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Qualidade dos ingredientes e impacto na nutrição animal: Micotoxinas e seus efeitos
A contaminação com micotoxinas, nas matérias primas utilizadas na produção de rações para alimentação animal é um problema significativo. Os suínos estão entre as espécies mais sensíveis às micotoxinas.
As micotoxinas são metabólitos tóxicos secundários produzidos por fungos filamentosos. Os fungos crescem e se proliferam bem em grãos quando em condições ideais de temperatura, umidade e presença de oxigênio, e induzem uma série de reações tóxicas no organismo, prejudicando o desempenho dos animais, seja de maneira direta, afetando órgãos envolvidos no processo de digestão e absorção de nutrientes, ou de maneira indireta, atuando sobre o sistema imunológico, tornando os animais menos resistentes a infecções.
Essas toxinas são responsáveis por perca de milhões de dólares anualmente em saúde animal e produtos agrícolas condenados. Os fatores que contribuem para a presença ou produção de micotoxinas em alimentos ou rações incluem armazenamento, condições ambientais e ecológicas.
A sintomatologia da intoxicação por micotoxinas nos suínos depende principalmente dos seguintes fatores: Quantidade de toxina presente na alimentação, tipo de toxina, tempo de exposição, estado nutricional, idade do animal e composição da dieta. As principais micotoxinas encontradas nas matérias primas de origem vegetal para alimentação animal são: Aflatoxinas, Fumonisinas, Zearalenona, Tricotecenos (TCT) e Ocratoxina A.
As aflatoxinas estão entre as micotoxinas mais tóxicas e são produzidas pelos fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, que costumam crescer no solo, vegetação em decomposição e principalmente em grãos vegetais como o milho, sorgo, trigo, arroz soja e o amendoim.
Esta toxina é capaz de causar problemas em suínos quando ingerida pela ração em níveis acima de 50 ppb. O órgão mais afetado pelos efeitos tóxicos da aflatoxina é o fígado, resultando numa série de danos ao metabolismo das proteínas, carboidratos e lipídeos. Os sintomas mais comuns entre os animais infectados variam entre ascite, anemia, icterícia e diarreia hemorrágica, evidenciando lesões intestinais sendo comum a morte dos afetados. Nos quadros crônicos os sintomas mais marcantes são de redução do consumo de ração associada com uma queda do crescimento. Além dos casos reprodutivos como desuniformidade dos leitões ao nascer, deformidades, vulvovaginite em leitões e marrãs, prolapso retal e aumento da porcentagem de abortos
Já os fungos Fusarium são comuns no solo e produzem uma variedade de toxinas diferentes, incluindo Fumonisinas, Zearalenona e os Tricotecenos, como Desoxinivalenol (DON), e Toxina T. A formação de fungos e toxinas ocorre em uma variedade de safras de grãos e cereais.
Acredita-se que o início da cultura, com o período de elevadas temperaturas e ambiente seco, seguido de chuvas frequente no florescimento, colabora para o crescimento do Fusarium nas culturas. Ele sobrevive facilmente em restos de vegetais e se dissemina através de ventos e chuvas.
As fumonisinas formam um grupo de micotoxinas produzidas pelo metabolismo secundário de fungos toxígenos dos gêneros Fusarium e Alternaria, sendo as linhagens de F. moniliforme as maiores produtoras. Fumonisinas podem causar danos ao tecido hepático, bem como edema pulmonar em suínos. As fumonisinas podem também induzir degeneração hepatocelular, alterações no sistema imune, inibição metabólica em vários tecidos e efeitos deletérios sobre a morfologia intestinal.
A Zearalenona (ZEN) ocorre em praticamente todos os cereais colhidos no Brasil, principalmente em culturas de inverno. Os suínos possuem a maior sensibilidade entre os animais domésticos, podendo apresentar sinais clínicos de intoxicação a partir de 0,1 mg da toxina/kg de alimento consumido. A ação desta toxina se dá pelo estímulo aos receptores estrogênicos citoplasmáticos, afetando a síntese proteica no aparelho reprodutor tendo efeitos nos hormônios sexuais principalmente no estrogênio podendo gerar infertilidade, além do surgimento de quadros caracterizados de vulvovaginite, nascimento de leitões fracos e natimortos e, muitas vezes, a surtos da síndrome dos membros abertos. Também há redução na taxa de concepção, acompanhada de repetição de cio.
Os tricotecenos são um grupo de micotoxinas produzidas por diferentes espécies de fungos, mas principalmente do gênero Fusarium. De acordo com a estrutura molecular são divididos em dois grandes grupos: os de cadeia simples e os macrocíclicos. Apenas alguns apresentam importância econômica no Brasil, sendo deoxinivalenol (vomitoxina ou DON) e a toxina T-2 os principais representantes. A ocorrência de TCT é significativa em culturas de inverno, como trigo, cevada, aveia, arroz e centeio, cultivadas em baixas temperaturas, variando entre 6 e 24° C.
Os deoxinivalenol induzem recusa de alimentos e perda de peso, apresentam toxicidades similares e um nível combinado menor que 0,4 mg/kg é descrito como aceitável (para suínos, os quais são relativamente susceptíveis), enquanto mais de 2,0 mg/kg é sempre inaceitável. A intoxicação por esta micotoxina é relacionada com prejuízos no desempenho dos animais, especialmente com recusa do alimento, vômitos e lesões no trato gastrointestinal. Em decorrência desta intoxicação também são relatados inchaços, redução do tamanho da tireoide, crescimento excessivo da mucosa gástrica e alterações em parâmetros hematológicos e imunológicos.
A toxina T2 é considerada a micotoxina mais potente do grupo dos tricotecenos. A exposição a altas doses da toxina resulta em diarreia, vômito e danos hematopoiéticos. Lesões causadas no trato digestório podem ocorrer após o contato direto com a toxina. Em suínos, são descritas lesões no focinho, pelo contato com a toxina na dieta; e perianais, devido ao contato com a toxina ainda nas fezes. Também ocorre diminuição na ingestão de alimentos, provavelmente devido ao desconforto causado pelas lesões orais, e consequente perda de peso. A síndrome sanguinolenta, produzida pela toxina T2, se caracteriza pela ocorrência de dermatites, abortamentos, distúrbios nervosos, hemorragias gástricas e viscerais.
Já as Ocratoxinas são produzidas por espécies dos gêneros Penicillium e Aspergillus geralmente durante o armazenamento dos grãos. Um mecanismo de ação importante das ocratoxinas inclui a inibição da síntese proteica celular. Adicionalmente, a toxina pode diminuir a reabsorção de eletrólitos e aumentar a excreção de água através de diurese osmótica. Toxicidades cardíaca e hepática também são frequentemente observadas em intoxicações com a micotoxina. As intoxicações agudas também incluem sinais como anorexia, perda de peso, urina excessiva, hemorragia no trato digestório e desidratação.
Os fungos possuem desenvolvimento reduzido em alimentos devidamente secos e armazenados, portanto, a secagem eficiente e armazenamento adequado são medidas eficazes contra a produção de micotoxinas. Além disso, para evitar a exposição à micotoxinas, procure inspecionar grãos inteiros (especialmente milho, sorgo, trigo, arroz), que normalmente são contaminados com aflatoxinas. Além da avaliação de cada ingrediente, é essencial que avaliamos a quantidade de micotoxinas na ração final. Pois a combinação de micotoxinas presente em cada matéria prima pode resultar em um valor final que contribui para intoxicação do animal.
Quando não há como avaliar a qualidade dos ingredientes deve-se fazer o uso de ferramentas na dieta para amenizar os efeitos deletérios das micotoxinas no organismo dos animais, umas das formas eficaz no combate das micotoxinas incluem a utilização dos adsorventes nas rações, onde essas substâncias agem como sequestrantes de micotoxinas, evitando sua absorção no intestino dos animais, impossibilitando a sua ação nos diferentes órgãos.
Para produzir um alimento de qualidade, a seleção e escolha das matérias-primas a serem usadas é o passo inicial. Se não se iniciar a produção com matérias-primas de qualidade, por melhor que seja a formulação ou o processamento, não será possível obter um produto que potencialize o ganho de desempenho dos animais.
Autora: Kariny Fonseca da Silva – Zootecnista, Especialista em Nutrição – Vaccinar Nutrição Animal
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Parcerias estratégicas, inovação e bem-estar animal: Bases do crescimento sustentável da Granja Antunes no setor de produção de ovos
Empresa tem superado os desafios de um mercado competitivo e em constante transformação, destacando-se pela busca contínua por melhorias e eficiência.
A Granja Antunes, localizada em Avaré, São Paulo, construiu uma trajetória marcada pela dedicação à qualidade e à inovação no setor de produção de ovos. Desde sua fundação, em 2009, a empresa tem superado os desafios de um mercado competitivo e em constante transformação, destacando-se pela busca contínua por melhorias e eficiência. Atualmente, com uma produção diária de cerca de 2.500 caixas de ovos destinadas a atacadistas e varejistas de todo o Brasil, a Granja Antunes reafirma seu compromisso com a sustentabilidade e a modernização.
Essa história de crescimento e adaptação foi moldada pela superação de desafios significativos. Nos primeiros anos, a empresa enfrentou a volatilidade econômica e as dificuldades do setor avícola, como a alta nos custos de insumos e as exigências crescentes do mercado. Segundo Norberto Lemos, porta-voz da Granja Antunes, essas adversidades impulsionaram mudanças estratégicas e investimentos em tecnologia. “Superamos muitos desafios ao modernizar nossas operações e focar na sustentabilidade. Hoje, esses esforços resultam em processos mais eficientes e produtos de melhor qualidade”, afirma.
Nos últimos anos, a Granja Antunes passou por uma transformação tecnológica significativa, incorporando sistemas de automação e climatização que tornaram as operações mais eficientes e sustentáveis. A automação reduziu a dependência de trabalho manual e aumentou a precisão dos processos produtivos, enquanto a climatização proporcionou condições ideais para as aves, reduzindo doenças e elevando a produtividade. “Estamos investindo em tecnologia porque sabemos que é essencial para o futuro da avicultura. Esses sistemas garantem eficiência, qualidade e sustentabilidade, tanto para nós quanto para os clientes”, destaca Lemos.
Além disso, a modernização está alinhada a parcerias estratégicas que desempenham um papel fundamental no avanço das operações e na promoção do bem-estar animal. “A parceria com a Ceva Saúde Animal, por exemplo, reforça nosso compromisso com a proteção e saúde das aves. O uso de tecnologias inovadoras em vacinas não apenas maximiza a performance dos animais, mas também facilita as operações de vacinação e traz resultados econômicos expressivos para a empresa”, acrescenta Lemos. Esses esforços têm sido cruciais para garantir uma cadeia produtiva robusta e sustentável, refletindo diretamente na qualidade dos ovos.
Com esse foco, os avanços tecnológicos também têm preparado a Granja Antunes para expandir sua atuação e consolidar sua presença no mercado interno. Atualmente, grande parte da produção é destinada aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas a empresa planeja continuar investindo em modernização para atender à crescente demanda. Um exemplo dessa visão de futuro são os projetos voltados para a implantação de novas granjas, projetadas para serem ainda mais modernas e sustentáveis. “Essas unidades serão equipadas com tecnologia de ponta, desde sistemas automatizados de monitoramento até práticas inovadoras de manejo, reforçando nosso compromisso com a eficiência produtiva e o bem-estar animal”, explica o porta-voz.
“Olhamos para o futuro com a convicção de que a modernização é essencial para o setor avícola. As novas granjas serão uma extensão dessa visão, unindo tecnologia, sustentabilidade e qualidade em todas as etapas de produção”, afirma Lemos. Ele prevê que as novas unidades não apenas aumentarão a capacidade produtiva da empresa, mas também servirão como modelo de inovação e responsabilidade no setor.
Com a combinação de tradição e modernidade, a Granja Antunes reforça seu compromisso de continuar evoluindo e se destacando no mercado de ovos no Brasil. Os investimentos em tecnologia e as novas granjas refletem a determinação da empresa em se adaptar às transformações do setor e atender às demandas do mercado de forma responsável, garantindo produtos de alta qualidade para milhares de mesas.
Empresas Criando o sucesso juntos
Aviagen América Latina compartilha conhecimento técnico no OVUM 2024
A Aviagen se reuniu com seus clientes para discutir como a linhagem Ross® 308 AP pode ajudar a atender à crescente demanda da região por proteína nutritiva e sustentável
As equipes de vendas e atendimento ao cliente da Aviagen® América Latina, provenientes da Argentina, Brasil, América Central, México e Caribe (CAME), Colômbia, Peru e outros países da América do Sul, se reuniram no 23º Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM) para compartilhar conhecimentos e fortalecer conexões. O evento, realizado bienalmente, ocorreu em Punta del Este, Uruguai, entre os dias 12 e 15 de novembro.
Com o compromisso “Criando o sucesso juntos”, a Aviagen se reuniu com seus clientes para discutir como a linhagem Ross® 308 AP pode ajudar a atender à crescente demanda da região por proteína nutritiva e sustentável. Especialistas da empresa compartilharam insights sobre áreas vitais da produção avícola, visando capacitar os produtores latino-americanos.
Disponibilidade de grãos em um ambiente em transformação
O consultor Paul Aho apresentou uma visão sobre a disponibilidade global de grãos, destacando as condições favoráveis previstas para os próximos 6 a 12 meses, enfatizando que mudanças no mercado podem ocorrer devido a fatores como tarifas, mudanças climáticas e questões geopolíticas.
Manejo inicial de frangos de corte
O gerente de Serviços Técnicos da Aviagen para a América do Sul excluindo o Brasil (SAEB), Santiago Lovera, enfatizou a importância do manejo eficaz na primeira semana de vida dos frangos de corte para o crescimento a longo prazo e o desempenho geral do plantel. “Dar o melhor começo aos pintinhos otimiza o crescimento, a conversão alimentar e a qualidade da carne”, afirmou.
Impacto da melhoria da sustentabilidade genética
O vice-presidente global de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Aviagen, Santiago Avendaño, natural do Uruguai, discutiu como os avanços genéticos estão tornando a produção avícola mais sustentável, com destaque para a redução de custos com ração e as emissões de carbono. Ele ressaltou que as melhorias na eficiência de conversão alimentar estão diminuindo a pegada de carbono da indústria, tanto regional quanto globalmente. Avendaño também abordou o impacto das diferentes fontes de soja na pegada de carbono e discutiu as tendências emergentes de bem-estar animal na Europa, que exigem um portfólio expandido de genótipos para atender às necessidades dos clientes. Além disso, apresentou o impacto ambiental das diversas fontes alimentares de origem animal e vegetal, no que diz respeito às exigências diárias de aminoácidos essenciais, destacando a posição vantajosa da carne de frango.
“O OVUM 2024 nos ofereceu uma valiosa oportunidade de nos conectarmos com a comunidade avícola latino-americana por meio de nossas diversas subsidiárias e equipes”, afirmou o presidente da Aviagen América Latina, Ivan Pupo Lauandos. “Na Aviagen, estamos comprometidos em compartilhar os mais recentes conhecimentos e inovações para ajudar nossa indústria a avançar no bem-estar das aves, em desempenho e sustentabilidade. Com operações locais na Argentina, Brasil, Colômbia e Peru, e uma equipe dedicada de vendas e serviços, estamos posicionados de maneira única para nos manter próximos aos nossos clientes como nenhuma outra empresa de melhoramento genético. Nosso envolvimento de longa data com o Congresso Latino-Americano de Avicultura reflete esse compromisso, e esperamos continuar essa jornada na próxima edição do OVUM, em 2026, na Guatemala”.
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Equipe Hubbard na América Latina fortalece conexões com líderes da indústria avícola no 23º Congresso Latino-Americano de Avicultura
Em seu estande, a empresa apresentou o Hubbard Efficiency Plus, além de uma ampla gama de produtos voltados para o segmento de aves Premium
A equipe latino-americana da Hubbard® estreitou laços com clientes e a comunidade avícola durante o 23º Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM), realizado em Punta del Este, no Uruguai. Este importante encontro da avicultura mundial, que ocorre a cada dois anos, contou com a presença de mais de 3.200 participantes de 50 diferentes países, em um espaço dinâmico para a colaboração e dicas entre a comunidade avícola na América Latina.
O gerente geral da Hubbard na América Latina, exceto Brasil, Mark Barnes destacou a relevância do OVUM para a indústria avícola: “Participar de eventos como este é essencial para a troca de experiências e inovações no setor. Acreditamos que, ao estreitar laços com nossos parceiros, contribuímos para o crescimento e desenvolvimento da avicultura na região”, afirmou.
Em seu estande, a Hubbard apresentou seu produto Hubbard Efficiency Plus, além de uma ampla gama de produtos voltados para o segmento de aves Premium. A equipe manteve diálogos importantes com clientes e parceiros, reafirmando seu compromisso com a inovação e a satisfação das demandas do mercado latino-americano.
“A participação no OVUM 2024 não apenas solidificou a presença da empresa no mercado, mas também reafirmou seu papel como uma das líderes na indústria avícola na América Latina”, disse o diretor de Negócios da Hubbard no Brasil, Carlos Antonio Costa.
Celebração da aposentadoria de Dr. Arnoldo Ruiz
Durante o OVUM, a Hubbard organizou uma recepção especial para homenagear a aposentadoria do Dr. Arnoldo Ruiz, após mais de 25 anos de serviços prestados à empresa. O evento reuniu representantes do Grupo Neria, distribuidor de avós da Hubbard no México, e da Genher, distribuidora na Argentina. O Dr. Ruiz recebeu uma placa e presentes em reconhecimento ao seu profissionalismo e comprometimento com a empresa.