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Resíduos da avicultura viram matéria-prima de fertilizantes

Pesquisa resultou no aproveitamento de resíduos da indústria avícola no processo de formulação de novos fertilizantes organominerais

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Juscimar Silva

Uma parceria entre a Embrapa Hortaliças (DF) e a empresa LJIL Incubadora resultou no aproveitamento de resíduos da indústria avícola, gerados em incubatório, no processo de formulação de novos fertilizantes organominerais (FOM). Após três anos de pesquisa, os cientistas desenvolveram e testaram duas formulações bioenriquecidas com os resíduos de incubatório: uma à base de fosfato de rocha, recomendada para a produção orgânica, e outra contendo adubo solúvel, para cultivos em sistemas convencionais. O desenvolvimento das formulações foi ajustado para a adubação de hortaliças.

“O potencial dos resíduos da indústria avícola para uso na agricultura é bem grande, em função dos nutrientes contidos, em especial o cálcio e o fósforo da casca dos ovos, bem como da presença de aminoácidos na clara”, anota o pesquisador Juscimar da Silva, da área de Solos e Nutrição de Plantas da Embrapa Hortaliças. Ele ressalta que toda a riqueza da composição química dos resíduos, que estava subutilizada, foi reunida em um só produto para fertilizar o solo.

Eficiência no suprimento de fósforo

Os ensaios agronômicos foram realizados em casas de vegetação com culturas de alface e tomate, com resultados bastante promissores. “A eficiência dos fertilizantes organominerais, ao fornecer fósforo às culturas, foi similar à de outras fontes comerciais”, destaca o pesquisador. Outro ponto positivo verificado, segundo ele, foi o efeito residual da adubação, ou seja, em cultivos sucessivos o fertilizante forneceu fósforo para o tomateiro sem a necessidade de reaplicação.

Pesquisas e experimentos com produção de fertilizantes não são novidades na Embrapa Hortaliças (ver Hortbio, um adubo orgânico líquido). “Porém, nesse trabalho, a tecnologia como um todo é inovadora, com o uso do resíduo de incubatório como fertilizante. Além disso, há um processamento diferenciado e, pela primeira vez, usamos um microrganismo (nesse caso, uma levedura) para gerar um produto enriquecido biologicamente, junto com a mistura de outras matérias-primas.” Esse microrganismo exsuda como produto final de seu metabolismo auxinas e ácido cítrico, componentes importantes para o crescimento vegetal e solubilidade de fosfatos, respectivamente.

Aproveitamento de resíduos sólidos

Para Juscimar da Silva, esse tipo de pesquisa representa uma importante contribuição às práticas utilizadas na destinação e no tratamento adequado de resíduos previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos – lei nº 12.305, de agosto de 2010.

Tendo em vista que o cumprimento da lei exige novas dinâmicas das empresas cujo ramo de atividade implica geração de resíduos de animais, a questão da correta destinação ainda necessita de soluções permanentes. Por outro lado, no segmento dos horticultores, bem como nas outras cadeias agrícolas em geral, existe a demanda por fontes alternativas de fertilizantes com alto valor de nutrientes para uso nos sistemas de cultivo convencional ou orgânico. Logo, os fertilizantes obtidos a partir dos resíduos gerados pela incubadora contemplam as duas vertentes: sustentabilidade e desenvolvimento de um produto tecnológico, com finalidade de nutrição vegetal.

O diretor comercial da LJIL Incubadora, Linthon Vinícius Campos, conta que a empresa recebe cerca de quatro milhões de ovos por mês, que são colocados nas incubadoras e depois nos nascedouros, onde nascem os pintinhos. O processo gera um volume enorme de resíduos desde cascas de ovos a ovos não eclodidos (quando não há o processo natural de abertura).

“Antigamente, os resíduos eram triturados e jogados no lixão. Com a vigência da lei, em 2010 essa prática foi proibida, mas mesmo antes da proibição existia a preocupação sobre o que fazer com a quantidade de resíduos gerada, que girava em torno de quatro a cinco toneladas por dia”, lembra Campos. Na época, a empresa começou a fazer testes para compostagem, mas os resultados eram limitados, principalmente porque boa parte do resíduo – cerca de 40% – era formada por líquidos (clara e gema provenientes de ovos não fecundados) e, por isso, não dava para ser triturada.

Menor dependência de importações

Os fertilizantes organominerais gerados a partir de resíduos também têm potencial de reduzir a dependência da importação de fertilizantes. De acordo com Silva, dificilmente um produto desse tipo poderia reunir em sua formulação grandes quantidades dos macronutrientes nitrogênio, fósforo e potássio, devido à elevação dos custos. Por isso, foi escolhido o fósforo, considerado o nutriente mais limitante para a agricultura nacional.

“Como nossos solos apresentam alta adsorção (retenção) de fosfatos (forma química que se encontra o fósforo no solo), a associação dele com a matriz orgânica (por isso, é chamado organomineral) limita esse fenômeno de retenção, deixando-o mais disponível para a planta. Isso já não acontece com o grão puro dos fertilizantes solúveis convencionais, cuja chance de o fosfato ser adsorvido ao solo é muito maior”, explica.

Aprovado para alface e tomate

A tecnologia de produção e os fertilizantes estão prontos, testados e aprovados nas condições dos campos experimentais da Embrapa para alface e tomate. Na fase atual, um novo contrato já está sendo elaborado com o objetivo de realizar ajustes para escalonamento da tecnologia de fabricação para aumentar a eficiência da produção do fertilizante.

As novas etapas da parceria envolvem também a validação das formulações para verificar o desempenho em ambiente operacional, ou seja, em lavouras comerciais, bem como o desenvolvimento de novos materiais e formulações.

“A parceria seguirá, porque a ideia é produzir um volume maior e solicitar que parceiros da cadeia de valor de hortaliças façam o teste do fertilizante em uma parcela da área para uma avaliação comparativa”, antecipa o pesquisador.

Fonte: Embrapa Hortaliças

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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