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Qualidade da carcaça depende dos cuidados no pré-abate

Cuidados ainda durante a vida do suíno, como correto manejo, nutrição e bem-estar garantem uma melhor carcaça no frigorífico, e consequentemente melhor remuneração

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Entregar uma boa carcaça ao frigorífico é sempre uma preocupação do suinocultor. Investimento em nutrição, manejo e bem-estar são alguns dos pontos para que o animal esteja na melhor forma para chegar ao frigorífico. Investir em técnicas que permitem este melhoramento é o que o suinocultor busca. O médico veterinário doutor José Vicente Peloso palestrou durante o Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, que aconteceu em Chapecó, SC, para mostrar as transformações qualitativas na composição e no valor das carcaças do leitão ao frigorífico.

Para agregar mais valor à carcaça, Peloso sugere que o suinocultor continue fazendo o que já é rotina. “Isso é, cuidar do suíno vivo também é cuidar da carcaça”, afirma. De acordo com ele, geralmente os frigoríficos divulgam o intervalo de peso de carcaça quente considerada ótimo para o processamento, como por exemplo de 80 a 110 quilos. “Neste intervalo, a carcaça que possuir maior quantidade de carne contribui para aumentar os rendimentos e outros índices de produtividade da fábrica”, conta. Peloso informa que determinadas plantas remuneram melhor o produtor por este tipo de carcaça. “Utilização de métodos que diminuem a variabilidade por peso vivo do lote enviado ao frigorífico tem consequente diminuição da variabilidade do peso das carcaças”, conta. Ele acrescenta ainda que carcaças desuniformes diminuem a produtividade dos frigoríficos.

Além disso, alguns aspectos são levados em consideração para que a carcaça seja considerada de qualidade. Peloso conta que, além dos importantes aspectos higiênicos-sanitários, determinados pelos Serviços de Inspeção (SIE e SIF), a carcaça com maior quantidade de carne é a mais valorizada. “Importante notar que diferentes cortes da carcaça possuem diferentes valores. Por exemplo, a barriga e o pernil foram os cortes mais valorizados ao longo dos últimos anos. Se a relação carne-gordura é favorável, isto é, mais carne, menos gordura, estes cortes ganham ainda mais valor”, conta. Ele acrescenta que quase sempre se fala em quantidade de carne, mas não se deve esquecer que a gordura também possui importante valor para a indústria processadora, principalmente a gordura “dura”, saturada. “Quando se trata de cortes resfriados ou congelados, notadamente o lombo e a copa, a quantidade de gordura intramuscular e intermuscular são importantes para a satisfação do consumidor e consequentemente aumentam o valor das carcaças”, afirma.

Outro ponto destacado pelo profissional foi que os mesmos cuidados já tomados para garantir a vida, o crescimento saudável e o bem-estar, devem ser adotados também para que o suinocultor não perca na qualidade da carcaça. “O bem-estar torna-se ainda mais importante porque as boas práticas no pré-abate, por exemplo, ajudam a prevenir traumas e fraturas nas carcaças quentes e melhoram a qualidade da musculatura, que se torna carne, na carcaça fria”, informa. Peloso diz ainda que é preciso dar atenção contínua durante o manejo pré-abate, principalmente quando são produzidos suínos pesados (de 125 a 140 quilos). “Quanto mais pesado, maior a dificuldade de condução durante o carregamento e o transporte, das terminações ao frigorífico”, alerta.

Para obter esta carcaça de qualidade tão cobiçada pelo produtor, é preciso se preocupar com pontos básicos como nutrição, genética e manejo. “Exatamente estes são os aspectos mais importantes para a produção de carcaças de qualidade”, afirma Peloso. Ele conta que manejo nutricional com restrição alimentar e ração “sexada” tendem a diminuir a quantidade de gordura e aumentar a de carne em qualquer peso de carcaça. Já a genética conta hoje com técnicas “moleculares” que permitem aumentar com rapidez a frequência de genes que contribuem para a síntese e deposição de proteínas, assim como crescimento muscular, em determinadas populações de suínos. E o manejo pré-abate com práticas de bem-estar também contribui para a integridade do suíno vivo e respectivas carcaças. “Sem dúvida que a correta nutrição, genética adequada e manejo com rotina aumentam a frequência de carcaças de boa e ótima qualidade dentro do frigorífico”, assegura.

Para Peloso, o elemento mais recentemente introduzido nos sistemas de produção de suínos, o bem-estar animal, contribui positivamente para diminuir o estresse com consequente manutenção do equilíbrio físico e emocional dos suínos terminados que vão para o abate. “Os frigoríficos estão adotando modernas técnicas de tratamento pré-abate e utilizando melhores equipamentos para os pontos críticos durante o processamento, notadamente no atordoamento. A capacitação das pessoas envolvidas no trabalho diário de recepção, descanso e condução dos suínos durante o manejo pré-abate é fundamental para a garantia de carcaças de ótima qualidade no frigorífico”, afirma. Peloso reitera que não se pode, nas últimas 24 horas de vida de animal, estragar com maus tratos, intencionais ou não, o trabalho de cinco a seis meses dedicados a produção de suínos que devem ser entregues íntegros e saudáveis nos frigoríficos.

Sobre o trabalho realizado no Brasil, o pesquisador acredita que o país não tem “muito a melhorar”, já que a suinocultura brasileira é moderna e fortemente industrializada. “A maioria das carcaças produzidas e processadas é oriunda de sistemas de produção verticalizada (integração) ou cooperativas. Tecnologia não falta. O que falta, talvez, seja diversidade de produtos processados ofertados ao consumidor”, comenta. Ele diz que fabricar presuntos cozidos, linguiças, salames e outros maturados parece ser a vocação da indústria brasileira de carne suína, e o grande volume se concentra nesta família de produtos. “Ainda existe pouca “especialização” de matéria-prima – carcaças, carne e gordura – aliado ao direcionamento intencional desta matéria-prima para a fabricação de produtos diferenciados, como por exemplo, presuntos maturados e presuntos cozidos fabricados a partir de uma peça inteira de pernil”, diz.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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