Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade e prevenção no processo reprodutivo

Na maioria das vezes, os problemas de ordem reprodutiva, como abortos, natimortos e infertilidade são os principais sintomas da existência da doença no rebanho

Publicado em

em

Artigo escrito por Bibiana Carneiro, médica veterinária e gerente Geral da Tecnovax Brasil

A ocorrência de mortalidade embrionária e abortos causam enormes prejuízos aos rebanhos bovinos, aumentando os intervalos entre partos nas vacas, a idade das primíparas ao primeiro parto, e, por consequência, diminuem direta e significativamente os índices de produtividade dos rebanhos.

Sabe-se que doenças infecciosas são responsáveis por cerca de 40 a 50% das causas de perdas de gestação, sendo que a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), a diarréia viral bovina (BVD) e a leptospirose são as mais conhecidadas.

Existem dois tipos de herpesvirús bovinos; tipos 1 e 5. A infecção pelo tipo 1 pode causar rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), abortos, vulvovaginite pustular infecciosa, balanopostite, conjuntivite e doença sistêmica do recém nascido. A infecção pelo tipo 5 é responsável por surtos de meningoencefalite.

Animais infectados com o Herpesvírus tornam-se portadores para o resto da vida, pois ambos os vírus podem estabelecer infecção latente nos gânglios nervosos sensoriais que pode ser reativada periodicamente. Essa reativação está associada ao estresse, como transporte, parto, desmame ou confinamento. Por isso, a vacinação de bezerras a partir dos 5 meses de idade pode reduzir muito o desafio ambiental das fazendas e melhorar significativamente os resultados preprodutivos do plantel.

A infecção nos touros possui caráter importantíssimo na disseminação da enfermidade através da cópula, com lesões no pênis e prepúcio, além do sêmen contaminado, os touros transmitem a cada monta o vírus às fêmeas sadias.

A infecção das fêmeas pelo víirus da DVB (diarreia viral bovina) pode causar infertilidade por interferência com a fertilização/implantação, mortalidade embrionária precoce ou tardia, mumificação fetal, abortos e nascimentos de bezerros fracos e inviáveis.

É importante salientar que a principal fonte de infecção são os animais PI, que são oriundos de fêmeas infectadas, durante os 40 e 120 dias de gestação, quando o sistema imune do feto ainda está reconhecendo seus próprios antígenos. Pela falha do sistema imune, a progênie reconhece a proteína viral como sendo própria, não atuando sobre ela para sua eliminação. Isso faz com que o PI seja portador e elimine o vírus continuamente durante sua vida, contaminando o ambiente e outros animais sadios.

A infecção leptospírica em bovinos recebe muita atenção devido à sua importância econômica devido a problemas associados com reprodução, lactação e riscos aos humanos. A infecção bovina pelos sorovares Hardjo, Pomona e Grippotyphosa geralmente resulta em infecção subclínica a qual, quando não tratada, pode levar à infecção crônica e perdas econômicas, como baixa taxa de crescimento, agalactia e aborto. O estado crônico resulta em uma eliminação continua de bactéria na urina e, consequentemente, disseminação aos animais não infectados e descendentes. Entretanto, quando o gado é infectado com outros sorovares, como o sorovar Wolf, uma infecção mais aguda e severa é gerada cujos  sintomas tipicamente incluem febre, anemia, hemoglobinúria e congestão pulmonar.

A leptospirúria, eliminação de leptospiras na urina, pode persistir por tempo variável de dez dias a 180 dias. A doença pode ser transmitida através de sêmen de touros via monta natural ou inseminação artificial. Na maioria das vezes, os problemas de ordem reprodutiva, como abortos, natimortos e infertilidade são os principais sintomas da existência da doença no rebanho. Pode ser ainda observado retenção de placenta. As vacas contaminadas também podem apresentar baixa taxa de concepção e elevada taxa de retorno ao cio.

Atribui-se à Brucelose uma queda de 15% nos nascimentos ou na sobrevivência dos bezerros, além de aumento de cerca de 30% na taxa de reposição dos animais, redução de 10% a 24% na produção leiteira e dilatação do intervalo entre partos de 11 para 20 meses. Os sinais clínicos predominantes em vacas gestantes são: o aborto ou o nascimento de animais mortos ou fracos. Geralmente o aborto ocorre na segunda metade da gestação, causando retenção de placenta, metrite e, ocasionalmente esterilidade permanente. Estima-se que a brucelose cause perdas de 20 a 25% na produção de leite devido aos abortos e aos problemas decorrentes da infertilidade.

Doenças menos conhecidas

Outras doenças menos conhecidas, como a  Campilobacteriose bovina e a Haemophilose (Histophilus somni), são enfermidades infecciosas, que acometem bovinos de todas as raças levando à infertilidade temporária e abortos ocasionais, sendo o  aparelho reprodutor considerado o nicho ecológico ou reservatório destas bactérias.

A Campilobacteriose é causada pelo Campylobacter foetus, subespécie foetus, e pelo Campylobacter foetus, subespécie venerealis biótipo intermedius onde a fêmea se infecta através da monta ou inseminação artificial com sêmen ou equipamentos contaminados.

Anteriormente denominado Haemophilus somnus, o Histophilus somni tem sido isolado de sistema reprodutor, tanto de machos como de fêmeas, sem evidências de lesões macroscópicas e, portanto, de animais considerados sadios.

Nos dois casos, o macho se contamina através da monta com vacas doentes ou pelo hábito de saltar em outros touros. A bactéria ao atingir a mucosa uterina causa inflamação, impedindo a fixação do zigoto, levando à morte do embrião e sua reabsorção, aumento dos intervalos entre cios e/ou repetição cios.

Touros mais velhos são mais suscetíveis à infecção. Novilhas e vacas sem contato prévio com o agente são mais suscetíveis devido à falta de imunidade. O touro não apresenta sinais clínicos que façam suspeitar da enfermidade, mantendo a libido e capacidade fecundante do sêmen, cujas características físicas e químicas não se alteram.

O Haemophilus somni é um importante patógeno que causa também problemas respiratórios, por isso, nesse caso, a transmissão por aerossóis também é importante. Os bezerros de vacas infectadas podem nascer fracos ou atrofiados e podem morrer logo após o nascimento.

A principal medida de controle é a vacinação de todas as idades, aliada a inseminação artificial com sêmen comprovadamente negativo. Se a opção for a monta natural, os touros devem passar por exames sanitários, alem do andrológico, pelo menos uma vez ao ano. Touros  e fêmeas infectados devem ser tratados ou descartados.

Como deve ser

O mais importante em tudo isso é manter um acompanhamento constante dos índices reprodutivos e também os zootécnicos da fazenda para avaliação constante. Muitos pecuaristas não registram, muito menos analisam seus dados zootécnicos, no entanto, é uma necessidade fundamental a qualquer propriedade, o conhecimento dos índices zootécnicos para que ela possa ser bem administrada.

Um dos índices mais simples é o IEP (Intervalo Entre Partos), que compreende o número de dias entre os partos. O intervalo entre partos abaixo de 13 meses já é considerado muito bom, porém o intervalo ideal é de 365 dias, ou seja, uma vaca deve produzir um bezerro por ano.

O Período de Serviço (PS) é o intervalo entre o parto e a próxima prenhez que deve ser entre 75 e 80 dias (a média brasileira é 120-150 dias). Para que a pecuária seja rentável, o número deve ser o menor possível.

A taxa de prenhez (TP) é calculada dividindo-se o número de fêmeas prenhes pelo número total de fêmeas adultas no programa reprodutivo da fazenda. Por exempo, se temos sete fêmeas prenhes de um total inicial de 100 vacas que entraram na estação de monta, isso significa que temos uma taxa de prenhez de 70%.

A TS é o número de fêmeas efetivamente inseminadas ou cobertas em relação ao número de fêmeas disponíveis para serem inseminadas ou cobertas. Ela também pode ser calculada considerando-se toda a Estação de Monta (EM).

A taxa de natalidade (TN) indica o número de bezerros nascidos em relação ao número de vacas coprovadamente prenhes do rebanho. Taxas de natalidade em torno de 82% são aceitáveis, porém a meta de uma fazenda tecnificada deve ser de 85 a 90%. A média nacional fica em torno de 50%.

O índice de serviço/concepção é a soma de serviços ou doses de sêmen no caso de protocolos de IATF, que a vaca apresenta antes de emprenhar. O número médio de doses de sêmen, ou de serviços, por concepção deve ser de 1,3 a 1,6, o que representa o percentual médio de 60% a 70% de concepção ao primeiro serviço.

Taxa de desmama (TD) é dada pelo porcentual de bezerros que chegaram à idade de desmama em relação ao total de bezerros nascidos em um ano. A taxa ideal é de 97,5%. No gerenciamento da atividade pecuária, é preciso levar em contas que uma baixa taxa de desmama indica baixa habilidade materna da vacada, ou manejo incorreto das crias desde o nascimento.

Com estes índices, o proprietário pode avaliar o desempenho da fazenda e desenvolver estratégias para maximizar a lucratividade da atividade, por exemplo, com o aumento da taxa de natalidade. A prevenção das doenças reprodutivas é uma das estratégias mais eficazes para aumentar estes índices reprodutivos.

Sabe-se que fazendas que nunca utilizaram vacinas reprodutivas, quando passam a utilizar, têm um aumento médio de 5% da taxa de natalidade. Imagina ter cinco bezerros a mais a cada 100 vacas prenhes.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Cultivar de trigo tropical da Embrapa tem rendimento 12% superior em anos secos

Para avaliar a tolerância do trigo à restrição hídrica, pesquisadores da Embrapa Trigo (RS) reuniram dados de desempenho das cultivares de trigo de sequeiro no Brasil Central nos últimos cinco anos

Publicado em

em

Lavoura de trigo BRS 404 em Planaltina (DF) - Foto: Jorge Chagas

Um estudo para avaliar a tolerância do trigo ao déficit hídrico mostrou que cultivar BRS 404 pode representar até sete sacos a mais nos anos de pouca chuva no Brasil Central. A pesquisa avaliou o rendimento de trigo tropical das principais cultivares de sequeiro disponíveis no mercado no período 2019-2023.

Para avaliar a tolerância do trigo à restrição hídrica, pesquisadores da Embrapa Trigo (RS) reuniram dados de desempenho das cultivares de trigo de sequeiro no Brasil Central nos últimos cinco anos. Em média, os rendimentos da cultivar BRS 404 foram 12,4% superiores quando comparados às demais cultivares em uso na região, o que pode representar até sete sacos a mais por hectare. A variação ficou entre 5% e 23% superior, considerando que a brusone foi limitação somente em 2019, enquanto nos demais anos o déficit hídrico foi o fator limitante. Nesses cinco anos, os ensaios variaram em função dos locais e com a inserção de novas cultivares que chegaram ao mercado durante o período. Veja na tabela abaixo:

Em 2022, em São Gonçalo do Sapucaí (MG), com apenas 97 mm de chuva da semeadura à colheita, o rendimento de grãos da BRS 404 foi 15,5% superior na comparação com outras sete cultivares. O pesquisador Vanoli Fronza explica que esse desempenho superior da cultivar ocorreu devido ao seu grande potencial de enchimento de grãos, mesmo em condições adversas, como seca e temperaturas mais elevadas. “Para explorar melhor os benefícios da BRS 404, a cultivar deve ser semeada no fechamento do plantio, quando reduz os riscos com brusone e pode se destacar em caso de limitação hídrica”, declara o cientista.

A região tropical conta com mais de 10 cultivares com sementes disponíveis no mercado para cultivo de trigo de sequeiro. No ensaio de cultivares da Coopa-DF de 2023, o destaque de produtividade foi para a cultivar BRS 404, que atingiu 71,9 sacos por hectare (sc/ha) com peso do hectolitro (PH) de 84, superando a segunda colocada que apresentou 68,5 sc/ha e PH 81. Entretanto, o diferencial das cultivares de trigo de sequeiro é ainda mais importante em anos de seca, quando a média de rendimentos não tem ultrapassado 40 sc/ha na região.

Avanço do trigo tropical

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) orienta para o cultivo do trigo em seis estados da região tropical: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia e São Paulo, mais o Distrito Federal. No período de 2018 a 2023, a área com trigo no Brasil Central cresceu 110,7%, enquanto a produção aumentou em 131,5%. Apesar do crescimento da cultura, as produtividades oscilaram bastante ao longo dos anos (veja o gráfico).

A explicação está na variabilidade das condições ambientais, especialmente relacionadas com a disponibilidade hídrica e excesso de calor. “A maioria das áreas indicadas para o cultivo do trigo no Cerrado estão em altitudes acima de 700 metros, onde as temperaturas costumam ser menores à noite. Já nas áreas de menor altitude, em geral, predominam solos mais arenosos, que possuem menor capacidade de armazenar água”, explica o agrometeorologista Gilberto Cunha. Segundo ele, o excesso de chuva explica a queda no rendimento em 2019, uma vez que o ambiente favoreceu epidemia de brusone, doença fúngica favorecida pela umidade e temperaturas elevadas. Por outro lado, a queda nos rendimentos, nas safras 2021 e 2022, foi causada pela redução nas chuvas e o aumento do calor, com temperaturas mínimas acima da média na região. “No Cerrado, não há relação direta entre calor e incidência de chuvas, já que existe um regime hídrico bem definido, como a época das águas – de outubro a março – e a seca no restante do ano. Contudo, o aumento das temperaturas mínimas favorece a maior evapotranspiração das plantas, que tendem a sofrer pelo déficit hídrico na falta de chuvas regulares”, detalha Cunha.

Resposta às mudanças climáticas

Estudos sobre mudanças climáticas indicam agravamento dos problemas relacionados com irregularidades na distribuição das chuvas e o aumento de estresse hídrico durante o ciclo das culturas, principalmente nas regiões do centro, norte e nordeste do País. Nesse cenário, um dos desafios para a expansão da triticultura tropical é o desenvolvimento de plantas com tolerância à restrição hídrica, que sejam capazes de fazer uso mais eficiente da água e que tenham melhor tolerância ao calor. Por ser um problema complexo, envolvendo interações solo-água-planta-ambiente, a seleção de plantas tolerantes à restrição hídrica é um constante desafio para os programas de melhoramento genético.

O desafio da seca é maior no trigo cultivado em sistema de sequeiro, ou trigo safrinha, que representa cerca de 80% da área de cultivo com trigo tropical. De acordo com o pesquisador Joaquim Soares Sobrinho, a região do Cerrado sofre frequentemente com veranicos, trazendo ondas de calor e seca que afetam o trigo em épocas críticas do desenvolvimento da planta, como no perfilhamento e no enchimento de grãos: “O maior impacto é verificado quando falta água no enchimento de grãos, resultando na diminuição do seu peso”, conta Soares.

Além do rendimento, em anos de estresse hídrico a qualidade do trigo também é impactada. “Em anos secos, especialmente nos cutivos de sequeiro, os grãos de trigo ficam enrugados, contendo maior teor de proteína do que em condições hídricas normais. A alteração na composição de proteínas pode resultar em farinhas de maior qualidade e melhor desempenho para produção de pães. Por outro lado, seca e altas temperaturas no momento do enchimento de grãos diminuem o teor de amido nos grãos de trigo”, avalia a pesquisadora Martha Miranda.

O ano de 2023 foi considerado um dos melhores para o trigo tropical. No cultivo de sequeiro, os rendimentos foram cerca de 50% superiores à média do ano anterior. “Além da boa disponibilidade hídrica, a distribuição das chuvas e as temperaturas mínimas mais amenas resultaram no alongamento do ciclo das cultivares, permitindo que a planta aproveitasse melhor os recursos disponíveis no ambiente e convertesse em rendimento de grãos”, relata Soares.

Evolução do melhoramento genético

Os trabalhos com a tropicalização do trigo tiveram início ainda na década de 1920 e foram intensificados nos anos 1980, confirmando a viabilidade dos primeiros cultivos em Minas Gerais e em Goiás. No cultivo de trigo tropical foram definidos pela pesquisa dois sistemas de produção: irrigado e sequeiro. Um esforço conjunto entre produtores, instituições de pesquisa, assistência técnica e poder público resultou em estudos sobre rotação de culturas, épocas de plantio, população de plantas, adubação, manejo integrado de pragas e doenças, viabilidade socioeconômica, entre outros. A aproximação com a indústria permitiu também avançar na qualidade do trigo tropical, atendendo as diferentes demandas do mercado consumidor.

Um marco para a triticultura tropical foi a cultivar BR 18 Terena, lançada pela Embrapa em 1986, que até hoje é utilizada nos programas de melhoramento genético devido à grande capacidade de adaptação, especialmente no cultivo de trigo de sequeiro no Brasil Central. A Embrapa seguiu o caminho na oferta de cultivares de trigo para o ambiente tropical junto com outras instituições pioneiras como Epamig, IAC e Coodetec.

A restrição hídrica ainda é fator limitante para a expansão do trigo na região tropical, mas a pesquisa intensificou os estudos para vencer a seca e o calor, mostrando bons resultados no melhoramento genético. Muitas cultivares chegaram ao mercado nos últimos cinco anos, desenvolvidas principalmente por obtentores privados. “Hoje estão disponíveis ao produtor 33 cultivares de trigo tropical, tanto para o sistema irrigado como para sequeiro, com genética que garantiu aumento de área e produtividade em grãos com qualidade comparada aos melhores trigos do mundo”, conta o pesquisador Ricardo Lima de Castro. Veja abaixo como foi a evolução da oferta cultivares nas últimas quatro décadas:

Para o futuro, os pesquisadores informam que novas estratégias para a seleção de genes, tanto em cruzamento tradicional de plantas de trigo como com plantas transgênicas ou edição gênica, deverão trazer respostas ainda melhores na resiliência do trigo às mudanças climáticas.

Fonte: Assessoria Embrapa Trigo
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Otimismo marca abertura oficial da colheita da soja no Rio Grande do Sul

Evento foi realizado no município de Tupanciretã

Publicado em

em

Safra deve resultar em 22,2 milhões de toneladas de soja - Foto: Julia Chagas/Ascom Seapi

Expectativa de uma safra de soja recorde, com incremento de 71%, em relação ao ano passado. É com esse otimismo que a Colheita da Soja no Rio Grande do Sul foi oficialmente aberta na segunda-feira (25), no município de Tupanciretã. O secretário adjunto da pasta da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Márcio Madalena, representou o governo do Estado no ato que reuniu produtores rurais, autoridades, entidades e empresas privadas na Agropecuária Richter.

Dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) apontam uma área plantada de cerca de 6,6 milhões de hectares em 426 municípios do Estado. A expectativa é de uma safra que deve resultar em 22,2 milhões de toneladas de soja.

“A frustração das safras nos últimos anos trouxe prejuízos para o município e a região, mas acreditamos que esta deve ser de grande recuperação, com produtividade recorde. Isso reposicionará o Rio Grande do Sul no cenário nacional”, ressaltou o secretário adjunto.

Madalena também citou uma das pautas prioritárias da secretaria, que é a irrigação, e tratou do programa do governo do Estado que vai subsidiar em até R$ 100 mil os projetos de irrigação dos produtores rurais. “A reservação de água e a irrigação devem ser assuntos permanentes, e o governo estadual tem essa discussão como prioridade para que o nosso agronegócio não venha a sofrer no futuro o que já aconteceu em épocas de estiagem”, afirmou.

Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Rio Grande do Sul deve ficar em segundo lugar no ranking de produtividade, atrás apenas do Mato Grosso.

O prefeito de Tupanciretã, Gustavo Herter Terra, destacou que o município sempre liderou o ranking de maior produtor, mas que, no ano passado, em razão da estiagem, a produtividade foi menor. Para 2024, a expectativa é de que a cidade volte a ocupar o primeiro lugar. “Aqui no município produzimos soja em cerca de 150 mil hectares, com produção de 9 milhões de sacas por ano”, contabilizou.

Fonte: Assessoria Seapi
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Moinhos buscam trigo de qualidade, mas oferta é baixa no brasil

Caminho é adquirir o trigo da Argentina, onde, além de a qualidade estar favorável, o preço do cereal está mais competitivo que o comercializado no spot brasileiro

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Muitos agentes de moinhos brasileiros consultados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) estão em busca de trigo tipo 1, mas a oferta doméstica de cereal de maior qualidade está baixa.

Um caminho é adquirir o trigo da Argentina, onde, além de a qualidade estar favorável, o preço do cereal está mais competitivo que o comercializado no spot brasileiro.

Tomando-se como base números da Conab, de 11 a 15 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 229,55/tonelada para o produto posto no Paraná.

Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,9814, o cereal importado foi negociado a R$ 1.143,46/t, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.240,38/t, de acordo com dados do Cepea.

No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 214,47/t, o equivalente a R$ 1.068,34/t em moeda nacional, contra R$ 1.184,60/t na média do Cepea para o estado.

 

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo
SABSA 2024

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.