Avicultura
Reovírus: o inimigo que abala a agroindústria avícola
Classificado como um vírus entérico de infecções persistentes, é altamente resistente no ambiente.

O Reovírus tem se destacado como uma preocupação central para a agroindústria, especialmente no que diz respeito às condenações parciais que afetam a cadeia produtiva. Este tema foi amplamente debatido durante o 15º Encontro Mercolab de Avicultura, realizado no dia 10 de setembro em Cascavel, no Oeste do Paraná. O médico-veterinário Jônatas Wolf, especialista em Avicultura e mestre em Zootecnia, destacou a relevância do Reovírus no cenário atual, apontando suas implicações na saúde das aves e os desafios para o setor.

Médico-veterinário, especialista em Avicultura e mestre em Zootecnia, Jônatas Wolf: “Dados indicam que apenas 3% da transmissão ocorre de forma vertical, o que reforça a importância de focar os esforços na redução da contaminação horizontal” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
Entre os principais problemas enfrentados pela agroindústria estão as bolhas hemorrágicas, lesões visíveis na articulação tíbio-tarsal das aves. Essas alterações, que variam de cor vermelha-rubro a arroxeada ou esverdeada, são resultados de derrames sanguíneos causados por alterações vasculares, sem lesões ou comprometimento estrutural. Embora a integridade dos ossos, os tendões e a fisiologia sejam preservados, o dano impacta visualmente o produto, sendo um fator de condenação parcial ou total. “Embora a lesão seja asséptica e não comprometa a estrutura articular ou óssea da ave, a alteração morfológica da perna resulta em condenações parciais que, no acumulado de 2023, variaram entre os estados brasileiros”, frisou. “Condenações parciais por artrite superaram 3% em dezembro do ano passado, com destaque para Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. Bahia e Rio Grande do Sul, por sua vez, registraram condenações totais superiores à média nacional de 0,07%”, expôs o profissional.
O Reovírus, classificado como um vírus entérico de infecções persistentes, é altamente resistente no ambiente. Sua capacidade de permanência por até 10 dias em penas, ração e ovos, além de resistir até 10 semanas na água, o torna um desafio contínuo. Sua transmissão se dá tanto de forma vertical, das matrizes para os pintinhos, quanto horizontal, através do contato ave a ave, com a via fecal-oral sendo determinante nesse processo.
Wolf enfatizou que um dos principais esforços da agroindústria tem sido a implementação de soluções sanitárias mais rigorosas, a fim de reduzir a pressão de infecção nas unidades de produção.
Patogenia e virulência
Outro ponto destacado pelo médico-veterinário foi a patogenia e virulência do Reovírus, abordando sua influência sobre a saúde das aves.

De acordo com dados apresentados por Wolf, entre 85% e 90% dos Reovírus não são patogênicos, ou seja, não causam doenças clinicamente relevantes nas aves. No entanto, uma pequena parcela de Reovírus patogênicos está diretamente relacionada a uma série de manifestações clínicas e lesões que afetam diretamente a produção avícola.
As formas clássicas da doença causada pelo Reovírus incluem artrite, tenossinovite, síndrome de nanismo e raquitismo, hepatite, miocardite com hidropericárdio, osteoporose, síndrome de má absorção, imunossupressão, além de doenças respiratórias e entéricas. “Nas formas clínicas típicas, as lesões mais comuns envolvem a articulação tarsometatarsal, aumento dos tendões flexores e focos necróticos no coração, baço e fígado, o que compromete a saúde das aves e pode levar a condenações parciais ou totais no abate”, menciona.
Wolf explicou detalhadamente a fisiopatologia do Reovírus nas aves, apontando o impacto da artrite causada por esse agente. “O Reovírus, na sua patogênese, provoca lesões que afetam a locomoção das aves. O aumento do edema nas pernas, somado ao cisalhamento das fibras tendinosas, causa o extravasamento de conteúdo, com infiltração de células neurositárias e linfocitárias, fazendo a ave perder a capacidade de locomoção”, detalhou Wolf.
O especialista também destacou que as lesões clássicas de uma ave com as pernas abertas ou com os dedos enrijecidos não são a causa mais comum de condenações. “As lesões que frequentemente levam à notificação no abate são de natureza vesicular, inclusive, a identificação dessas lesões no campo é muitas vezes difícil, devido à sua progressão limitada à morfologia externa, sem comprometimento articular mais profundo”, expõe.
O desafio para a agroindústria reside na detecção precoce e não controlar essas lesões, minimizando os prejuízos econômicos decorrentes das condenações. Ao mesmo tempo, a importância de compreender a fisiopatologia e os mecanismos de ação do Reovírus abre oportunidades para o desenvolvimento de novas estratégias de controle e manejo sanitário, além da implementação de medidas preventivas mais eficazes.
O cenário atual reforça a necessidade de uma abordagem integrada, com foco na redução da pressão de infecção através de intervalos sanitários mais rigorosos e controle de transmissão vertical e horizontal. A busca por soluções mais eficientes, aliadas à conscientização sobre a complexidade do Reovírus, é um passo crucial para mitigar os impactos econômicos e sanitários que essa doença impõe ao setor avícola.
Vacinas autógenas
O diagnóstico do Reovírus em aves é determinante para identificar e controlar surtos que causam prejuízos expressivos à indústria avícola. Em casos suspeitos, a avaliação clínica é seguida pela realização do RT-qPCR, que identifica o vírus. Wolf explica que se o valor de Cq obtido for superior a 30 é realizado uma passagem do vírus em ovo embrionado para aumentar sua propagação. “Esse isolado é, então, utilizado na produção de vacinas autógenas e contribui para a construção da árvore filogenética dos vírus identificados”, ressaltou.
Impacto do Reovírus
A artrite, uma das manifestações clínicas mais comuns associadas ao Reovírus, está entre as três principais causas de condenações nas
agroindústrias. Entre 2008 e 2015, houve um aumento de 95% na incidência do vírus nos EUA, com predominância dos clusters II e V. No Brasil, os clusters I, II e V foram identificados, com ou sem associação à doença. Embora a confirmação entre o genótipo e a doença seja ainda inconclusiva, a presença desses clusters é um indicativo importante para o monitoramento.
Fatores predisponentes
A presença do Reovírus em regiões com alta densidade de aviários, como o Oeste do Paraná – uma das maiores regiões produtoras do Brasil – eleva os riscos de infecção. Outros fatores incluem uso excessivo de cama, falhas de biossegurança regionais, desinfecção deficiente e falhas no controle de temperatura (frio ou abafamento). “A qualidade dos pintos também influencia a gravidade do quadro, especialmente quando as matrizes são muito jovens ou velhas, ou quando há falhas na incubação. Além disso, dietas com alta densidade de nutrientes, deficiência marginal de vitaminas, presença de micotoxinas e infecções subclínicas por outros agentes agravam o problema”, salienta Wolf.
O Reovírus é envelopado, persistente no ambiente e resistente a desinfetantes. A Universidade da Califórnia realizou um estudo que demonstrou que a transmissão vertical/transovariana pode responder por cerca de 2 a 5% dos casos em frangos de corte, ou seja, o vírus representa entre 95 a 97% da pressão na cadeia produtiva. Por sua vez, a gestão da cama é um fator relevante para transmissão horizontal (via fecal/oral), visto que o vírus é capaz de sobreviver por longos períodos no ambiente. “Embora as perdas econômicas sejam expressivas, a performance zootécnica não é afetada, o grande impacto se dá no Brasil pelas condenas”, afirma Wolf.
Prevenção
A prevenção ao Reovírus requer um programa de biosseguridade abrangente, que inclua vacinação com vacinas comerciais e autógenas, formação de lotes de origem única, alojamento em microrregiões e uma série de medidas de manejo que visem a redução da pressão de infecção. Procedimentos como a correta gestão da cama, intervalos sanitários prolongados e programas diferenciados de infecção e higienização dos galpões são essenciais para controlar o vírus, considerado um agente primário neste processo.
Vacinação como ferramenta no controle do Reovírus
A vacinação contra o Reovírus em aves tem sido uma ferramenta fundamental na prevenção e controle da doença, especialmente para reduzir a transmissão vertical das matrizes para os frangos de corte. A imunização dessas matrizes não só diminui o risco de transmissão transovariana, mas também transfere anticorpos protetores para a progênie.
No Brasil, as vacinas disponíveis incluem as inativadas, que contêm diversas cepas e oferecem uma proteção ampla, além de vacinas vivas e modificadas. No entanto, o controle eficaz por meio de vacinas autógenas enfrenta ainda obstáculos. “A alta variabilidade gênica e a capacidade de mutação do Reovírus, associada à diversidade antigênica dos clusters, comprometem a eficácia das vacinas, dificultando uma proteção completa contra todas as cepas circulantes”, afirma o médico-veterinário, acrescentando: “A principal dificuldade é a resposta imune das aves jovens, que ainda não está completamente desenvolvida, o que pode limitar a eficácia das vacinas. A proteção a curto prazo é difícil de alcançar, e isso gera dúvidas sobre as soluções reais dessa prática”.
Outro ponto elencado pelo especialista é a produção de vacinas autônomas no Brasil, que ainda enfrenta barreiras regulatórias e
operacionais. A regulamentação atual recomenda que a revisão e a regulação das cepas utilizadas nas vacinas autógenas ocorram a cada 15 meses. No entanto, devido à dinâmica do vírus, esta revisão tem sido feita a cada seis meses. “Isolar o agente patogênico de forma correta por região é determinante para o sucesso do programa de vacinação. Porém, os números mostram que ainda não somos competentes nessa identificação”, explicou Wolf.
Experiências práticas e lições aprendidas
Até cinco anos atrás, o isolamento do Reovírus em aves era um grande desafio, mas os avanços nas práticas de isolamento reduziram de forma significativa essa dificuldade. Hoje, segundo Wolf, os melhores órgãos-alvo para identificar e isolar o vírus são o líquido articular e o tendão, permitindo diagnósticos mais precisos e rápidos.
Entretanto, o Reovírus apresenta uma grande complexidade em sua imunogenicidade, principalmente devido à sua variabilidade genética e à dificuldade de se customizar uma resposta imunológica adequada. O profissional expõe que enquanto outros programas de imunização em aves oferecem até 95% de proteção, estudos mostram que a imunidade contra o Reovírus alcança em média 38%, refletindo a natureza resistente do vírus, que é desprovida de envelope e se espalha principalmente via transmissão horizontal. “Dados indicam que apenas 3% da transmissão ocorre de forma vertical, o que reforça a importância de focar os esforços na redução da contaminação horizontal”, reforça Wolf.
Nesse sentido, práticas de manejo, como o trabalho adequado com a cama dos aviários, o prolongamento dos intervalos entre lotes e a diminuição da pressão nos aviários têm se mostrado fundamentais para reduzir a contaminação fecal-oral, uma das principais vias de transmissão do Reovírus.

Avanços e desafios na cadeia produtiva
Conforme Wolf, as discussões com as casas de genética também se intensificaram, abordando temas como a idade da matriz reprodutora e a possibilidade de ajustes nas configurações de incubação e hipóxia, com o objetivo de melhorar os resultados e reduzir as condenações. Além disso, aspectos relacionados ao ganho de peso diário (GPD), peso ao abate, resistência óssea, fragilidade vascular e condições de cama são apontados como possíveis fatores agravantes para o desenvolvimento do Reovírus.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de avicultura acesse a versão digital de avicultura de corte e postura, clique aqui. Boa leitura!Wolf enfatiza que é essencial continuar melhorando o manejo dentro dos aviários, com foco em evitar o abafamento e garantir a ventilação mínima adequada. “É necessário corrigir intervalos sanitários mais longos, sendo que 12 dias são considerados insuficientes. A recomendação é fermentar a cama por no mínimo oito dias ou trocá-la completamente, especialmente na fase inicial da criação (pinteiro). A desinfecção das instalações deve ser completa, com higienização úmida ao invés de seca, especialmente nos aviários positivos para o Reovírus. Além disso, a separação e o manejo deve ser feito por microrregiões, o transporte adequado das rações e a logística de carregamento entre regiões positivas e negativas para o vírus são passos importantes para evitar a propagação do vírus”, evidencia o profissional.
O emprego adequado da vacinação, em conjunto com esses cuidados de manejo e biosseguridade, é imprescindível para minimizar o impacto do Reovírus na avicultura e garantir uma produção mais segura e eficiente.
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Avicultura
Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango
Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock
Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.
O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.
Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.
O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.
Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

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Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

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Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.




