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Quase 90% dos alunos de colégios agrícolas pretendem continuar no campo
Programa do Sistema FAEP/SENAR-PR em parceria com o governo estadual encerrou os primeiros seis meses de atividades com saldo positivo entre os alunos das 23 instituições de ensino

No que depender do engajamento dos milhares de estudantes dos 23 colégios agrícolas do Paraná, o futuro da agropecuária estadual está garantido. Levantamento feito com os 3.735 participantes do Programa Agropecuária 2030, ao longo do segundo semestre de 2023, aponta que 89% pretendem dar continuidade em suas carreiras na agricultura e/ou na pecuária. Os números constam no balanço dos primeiros seis meses do projeto de formação profissional firmado entre o Sistema FAEP/SENAR-PR e o governo estadual, que promove ações de treinamento e atualização dos equipamentos disponíveis para as aulas nas instituições de ensino. Ao todo, o Sistema FAEP/SENAR-PR já investiu R$ 3,2 milhões na iniciativa.
“Esse programa representa o futuro dos agricultores, pecuaristas e profissionais de assistência no campo”, ressalta Ágide Meneguette, presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Nosso objetivo é que essa proposta sirva de acesso para esses jovens adentrarem a era digital e se integrarem ao sistema de representatividade. Além disso, é importante destacar que, em 2024 e nos próximos quatro anos, o projeto terá continuidade, reforçando nosso compromisso de impulsionar o desenvolvimento desses futuros líderes da agropecuária”, acrescentou.
Desde o segundo semestre do ano passado, quando foi a campo, o Programa Agropecuária 2030 já soma 211 eventos (cursos, atualizações de instrutores e outras iniciativas de formação), com 3.735 participações. Os módulos disponibilizados aos alunos por meio da parceria e ministrados pelos instrutores do SENAR-PR foram “Agricultura de Precisão” (1,1 mil alunos), “Drones Agrícolas” (1,2 mil alunos) e “Mecanização Agrícola” (1,3 mil alunos). Ainda neste ano, o módulo voltado para pecuária vai estar à disposição dos estudantes. Até o momento, na avaliação dos envolvidos nos cursos, as notas de satisfação em relações às formações estão acima de nove, em uma escala de zero a dez.

Equipamentos
Além das formações, o Sistema FAEP/SENAR-PR investiu R$ 1,3 milhão na compra de 484 aparelhos de última geração: 21 GPS’s portáteis, 23 GPS’s agrícolas e 23 tablets. O pacote contempla, ainda, amostradores de solo, fluxômetros e termohigroanemômetros, além de kits de ordenha, de aplicação de agroquímicos e de perdas, drones e penetrômenos de solo. Tudo isso proporciona o contato dos estudantes com o que há de mais moderno na agropecuária mundial.
Segundo Heli Heros Assunção, técnico do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR que integra a equipe técnica do Agropecuária 2030, mais de 2,7 mil sugestões e elogios ao programa foram encaminhadas por parte dos participantes. Nelas, os alunos trazem pontos que vão ser considerados no aprimoramento da iniciativa em 2024. “Entre as sugestões, estão aspectos como mais tempo de curso, mais títulos e mais atividades práticas, o que demonstra um interesse profundo por parte dos estudantes pelos conhecimentos repassados”, afirma Heli.
Novo ânimo em Campo Mourão
No Colégio Agrícola de Campo Mourão, a parceria entre o Sistema FAEP/SENAR-PR e o governo estadual é uma forma de subsidiar os professores, em especial no que diz respeito a novas tecnologias, algo que estava pendente até então. “Os jovens aprendem rápido, praticamente já nascem sabendo a mexer com tecnologia. Nos colégios agrícolas, isso acaba sendo um atrativo, pois eles saem da formação mais motivados. Mesmo que você passe o mesmo conteúdo na teoria, ter a possibilidade de aplicar na prática é um diferencial de qualidade na formação”, descreve o diretor da instituição de ensino, Amarildo Affonso. “Entre as empresas do ramo que costumam contratar nossos alunos, uma companhia grande de Campo Mourão nos procurou para expor suas necessidades. Isso motivou a discussão de uma restruturação da grade curricular, para contemplar as novas tecnologias. Então o programa do SENAR-PR veio muito a calhar, porque temos que acompanhar a evolução do mercado”, aponta Affonso.
Brilho no olhar em Toledo
Em Toledo, na região Oeste do Paraná, a implantação do Programa Agropecuária 2030 modificou a rotina dos alunos do colégio agrícola do município. “Eu percebo uma energia positiva, uma garra, uma determinação e um interesse fundamentais para uma boa formação. Em 2023, com essa parceria, os alunos tiveram o privilégio de presenciar essa virada de chave”, celebra o diretor da Unidade Didática Produtiva do colégio agrícola, Gerson Boff.
Segundo Boff, essa transformação também ocorreu por meio da integração entre os instrutores do SENAR-PR e os professores do colégio agrícola, cuja convivência proporciona um intercâmbio de abordagens. “Os instrutores vêm com uma dinâmica diferente e os professores, olhando esses pontos que dão certo, podem melhorar a dinâmica usada em sala de aula. Quem ganha com isso é o aluno, que vai ter entendimento melhor, qualidade de aprendizado e, o mais importante, a prática”, destaca o diretor.

Programa Agropecuária 2030
- Formatação começou em 2022;
- Plano de aulas construído coletivamente, por técnicos e instrutores do SENAR-PR;
- Profissionais passaram por atualização na Escola Superior de Agricultura, da Universidade de São Paulo Luiz de Queiróz (Esalq/USP), em Piracicaba, no interior paulista;
- Programa é levado às escolas por 24 instrutores do SENAR-PR;
- Participantes são estudantes do último ano de formação;
- Módulos têm avaliações em 360º;
Quatro módulos são ofertados:
- Agricultura de Precisão (AP): aborda tecnologias de softwares e hardwares aplicadas à gestão de operações agrícolas mecanizadas;
- Mecanização Agrícola: planejamento e gestão de frotas de máquinas agrícolas e preparação dessas para as operações de plantio, manejo e colheita;
- Drones Agrícolas: uso de drones no setor agropecuário e conceitos básicos da tecnologia e das exigências legais da operação;
- Pecuária: elaborado de acordo com as demandas do setor, com foco na capacitação dos alunos em manejo pecuário alinhado a boas práticas. Entra em vigor em 2024.

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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.
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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos
Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.
A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.
Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA
Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.
Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.
Exportação via estabelecimentos com inspeção federal
Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.
A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.
Avanço regulatório
Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.
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STF suspende julgamento da Moratória da Soja e mantém paralisação nacional de processos
Com pedido de vista de Dias Toffoli, segue válida a liminar de Flávio Dino que congelou ações na Justiça e no Cade, enquanto especialistas destacam impacto do caso na segurança jurídica do agro.

O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento que analisava a liminar concedida pelo ministro Flávio Dino que determinou a suspensão nacional de todos os processos que discutem a validade da Moratória da Soja na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até o momento, há quatro votos para confirmar a paralisação das ações. A análise ocorre no plenário virtual desde a última sexta-feira (14) e estava prevista para terminar na próxima terça-feira (25). O pedido de vista foi do ministro Dias Toffoli, e até que o processo volte à pauta a medida segue válida.
O advogado Frederico Favacho afirma que é positiva a decisão de Flávio Dino, por reconhecer que a Moratória da Soja é legal. “Esse é o ponto mais importante de toda a controvérsia”, entende.
A Moratória da Soja é um acordo voluntário entre tradings que comercializam grãos, no qual se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O STF julga uma ação ajuízada pelo PcdoB, PSOL, PV e Rede. As legendas pedem a suspensão de lei do estado de Mato Grosso que proíbe a concessão de benefícios fiscais para empresa que assinaram o acordo.
Em dezembro do ano passado, Flávio Dino atendeu ao pedido dos partidos e suspendeu a lei de forma liminar. Em abril deste ano, ele reconsiderou a decisão, estabelecendo que a norma passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.
Em 05 de novembro, Flavio Dino determinou a suspensão nacional de todos os processos, inclusive os que investigam possível formação de cartel no Cade. Afirmou não considerar adequado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, permitir que o debate sobre a Moratória da Soja prossiga nas instâncias ordinárias jurisdicionais ou administrativas, diante da possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento a ser fixado pelo STF. “No mesmo voto, Flávio Dino também reconhece o direito de os entes federativos estabelecerem as regras para concessão dos benefícios fiscais, o que, na prática, implicaria em os Estados poderem retirar os benefícios das empresas signatárias, o que continua sendo discutível na esfera infraconstitucional em relação a forma, razoabilidade e outros quesitos”, diz Favacho, complementando: “De toda forma, isso vem num momento importante, quando o mundo todo está de olhos voltados para as boas práticas ambientais do agronegócio brasileiro”.



