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Suínos / Peixes

Resultado de um lote inicia no intervalo, afirma Ricardo Rauber

É neste período que o produtor tem a oportunidade de reduzir muito a pressão de infecção na granja, o que favorece o desempenho sanitário do próximo lote alojado nas instalações.

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Foto: Arquivo/OP Rural

“O resultado de um lote não inicia com o alojamento dele na granja, mas sim durante o intervalo que o antecede”. Essa é com certeza uma expressiva observação do especialista Ricardo Hummes Rauber, e ele explica que é neste período que o produtor tem a oportunidade de reduzir muito a pressão de infecção na granja, o que favorece o desempenho sanitário do próximo lote alojado nas instalações.

Ricardo Hummes Rauber, médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal: “O processo de limpeza e desinfecção tem papel fundamental na manutenção do status sanitário da produção animal” – Foto: Arquivo pessoal

Ricardo foi um dos palestrantes da PorkExpo 2022, realizada nos dias 26 e 27 de outubro, em Foz do Iguaçu (PR). Ele trata do assunto limpeza e desinfecção no contexto da biosseguridade, e quando chama a atenção para os critérios que demandam mais atenção, aborda que o principal ponto neste aspecto diz respeito ao tempo disponível para a execução de todas as etapas previstas em um protocolo de limpeza e desinfecção. “O período de intervalo entre lotes, na maioria dos casos, é definido com base na demanda produtiva e não no protocolo de limpeza e desinfecção”, alerta.

“Costumo comparar muito a suinocultura com a avicultura. Temos muitas oportunidades em termos de biosseguridade na avicultura, mas é fato que este setor produtivo está mais avançado do que a suinocultura. Faço isto, não com a intenção de desmerecer qualquer trabalho que vem sendo realizado na suinocultura, mas para ilustrar que temos experiências com erros e acertos logo ao lado e podemos utilizar na suinocultura boa parte dos aprendizados da avicultura e fazermos melhor na suinocultura”, aponta Ricardo, médico veterinário, mestre, doutor e pós-doutor, que atua há 18 anos na área de saúde animal.

Palestra

Na apresentação, Ricardo apresenta aos participantes a temática sobre biosseguridade e como ele explica, um programa adequado engloba diversos pontos, incluindo conceitos, procedimentos e estrutura. “O processo de limpeza e desinfecção é um destes pontos e tem papel fundamental na manutenção do status sanitário da produção animal. Neste processo, um procedimento bem desenhado, descrito e aplicado é chave para o sucesso. Etapas como a retirada de matéria orgânica, aplicação do detergente, enxágue e aplicação do desinfetante são extremamente importantes de serem observadas”, descreve ao chamar a atenção para a escolha de produtos detergentes e desinfetantes adequados à condição de cada granja.

Ricardo trabalha diretamente na linha saúde animal e sua trajetória é composta por um por um hall de experiências e conhecimento de campo. Por conhecer a produção nacional e também internacional, explica que os principais estados de produção de suínos já têm uma legislação local que trata de biosseguridade, mas reforça que uma harmonização nacional destas legislações é algo que o setor poderia buscar junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Apesar de não termos no Brasil casos das doenças mais importantes e impactantes da suinocultura, como ocorre em diversos outros países, temos outras enfermidades endêmicas no nosso plantel que, se não forem bem manejadas do ponto de vista de biosseguridade, podem trazer impactos econômicos substanciais para a cadeia produtiva”.

Ele reforça que vacinação, monitoramento, medicação e plano de contingência são alguns dos componentes de um programa de biosseguridade, junto com limpeza e desinfecção. “Pelo fato de atuar como um ponto de corte sanitário entre lotes consecutivos muito efetivo devemos voltar parte importante da nossa atenção para os protocolos de limpeza e desinfecção”, alerta e complementa: “do ponto de vista de uma empresa ou grupo de granjas, um protocolo de limpeza e desinfecção deve ser tão geral quanto a diversidade de instalações que existem nesta empresa, mas deve ser personalizado para cada granja, considerando as particularidades estruturais, tamanho da granja, tipo de mão de obra que irá executar o protocolo, entre outros itens”, ao comentar da diversidade de modelos e estruturas produtivas na cadeia de suínos nacional.

O médico-veterinário ainda complementa que a nível nacional, a cadeia de produção de suínos conta com muitas ferramentas e é efetiva no diagnóstico dos problemas sanitários. “Além disso, as ferramentas de controle, especialmente as vacinas, também nos atendem muito bem. No entanto, temos dificuldades no que tange à monitoria das doenças. Ferramentas como sorologia, necropsias com coleta periódica de material para identificação de agentes infeciosos e histopatologia são subutilizados no que diz respeito ao monitoramento da saúde dos nossos plantéis”. Em relação a estas ferramentas ele as vê como uma oportunidade de a suinocultura brasileira ser mais efetiva na prevenção de doenças ou mesmo, caso haja algum desafio sanitário, de atuação no controle precoce de alguma enfermidade.

Consumidor

A produção brasileira busca reforço em seus status sanitário e projeta novos mercados internacionais, além do intensivo trabalho de fomento do consumo interno. Todo esforço bem-vindo para que o mercado de carne suína ganhe mais espaço e mais competitividade. Mas todo esse movimento também é acompanhado com atenção por um cliente cada vez mais exigente à qualidade e os efeitos atrelados. “Creio que o consumidor não está interessado diretamente nos protocolos de limpeza e desinfecção das granjas, mas na qualidade do produto que está consumindo. Sob este aspecto, estes protocolos são, sim, relevantes, mesmo que indiretamente, para o consumidor, e devemos estar atentos aos benefícios que um protocolo bem desenhado, implantado e executado pode nos entregar”, completa o especialista ao reforçar os protocolos como elemento fundamental no resultado final.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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