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Reação dos preços em fevereiro reforça escassez de suínos para abate no Brasil

Após forte recuo em dezembro e janeiro, os preços do suíno vivo e da carcaça voltaram a subir em fevereiro. A alta do milho preocupa os produtores, enquanto a queda no farelo de soja alivia parte dos custos.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O período compreendido entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025 foi marcado pela queda acentuada das cotações do suíno vivo e das carcaças em relação ao período anterior, quando os valores nominais foram recorde em novembro de 2024; já o mês de fevereiro de 2025 vem apresentando reação bastante consistente, se aproximando da média do terceiro trimestre de 2024 (Gráficos 1 e 2).

Gráfico 1 – Indicador suíno vivo – Cepea/Esalq (R$/kg) em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, mensal, nos último 24 meses, fevereiro de 2025 até dia 17/02/2025 (cotação indicada no gráfico média de novembro/24, quando atingiu recorde nominal). Fonte: Cepea

Gráfico 2 – Indicador Carcaça especial – Cepea/Esalq (R$/kg) em SP, mensal, nos último 24 meses, fevereiro/25 até dia 17/02/2025. Fonte: Cepea

O IBGE publicou, no dia 11 de fevereiro, dados preliminares de abate de suínos, bovinos e frangos referente ao último trimestre de 2024. Em relação a 2023, no ano de 2024 todas as carnes tiveram aumento de produção e de exportação (Secex), embora no caso do suíno o crescimento do abate tenha sido abaixo de 1% em toneladas de carcaças (Tabela 1).

Cruzando com os dados de exportação/importação de carne in natura das três proteínas, observa-se um aumento significativo da disponibilidade interna da carne bovina da ordem de 10,6% (+738 mil toneladas) a mais que 2023, com pequeno crescimento do frango (+1,93%) e pequena queda no suíno (-1,38%).

Tabela 1 – Produção brasileira, exportação (in natura) e disponibilidade interna mensal, em toneladas de carcaças, das três proteínas de janeiro a dezembro de 2024 e diferença do valor acumulado em relação ao mesmo período do ano passado. *Dados de outubro a dezembro de 2024 preliminares Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do IBGE e da Secex.

Analisando isoladamente o abate de suínos em 2024, comparando com 2023 (Tabela 2), é possível perceber que não houve diferença significativa no total de cada ano e que não há qualquer sinal de retomada de crescimento do abate em níveis superiores a 2% ao ano, pelo menos no curto/médio prazo, visto que, mesmo com abate de pouco mais de 4,6 milhões de cabeças no mês de dezembro de 2024, menos do que a média mensal do ano (4,82 milhões de cabeças), o peso médio das carcaças caiu em relação ao mês anterior, um indicativo de que não houve retenção de animais nas granjas.

Tabela 2 – Abate brasileiro mensal de suínos, 223 e 2024, em cabeças e toneladas de carcaças (total e peso médio em kg) e diferença em relação ao mesmo mês anterior. Dados de julho a setembro de 2024 preliminares elaborado por Iuri Machado, com dados do IBGE.

As exportações de carne suína não param de crescer em relação ao mesmo período do ano anterior, com janeiro de 2025 batendo novo recorde (Tabela 3), demonstrando que a pulverização dos destinos tem sido efetiva e benéfica para escoar boa parte da produção (Tabela 4).

Tabela 3 – Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023, 2024 e em janeiro de 2025. Elaborado por Iuri Machado, com dados da Secex.

Tabela 4 – Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada em janeiro de 2025, comparado com janeiro de 2024, com valor em dólar (FOB). Ordem dos países estabelecida sobre volumes de 2025. Elaborado por Iuri Machado, com dados da Secex.

Diante desta situação de estagnação da produção e exportação crescente, o quadro de escassez (redução da disponibilidade interna) até demorou para resultar em reação de preços pagos ao produtor; reação esta que só começou a se manifestar nas últimas semanas.

Alta do preço do milho é parcialmente compensada pela queda no farelo de soja

Se por um lado o preço de venda do suíno voltou a ser favorável ao produtor, por outro, há uma apreensão quanto a alta dos custos de produção. Apesar de uma boa safra verão a ser colhida tanto na soja, quanto no milho, houve atraso nesta colheita nas principais regiões, quando comparado com a safra passada, o que coloca em risco a janela de plantio da segunda safra de milho a ser plantada na sequência na região centro-oeste e no Paraná.

Além disso, o último relatório do USDA, considera, em relação à safra passada, uma queda de mais de 8% nos estoques mundiais de milho para safra 2024/25. Isto tem pressionado as cotações de milho para cima nas últimas semanas (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Preço médio diário do milho (R$/SC 60kg) em Campinas – SP, nos últimos 60 dias úteis, até dia 17/02/2025. Fonte: Cepea

Já com o farelo de soja o movimento é inverso. Com a iminência de colher nova safra recorde no Brasil, que deve se aproximar de 170 milhões de toneladas e uma expectativa de aumento de 11% nos estoques mundiais desta oleaginosa (segundo o USDA), o preço do farelo de soja despencou nos últimos meses (Tabela 5), quase compensando a alta do milho no período.

Chama a atenção também a alta relação de preço entre o óleo degomado de soja e o farelo de soja (se aproximando de 4:1), indicando que existe uma grande demanda pela gordura, o que acaba por aumentar a oferta do farelo, visto que este é derivado do esmagamento da soja parta produção de óleo (Tabela 5).

Tabela 5 – Preço médio mensal do farelo de soja e óleo degomado (R$/ton) e relação óleo:farelo, em Rio Verde (GO), em 2023, 2024 e 2025 (até dia 17/02/25) Elaborado por Iuri Machado, com dados da Agigo.

No balanço final, o custo de produção acabou subindo um pouco em janeiro de 2025, quando comparado com dezembro/24 e ficou bem mais alto que janeiro do ano passado (Tabela 6).

Tabela 6 – Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido) em janeiro de 2023, 2024 e 2025, de dezembro/24, e a média de 2023 e 2024. Elaborado por Iuri Machado com dados da Embrapa (custos) e do Cepea (preço do suíno).

Mesmo com esta alta dos custos a relação de troca do kg do suíno vivo com o mix de milho e farelo de soja que compõe as rações, ainda ficou positiva (acima de 5), conforme demonstra o Gráfico 4, adiante.

Gráfico 4 – Relação de troca suíno : mix milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de janeiro/23 a fevereiro/25 (até dia 17/02/25). Composição do mix: para cada quilograma de Mix são 740g de milho e 260g de farelo de soja. Relação de troca ideal, acima de R$ 5,00. Elaborado por Iuri Machado com dados do Cepea – preços estado de São Paulo.

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que as cotações do suíno em alta no segundo mês do ano indicam que a demanda maior que a oferta de suínos observada no segundo semestre de 2024, deve se estender por este ano, sem sinais, por enquanto, de crescimento significativo de oferta de animais. “A supersafra de soja, em fase de colheita, com farelo de soja em viés de baixa, tem contido uma maior alta nos custos de produção, mas a oferta doméstica e internacional de milho para 2025 preocupa, pois houve atraso no plantio da segunda safra brasileira e ainda falta muito para iniciarem os trabalhos de semeio nos EUA. Continuamos com o indicativo de um ano bom para o setor, mas é preciso ficar atento principalmente aos movimentos do mercado de milho”, ressalta Lopes.

Fonte: Assessoria ABCS

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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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