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Queda no preço de produtos agrícolas agrada uns e desagrada outros

Com queda no preço dos produtos agrícolas, pecuaristas garantem insumos com melhores preços, contudo a conta pode fechar no vermelho para quem depende apenas da comercialização da soja e do milho

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A balança da cadeia produtiva ainda está distante do equilíbrio. Se no ano passado os produtores de grãos comemoravam a rentabilidade conquistada com a alta no preço do milho, neste ano os agricultores sentem na pele a mesma incerteza da margem de lucro que os suinocultores viveram em 2016. As cotações das commodities agrícolas encerraram os últimos 30 dias amargando queda no mercado internacional, incluindo as cotações de soja e milho, produtos que têm impacto direto na ração animal e indireto no preço dos alimentos. 

Em abril do ano passado, a saca de milho chegou ao patamar histórico de R$ 45, e tanto suinocultores quanto avicultores tiveram dificuldade em manter alta produtividade sem repassar o custo de produção para o consumidor final – fazendo com que apenas alguns produtores independentes do Estado, que em 2016 representava 23% dos suinocultores paranaenses, com um esforço significativo conseguissem se manter na atividade. “Hoje a soja está cotada na casa dos R$ 56 a saca e o milho a R$ 21, um cenário muito diferente do ano passado, quando fechamos contratos a R$ 80, até R$ 83 a saca de soja e o milho a R$ 30, chegando a R$ 40 na colheita”, aponta o engenheiro agrônomo da Agrícola Horizonte, Cristiano da Cunha. 

Sem margem de lucro

A queda de preço dos principais grãos utilizados na alimentação dos animais chega aos 40%. Na avaliação do especialista, se em 2016 o agricultor conseguia pagar os insumos com uma produtividade média de 120 sacas de milho por alqueire, hoje colhendo 200 sacas talvez não seja possível alcançar qualquer margem de lucro. “Temos expectativa de produção de 230 a 240 sacas por alqueire, e ele vai gastar 200 sacas só com os insumos. Se colocarmos nessa conta outros custos como com maquinário, plantio, óleo diesel, funcionários, colheita e frete, tudo gira em torno de 250 a 260 sacas por alqueire”, aponta. Em suma, se o produtor de grãos vender o milho na casa dos R$ 20, a conta fecha no vermelho.

Cunha aponta que, no ano passado, o agricultor também adquiriu os insumos com o preço menor do que neste ano e consequentemente vendeu o milho com o preço muito bom. Já neste ano o cenário foi totalmente ao contrário. “Como o preço estava muito bom na colheita do ano passado, as multinacionais subiram os preços de fertilizantes, agroquímicos e principalmente de sementes, então o agricultor comprou o insumo mais caro, plantou com um custo alto e vai colher em um preço baixo”, avalia. 

Por outro lado, de acordo com o vice-presidente administrativo da Associação Paranaense de Suinocultores (APS) e presidente da Associação Regional dos Suinocultores do Oeste (Assuinoeste), Gilberto Minosso, mesmo com a queda no preço das commodities, a cadeia produtiva de suínos ainda não tem garantias de que haverá grandes ganhos na atividade. “O produtor enfrenta a especulação existente no meio da cadeia e a falta de garantia de preços mínimos na suinocultura, que ainda é uma luta histórica. Mesmo com a queda de preço e com mais oferta de milho e soja no mercado interno e com o câmbio sob controle, o suinocultor não consegue visualizar uma rentabilidade maior e nem consolidar o avanço na sua atividade”, pondera.  

Queda brusca

Luiz Hollmann, que juntamente com o cunhado cultiva pouco mais de 30 alqueires na Linha Guavirá, interior de Marechal Cândido Rondon, tem expectativa de produtividade da safrinha de pelo menos 250 sacas por alqueire. O resultado, porém, não deve garantir a lucratividade. “Isso vai só cobrir o custo de produção, se cobrir”, lamenta. 

Com a vida dedicada ao trabalho no campo, Hollmann avalia que já houve momentos piores do que o atual para o produtor de grãos. O que chama a atenção, no entanto, é a variação brusca do ano passado para este. “Eu não me lembro de ter sentido uma mudança tão rápida, especialmente porque não eram essas as previsões. O que se noticiava era que não tinha milho, havia frango morrendo de fome e a safrinha, ao que tudo indicava, não supriria a demanda por muito tempo, mas aconteceu o contrário”, aponta. “Hoje dizem que o milho está sobrando e há preocupações até mesmo acerca da capacidade de estocagem do produto”, complementa. 

A previsão do agricultor, infelizmente, não é positiva. Para ele, por enquanto o cenário deve continuar ruim, tendo em vista as informações que apontam o alto estoque de milho e o novo recorde de safra. “Eu não consigo entender como esse cenário se recompôs tão rápido. Questiono-me sobre o que vai acontecer se essa safra for boa, a safra de verão e a safrinha do ano que vem também. O que vamos fazer com tanto produto?”, pergunta. 

De acordo com o engenheiro agrônomo, uma série de fatores compôs o cenário atual. Além da queda do dólar, a baixa taxa de exportação fez com que sobrasse produto no mercado interno, por isso, as empresas consumidoras de milho e farelo de soja – que são os dois principais componentes da ração animal -, por possuírem estoque, param as compras. “Também há questionamentos sobre o estoque de passagem. Não se sabe se o que é colocado nos relatórios é o que existe no estoque físico, mas quando se olham os relatórios o estoque de passagem está alto, o que também baixa o preço”, menciona Cunha. 

No ano passado, o produtor que não é integrado pagou o preço de ter que comprar milho no mercado a R$ 45 a saca para alimentar os suínos e o gado, um cenário totalmente reverso agora. O engenheiro agrônomo considera que o momento novamente não é bom para ninguém. “O ideal é ter um meio termo onde o produtor de grãos fosse remunerado e o pecuarista também tivesse boa margem de lucro”, afirma, apontando que um preço estável, para o milho seria a saca variando entre R$ 28 e R$ 30 e a soja a R$ 70 – mesmo preço considerado justo para as atividades na opinião de Hollmann. 

Estoque cheio

Cunha informa que existem muitos agricultores com produto estocado no aguardo de melhores preços. “Por estarmos em uma região com pequenos produtores e a maioria diversificar a atividade, não dependendo exclusivamente dos grãos para viver, quem precisava na época quitar seus compromissos acabou vendendo, mas aquele que pensava em fazer reserva está com o produto em depósito nas cerealistas aguardando um preço melhor”, explica.

Na avaliação dele, quem está vendendo milho hoje fica no vermelho, pois está abaixo do seu custo de produção. “Já a soja, por termos produtividades muito boas na última safra, talvez esteja vendendo no custo, mas sem lucro nenhum”, pondera.

Fim do sufoco?

Na Linha Campo Salles, no distrito de Margarida, Cesar Petri trabalha um pouco mais aliviado. Com um plantel de 680 matrizes para a produção de leitões, apesar de ser integrado, ele compra diretamente a ração, matrizes e medicamentos, por isso o preço dos produtos agrícolas reflete, e muito, na atividade. “O custo da ração caiu 40%, que foi aproximadamente o percentual de queda do milho e da soja. No ano passado, o custo da ração era 70% de todo o custo da granja, e hoje é menos de 50%”, compara, apontando que hoje cerca de 20% a 25% da receita bruta sobra como lucratividade para o produtor, sendo que nos piores momentos de 2016 o percentual era de 5%. 

Por ter uma produtividade média de 30 leitões por matriz no ano, enquanto a média é de 26 animais, ele destaca que não chegou a trabalhar no vermelho em nenhum mês do ano passado, contudo, foi um ano de margem muito estreita para o suinocultor, com a maioria no prejuízo. “Como estamos no sistema integrado, a empresa mantém o preço um pouco melhor. No pico de preço do suíno não recebemos o que os produtores que não são integrados recebem, mas em anos como 2016 a integradora nos dá uma segurança maior”, compara.  

Petri também cultiva a lavoura e sabe que o momento positivo para os suínos acaba travando a comercialização dos cereais. “Com esse preço, seria preciso colher no mínimo 200 sacas por alqueire, o que pode ser até atingido, mas depende muito da variação climática”, comenta, ressaltando que o preço bom para garantir margem de lucro para as duas atividades e estabelecer um planejamento em longo prazo seria o milho a R$ 30 e a soja a R$ 70.

Para Minosso, o suinocultor brasileiro ainda se ressente da crise provocada pela combinação do preço alto, da falta de milho no mercado interno no ano passado e a baixa de preço do suíno vivo, sendo que os efeitos ainda podem ser percebidos nas granjas, com a redução dos plantéis e no peso do animal vendido para o abate. “O produtor também sofre com as oscilações do próprio mercado de suínos, com altos e baixos na demanda por preço de animais e com a redução do consumo no mercado interno em razão da crise econômica”, informa. 

Ele diz que com o preço menor nos insumos, especialmente no milho, é preciso atingir uma lucratividade que atenda ao menos as necessidades básicas do produtor em uma relação entre o custo e o preço de venda do animal de forma satisfatória no mercado independente, já que aos integrados a aprovação da lei da integração ainda não permitiu que seja estabelecida uma nova rentabilidade na relação com as integradoras. “A relação atual do preço do milho em comparação ao preço do quilo do suíno traz certa vantagem, mas não há garantias de que essa situação menos desfavorável persista por muito tempo devido às oscilações do mercado”, completa.

Fonte: O Presente

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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