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Resposta imunológica de novilhas Nelore é maior em sistemas ILPF

Uma série de pesquisas comprovou vantagens importantes na criação de novilhas em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, entre eles maior ganho de peso, maior precocidade sexual e melhor resposta imunológica.

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Resultados da pesquisa mostram que novilhas que pastejam em sistemas sombreados apresentam menor contaminação do que aquelas em pastagem com menor carga de parasitas

A resposta imunológica de novilhas Nelore em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) a um antígeno foi maior do que a resposta de animais em pastagem solteira. O resultado obtido em pesquisa realizada na Embrapa Agrossilvipastoril (MT) ajuda a entender a dinâmica de verminoses no rebanho em diferentes sistemas produtivos. Além disso, pode ser extrapolado para outras doenças e parasitoses.

O trabalho, feito em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e a Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), fecha um ciclo de pesquisas sobre a sanidade animal relacionada aos nematoides. Além disso, abre novas perspectivas sobre o manejo do rebanho nas propriedades rurais.

“A fazenda pode ter módulos diferentes, para categorias de animais. Se não for de interesse arborizar a fazenda toda, que tenha uma área com árvores onde  pode-se deixar os animais mais jovens”, afirma o pesquisador Luciano Lopes, da Embrapa.

Resultados anteriores obtidos no mesmo experimento já demonstraram que novilhas Nelore em sistemas ILPF ganham mais peso e possuem maior precocidade sexual. “Na parte reprodutiva, vimos que há diferença entre os sistemas. Então é um ganho triplo. O ganho de peso por si só, o ganho de peso influenciando a precocidade sexual e, paralelamente, a melhor resposta imunológica. Para as novilhas, principalmente, seria bem interessante usar sistema ILPF”, avalia o pesquisador.

Benefícios de novilhas em ILPF

Manejo sanitário contra verminose não deve ser diferente em sistema silvipastoril – Fotos: Gabriel Faria

Uma série de pesquisas comprovou vantagens importantes na criação de novilhas em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, entre eles maior ganho de peso, maior precocidade sexual e melhor resposta imunológica.

O estudo mostrou que embora haja mais larvas de nematoides na fase de vida livre nos sistemas silvipastoris, as novilhas nesses locais apresentaram menor infestação de parasitos. Além disso, foi constatado que, quando se avalia a ocorrência de verminoses ao longo do ano, a alta ou baixa na incidência ocorre sem diferença significativa provocada pelo sistema produtivo. Dessa forma, animais criados em pasto a pleno sol ou em sistemas sombreados com árvores não precisam receber protocolos diferentes de vermifugação.

Caminho da pesquisa
O resultado obtido sobre a resposta imune do gado foi a última etapa de um trabalho que teve início analisando a ocorrência de nematoides (vermes) em pasto solteiro e em integração pecuária-floresta. A primeira constatação foi que a melhoria do microclima causada pela sombra das árvores favorecia a ocorrência de larvas de nematoides em fase de vida livre na pastagem.

Porém, ao contrário do esperado, as novilhas que pastejavam em sistemas sombreados apresentaram menor contaminação do que aquelas que estavam em pastagem com menor carga de parasitas. Essa comprovação foi feita por meio da contagem de ovos dos nematoides presentes nas fezes dos animais.

De acordo com Lopes, duas hipóteses foram cogitadas para explicação. A primeira era que a sombra também favorecia a ocorrência de coleópteros, como o besouro rola-bosta, que predam as larvas nas fezes depositadas no chão, impedindo a contaminação de um hospedeiro. A segunda está relacionada à resposta imune dos animais. A primeira hipótese foi refutada em pesquisas feitas no mesmo experimento da Embrapa Agrossilvipastoril, no qual não foi encontrada diferença na ocorrência de coleópteros nos sistemas.

“Como as pastagens foram bem manejadas, tivemos maior carga de suporte de bovinos no pasto solteiro e maior quantidade de fezes. Isso favoreceu a ocorrência de coleópteros nesses locais. Além disso, a própria pastagem bem manejada já faz uma proteção, gerando melhor ambiência para os insetos. Assim, vimos que a abundância de comida tem maior impacto que a questão ambiental na população de coleópteros”, explica o pesquisador.

Melhor resposta imunológica explica infecções mais brandas em animais em sistemas silvipastoris

Para avaliar a hipótese da resposta imune, parte das novilhas em três tratamentos diferentes (pasto solteiro, IPF com linhas simples de eucalipto e IPF com linhas triplas de eucalipto) foi desafiada por meio de uma vacina contra carrapatos. O objetivo era verificar a resposta imunológica aos antígenos entre os grupos de animais em diferentes sistemas e compará-los com as novilhas que não receberam o imunizante.

Por meio de exame de sangue, verificou-se que a vacina teve efeito na proliferação de células de defesa e que as novilhas, nos dois sistemas com árvores, tiveram uma resposta celular mais eficaz, com maior proliferação de linfócitos, do que aquelas em pastagem sem sombra.

“Linfócitos são células de defesa que produzirão anticorpos específicos para combater o antígeno. No caso de parasitose, a resposta celular é mais importante. Por isso, a gente olhou a proliferação dos linfócitos após a inoculação do antígeno por meio da vacina”, conta Lopes.

De acordo com o pesquisador, a melhor resposta imune é o que explica a menor infestação de parasitos nas novilhas que pastejam no sistema silvipastoril.

Verminoses

As verminoses são responsáveis por grandes perdas na pecuária de corte, seja pela perda de peso ou pelo atraso no período reprodutivo. Dessa forma, o entendimento do ciclo dos parasitos em diferentes sistemas e das estratégias de controle são importantes informações para auxiliar o pecuarista.

Nas pesquisas realizadas na Embrapa Agrossilvipastoril, observou-se que os bovinos estão mais vulneráveis às parasitoses do 6º ao 18º mês de vida. Após os 18 meses, o sistema imunológico já está mais bem desenvolvido e o animal, embora apresente o parasita, sofre danos menores.

Aumento de linfócitos após inoculação de antígeno foi maior nas novilhas que estavam em sistemas silvipastoris

Outra comprovação foi a de que há variância ao longo do ano na carga parasitária dos animais, com maior incidência nos meses de fevereiro e março, fase final do período chuvoso, e em setembro, no fim da seca. Tal variação foi observada com o mesmo comportamento em todos os sistemas produtivos. Essa constatação reforça a recomendação de se fazer o controle estratégico, com vermifugação somentenos meses 5, 7 e 9, e não em todas as operações de manejo do rebanho no curral.

“O pecuarista deve manter o controle estratégico, pois este é eficiente para manter o rebanho protegido. Assim ele evita vermifugações desnecessárias, reduz custos e atraso no processo de criação de resistência dos vermes ao princípio ativo usado no combate”, recomenda Lopes.

Pela estratégia de controle, as vermifugações dos meses 5 e 7 ajudam a reduzir a parasitose, cujo pico se dá no fim das águas. Já a do mês 9 tem a função de diminuir a carga para o início das águas, fazendo com que a população do nematoide vá sendo reduzida ao longo do tempo.

Publicação científica
O resultado desta pesquisa está no artigo “Influence of silvopastoral systems on gastrointestinal nematode infection and immune response of Nellore heifers under tropical conditions” (Influência dos sistemas silvipastoris na infecção de nematoides gastrointestinais e resposta imune de novilhas Nelore em condições tropicais). O trabalho acaba de ser publicado pela revista Veterinary Parasitology.

Além de Luciano Lopes (Embrapa Agrossilvipastoril), assinam a publicação Sheila Kamchen (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT), Fagner Gomes (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Esalq-USP), Ulisses Natividade (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), Luisa Magalhães (UFMG), Angelita Pimenta (UFMG) e Ricardo Araujo (UFMG).

Fonte: Embrapa Agrossilvipastoril

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira

Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

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A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel

Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.

Exemplo

O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.

Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.

A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.

 

Fonte: Assessoria Coopavel
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro

Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

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A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.

Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol

Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.

Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.

Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.

Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.

A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.

Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”

Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.

“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.

Atrações

Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.

“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.

Critérios de avaliação

Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.

Fonte: Assessoria Copacol
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais

Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

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A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.

Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .

Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .

Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .

A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .

Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Fonte: O Presente Rural
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