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Retenção de talentos é desafio central da suinocultura

Rotatividade elevada e escassez de mão de obra tecnificada no setor exigem um novo olhar para a gestão de pessoas. Especialistas no 17º SBSS destacam a importância de liderança, comunicação e cultura de cuidado para atrair, engajar e manter profissionais qualificados no campo.

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Fotos: Suellen Santin/MB Comunicação

A suinocultura tem na retenção de talentos um dos seus principais desafios hoje. A carência de mão de obra qualificada, além da falta de interesse dos jovens pelo trabalho no campo, torna a contratação e a manutenção de profissionais um obstáculo presente em toda a cadeia produtiva. O 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS) trouxe para a programação científica desta quarta-feira (13), quatro especialistas para debater sobre o assunto no painel “Gestão de Pessoas”.

Palestrante Erno Menzel pontuou os principais desafios enfrentados pelo setor na contratação e retenção: “Quando a gente se dedica a entender quais são as necessidades das pessoas, o que seria atrativo para manter elas na atividade”

Escassez da mão de obra, baixa qualificação técnica, alta rotatividade, falta de engajamento, desinteresse das novas gerações e estigma negativo do trabalho no campo foram apontados pelo palestrante Erno Menzel como os principais desafios enfrentados na retenção de talentos. O consultor ressaltou que a resposta para enfrentar essas questões não é simples e exige uma profunda reflexão sobre como lidar com as mudanças no ser humano.

“Nas últimas décadas, houve muita evolução tecnológica na estrutura das granjas, na genética, na nutrição, e o produtor, assim como o profissional técnico, se preparou para lidar com tudo isso. Mas será que nós nos preparamos da mesma forma para conhecermos as pessoas, entendermos principalmente o que as novas gerações pensam? O que almejam? Quais são suas necessidades e desejos? “, questionou.

Na avaliação de Menzel, o investimento na valorização das pessoas é estratégico para vencer essa barreira na retenção de mão de obra. “Quando a gente se dedica a entender quais são as necessidades das pessoas, o que seria atrativo para manter elas na atividade, vamos ter condições de sermos mais assertivos em recrutar e reter esses talentos”.

Cultura de cuidado

Para o psicólogo Eduardo Basso, criar um ambiente de trabalho agradável, de escuta, voltado ao cuidado e à saúde psicológica são fatores importantes para tornar esse emprego mais atrativo. A forma como as lideranças gerenciam as pessoas também tem um papel crucial para a retenção.

“Nós percebemos hoje no mercado que as empresas que têm um bom nível de retenção possuem um gestor que é muito próximo das pessoas. É um líder que tem uma base de acolhimento, que é aberto para conversas, para feedbacks, tanto em relação a pontos a serem melhorados, como em relação àquilo que a pessoa vem fazendo bem feito. A cultura de cuidado dentro da empresa é essencial”.

Outro ponto relevante, segundo Basso, é criar programas de desenvolvimento, de capacitação e, sobretudo, reconhecer o trabalho de cada um. “Um dos principais motivos que causa desmotivação é a falta de reconhecimento, seja nas relações pessoais ou nos ambientes corporativos. Por isso, vamos incentivar líderes, gestores e empresas a reconhecer as pessoas, para que se sintam percebidas e prestigiadas.  Quanto mais houver harmonia na relação entre empresa e empregado, maior será a tendência das pessoas permanecerem”.

Comunicação eficiente

Economista Ale Weimer pontuou que a comunicação eficiente é ponto chave para reter talentos: “O principal desafio é mostrar às pessoas que compete a nós essa mudança.”

O economista especialista em agroindústria, Ale Weimer, salientou a comunicação eficiente como ponto chave na retenção de talentos. Ganhar consciência sobre como cada geração pensa, o que leva as pessoas a tomarem decisões, como trabalham, o que as motiva são fatores imprescindíveis para vencer esse desafio nas contratações.

Nesse processo, as lideranças precisam ter uma escuta ativa. “O principal desafio é mostrar às pessoas que compete a nós essa mudança. Precisa haver uma mudança cultural, ouvir mais, observar as coisas de uma maneira diferente, entender a perspectiva do outro para tomar decisões. Tudo isso vai refletir nas contratações e na retenção”.

Weimer também acredita que o setor precisa estar presente em espaços de ensino, como universidades e escolas, para mostrar as oportunidades do setor e conquistar desde cedo o interesse das novas gerações. “Se nós quisermos ter pessoas que somem ao nosso negócio, precisamos plantar uma semente agora, para que daqui a alguns anos, quando esses alunos se tornarem profissionais, cheguem até nós porque querem fazer parte da nossa equipe”, salientou.

Gestão coerente

O médico veterinário responsável pela Superintendência Pecuária na Copagril, Andrei Dietrich, finalizou os debates do painel com um estudo de caso da cooperativa e compartilhou quais estratégias foram usadas para manter a equipe e alcançar uma baixa rotatividade. A postura do líder teve um papel central nessa abordagem.

O médico veterinário Andrei Dietrich apresentou um estudo de caso da Copagril e compartilhou experiências de gestão da cooperativa:”O líder tem influência sobre tudo e se ele não adotar algumas práticas a equipe não vai motivar, não vai trazer resultado” – Foto: Andressa Kroth/UQ Eventos

De acordo com Dietrich, grande parte das soluções podem já estar na equipe. Um líder que fortaleça a autonomia e a escuta vai chegar nesses resultados com mais facilidade. “O líder tem influência sobre tudo e se ele não adotar algumas práticas a equipe não vai motivar, não vai trazer resultado. A equipe também precisa compreender o porquê de estar exercendo cada tarefa, principalmente as novas gerações. Ao entender como a execução do seu trabalho afeta toda uma cadeia, se cria um comprometimento maior com o resultado”.

O mais importante, segundo o gestor, é ter uma postura coerente na gestão. “A coerência antecede a confiança. Eu não posso falar algo, se não colocar isso em prática. Além de reconhecer, valorizar os profissionais, se colocar no lugar deles e criar oportunidades. Se a equipe confiar no líder, o resultado vem”, pontuou.

Programação

Painel Nutrição

Palestrante: Luiz Felipe Caron

17h – Preparando o leitão para os desafios sanitários: microbiota, biorremediação, treinamento do sistema imune, o que realmente faz sentido?

Palestrante: Álvaro Menin

18h– Eventos paralelos

19h30 – Happy Hour na PIG FAIR

Quinta-feira (14)

Painel Desafios Virais e suas ameaças

08h – A Influenza aviária chegou ao sistema de produção: que risco corre a suinocultura?

Palestrante: Janice Reis Ciacci Zanella

08h45 – Programa de controle da PSC e PSA no Brasil: visão geral, impacto das ações e riscos para a nossa suinocultura

Palestrante:  Lia Treptow Coswig

09h45 – Coffee Break

Painel Sanidade

10h10 – Saúde respiratória de leitões após o desmame: compreendendo os patógenos endêmicos

Palestrante: Maria Jose Clavijo Michelangeli

10h55 – Desafio por Mycoplasma hyopneumoniae: nossos protocolos vacinais atendem o desafio? Uma terceira dose de vacina seria a solução?

Palestrante: Luis Guilherme de Oliveira

12h – Sorteio de brindes e encerramento

Fonte: Assessoria Nucleovet

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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