuro, é que novas tecnologias estão sendo testadas na avicultura, porque essa geração está preocupada com a eficiência e a sustentabilidade da atividade”, menciona Ana.

Outro ponto destacado pela profissional para justificar a resistência dos avicultores à adoção de tecnologias é em relação ao alto custo dos equipamentos automatizados associados ainda aos custos de produção, que seguem em patamares elevados (ração, água, luz, insumos, produtos veterinários etc). “Para o produtor colocar hoje uma tecnologia, que ainda não é barata, dentro desse processo produtivo, que já tem um alto custo, sem enxergar seus reais benefícios, é muito difícil”, constata Ana, acrescentando: “Às vezes até adotam um sistema, mas não veem retorno porque não utilizam de forma correta, então ainda o gargalo do preço e a deficiência das empresas em mensurar os benefícios da tecnologia impacta nesta transformação tecnológica do setor. É preciso capacitar quem vende e quem compra, além do mercado passar a produzir tecnologias que sejam mais fáceis para a experiência do usuário”, evidencia Ana.

De acordo com a especialista, a grande mudança para acelerar o uso de tecnologias na avicultura está nas empresas inovadoras e em produtores que tem uma visão de futuro, que mesmo que não tenham uma visibilidade concreta dos benefícios, adotam os sistemas digitais para melhorar a performance da produção, tornando o seu produto mais competitivo no mercado.

Tecnologias mais usadas

Conforme a zootecnista, atualmente mais de 80% dos galpões nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste são climatizados, em contrapartida, na região Nordeste em sua grande maioria os galpões são convencionais. Ana destaca que pelas tecnologias existentes cerca de 70% dos aviários nacionais já poderiam estar climatizados. “Hoje estamos muito focados em climatização de galpão, temos visto um avanço maior nesta questão, mas ainda estamos caminhando lentamente”, admite Ana.

As tecnologias disponíveis para o campo trazem inúmeros benefícios para a atividade, entre eles melhorias de desempenho dos animais, de rentabilidade da granja, além do produtor ter maior controle do processo produtivo. Mas, antes de adotar uma tecnologia é importante que cada avicultor ou indústria entenda a sua real necessidade para então instalar aquela que melhor atenda a sua demanda. “Cada granja tem suas particularidades, por exemplo, para determinado produtor climatizar o galpão é mais importante em virtude da região em que está instalada a granja, para outro talvez pesar automaticamente as aves seja a tecnologia que vai gerar mais benefícios, porque existe falta de mão de obra em sua região. Hoje as tecnologias mais adotadas são os sensores de ambientes para medição de temperatura e umidade, mas em algumas granjas também há sensores para medição de ração e balanças para pesagem”, relata Ana.

Visão computacional

A zootecnista adianta que uma tecnologia considerada promissora para a avicultura é a visão computacional, que usa imagens e sons para identificar e reconhecer o comportamento e a movimentação dos animais, o peso corporal, identificar aves mortas, indicar o estado de saúde do lote, conforto e bem-estar ou sinalizar desconforto e estresse das aves. “É uma tecnologia bastante promissora, que está chegando aos aviários brasileiros, já vemos muito para bovinos e suínos, mas pouco ainda para o frango. São tecnologias que estão chegando para aprimorar o que a gente já tem hoje”, considera Ana.

É preciso entender como a tecnologia funciona

Por outro lado, a profissional chama atenção para a capacitação dos executivos de negócios, que fazem a venda direta ao produtor, mas que, por vezes, não estão familiarizados com todos os benefícios que os equipamentos automáticos podem trazer à granja. “Muitas vezes chego em uma granja para instalar uma tecnologia que vem da indústria e o produtor é avesso, diz logo que não vai funcionar, porque simplesmente ele não vai usar, não vai ligar o sistema, por isso que é importante que os vendedores sejam capacitados para que possam mudar essa cultura que hoje tem no campo”, frisa Ana, ampliando: “É preciso mostrar como que aquela tecnologia vai ajudar, é preciso caminhar junto com o produtor para que ele entenda a tecnologia funcionando. Ainda estamos no início, porque ainda não focamos nas pessoas”, reconhece.

Sustentabilidade

Com as discussões das diretrizes da agenda ESG associadas aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável preconizados pela Organização das Nações Unidas, a indústria passou a desenvolver com mais afinco ações de sustentabilidade social, ambiental e de governança. No entanto, de acordo com Ana, o setor é falho na comunicação com o produtor, em transmitir a informação de forma transparente e de fácil entendimento.

Quando o produtor começa a fazer gestão de água, gestão de energia, melhora a conversão alimentar das aves, realiza a pesagem dos animais de forma automática e climatiza o galpão, por exemplo, está buscando através de soluções tecnológicas a sustentabilidade do seu negócio. “Ser sustentável é cuidar do meio em que você está inserido e essa mensagem é preciso trazer ao produtor com uma linguagem fácil. Se o produtor climatiza o galpão e escolhe um exaustor que vai oferecer um ambiente interno com o conforto térmico que as aves precisam para se desenvolveram e, com isso, vai ao mesmo tempo economizar energia, ele está sendo sustentável, está ajudando o meio ambiente, assim como quando o produtor coloca na granja sensores que medem o consumo de água dos animais, ele passa a fazer uma gestão melhor da água dentro da propriedade. É preciso trazer essa visão para o produtor, que essas ações fazem parte da sustentabilidade. A tecnologia traz bem-estar animal, bem-estar para o trabalhador, fomenta a segurança alimentar e a avicultura passa a ter maior visibilidade, uma vez que os consumidores estão mais atentos ao que está acontecendo no setor”, indica Ana.

Com o emprego cada vez maior de tecnologias e soluções digitais, o setor avícola, além de melhorar sua produtividade, passa a ser mais previsível, se antecipando a problemas. Ana destaca a importância de os elos da cadeia produtiva terem essa consciência. “A tecnologia está totalmente conectada às práticas sustentáveis. A transformação digital é uma jornada, temos que entender isso como um processo, precisamos ter essa conscientização de como usar e aplicar a tecnologia na nossa atividade, para que façamos essa transformação digital, mas para isso é preciso capacitar as pessoas para que elas possam vivenciar essa nova realidade”, ressalta.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital Avicultura – Corte & Postura.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Avicultura

Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
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Avicultura

Brasileiros são homenageados no Congresso Latino-Americano de Avicultura 2024 

Presidente do Conselho Consultivo da ABPA, Francisco Turra, foi incluído no Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana junto com José Carlos Garrote, presidente do Conselho da São Salvador Alimentos, e Mário Sérgio Assayag Júnior, veterinário especialista em prevenção da Influenza aviária.

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Foto: Divulgação

O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e uma das figuras mais importantes da história da avicultura brasileira, entrou na última sexta-feira (15) para o Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana.

A nomeação aconteceu durante o Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM), realizado entre 12 e 15 de novembro, em Punta del Este, no Uruguai. Outros dois nomes foram destacados na cerimônia por indicação da ABPA: José Carlos Garrote, que recebeu homenagem especial como empresário líder no Brasil, e Mário Sérgio Assayag Júnior como técnico destacado.

Garrote é presidente do Conselho da São Salvador Alimentos (SSA), uma das maiores indústrias de alimentação do Brasil, e membro do Conselho de Administração da ABPA. Assayag Júnior é veterinário e membro do grupo técnico de prevenção e monitoramento da Influenza aviária. “A homenagem aos três neste congresso de relevância internacional, mostra a importância e a contribuição da avicultura brasileira para o desenvolvimento mundial do setor”, disse Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Fonte: Assessoria
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