Conectado com

Suínos

Reinvenção da suinocultura europeia após o banimento do Óxido de Zinco

Como essa experiência pode ensinar o Brasil será abordada no dia 13 de agosto pelo engenheiro agrônomo Leandro Hackenhaar, durante o 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

O óxido de zinco (ZnO) é bastante utilizado na suinocultura por seu efeito antibacteriano e anti-inflamatório. Entre seus principais usos estão a prevenção da diarreia no pós-desmame com aprimoramento da integridade intestinal e na melhora do desempenho zootécnico da conversão alimentar. Contudo, esse composto inorgânico, formado pela reação entre zinco (Zn) e oxigênio (O), em doses elevadas, não é absorvido totalmente pelo organismo, o que pode resultar em acúmulo no solo e contaminação ambiental. Fato esse que levou a União Europeia a proibir o uso terapêutico do ZnO, em 2022, e substituí-lo por probióticos, prebióticos, óleos essenciais e ácidos orgânicos.

“A vida após o banimento do Óxido de Zinco: o que podemos aprender com a experiência europeia?” será o tema da palestra do engenheiro agrônomo Leandro Hackenhaar, no dia 13 de agosto, às 14h45, durante o 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS). O evento é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) com a intenção de proporcionar conhecimento, networking e troca de experiências sobre boas práticas nessa cadeia produtiva. A programação científica dos três dias abrange painéis sobre sanidade, bem-estar animal e sustentabilidade, gestão de pessoas, genética, nutrição, imunidade, desafios virais e suas ameaças.

Novo caminho

Durante o Painel Nutrição, Hackenhaar explicará que, desde quando a União Europeia proibiu o uso terapêutico do Óxido de Zinco (ZnO) na alimentação de leitões, a suinocultura precisou se reinventar. “O ZnO era aquele ‘coringa’ que todos confiavam, pois ajudava a controlar diarreias e garantir bons ganhos de peso no pós-desmame, era barato, eficiente e funcionava bem, principalmente em granjas com desafios sanitários. Mas, por questões ambientais e pelo risco de resistência a antibióticos, precisou sair de cena”, contextualiza. E, desta maneira os produtores europeus precisaram repensar tudo, do manejo à nutrição.

Como na Europa a utilização de antibióticos também é controlada, segundo Hackenhaar, o caminho foi investir na prevenção. “A base de tudo? Seguir o bom e velho manual de manejo com atenção redobrada. Isso inclui garantir que os leitões comam adequadamente antes do desmame, manter o ambiente limpo e aquecido, evitar misturar animais de diferentes origens e oferecer uma ração de qualidade”, ressalta. Para o especialista, a nutrição virou uma aliada estratégica, porém o manejo continua como o alicerce.

A vida após o banimento do Óxido de Zinco o que podemos aprender com a experiência europeia” será o tema da palestra do Engenheiro Agrônomo, Leandro Hackenhaar – Foto: Divulgação

As alternativas de substituição do ZnO, ou seja, os aditivos como óleos essenciais, prebióticos e ácidos orgânicos “têm seu valor, mas não fazem milagre sozinhos”, antecipa o engenheiro agrônomo. De acordo com ele, o segredo está na combinação de estratégias. Como exemplos, cita ajustar proteína, incluir fibras funcionais e cuidar da saúde intestinal como prioridade. “Cada país europeu está em um estágio diferente nessa jornada, assim como os produtores. Contudo, os resultados mostram que é possível produzir bem sem o ZnO, muitas granjas até melhoraram seus índices zootécnicos e econômicos”, enfatiza.

Por fim, Hackenhaar antecipa que os resultados positivos são possíveis graças ao planejamento, ao ajuste da dieta e à priorização a saúde dos animais. “Então, a experiência europeia prova que é possível produzir de forma eficiente sem o Óxido de Zinco e com menos medicamentos, porém é necessário investir em tecnologia e gestão”, enaltece.

Conheça o palestrante

Leandro Hackenhaar é engenheiro agrônomo com mestrado em Nutrição Animal pela Esalq/USP. Tem experiência em nutrição, pesquisa e qualidade de rações para suínos. Atualmente, atua como líder técnico global na Cargill, onde contribui para o desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis para a nutrição de leitões ao redor do mundo. Além disso, dedica-se ao fortalecimento técnico e científico do setor como diretor no Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. É apaixonado por transformar conhecimento em resultados práticos, ao conectar ciência e mercado para impulsionar a produtividade e o bem-estar animal.

Inscrições

Em paralelo ao SBSS, nos três dias, acontece também a 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair, feira técnica voltada ao setor, que conta com empresas do Brasil e América Latina, além da Granja do Futuro, com os principais lançamentos e tecnologias para os produtores.

As inscrições podem ser realizadas pelo site oficial do evento, clique aqui para acessar. Grupos com dez ou mais participantes podem parcelar os valores em até três vezes, desde que a primeira parcela seja efetuada até a data de validade do respectivo lote. Pacotes adquiridos por agroindústrias, órgãos públicos e universidades serão faturados para o CNPJ da instituição. Inscrições de associados ao Nucleovet devem ser feitas por meio da secretaria da entidade, pelo contato (49) 99806-9548 ou financeiro@nucleovet.com.br.

2º lote: até 24/07: profissionais R$ 720 e estudantes R$ 450.

3º lote: a partir de 25 de julho e durante o evento: profissionais R$ 890 e estudantes R$ 500.

Participar apenas da 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair:

1º e 2º lotes: até 24 de julho: R$ 100.

3º lote: a partir de 25 de julho e no local do evento: R$ 200.

Fonte: Assessoria SBSS

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

Publicado em

em

Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.