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Quebra de safra e preços baixos limitam rentabilidade na temporada 2023/24
Problemas climáticos impactaram as produtividades de soja, milho e trigo em diferentes regiões do País.
A safra 2023/24 foi desafiadora para produtores brasileiros de grãos. Os problemas climáticos impactaram as produtividades de soja, milho e trigo em diferentes regiões do País. Embora o custo de produção tenha recuado, a quebra de safra e os baixos patamares de preços, como observado na temporada passada, levaram a receita bruta a ficar aquém do esperado.
Soja
A semeadura da oleaginosa na região Sul foi marcada, inicialmente, por excesso de chuva e, depois, entre novembro e dezembro, pela má distribuição das precipitações. No Centro-Oeste, a falta de constância das chuvas em outubro, quando as atividades se intensificaram, levou ao replantio em muitas localidades. Além desses fatores, as altas temperaturas também prejudicaram o desempenho das lavouras, incluindo parte da região do Paraná, no decorrer do ciclo de produção (novembro e dezembro).
Durante a colheita (em janeiro), as chuvas que atingiram o Centro-Oeste atrapalharam a movimentação das máquinas no campo. No Rio Grande do Sul, as fortes precipitações no período aumentaram a pressão de ataque de ferrugem nas lavouras de soja, cenário agravado entre o final de abril e início de maio, quando muitas áreas ficaram debaixo d´agua e impossibilitadas de serem colhidas.
Trigo
Tanto o plantio como a colheita de trigo da safra 2023/24 foram prejudicados pelas chuvas. As lavouras vinham se desenvolvendo bem até a fase de frutificação, mas as precipitações entre o final de setembro e início de outubro no Sul do País diminuíram a produção, com muitos grãos colhidos tendo a qualidade depreciada na classificação durante a entrega no armazém. Diante disso, o resultado econômico do trigo colhido em 2023 foi baixo para produtores sulistas.
Milho
As duas principais temporadas de cultivo de milho no Brasil registraram problema com alta temperatura, ataque de pragas e falta de chuva. No Sul do País, as principais regiões produtoras de milho-verão enfrentaram ataque de cigarrinha, o que causou o enfezamento. Além disso, o excesso de chuvas em outubro e novembro prejudicou a polinização das plantas, e o veranico no início do ano dificultou o enchimento do grão. No Norte e Nordeste, as precipitações mal distribuídas e as temperaturas elevadas afetaram significativamente a produção do cereal.
A decisão do plantio de milho de segunda safra refletiu os diferentes cenários de condições climáticas e o desenvolvimento das lavouras de soja nos principais polos produtores do Brasil. Em muitas áreas, o clima quente e seco antecipou o ciclo da oleaginosa, adiantando também a semeadura do milho de segunda safra. Além disso, registrou-se excesso de chuva no início do plantio da soja no Sul e no Centro-Oeste, chuvas mal distribuídas durante e depois do plantio, obrigando o replantio de muitas áreas em outubro e novembro. Vale ressaltar que alguns produtores que tinham no cronograma o plantio de algodão após o da soja nem replantaram a oleaginosa e nem prepararam as áreas para o cultivo da fibra, visto que a germinação da soja foi ruim. Além disso, áreas do extremo sul do Brasil enfrentaram excesso de chuvas durante a colheita, em especial nas áreas mais tardias, de abril e maio.
As áreas de segunda safra de milho tiveram germinações e crescimentos em boas condições nos primeiros meses de 2024, mas a falta de chuvas e as altas temperaturas restringiram o desenvolvimento em abril/24, principalmente no sul de Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso e no sudoeste de Goiás, a distribuição de chuva foi melhor, garantindo produção acima do esperado.
Rentabilidade
Em linhas gerais, os resultados econômicos mostram que a redução dos valores de fertilizantes e defensivos agrícolas ajudaram a diminuir o custo de produção da safra 2023/24. Por outro lado, a queda de produtividade e os baixos patamares de preços da soja, do milho e do trigo anularam o efeito positivo sobre a rentabilidade operacional líquida.
O custo de produção da soja na temporada 2023/24, por exemplo, caiu 13,1% em relação à 2022/23, mas a quebra de safra e a desvalorização da oleaginosa frente à safra passada resultaram na receita liquida operacional negativa de 28,7%.
O milho fecha o segundo ano com saldo negativo, mas ainda com melhor desempenho frente à temporada 2022/23. Para o milho verão, os custos dos fertilizantes e defensivos agrícolas caíram respectivos 48,4% e 3,3% na safra 2023/24 em relação à anterior, o que, por sua vez, proporcionou uma redução de 23,9% no custo de produção no mesmo período. A receita bruta, porém, não foi suficiente para cobrir o custo operacional efetivo, diante da quebra de safra e da manutenção dos baixos níveis de preço do milho.
Para o milho de segunda safra, o custo de produção na temporada 2023/24 caiu 12,5% sobre o ciclo anterior, refletindo a desvalorização dos custos com fertilizantes e defensivos agrícolas. Embora o efeito sobre a receita liquida operacional apresente aumento de 68,7% frente à safra passada, o valor nominal da receita liquida operacional ainda ficou negativo. Dentre as regiões pesquisadas, a de Mato Grosso do Sul foi a que amargou a pior receita líquida operacional na temporada 2023/24, visto que as principais áreas produtoras do sul do estado foram afetadas pela forte estiagem e, consequentemente, tiveram quebra de safra.
O custo de produção do trigo na safra 2023 diminuiu 15,1% frente ao ano anterior, pressionado sobretudo pelo recuo nos preços dos fertilizantes. A receita bruta caiu com mais intensidade que o custo, resultado da forte quebra da produtividade e da baixa do preço por conta da qualidade do cereal. Assim, o efeito negativo sobre a receita liquida operacional foi de 316,3% em relação à safra de 2022.
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Benefícios do ovo para atletas
Descubra como esse superalimento pode otimizar a performance e a recuperação dos atletas, com insights do Instituto Ovos Brasil e uma receita especial de Tiago Camilo
Em outubro, celebramos o Mês do Ovo, destacando a importância desse alimento na dieta de atletas em todas as modalidades esportivas. Reconhecido por seu perfil nutricional excepcional, o ovo é um verdadeiro superalimento que desempenha um papel fundamental na otimização da performance esportiva e na recuperação muscular. O Instituto Ovos Brasil (IOB) ressalta como o ovo é crucial para a saúde e o desempenho dos atletas, oferecendo uma combinação única de nutrientes essenciais.
De acordo com Lúcia Endriukaite, nutricionista do IOB, “O ovo é uma excelente fonte de proteínas de alta qualidade, essenciais para a construção e reparação muscular. Além disso, é rico em vitaminas como a B12, que ajuda no metabolismo energético, e a D, crucial para a saúde óssea.” Esses nutrientes são indispensáveis para atletas que necessitam de energia e resistência para suportar treinos intensos e competições.
A versatilidade do ovo na dieta dos atletas é impressionante. Exemplos incluem:
Corredores e Ciclistas: Para aqueles que precisam de resistência e recuperação rápida, o ovo fornece proteínas de alta qualidade e aminoácidos essenciais que ajudam na reparação muscular e na manutenção da massa magra.
Atletas de Força e Musculação: Para quem busca o aumento de massa muscular, a combinação de proteínas e aminoácidos encontrados no ovo é ideal para promover o crescimento muscular e a recuperação pós-treino.
Atletas de Esportes Coletivos: A rápida absorção de nutrientes e a versatilidade culinária do ovo facilitam sua inclusão nas refeições, contribuindo para energia e desempenho durante as partidas.
Além dos benefícios nutricionais, os ovos são fáceis de preparar e podem ser incorporados em uma variedade de pratos, desde omeletes e saladas até receitas mais elaboradas. Embora muitos optem apenas pela clara, a gema também é rica em vitaminas e antioxidantes como luteína e zeaxantina, que ajudam na saúde ocular e podem melhorar a performance visual dos atletas.
O Instituto Ovos Brasil (IOB) enfatiza o valor do ovo como um alimento acessível e eficiente para a dieta dos atletas. “O ovo é uma opção nutricionalmente densa que pode ser incluída em qualquer plano alimentar esportivo para ajudar a alcançar os melhores resultados”, afirma Endriukaite.
Receita Especial para Atletas
Para quem procura uma receita prática e nutritiva, Tiago Camilo, judoca e medalhista olímpico, compartilha uma receita que sua avó costumava preparar:
Ingredientes:
- Massa pronta de milho
- 200 ml de leite integral
- 3 ovos
Preparo:
Em uma tigela, misture bem a massa de milho com o leite integral e os ovos.
Bata a mistura na batedeira por 1 minuto até ficar homogênea.
Despeje a mistura em uma forma untada e leve ao forno preaquecido a 180°C por cerca de 50 minutos, ou até que o topo esteja dourado e firme ao toque.
Neste Mês do Ovo, aproveite os benefícios desse alimento essencial para aprimorar sua dieta e alcançar seus objetivos esportivos com mais eficiência!
Notícias Em Chapecó - Santa Catarina
Competitividade do queijo na indústria é debatida no Simpósio de Bovinocultura de Leite
Considerável produção, que de acordo com a FAO, em 2021, foram produzidas mais de 22 milhões de toneladas em todo o mundo.
Com variedade de sabores, texturas, aromas, composições e métodos de produção, o queijo é um alimento versátil. Seja em tábua de frios, fondue, saladas, recheios, lanches, molhos, suflê, omeletes ou doces, é um complemento muito apreciado em diversas culturas. Prova disso, é sua considerável produção, que de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), em 2021, foram produzidas mais de 22 milhões de toneladas em todo o mundo.
Os países com maior consumo de queijo per capita são França (26,3 kg), Islândia e Finlândia. E, a previsão é de que o consumo global aumente 1,4% até 2023, e atinja 6,5 kg por pessoa. Por ser um dos alimentos mais apreciados no mundo, a cadeia produtiva precisa estar atenta para assegurar a qualidade da matéria-prima, a rentabilidade para o setor, a padronização dos produtos, a inovação com novos e atrativos produtos, além de adotar estratégias para agregação de valor.
Por sua relevância, a temática “Competitividade do queijo na indústria” será abordada no dia 5 de novembro (próxima terça-feira), às 15 horas, no painel Indústria, do 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL). O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), é realizado no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). A programação também engloba a 8ª Brasil Sul Milk Fair e o 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte.
O assunto será conduzido pelo técnico em laticínios, Michael Mitsuo Saito. Ele é formado pelo Instituto de Laticínios Cândido Tostes. É graduado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Estatística Aplicada à Indústria na mesma universidade. É membro global do Grupo de Tendências Tecnológicas de Queijos de Pasta Filata e Continentais e especialista em competitividade no segmento de queijos. Atualmente é gerente de projetos e aplicação América Latina na Novonesis.
O presidente da comissão científica do SBSBL, Claiton André Zotti, comenta que mesmo em um cenário favorável para a expansão do setor, diversos fatores influenciam a competitividade dos laticínios. Como exemplos ele cita a variedade de produtos que atrai diferentes segmentos de mercado e consumidores, qualidade do leite processado, tendências de consumo, acesso a canais de venda, concorrência com queijos importados e normas de qualidade e segurança alimentar.
Inscrições
As inscrições para participar do 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) estão no último lote, os investimentos são de R$ 570,00 para profissionais e de R$ 460,00 para estudantes. Com esse ingresso o participante tem acesso total ao evento – 13º SBSBL, 8ª Brasil Sul Milk Fair e 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte. Há também a possibilidade de participar somente do 3º Fórum Bovinocultura de Corte e da 8ª Milk Fair. O valor para essa modalidade é de R$ 200,00.
Para participar somente da 8ª Brasil Sul Milk Fair e conferir novas tecnologias e soluções expostas por empresas do setor, as inscrições podem ser feitas pelo valor de R$ 100,00. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSBL serão concedidos códigos-convites bonificados. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas.
As inscrições podem ser realizadas, clicando aqui.
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Intercâmbio internacional alavanca melhoramento genético de pastagens
Discussões há mais de uma década têm impulsionado pesquisas internacionais para o desenvolvimento de novas cultivares.
Pesquisas de dez países foram apresentadas na II Conferência Internacional de Melhoramento de Forrageiras e Gramados, realizada pela Embrapa. Cientistas de universidades e instituições públicas e privadas do Brasil e do mundo se reuniram pela primeira vez após a pandemia do Covid-19 para se atualizarem sobre genética, desenvolvimento de novos materiais e inovações.
O universo de especialistas e de empresas que atuam diretamente com os temas é pequeno, segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF), Marcelo Ayres, e por isso um contato mais frequente permite ganhos aos diferentes países. “A conferência, além de ser um espaço para a divulgação de nossos trabalhos, ao longo desses anos, possibilitou a ampliação da articulação entre diferentes instituições nacionais e internacionais, resultando na proposição de projetos de pesquisa colaborativos, no treinamento de estudantes de pós-graduação no exterior e em maior conhecimento das empresas internacionais que atuam no setor”, comentou.
O evento ocorre desde 2007, inicialmente focado apenas em melhoramento genético. Foram três edições no Brasil, seguidas de uma edição na Austrália, a partir do qual o tema de discussão foi ampliado – estudos moleculares passaram a compor o escopo das discussões. A partir daí, foi realizada a primeira conferência internacional nos Estados Unidos, em 2019, e a segunda aconteceu neste mês no Brasil.
A última edição, na sede da Embrapa, em Brasília (DF), em outubro, reuniu cerca de 60 pessoas, representando pesquisas de dez países: Quênia, Etiópia, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Noruega, Nova Zelândia, China e Brasil. Foram apresentados os casos do banco genético de forrageiras tropicais da África, a coleção genética de azevém do Uruguai, a nova cultivar de Estilosantes guianensis para regiões subtropicais, marcadores moleculares para resistência da podridão radicular causada por fungos, ferramentas genômicas para uso em espécies forrageiras subutilizadas na África, entre outros.
Os participantes também estiveram na Embrapa Cerrados, em um Dia de Campo, quando foram discutidos os seguintes temas: programa de melhoramento genético de Andropogon gayanus, que resultou na nova cultivar BRS Sarandi; programa de melhoramento genético de braquiária; ensaio de pastejo de andropogon e braquiária; sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
Diversidade e compartilhamento
A diversidade do público e o espaço para compartilhamento de conhecimentos foram os pontos altos do evento para o presidente do comitê de organização, o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF), Marco Pessoa Filho. “Tivemos em Brasília um público muito diverso, com pessoas de vários países que trabalham diferentes espécies de forrageiras. Foi importante retomar esse evento, depois de cinco anos, para voltar as discussões, para nos atualizarmos sobre os progressos dos projetos de pesquisa e dos trabalhos que estão sendo desenvolvidos em diferentes temas”, explicou.
Esteban Rios, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, concordou com a importância desses momentos: “Eventos como esse permitem o intercâmbio de conhecimentos e de experiências com parceiros de muitos países e também são espaços para divulgar as novas cultivares que estão no mercado. Para os estudantes, é uma oportunidade para eles saberem como funcionam os programas de melhoramento nos diferentes países”.
O pesquisador ainda ressaltou a importância da formação dos recursos humanos para essas áreas, quando questionado sobre o porquê de a equipe de forragens da Universidade da Florida ser dominada por pesquisadores latino-americanos, incluindo os dois coordenadores, um da Argentina e outro do Brasil. “A formação do profissional de Agronomia nos países da América Latina, como Brasil e Argentina, é muito forte. Quando fazemos uma pós-graduação nos Estados Unidos, eles veem o potencial dos recursos humanos da América Latina”.
Rios falou especificamente dos cientistas brasileiros: “Brasil tem recursos humanos impressionantes, historicamente com Cacilda [do Valle] e Liana [Jank], e os novos melhoristas que estão liderando os programas atualmente têm uma capacidade igual ou melhor e estão incorporando tecnologias e recursos para melhorar as cultivares para o Brasil”.
Liana Jank, pesquisadora da Embrapa Gado de Corte (MS), que participou da organização de todas as edições, contou que o evento foi criado e mantém sua relevância pela necessidade de a comunidade científica que trabalha com o desenvolvimento de cultivares de forrageiras ter um espaço para troca de ideias e de integração: “Neste ano, tivemos discussões muito melhores, com uma integração maior entre as pessoas. Tivemos uma representatividade grande, com pessoas vindo de outros países e de várias instituições do Brasil”.
Para Carlos Acuña, pesquisador da Universidad Nacional del Nordeste, na Argentina, esse intercâmbio é fundamental para o avanço das tecnologias: “Diferentes países estão trabalhando com espécies afins e outros com sistemas reprodutivos parecidos ou esquemas de avaliação similares. Esses momentos nos ajudam a pensar e discutir sobre estratégias mais eficientes para gerar cultivares de forragem que tenham maior produtividade e valor nutricional para os animais”.
No entanto, o pesquisador alertou para a necessidade de se dar mais foco à biodiversidade da América do Sul. “Há muitas espécies que não foram exploradas e que têm um alto valor. Como a biodiversidade tem sido reduzida de forma dramática, é necessário olhar para isso. Temos que dar mais valor às gramíneas e às leguminosas nativas. Temos no Brasil, na Argentina, no Uruguai, na Colômbia e na Venezuela uma enorme biodiversidade. Temos que aumentar a discussão sobre esse tema”, ressalta.
Para além de discussões
O pesquisador do International Livestock Research Institute (ILRI), com sedes no Quênia e na Etiópia, Alemayehu Negawo, reforçou a importância de se construir bancos genéticos com forrageiras tropicais para conservação da biodiversidade e uso pelos programas de melhoramento. Ele contou que a Etiópia mantém uma coleção com espécies de braquiária coletadas em diversos países da África, conservadas como sementes e plantas vivas. A partir das informações apresentadas na Conferência, Negawo se interessou por saber mais sobre como são feitas as avaliações nutricional e de desempenho animal realizadas no Brasil. “Acredito que esses são pontos importantes para partilharmos”, ressaltou.
Cacilda Borges do Valle, pesquisadora aposentada da Embrapa que esteve à frente da organização do primeiro evento, lembrou da importância das trocas presenciais: “Apesar de sermos bem poucos os que atuamos com melhoramento de forrageiras, mais especificamente com forrageiras tropicais, eu vi neste ano umas pessoas novas, o que é muito bom. Esse evento, quando criado, foi importante para despertar na comunidade científica internacional o interesse pela biologia molecular aplicada às forrageiras.
E, para além disso, a partir desses contatos, surgiram outras oportunidades”, complementou. Uma delas foi o projeto realizado pela Embrapa Gado de Corte em parceria com o pesquisador German Spangenberg, da La Trobe University, na Austrália. “Foram quatro anos de pesquisa em conjunto. Quando há essa troca, conseguimos maiores avanços nas pesquisas porque temos mais pessoas envolvidas”, informou.
Atualmente, a Embrapa mantém parceria com os Estados Unidos, mais especificamente com a Universidade da Flórida. “Essa aproximação também ocorreu a partir desses eventos. O vínculo com a Flórida pode trazer muitos ganhos para o trabalho com leguminosas tropicais, liderado pela Embrapa Cerrados”, concluiu.