Bovinos / Grãos / Máquinas
Raiva bovina: saiba como evitar a contaminação do rebanho
Transmissão da doença ocorre através do contato com a saliva do animal contaminado. Cidasc destaca a importância da vacinação dos animais.

A raiva é uma doença transmissível causada por um vírus que atinge o sistema nervoso dos animais, não tem tratamento e resulta na morte em pouco tempo. Uma vez que o animal manifesta os sintomas, que variam de acordo com a espécie, (em herbívoros, por exemplo, ocorre a paralisia do corpo), a Cidasc deve ser acionada obrigatoriamente, alerta o Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).
De acordo com o médico-veterinário e gestor do Departamento Regional da Cidasc, Ivan Ulsenheimer, a transmissão da doença ocorre através do contato com a saliva do animal contaminado. “O morcego hematófago, – uma espécie que se alimenta exclusivamente de sangue – acaba sendo o principal vetor de transmissão da raiva para os herbívoros e animais de produção. Quando esse morcego se alimenta transmite o vírus para o animal atacado”.
Após ser infectado, os sintomas que a raiva provoca envolvem tremores musculares, dificuldade em caminhar, paralisia de mandíbula, salivação intensa, evoluindo para paralisia corporal. O animal cai e não consegue mais se levantar, vindo a óbito. A Cidasc ressalta a importância de vacinar o rebanho contra a raiva e também as pessoas que trabalham com esses animais.
Casos em Chapecó
Neste mês de março, Chapecó confirmou dois focos de raiva em bovinos de uma propriedade considerada de subsistência, com animais de produção para consumo próprio no distrito de Marechal Bormann, interior do município. A partir desse momento foram adotadas todas as medidas de controle. “Ao perceber os sintomas nos bovinos, o produtor chamou um veterinário que suspeitou da doença e encaminhou a coleta dos materiais para o laboratório. O exame confirmou a raiva. As propriedades próximas do local afetado precisarão vacinar todos os animais contra a raiva para a prevenção e o controle da doença. Ainda não é possível afirmar como a raiva foi transmitida aos animais, a suspeita é que eles foram mordidos por um morcego”, comenta o gestor.
No perímetro de três quilômetros entorno da propriedade que registrou os casos, a Cidasc realiza atividades de orientação aos produtores com relação a vacinação dos rebanhos. “É importante que os produtores relatem diretamente a Cidasc qualquer sintoma ou agressões de morcegos, possibilitando assim o controle da doença”, orienta.
A médica-veterinária e conselheira técnica do ICASA, Luciane Surdi, ressalta que a entidade também trabalha na orientação aos produtores da região próxima ao foco. “Informação sobre abrigos de morcegos devem ser notificados à Cidasc, assim como qualquer suspeita de raiva. A prevenção é necessária, pois o prejuízo é quase inevitável quando o produtor descobre a doença no seu rebanho, por isso se faz necessário a adoção de medidas de controle”, ressalta.
Transmissão
A transmissão da raiva ocorre exclusivamente pelo contato com a saliva do animal contaminado. Por isso que o produtor deve ter muito cuidado ao manusear um animal que esteja com sintomas da raiva. “É importante ressaltar que o consumo de produtos inspecionados não representa risco de transmissão, o ser humano é contaminado somente com o contato direto na secreção do transmissor”, afirma Ulsenheimer.
Importante
É importante neste momento que os produtores rurais recebam os profissionais da Cidasc, do ICasa e da Vigilância Sanitária, atendendo as orientações quanto a vacinação do seu rebanho e notificando suspeitas da doença e do ataque de morcegos aos animais, para desta forma não terem riscos de contrair ou propagar a doença.
Em 2024, Santa Catarina registrou um total de seis casos confirmados de raiva em animais. Chapecó reportou dois casos, seguido por um caso em Videira, Mafra, Treze de Maio e Lontras, respectivamente. Esses registros ressaltam a importância da vigilância e prevenção contra esta doença grave, tanto para a saúde animal quanto para a segurança pública.

Bovinos / Grãos / Máquinas
Mato Grosso registra maior exportação de carne bovina de sua história
Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas em novembro. No acumulado de janeiro a novembro, o estado atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mato Grosso encerrou novembro com o maior volume de exportação de carne bovina já registrado pelo estado. Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas no mês, um recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o estado também superou todas as marcas anteriores e atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, que já havia sido o melhor desempenho até então.
Em novembro deste ano, o estado ultrapassou a carne bovina exportada durante 2024, quando foram vendidas 759,3 mil toneladas da proteína bovina. Esse avanço reforça a posição de Mato Grosso como o maior exportador brasileiro de carne bovina e um dos principais fornecedores globais.

Fotos: Shutterstock
“Esses números mostram, mais uma vez, a força da pecuária mato-grossense no cenário internacional. Não se trata apenas de volume: estamos exportando uma carne cada vez mais competitiva, sustentável e alinhada às exigências dos principais mercados do mundo. O desempenho histórico de novembro comprova que o setor está preparado para crescer com responsabilidade, ampliando acesso a novos destinos e fortalecendo a confiança global na carne produzida em Mato Grosso”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento expressivo dos embarques para a China, que segue como principal destino e responde por 54,8% de toda a carne bovina exportada pelo estado em 2025. O país asiático mantém forte demanda por proteína de alta qualidade, o que favorece a competitividade de Mato Grosso.
Além da China, mercados como Rússia e Chile ampliaram suas compras ao longo do ano. O movimento reflete, em parte, o ganho de competitividade da carne mato-grossense, beneficiada pela eficiência produtiva, rastreabilidade crescente e fortalecimento das práticas socioambientais.

“Quando vemos China, Rússia, Chile e outros mercados ampliando suas compras, isso significa que a carne mato-grossense está ganhando competitividade pela qualidade, pela previsibilidade e pela sustentabilidade do sistema produtivo. É um momento que consolida o estado como protagonista global e abre espaço para avançarmos ainda mais em valorização e diferenciação da nossa proteína”, destaca Bruno Andrade.
Além de impulsionar o setor produtivo, o desempenho histórico reforça a importância econômica da pecuária para Mato Grosso. Em 2025, o estado movimentou mais de US$ 3 bilhões com exportações de carnes, contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira e para a geração de renda em toda a cadeia — da pecuária de corte à indústria frigorífica.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Exportações de carne bovina mantêm ritmo acelerado em 2025
Volume e receita avançam mais de 30% com destaque para China, Estados Unidos e União Europeia, consolidando ano de crescimento histórico para o setor.

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo avanço em novembro, mantendo o ritmo acelerado observado ao longo de 2025. No mês, o Brasil embarcou 356 mil toneladas, crescimento de 36,5% em relação às 261 mil toneladas exportadas em novembro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, houve aumento de 51,9%, passando de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,87 bilhão. O volume mensal é um dos maiores já contabilizados, com 318 mil toneladas de carne in natura.
A China permaneceu como o principal destino no mês, com 178,8 mil toneladas e US$ 974,6 milhões, mantendo participação superior à metade da receita exportada. Em seguida, destacaram-se a União Europeia, com 15,5 mil toneladas (US$ 131,2 milhões), e a Rússia, que registrou 20,3 mil toneladas e US$ 86,6 milhões. O Chile importou 14,8 mil toneladas (US$ 85,8 milhões), enquanto os Estados Unidos somaram 12,6 mil toneladas (US$ 84,3 milhões), mesmo após as flutuações decorrentes do ambiente tarifário no terceiro trimestre. Também apresentaram resultados relevantes os mercados do México, Filipinas, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Egito.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 18,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,66 milhões t). A receita alcançou US$ 16,18 bilhões, alta de 37,5% na comparação anual. O desempenho parcial já supera o total exportado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bilhões), consolidando 2025 como um dos anos de maior expansão na série.
A China também lidera o acumulado do ano, com 1,52 milhão de toneladas e US$ 8,08 bilhões, representando 48,3% do volume e 49,9% do total faturado. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 244,5 mil toneladas e US$ 1,46 bilhão, seguidos pela União Europeia, Chile, México, Rússia, Egito, Hong Kong, Filipinas e Arábia Saudita. Diversos mercados ampliaram de forma expressiva suas compras em relação a 2024, com destaque para Indonésia (+579%), Palestina (+66%), Canadá (+96%), Filipinas (+35%), Egito (+56%), México (+105%), China (+43%), Rússia (+306%), Chile (+38%) e União Europeia (+52%).
O desempenho dos embarques para os Estados Unidos ao longo do ano também se manteve positivo, mesmo com oscilações mensais. Entre janeiro e novembro, as exportações para o mercado norte-americano somaram 244,5 mil toneladas, aumento de 109% sobre o mesmo período de 2024 (117 mil t). A receita alcançou US$ 1,464 bilhão, alta de 53,3%. Com isso, o resultado acumulado já se aproxima do total exportado em todo o ano passado (247 mil t; US$ 1,47 bilhão), consolidando a relevância do mercado, mesmo diante de ajustes tarifários transitórios.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados de novembro demonstram a resiliência do setor frente às variações cambiais, oscilações na oferta global e alterações regulatórias observadas em alguns mercados ao longo do ano. A entidade aponta que o crescimento sustentado decorre de fatores estruturais, como produtividade, condições sanitárias reconhecidas internacionalmente, capacidade de atendimento contínuo e diversificação dos destinos.
A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação do acesso do produto brasileiro aos mercados internacionais.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Oscar da Pecuária 2025 premia destaques que impulsionam a evolução da raça Nelore no Brasil
Evento da ACNB homenageia empresas, criadores e personalidades que marcaram o ano com inovação, protagonismo e contribuição decisiva para o fortalecimento da pecuária nacional.

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) entregou o “Oscar da Pecuária”, durante a Nelore Fest 2025, realizada no dia 6 de dezembro, em São Paulo. Foram homenageadas empresas parceiras, criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano por sua contribuição ao contínuo fortalecimento da raça Nelore.
“A proposta do Oscar da Pecuária é reconhecer pessoas, empresas e iniciativas que, ao longo do ano, elevaram o padrão do Nelore no Brasil. São contribuições marcadas pelo protagonismo. Cada homenageado representa um pilar do avanço concreto da raça Nelore e da pecuária brasileira”, afirma Victor Paula Silva Miranda, presidente da ACNB.
A Matsuda Sementes e Nutrição Animal recebeu o prêmio de “Excelência no Agronegócio”, enquanto o Banco Bradesco foi reconhecido com o prêmio “Compromisso com o Agronegócio”, em reconhecimento à sua atuação no apoio aos produtores e aos investimentos do setor. Na comunicação, o programa Giro do Boi, do Canal Rural, foi homenageado com o prêmio de “Promotor da Raça”, e Paulo Henrique Arantes Horto – presidente da Programa Leilões – recebeu o prêmio de “Incentivador da Raça”.
A cerimônia também destacou o protagonismo feminino na pecuária, com o prêmio “Mulher de Destaque na raça Nelore”, concedido a Eny de Miranda Heringer, Elizete Assad Garetti e Arlinda Cristina Oliveira Cruvinel Borges.
Foram homenageados, ainda, criadores de excelência que fazem parte da história do Nelore e contribuem para a expansão da pecuária no Brasil, com a entrega do prêmio “Contribuição para a Evolução da Raça”. São eles José Luiz Niemeyer dos Santos, Alberto Laborne Valle Mendes, Carlos Viacava e Jonas Barcellos Corrêa Filho.
“Essa premiação simboliza o compromisso permanente da ACNB com a valorização de quem impulsiona a pecuária nacional. A Nelore Fest vai além da celebração de resultados. É um momento de reconhecer trajetórias, parcerias e entregas consistentes que contam, de forma coletiva, a evolução do Nelore no país. Ao homenagear diferentes elos da cadeia produtiva, reforçamos a importância da união e do trabalho contínuo em favor de uma pecuária cada vez mais forte, eficiente e sustentável”, conclui Victor Miranda.



