Conectado com

Notícias Piscicultura

Região Oeste do Paraná pode se tornar referência em aquicultura 4.0

Além de ser referência em produção, o Oeste Paranaense começa a se destacar também em inovação e tecnologia para este mercado

Publicado em

em

Divulgação

O Paraná é líder no Brasil em produção de tilápias, e é a Região Oeste que concentra os cinco municípios com maior volume de produção do Estado. Além de ser referência em produção, o Oeste Paranaense começa a se destacar também em inovação e tecnologia para este mercado – a almejada aquicultura 4.0.  

Esse movimento é impulsionado pelo Biopark, parque tecnológico localizado em Toledo – município com o maior número de tanques escavados para Piscicultura Comercial do Paraná. Por meio da oferta de incentivos para que empresas se instalem no local, o Biopark tem atraído negócios do setor agro que foquem em facilitar a vida no campo e melhorar a produtividade. 

Uma dessas empresas é a Fishtronics, fundada em Marmeleiro – Sudoeste do Estado, e que chega agora ao mercado com tecnologia para auxiliar produtores na tomada de decisão com base no levantamento de dados e automatização de tanques. A solução oferece informações sobre curva de nitrogênio, amônia, ph, temperatura e nível de oxigênio. “A riqueza no tratamento dos dados coletados é o que consideramos mais relevante para o produtor, para as cooperativas e todos os envolvidos no setor”, destaca Lindomar José Golon, fundador da empresa com a sócia Karla Fernanda Casiragui Golon.  

Com base nesses dados é possível ainda gerar uma economia de energia, um dos gargalos da atividade. “Os controles disponíveis até então forneciam apenas a informação do oxigênio e disparavam um alarme que ligava ou desligava o aerador. Nós fomos além, criamos níveis de oxigênio, portanto, não é necessário ligar todos os aeradores, o que impacta no consumo de energia elétrica na propriedade”, explica Lindomar. 

Para o empreendedor, as soluções que estão chegando ao mercado são necessárias para a evolução do setor. “Nós estamos prontos para a piscicultura e aquicultura 4.0 e o agricultor está se adaptando, assim como já acontece em outros processos, as novas tecnologias serão incorporadas ao trabalho no campo. Todos os dias desafios surgem, mas, estando no Biopark já conhecemos outras empresas com as quais podemos compartilhar essas demandas e fazer bons negócios”, ressalta Lindomar. 

A solução da Fishtronics já está sendo utilizada no município de Palotina, pelo produtor Paulo Michelon, um dos maiores criadores de tilápia da Região Oeste. “Somos pioneiros na implantação de novas tecnologias na piscicultura e estamos abertos a testar o que há de novo, pensando em desenvolver ainda mais a atividade na região. O consumo de peixes é uma tendência mundial na busca por uma alimentação mais saudável, por isso, acredito que o peixe só tende a crescer e a tecnologia vai nos ajudar a suprir essa demanda”, explica Paulo. 

Do nordeste ao sul 

Vem do Piauí a prova de que a Região Oeste realmente chama atenção quando o assunto é aquicultura. O empreendedor Ailton Rodrigues trouxe para o Biopark sua solução com foco em auxiliar o produtor de peixe ou camarão na gestão do negócio, garantindo a redução dos custos sem a perca da qualidade. 

Com acesso por aplicativo ou computador, a plataforma de inteligência de dados permite acompanhar o fluxo de caixa e relatórios, além de indicadores como peso médio, ganho de peso diário, conversão alimentar, ração consumida, entre outros. Os benefícios são o maior controle e ganho em eficiência dos processos de produção e comercialização.  

A empresa também atua com soluções para frigoríficos e cooperativas, com a plataforma integrada ao sistema dos produtores, os frigoríficos podem acompanhar o desenvolvimento dos peixes nos tanques, agendar e fazer as despescas, ter uma previsão de despesca para os próximos seis meses e ainda avaliar o rendimento da matéria prima (% de rendimento de filés). 

Insumos na palma da mão 

Outra empresa que está no Biopark é a Aqua Insumos, que desenvolveu um aplicativo que permite ao usuário pesquisar e comparar preços de produtos e serviços fornecidos por empresas do ramo, além de efetuar negociações e compras – tudo dentro da mesma plataforma. A empresa surgiu em outubro de 2020 e já conta com 37 fornecedores e cerca de 300 itens.

“De forma fácil, na palma da mão, o produtor tem acesso a fornecedores de ração, medicamentos, oxigênio em pó, softwares, e uma série de produtos que são novidades no mercado”, explica Nilton Ishikawa, fundador da empresa e médico veterinário que atua no setor de aquicultura há mais de 20 anos. A empresa surgiu em Londrina, mas atua principalmente na região Oeste. “Queremos derrubar as barreiras em busca de uma real aquicultura 4.0, e uma das formas de fazer isso é facilitar o acesso do produtor à tecnologia”, finaliza Nilton. 

Fonte: Assessoria Biopark

Colunistas

Edição gênica já redesenha a agricultura mundial; O Brasil está pronto para acompanhar?

Com CRISPR acelerando inovações no campo, país ainda patina na criação de tecnologias próprias e depende de patentes externas.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A edição gênica está redesenhando as fronteiras da agricultura mundial. Em um cenário em que a segurança alimentar, a sustentabilidade e a produtividade são desafios globais, ferramentas como o CRISPR oferecem uma vantagem para aprimorar plantas, tornando-as mais resistentes a pragas, ao clima e até mais nutritivas. E, embora muitas vezes seja apresentada como um tema restrito a laboratórios ou grandes empresas do agronegócio, essas tecnologias têm impacto direto na vida de todos nós. Ao permitir o desenvolvimento de alimentos mais nutritivos e produzidos com menor uso de insumos químicos, a edição gênica pode baratear custos de produção e fortalecer a segurança alimentar.

Editar geneticamente uma planta pode consistir na remoção, adição ou substituição de nucleotídeos, sem necessariamente introduzir um material genético exógeno na planta. Assim, enquanto a transgenia pressupõe a incorporação de genes externos para expressar novas características, a edição gênica pode tanto adicionar quanto refinar funções já existentes no genoma. Desse modo, a edição gênica é também considerada uma forma de mutagênese, porém direcionada e previsível, ao contrário da mutagênese convencional, que é caracterizada por alterações aleatórias ao longo do DNA.

Foto: Freepik

Entre as principais tecnologias destacam-se ZFN, TALEN, meganucleases e CRISPR. Esta última, CRISPR, tem ampla adoção em diversos setores, especialmente na agricultura, devido à sua precisão, eficiência e menor custo operacional, tornando as modificações genéticas mais acessíveis e eficazes nas culturas agrícolas.

Entretanto, a proteção de inovações nessa área enfrenta desafios de patenteabilidade. No cenário de proteção patentária no Brasil, as plantas não são consideradas invenções, e mesmo quando geneticamente editadas ou transgênicas, não são passíveis de proteção patentária, de acordo com as proibições dos Artigos 10 e 18 da Lei de Propriedade Industrial nº 9.279 de 1996 (LPI). Ademais, é importante ressaltar que processos biológicos naturais, como aqueles resultantes de mutagênese aleatória ou reprodução por cruzamento, também não são considerados invenções, por ocorrerem de forma espontânea na natureza. Dessa forma, para que um processo ou método seja considerado invenção, é necessário que seja demonstrada uma intervenção técnica humana essencial ao resultado obtido.

Consequentemente, no Brasil, as plantas e variedades vegetais são protegidas pelo Sistema de Proteção de Cultivares, enquanto moléculas de DNA, eventos transgênicos, metabólitos secundários e métodos para obtenção de plantas modificadas (incluindo aqueles baseados em edição gênica) podem ser objeto de proteção patentária, desde que atendam aos requisitos básicos de patenteabilidade, a saber: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.

Segundo um estudo realizado pelo INPI e Embrapa (Radar Tecnológico sobre o mapeamento de patentes associadas a tecnologias CRISPR e suas aplicações na agricultura e pecuária), a China e os Estados Unidos disputam a liderança mundial de depósitos pedidos de patentes, respondendo juntos por cerca de 84% das famílias de pedidos de patentes. O estudo também evidenciou que as principais modificações têm como finalidade o desenvolvimento de plantas mais resistentes a estresses bióticos e abióticos, resistência a herbicidas e melhoria nutricional e destacou que entre as culturas mais modificadas encontram-se: arroz (principalmente por instituições chinesas), milho, soja, trigo, algodão, cana-de-açúcar, café e eucalipto.

E o Brasil? O dito estudo indicou ainda que o Brasil é o 9º país que mais recebe depósitos de pedidos de patentes relacionadas a CRISPR na agricultura, mas aparece apenas como 28º desenvolvedor, revelando que o país atua majoritariamente como usuário e aplicador tecnológico estratégico, mas ainda não atua como gerador primário de inovação.

Atualmente, não existe qualquer Normativa do INPI que estabeleça critérios específicos para a análise de pedidos de patente envolvendo edição gênica no Brasil. O Radar Tecnológico citado é, até o momento, o único documento emitido pelo INPI sobre o tema, possuindo caráter meramente informativo. Portanto, ficam evidentes a importância e o crescimento das invenções relacionadas às tecnologias de edição gênica no setor agro. Contudo, é crucial esclarecer como essas invenções são analisadas para fomentar o crescimento e a competitividade do agronegócio brasileiro no cenário internacional.

Fonte: Artigo escrito por Millena Lourenço, especialista em Patentes da área de Química & Life Sciences da Daniel Advogados.
Continue Lendo

Colunistas

O concorrente aparece mais do que você?

Você leu o título deste artigo e respondeu “sim”? Então, continue até o final.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

É muito comum os profissionais de marketing de agronegócio ouvirem a frase “Nosso concorrente está em evidência, precisamos fazer algo”, e também se depararem com essa pergunta: “Por que nossas ações não têm o mesmo efeito do que as ações dos concorrentes?”.

Embora essas situações pareçam complexas, elas são mais simples do que se imagina, pois toda a questão está centrada no que o concorrente faz. Sendo assim, um rápido diagnóstico de marketing e comunicação, analisando as ações executadas, pode trazer muitos elementos interessantes. Um dos principais é que, provavelmente, o seu concorrente tenha contratado uma assessoria de imprensa, o que contribui para que ele apareça de forma mais sólida nos veículos de comunicação.

Artigo escrito por Rodrigo Capella, palestrante e diretor geral da Ação Estratégica – Comunicação e Marketing no Agronegócio.

Essa visibilidade, bem planejada e executada, cria uma evidência significativa, a ponto de despertar a atenção dos concorrentes, de impactar possíveis clientes e de contribuir para a geração de novos negócios.

Para aproveitar as oportunidades de forma eficaz, uma assessoria de imprensa precisa orientar sempre o seu cliente. Na Ação Estratégica – Comunicação e Marketing no Agronegócio, elaboramos um manual para ajudar os clientes. Compartilho a seguir algumas dicas:

Dica 01: Conheça as características da mídia

Leia matérias, analise a abordagem e esteja preparado.

Dica 02: Estude previamente o assunto

Atualize-se, buscando pesquisas, informações diversas e elementos novos.

Dica 03: Anote números e informações que você precisa destacar

Não tenha medo de fazer anotações. Elas vão te ajudar no decorrer da entrevista.

Dica 04: Certifique-se que você entendeu a pergunta do jornalista

Caso não tenha entendido, peça para o jornalista repetir.

Dica 05: Evite utilizar expressões técnicas

Se usar uma expressão técnica, explique.

Essas dicas vão ajudar você a ampliar a evidência. Mas, lembre-se: a ajuda de uma assessoria de imprensa faz toda a diferença.

Fonte: Artigo escrito por Rodrigo Capella, palestrante e diretor geral da Ação Estratégica - Comunicação e Marketing no Agronegócio.
Continue Lendo

Notícias

O agro virou digital e os hackers descobriram um novo campo fértil

Com ataques milionários e infraestrutura vulnerável, o setor corre para fortalecer a segurança antes que falhas paralisem cadeias inteiras.

Publicado em

em

tecnologia
Foto: Shutterstock

O setor agropecuário já deixou de ser “analógico” faz tempo, e a sua digitalização trouxe ganhos enormes em eficiência e produtividade com tratores conectados, sensores em lavouras, sistemas de irrigação automatizados, armazenamento inteligente e logística integrada. Porém, esse progresso também aumenta a exposição das fazendas, agroindústrias e cooperativas a ataques cibernéticos, que estão cada vez mais sofisticados.

Segundo dados da Kaspersky, entre junho de 2023 e julho de 2024 foram bloqueados mais de 725 milhões de ataques de malware no Brasil, o equivalente a 1,9 milhão por dia e cerca de 2 mil por minuto. O setor de agricultura/florestal é o terceiro mais visado (16,93%), atrás somente de indústria (20,11%) e governo (18,06%).

Outros dados do relatório “Food & Ag Sector Cyber Threat” do Food & Ag-ISAC mostram um aumento expressivo em incidentes envolvendo ransomware, comprometimento de e-mails corporativos e invasões que afetam operações industriais do agro. Como resultado desses ataques, há perdas diretas nas safras, atrasos na cadeia de suprimentos e danos reputacionais de alto impacto.

É importante entender que boa parte desse risco decorre da infraestrutura operacional comumente encontrada no segmento. Os equipamentos, em sua maioria, operam com firmware desatualizado ou com protocolos não seguros, que ficam diretamente ligados a redes que às vezes também carregam tráfego de TI menos seguro. Esse cenário torna esse setor particularmente vulnerável, visto que em áreas como financeiro ou saúde há em geral mais maturidade no isolamento dos dados, políticas regulatórias mais fortes e padrões técnicos consolidados.

Isso ocorre principalmente porque no agronegócio pequenas propriedades ou cooperativas em regiões remotas sofrem com escassez de recursos, menor monitoramento regulatório e ausência de políticas formais de segurança. Além disso, a estrutura fragmentada, que envolve fornecedores de implementos, integradores de softwares agrícolas, transportadoras refrigeradas, armazéns, cooperativas e produtores, aumenta sua vulnerabilidade. Há ainda contratos que não exigem cláusulas mínimas de segurança, falta de visibilidade sobre todos os ativos (especialmente dispositivos IoT e sensores) e ausência de inventário de firmware ou versões de software. E, sem saber exatamente o que há em campo, é praticamente impossível remediar vulnerabilidades e reagir rapidamente quando algo dá errado.

Portanto, os fundamentos básicos de cibersegurança devem ser tratados como algo inegociável. Para isso, o setor precisa investir em práticas que diminuam os riscos mais comuns, como atualizações constantes de software e firmware, patches regulares, autenticação multifator para todas as contas administrativas, uso de senhas fortes e gerenciamento de acesso. Mas não basta prevenir, visto que a preparação e capacidade de resposta determinam quão danoso será um incidente.

Foto: Ilutrativa/Shutterstock

Ou seja, é importante ter um plano de resposta a incidentes específico para cenários agrícolas, como falha de refrigeração de silos, perda de leitura de sensores de umidade ou interrupção no transporte refrigerado. Outras estratégias que ajudam a detectar pontos cegos e estabelecer protocolos de contingência são realizar treinamentos práticos e simular ataques envolvendo todos os elos da cadeia (produtores, transportadores, cooperativas). Ainda que muitas empresas que sofrem ataques prefiram se manter em silêncio, também é fundamental compartilhar informação sobre ameaças, pois essa troca das táticas, técnicas e procedimentos entre membros do ecossistema acelera a detecção de ataques que estão sendo planejados e reduz danos.

Vale lembrar que o setor não cresce e muito menos se fortalece isoladamente, e a vulnerabilidade de um pequeno fornecedor pode comprometer toda a cadeia produtiva. É preciso que as instituições públicas, associações de produtores e cooperativas, seguradoras e empresas de tecnologia atuem juntas para incentivar normas, oferecer capacitação e promover modelos de cooperação que elevem a segurança para todos.

Fonte: Artigo escrito por Paulo Lima, CEO da Skynova.
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.