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Rebanho bovino tem leve alta em 2019, após dois anos seguidos de quedas

Com 214,7 milhões de cabeças de gado, rebanho bovino cresceu 0,4% em 2019, com destaque para o município de São Félix do Xingu (PA)

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Arquivo/OP Rural

O rebanho bovino voltou a crescer em 2019, após dois anos consecutivos em queda, segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada na quinta-feira (15) pelo IBGE. A leve alta de 0,4% garantiu a marca de 214,7 milhões de cabeças de gado, o que mantém o Brasil como o segundo maior rebanho bovino do mundo e o principal exportador desse tipo de carne.

“Em 2019, verificamos uma queda na participação das fêmeas no abate, sugerindo uma transição do ciclo de baixa para o de alta da pecuária, que é quando o produtor passa a reter fêmeas devido aos bons preços de mercado”, explica a supervisora da pesquisa Mariana Oliveira. Além disso, ela lembra que o ano foi marcado pelo recorde de carne bovina exportada, especialmente para a China, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o que incentiva a produção de bovinos.

Essa leve recuperação foi puxada pelo estado do Mato Grosso, que aumentou seu rebanho em 5,1% e segue como estado com mais cabeças de gado, 31,7 milhões, respondendo por 14,8% do total nacional. Entre as grandes regiões, o maior crescimento de rebanho bovino ocorreu no Nordeste, avançando 2,7%. O Centro-Oeste, contudo, concentrou um terço do rebanho do país (34,5%), seguido pelo Norte (23,1%), que vem crescendo nos últimos anos.

A cidade de São Félix do Xingu (PA) continuou líder no ranking de bovinos do país, com 2,2 milhões de cabeças de gado. Corumbá (MS) seguiu em segundo lugar (1,8 milhão). Já Vila Bela da Santíssima Trindade (MT) despontou da sétima posição em 2018 para a terceira devido a alta de 14,0% do seu rebanho, somando 1,2 milhão de animais.

Produção de leite de vaca chega a 34,8 bilhões de litros com melhora na produtividade

A produção de leite de vaca também cresceu em 2019, chegando a 34,8 bilhões de litros, um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior. O valor de produção atingiu R$ 43,1 bilhões. Essa alta vem do ganho de produtividade, já que o efetivo de 16,3 milhões de vacas ordenhadas foi 0,5% menor em relação ao ano anterior. Com menos animais produzindo mais leite, a produtividade subiu para 2.141 litros de leite por vaca ao ano.

Com um crescimento de 4,4%, a região Sudeste voltou a ser a maior produtora de leite do país em 2019, com 34,3% de participação, tirando a liderança do Sul, que ocupava o posto desde 2014. Minas Gerais seguiu como maior estado produtor, seguido por Paraná e Rio Grande do Sul. Os três produzem mais da metade do leite nacional (51,9%).

Dos dez maiores municípios produtores de leite, sete são mineiros. O maior, porém, é Castro (PR). Em seguida vem Patos de Minas (MG) e Carambei (PR).

Rebanho de suínos diminui, mas sobe número de fêmeas

Já o rebanho de suínos reduziu 1,6% em 2019, somando 40,6 milhões de cabeças. Em contrapartida, o número de fêmeas destinadas à procriação (matrizes) apresentou acréscimo pelo terceiro ano consecutivo e atingiu a marca de 4,8 milhões, alta de 0,5%, o que indica, segundo Mariana, que os produtores estão realizando investimentos no setor.

Em 2019, a região Sul, que detém quase metade do rebanho do país (49,5%), teve efetivo 2,4% menor de suínos que em 2018. Toledo (PR) foi a cidade com o maior número de cabeças: 1,2 milhão.

Produção de ovos bate recorde de 4,6 bilhões de dúzias

A produção de ovos de galinha cresceu 4,2% e alcançou a marca de 4,6 bilhões de dúzias, sendo que 83,2% foram provenientes de granjas de médio e grande porte. Segundo Mariana, essa alta decorre, principalmente, pelo aumento do consumo interno. “Isso significou mais um ano de aumento e recorde na série histórica e resultou em um rendimento estimado em R$ 15,1 bilhões”, afirma.

Embora o Sudeste seja a principal região produtora de ovos (43,3%), o Nordeste teve o maior crescimento, 8,9%, chegando a 17,6% de participação. São Paulo lidera entre os estados (25,4%). Quase todos os municípios brasileiros (5.439) apresentaram alguma produção de ovos de galinha em 2019, sendo o principal Santa Maria de Jetibá (ES).

A pesquisa também mostra que o número de galinhas criadas para produção de ovos cresceu 1,7%, atingindo 249,1 milhões de animais. Já o total de galináceos, que inclui galos, galinhas, frangos, frangas, pintinhos e pintainhas, ficou em 1,5 bilhão de aves, praticamente estável (0,1%) na comparação com o ano anterior.

Criação de peixes atinge 529,6 mil toneladas, puxada pelo Paraná

A criação de peixes em cativeiro (piscicultura) também avançou 1,7%, totalizando 529,6 mil toneladas em 2019, impulsionada principalmente pelo Paraná, que produziu 23,9% do total nacional. O Mato Grosso do Sul, embora nono maior produtor, se destacou esse ano devido a um aumento de 4,2 mil toneladas de peixes. Nova Aurora (PR) foi o principal município criador de peixes do país “A maior produção foi da espécie tilápia (61,1%), seguido pelo tambaqui (19,1%)”, destaca Mariana, lembrando que essa pesquisa não investiga dados de pesca, somente da criação de peixes em cativeiro.

Valor de produção dos produtos pecuários e de aquicultura chega a R$ 64,4 bilhões

Em 2019, o valor de produção dos principais produtos pecuários cresceu 9%, somando R$ 59,3 bilhões, sendo 72,8% desse valor só de produção de leite. O restante vem de ovos de galinha (25,6%), mel (0,8%), ovos de codorna (0,6%), lã (0,1%) e casulos de bicho da seda (0,1%).

Já os produtos da aquicultura somaram R$ 5,16 bilhões, um aumento de 5,1%, sendo que a atividade de criação de peixes foi responsável por 72,6% desse total. A produção de camarão gerou 25,9% do valor nacional, ostras vieiras e mexilhões, 1,4%, e outros animais da aquicultura, como rãs e jacarés, 0,1%.

Fonte: Agência IBGE

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Fraca demanda pressiona cotações do frango em março

Queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

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Foto: Jonathan Campos

Os preços médios da maioria dos produtos de origem avícola estão encerrando março abaixo dos registrados em fevereiro.

Segundo pesquisadores do Cepea, a queda se deve principalmente à demanda enfraquecida pela carne e à consequente baixa liquidez observada ao longo do mês.

Já no mercado de pintainho de corte, a procura aquecida pelo animal tem impulsionado os valores.

De acordo com agentes consultados pelo Cepea, o movimento altista pode estar ligado ao interesse da indústria em aumentar o alojamento de frango, sobretudo para atender à demanda externa pela proteína brasileira – vale lembrar que as exportações de carne de frango estão em forte ritmo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Em reunião com diretorias da Aiba e Abapa, presidente da Coelba anuncia intenções para solucionar déficit de energia elétrica no Oeste baiano

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções.

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Em atendimento às solicitações apresentadas por agricultores em reunião prévia ocorrida em (06) de fevereiro, quando esteve no Oeste da Bahia e ouviu as demandas de energia elétrica, o diretor presidente da Coelba Neoenergia, Thiago Freire Guth, retornou à região, e na última terça-feira (26), reuniu-se com as diretorias da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), na sede da Coelba em Barreiras.

Como ficou acordado, ainda no final de fevereiro, uma comitiva de consultores da Coelba realizou visitas técnicas a propriedades rurais do Oeste baiano para diagnosticar as principais carências energéticas da região, a partir do qual foram realizados estudos de viabilidade com emissão de parecer técnico.

Fotos: Divulgação/Aiba

Durante a reunião, o diretor presidente da Coelba, juntamente com os superintendentes, de Área Técnica, Tiago Martins, e de Expansão de Obras, Anapaula Nobre, fizeram a apresentação do novo plano de investimentos da Coelba para o Oeste da Bahia nos próximos quatro anos. “Temos demandas que não foram atendidas no decorrer dos anos, mas a atual gestão da Coelba vem sendo mais participativa aqui na região. Um momento importante para debater e atualizar os próximos passos da companhia, em termos de investimento, aqui no oeste baiano, e tenho certeza, que daqui para frente, com mais transparência e participação da Coelba. O que ouvimos hoje é que as coisas realmente vão começar a sair do papel para prática, e que as demandas da região e do agronegócio serão atendidas”, avalia o vice-presidente da Aiba, Moisés Schmidt.

O déficit de energia elétrica é um problema constante e uma realidade que contribui para travar o progresso na região, e a união dos produtores e associações de classe, mostra o empenho do setor em se mobilizar e buscar soluções. “É a segunda vez que o presidente da Coelba vem ao oeste, trazendo respostas e anunciando esses investimentos, e nós esperamos que isso venha atender ao produtor, tanto na quantidade necessária, e também na qualidade, que é fundamental”, complementa o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi.

O diretor presidente, Thiago Freire agradeceu a oportunidade e anunciou as intenções da companhia. “É uma região pujante, e do ponto de vista de desenvolvimento do agronegócio, existe uma necessidade energética urgente. A empresa está alocando os recursos necessários para, nos próximos quatro anos, aumentar cerca de 70% da capacidade de energia elétrica da região”, pontuou Guth que ainda falou de parcerias. “É um desafio também em fazer um trabalho conjunto e trazer novas linhas de transmissão e subestações da rede básica, fora do escopo da energia Coelba, uma questão mais de infraestrutura de alta tensão. Propomos fazer esse trabalho em parceria com associações locais, e ouvirmos a necessidade dos clientes e trabalhar juntos, para resolver os problemas que são comuns, tanto para associações e para o desenvolvimento da região, quanto para a própria energia”, complementou o diretor presidente, que ainda confirmou a divulgação de um cronograma da Coelba, sugerido pelos produtores rurais, para acompanhamento das ações e investimentos da companhia na região.

O segundo vice-presidente da Aiba, Seiji Mizote, os diretores, financeiro, Helio Hopp, executivo, Alan Malinski, o gerente de Infraestrutura, Luiz Stahlke participaram do momento, que também foi prestigiado pelos ex-presidentes e conselheiros, João Carlos Jacobsen, Júlio Busato, Celestino Zanela, os produtores rurais Luiz Pradella, Ildo Rambo, Elisa Zanela, e a vice-presidente da Abapa, Alessandra Zanotto. Representando a Coelba Neoenergia ainda estiveram presentes superintendentes, supervisores e engenheiros.

Fonte: Assessofria Aiba
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Colunistas

Cercamento de qualidade é aliado da pecuária regenerativa

Fazer uma pecuária inclusiva e regenerativa é pensar no futuro para as próximas gerações, de modo que seja possível produzir sem abrir mão da sustentabilidade, produtividade e longevidade dos nossos processos e sistemas.

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Foto: Pixabay

O ano de 2023 foi o mais quente da história, segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM). A Organização das Nações Unidas (ONU) também já indicou que 2024 deve seguir a mesma tendência. Temperaturas extremas, escassez de chuvas e períodos de secas prolongados são algumas das consequências das mudanças climáticas que vem ocorrendo devido ao aumento gradual da temperatura global. Esse aumento deve-se principalmente as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Somente o Brasil emite 3% do total mundial de GEE, de acordo com o Observatório do Clima, sendo o sétimo maior emissor do mundo, atrás de China (25%), EUA (12%), Índia (7%), União Europeia (6%), Rússia (4%) e Indonésia (4%).

Essas mudanças no ambiente oriundo do bioclima têm consequências diretas na produção de alimentos. Podendo sofrer reduções de produtividade, devido aos intemperes climáticos. Ponto este preocupante em virtude do crescimento exponencial da população mundial, que chegará a 9 bilhões de pessoas até 2050, segundo as projeções da ONU.  Fato que demanda uma ampla quantidade de alimentos principalmente as proteínas de origem animal para suprir as necessidades da população em constante evolução.

Nesse processo de produção de GEE, a agropecuária ainda é vista como vilã, apesar de suas atividades serem pioneiras no processo de mitigação de metano entérico. De acordo com a Embrapa, a pecuária brasileira está emitindo menos gás metano devido à alta produtividade dos animais. Nesse sentido, quanto mais se melhora geneticamente os animais e os torna mais produtivos, menos emissão de metano entérico temos.

Além disso, a pecuária é a atividade mais cobrada por sustentabilidade por utilizar os recursos naturais. Um relatório da consultoria Boston Consulting Group (BCG) revelou que com a utilização da agricultura sustentável, soluções baseadas na natureza e do crédito de carbono e bioenergia, seria possível diminuir ainda mais as emissões – cerca de 1,83 bilhão de toneladas até 2030. Isso sem deixar de cumprir com o papel do campo de fornecer alimentos para suprir a crescente demanda mundial.

Para continuar reduzindo as emissões, e ter ainda a pecuária para as futuras gerações, os produtores começaram a praticar o conceito de pecuária regenerativa, que visa melhorar a saúde dos solos e a saúde dos animais, bem como proteger os recursos hídricos e a biodiversidade. Um relatório sobre a prática da Pecuária Regenerativa na América Latina, mostrou que esse tipo de estratégia diminui as emissões de gases liberados pela pecuária e faz da criação de animais de múltiplas espécies, principalmente os bovinos, um componente da regeneração da biodiversidade, ampliando a oferta de alimentos indispensáveis à saúde humana.

Diante disso, esse sistema busca não só minimizar o impacto ambiental da produção animal, mas também promover um ecossistema mais equilibrado e sustentável. Ao adotar métodos de manejo regenerativos, os produtores rurais contribuem significativamente para a preservação dos recursos naturais, além de serem agentes mitigadores de gases da atmosfera.

Na prática, as produtoras e os produtores rurais plantam culturas agrícolas em consórcio, como forrageiras e leguminosas, e depois inserem animais de múltiplas espécies (bovinos, aves e suínos, por exemplo) para pastar e aerar esse solo, tendo assim melhor aproveitamento da área. Uma pesquisa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Pecuária sobre o consórcio de feijão guandu (leguminosa) e de braquiárias (plantas forrageiras) revelou uma redução de até 70% de metano, comprovando que o manejo de culturas diferentes é uma vantagem para a produção e para o meio ambiente.

Para a pecuária regenerativa ser eficiente, os pecuaristas devem ficar atentos com o cercamento também, pois este desempenha um papel importante na delimitação de áreas de pastagem e proteção dos ecossistemas. Bem construídas e duráveis, controlam o movimento e o acesso dos animais, permitindo o descanso as áreas de pastagem e protegendo os recursos naturais.

Esse processo promove práticas sustentáveis e regenerativas e, consequentemente, melhora a saúde do solo, a biodiversidade e a resiliência dos sistemas de produção animal. O uso de telas prontas, por exemplo, simplifica o cercamento e contém múltiplas espécies, sendo de fácil instalação e, além disso, pratica-se o uso de baixo carbono por justamente não necessitar de diversos tipos de cercamentos distintos.

Outro ponto interessante é a mudança do uso da cerca tradicional de arame liso de 5 fios para a cerca elétrica. Nesse processo também se economiza o uso de aço por se fazer uma cerca mais simples e de fácil instalação, com uma bitola menor dos fios, consequentemente menos carbono e aço utilizados, aplicando-se a prática regenerativa.

Fazer uma pecuária inclusiva e regenerativa é pensar no futuro para as próximas gerações, de modo que seja possível produzir sem abrir mão da sustentabilidade, produtividade e longevidade dos nossos processos e sistemas.

Fonte: Por Vanessa Amorim Teixeira, médica-veterinária, mestre e doutora em Zootecnia e analista de mercado agro da Belgo Arames.
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