Suínos
Qualidade da mão de obra é principal queixa de suinocultor durante o carregamento
Com vasta experiência na criação de suínos, o produtor rural Edenilson Copini enfatiza não apenas os desafios práticos enfrentados durante o carregamento, mas também a importância da mão de obra qualificada e da adequada gestão de recursos humanos nesse processo.

No cenário desafiador da produção suinícola, um dos pontos críticos que demanda atenção especial é o processo de carregamento e transporte dos suínos para abate. Durante o Encontro Regional Abraves-PR 2024, realizado em Toledo, o produtor rural Edenilson Copini trouxe à tona uma preocupação central que permeia essa etapa vital da cadeia produtiva: a questão da mão de obra. Com vasta experiência na criação de suínos, Copini destacou não apenas os desafios práticos enfrentados durante o carregamento, mas também a importância crucial da mão de obra qualificada e da adequada gestão de recursos humanos nesse processo.

Suinocultor Edenilson Copini: “Outra situação que causa impacto é a baixa remuneração numa atividade que exige muito esforço físico – Foto: Francieli Baumgarten/OP Rural
Ao colocar em evidência esse ponto sensível, o produtor lançou luz sobre os impactos diretos que a falta de habilidade e a sobrecarga de trabalho podem gerar não apenas para os produtores, mas, em última instância, para toda a indústria suinícola.
O produtor rural Edenilson Copini (APS) falou sobre as oportunidades e desafios enfrentados pelos produtores no carregamento e transporte de suínos para abate. Promovido pela Associação Brasileira de Médicos Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves), o evento atraiu uma audiência composta por pesquisadores, especialistas e profissionais do setor suinícola. “A nível de produtor, as dificuldades no carregamento são diversas. Mas temos a questão da mão de obra de terceiros. As agroindústrias e cooperativas repassam a responsabilidade ao produtor para a contratação dessas pessoas”, destacou, ressaltando que essa mão de obra não é especializada. Ele ressaltou que, muitas vezes, esses trabalhadores contratados, que podem incluir vizinhos e conhecidos, não possuem a habilidade necessária, o que pode resultar em situações complexas durante o processo de carregamento.
Copini enfatizou o estresse significativo enfrentado pelos produtores no dia do carregamento e mencionou a sobrecarga de responsabilidades. “Algumas vezes temos apenas um funcionário para lidar com mil e oitocentos, dois mil animais. É praticamente impossível para uma única pessoa fazer esse trabalho”, explica. O palestrante, com mais de duas décadas de experiência na criação de suínos, também abordou os desafios adicionais enfrentados pelas equipes contratadas, que, entende o produtor, frequentemente trabalham longas jornadas e podem chegar ao local de trabalho cansadas e mal alimentadas.
Por outro lado, ele entende que a baixa remuneração é um grande empecilho para a profissionalização dessa etapa do processo produtivo. “Outra situação que causa impacto é a baixa remuneração numa atividade que exige muito esforço físico. Também é importante controlar o número de animais que uma pessoa consegue tocar, pois realmente é um esforço bastante grande”, aponta.
Adequações
Outra questão observada por ele é a inadequação das instalações das granjas antigas aos caminhões modernos. “Isso dificulta o carregamento e prejudica a eficiência do processo. É difícil adequar um pátio, os carregadores geralmente são na frente da instalação, o que acaba afetando bastante”, comenta.
Além das dificuldades, o produtor aponta oportunidades para melhorias e destaca a importância de investir em estruturas adequadas para o carregamento. “O essencial é um pátio programado onde o caminhão possa encostar de ré tranquilamente para fazer o carregamento”. Ele também menciona a existência de modelos de carregadores mais modernos e práticos, como os de fibra, que minimizam riscos e danos aos animais e facilitam o transporte.
Copini reflete também sobre a necessidade de profissionalização e investimento no setor, seguindo o exemplo positivo observado no carregamento da avicultura. “Tínhamos esse mesmo problema na avicultura. Pessoas carregando dois lotes em um dia, jornada exaustiva de trabalho e foi tomado uma decisão, há aproximadamente 15 anos, que teve um custo, mas que hoje está bem organizado. Percebemos que as pessoas que trabalham nessa área (avicultura), hoje, têm um salário digno. A legislação exige que tenha banheiros, por exemplo, refeitório e condições adequadas. Vejo que essa é a saída”, aponta o suinocultor. “Caso contrário, podemos enfrentar várias outras situações difíceis no futuro”, adverte.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



