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Qual o papel da Tecnologia da Informação na transição energética?

Ao impulsionar o desenvolvimento de energias renováveis, melhorar a eficiência e digitalizar os sistemas energéticos, seja com tecnologias já disponíveis, seja pela pesquisa, desenvolvimento e inovação, incorporando novas tecnologias, a Tecnologia da Informação promove um futuro energético mais sustentável e abre novas oportunidades para o crescimento econômico e o desenvolvimento social.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A transição energética é um processo global crucial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover o uso sustentável dos recursos naturais. Nesse contexto, a tecnologia desempenha um papel fundamental, atuando como catalisadora de mudanças significativas nos sistemas energéticos atuais e futuros.

Fotos: Gabriel Rosa

A tecnologia tem impulsionado avanços significativos nas energias renováveis como solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica. Inovações como os painéis solares mais eficientes, turbinas eólicas de maior capacidade e técnicas aprimoradas de armazenamento de energia têm tornado essas fontes mais acessíveis e competitivas. A implementação de tecnologias de eficiência energética em edifícios, indústrias e transportes tem reduzido o consumo e as emissões de carbono. Sistemas inteligentes de gestão de energia, iluminação LED e veículos elétricos já são exemplos de como a tecnologia pode transformar essa realidade.

Embora os custos das tecnologias renováveis tenham diminuído, ainda existem desafios econômicos significativos em algumas regiões. A transição requer uma atualização extensa da infraestrutura existente para suportar novas tecnologias e modelos de negócios. Isso inclui redes elétricas adaptadas, pontos de carregamento para veículos elétricos, infraestrutura de armazenamento, etc. Mais do que isso, serão necessários fortes investimentos em tecnologia da informação, com o objetivo de ganhos de produtividade e eficiência energética em toda a cadeia, resultando, consequentemente, numa matriz energética mais limpa.

A indústria de óleo e gás (IO&G) é hoje provedora de cerca de 80% da energia primária consumida no planeta e, desta forma, seus produtos baseados no carbono são fortes contribuintes para o quadro das mudanças climáticas. Nesse sentido, a Tecnologia da Informação desempenha um papel crucial na viabilização da transição energética dessa indústria ao longo de toda a sua cadeia de valor, desde a exploração e produção, até o refino, transporte e comercialização.

Sua contribuição está no monitoramento e gestão de energia, integração de energias e combustíveis renováveis, criação de redes inteligentes (smart grids) e utilização de Inteligência Artificial (IA) com tecnologias como IoT, big data e analytics. Essas tecnologias permitem a medição de parâmetros por toda a cadeia, armazenamento de energia em larga escala, modelagem e simulação, desenvolvimento e implementação de soluções que melhoram a produtividade e a eficiência energética.

Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) demonstra que a transição energética não avançará sem que a IO&G incorpore novas reservas e produção de petróleo e gás natural. Essa incorporação deverá se dar de forma a não emitir CO₂ como ocorre atualmente, seja por minimizar a intensidade de carbono em seus produtos (pex, substituindo carvão e óleo por hidrogênio e gás natural), ou pela captura e armazenamento do CO₂ existente no rejeito de seus produtos.

É evidente que a Tecnologia da Informação é uma ferramenta fundamental na transição energética global, oferecendo soluções inovadoras para os desafios ambientais e econômicos enfrentados pela sociedade moderna. Ao impulsionar o desenvolvimento de energias renováveis, melhorar a eficiência e digitalizar os sistemas energéticos, seja com tecnologias já disponíveis, seja pela pesquisa, desenvolvimento e inovação, incorporando novas tecnologias, ela promove um futuro energético mais sustentável e abre novas oportunidades para o crescimento econômico e o desenvolvimento social.

Fonte: Por Paulo Barreiros, consultor de Negócios de O&G no Instituto de Pesquisas Eldorado.

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Desafio da sucessão familiar no agronegócio: quando gerações e tecnologias se (des) encontram

Conflito de gerações e a resistência ao uso de tecnologias são obstáculos reais e palpáveis no trabalho do campo, mas que podem ser superados com diálogo e capacitação.

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Foto: Divulgação/Pixabay

Um dos principais motores da economia nacional, o agronegócio é responsável por grande parte do PIB, das exportações e da geração de empregos no país. A sustentabilidade deste setor produtivo envolve o conceito de sucessão familiar, que garante a continuidade das atividades e preserva o conhecimento adquirido ao longo de gerações. Esse processo é essencial para manter a estabilidade econômica e a inserção de tecnologia no campo, buscando práticas mais eficientes e sustentáveis.

Historicamente, o setor do agronegócio apresenta uma predominância pela passagem da gestão de geração para geração. Este momento de troca na gerência é decisivo, e, muitas vezes, conturbado. As gerações mais antigas cresceram em um modelo tradicional, e as atuais, normalmente se mostram mais abertas a inovações.

Conflitos geracionais e a mudança de percepção relacionada ao uso de tecnologias modernas, como a Inteligência Artificial na gestão de propriedades rurais são os grandes desafios enfrentados pelas diferentes gerações na sucessão familiar.

Outro fator que causa turbulências é a mudança estrutural da sociedade – a hierarquia e liderança deixam de ter a idade como principal critério e passam a ter na capacidade as suas definições, derrubando a antiga concepção de que para subir na carreira e liderar era imprescindível um longo tempo de experiência, a ideia de “esperar a sua vez”.

No que diz respeito à forma de trabalhar o agro, costumava-se ver o campo de forma mais conservadora, com base no conceito do “olho do dono” e a experiência na terra. Isto acarreta na possibilidade de resistir a tudo que desafia a antiga forma de trabalho, rotulando como “desnecessárias” ou “complexas” as novas tecnologias. Aos mais antigos, falta confiança nas soluções oferecidas pela tecnologia, e parece intimidante o processo de mudança. Afinal, se tudo deu certo até aqui, por que mudar?

Inegável que a transformação digital está revolucionando a maneira de produzir, desde o monitoramento das lavouras até a análise preditiva das safras, passando pela gestão econômica do agronegócio. O potencial destas inovações paira na otimização dos processos, com o objetivo de melhorar a eficiência e, por consequência, alavancar os resultados econômicos da atividade agropecuária.

Caminhos para a conciliação

Então, se a revolução tecnológica é uma realidade no mundo agro, e se impacta na forma de planejar a sucessão familiar e gerenciar conflitos geracionais, quais são os caminhos para a conciliação?

O primeiro pilar deve estar bem sedimentado na comunicação. O diálogo aberto entre pais e filhos sobre o futuro da propriedade é primordial para o início do planejamento sucessório. Como segundo pilar, temos o respeito e a colaboração mútuos, considerando a experiência dos mais velhos, assim como os conhecimentos modernos adquiridos pelos mais novos.

Fechando esse triângulo conceitual colocamos o pilar da capacitação. Programas de capacitação e familiarização com as novas tecnologias – especialmente se trabalhados em conjunto – podem ajudar a diminuir a resistência, e facilitar uma inserção gradual da inovação como objeto de trabalho.

O conflito de gerações e a resistência ao uso de tecnologias são obstáculos reais e palpáveis no trabalho do campo, mas que podem ser superados com diálogo e capacitação. Manter a mentalidade aberta é essencial para garantir a longevidade dos negócios familiares e a competitividade no mercado global, uma vez que, com a integração correta, a tecnologia pode transformar o agronegócio, proporcionando mais eficiência e sustentabilidade.

A sucessão bem planejada impacta diretamente a população, uma vez que o agronegócio é responsável pela produção de alimentos e matérias-primas que abastecem o mercado urbano. A continuidade dessas propriedades familiares assegura a oferta de produtos agrícolas de qualidade e acessíveis, que influenciam diretamente o custo de vida, a segurança alimentar e o bem-estar das comunidades urbanas.

Fonte: Por Mônica Jasper, engenheira agrônoma, doutora em Agricultura, pedagoga e coordenadora do ensino técnico em Agropecuária do Instituto Cristão Mackenzie.
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Como o uso de dados e da tecnologia moldam seguro rural no Brasil

Avanços tecnológicos do agronegócio e o acompanhar dessas mudanças pelo setor de seguro rural trazem mais fortalecimento ao setor.

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A utilização de tecnologia de monitoramento – como sensores, drones e satélites – na coleta de dados sobre as atividades agrícolas aumentam a previsibilidade e definição de viabilidade do negócio. Já o uso de Inteligência Artificial (IA) pode servir para prever eventos climáticos extremos, estudar as condições do solo, dentre outros fatores relevantes para o agronegócio. É capaz de, segundo publicação recente da BRQ, revolucionar a produção agrícola. A partir dela, os agricultores têm à disposição informações valiosas para a tomada de decisões quanto às espécies de plantio, os cuidados necessários, a gestão de risco e o uso de insumos.

Fotos: Divulgação

Muito vantajosos também são os robôs agrícolas. Alguns modelos podem identificar e eliminar ervas daninhas, como o robô Weeder, lançado pela Agtech estadunidense Carbon Robotics. O equipamento foi desenvolvido com a utilização das últimas tecnologias em robótica agrícola. “Ele se locomove de forma autônoma, é capaz de identificar e aplicar o laser para erradicar ervas daninhas por meio de energia térmica, sem prejudicar o solo e nem o meio ambiente. O equipamento permite que agricultores utilizem menos mão de obra e economizem com herbicidas para remover as plantas daninhas. Isso porque ele trabalha durante o dia ou a noite, conseguindo eliminar até 100 mil plantas daninhas por hora em uma cobertura ao redor de 10 hectares por dia. Isso garante maior confiabilidade, economia e rendimento da colheita”, informa publicação realizada no site Digital Agro.

Por sua vez, através de Blockchain. De acordo com o blog Aegro, com a tecnologia é possível estabelecer mais segurança nas negociações digitais de produtos agrícolas. A blockchain permite compartilhar informações diversas, desde a produção no campo até a venda no varejo. Isso favorece a rastreabilidade de todo o setor.

Esses são poucos exemplos das tecnologias já utilizadas pelo agronegócio e que têm gerado mudanças tanto qualitativas – alterando a forma de adesão e condução do negócio, contratos dos trabalhadores envolvidos, formato da entrega, etc. – quanto quantitativas. Consequentemente, têm influenciado e alterado, também, as relações jurídico-empresariais, inclusive no que concerne ao seguro rural.

A maior previsibilidade proporcionada ajuda a antecipar o risco e agiliza a resposta do seguro, bem como auxilia na personalização e precificação do seguro rural, melhorando a gestão do sinistro. Por isso que o uso cada vez mais adiantado das tecnologias nas atividades do campo tem modernizado ainda mais a oferta dessa modalidade de seguro, tornando a relação contratual mais personalizada e identitária.

Para além das já mencionadas, pode-se frisar que imagens de satélite, uso de drones, sensores no maquinário pesado, monitoramento remoto das máquinas, programas de geolocalização, sistemas de análise de dados móveis, dentre inúmeras outras tecnologias disponíveis e em uso pelos empresários e trabalhadores rurais, são ferramentas que servem de norte para a especificação do negócio e para a mencionada individualização do seguro rural a ser contratado.

Essas informações mais específicas sobre as culturas, condições climáticas e outros fatores relevantes têm possibilitado o mencionado detalhamento das apólices de seguro e estreitado a relação entre segurado e seguradora, através da personalização daquelas. Além disso, plataformas digitais eficientes oferecidas pelas seguradoras facilitam na contratação do seguro, no acesso às condições e gestão da apólice, tornando o contato mais rápido e mais eficaz.

O avanço tecnológico no agronegócio vem, ainda, de encontro à demanda do campo pelo seguro rural, bem como “a informação mais acessível também contribui com o melhor planejamento dos empreendimentos, mitigando as perdas por adversidades climáticas e representam redução de custos de produção como o valor das apólices de seguro rural e a otimização do uso de insumos agropecuários”, conforme indica o pesquisador da Embrapa , Paulo Barroso.

Portanto, para além da modernização da relação entre segurado e seguradora, os avanços tecnológicos do agronegócio e o acompanhar dessas mudanças pelo setor de seguro rural trazem mais fortalecimento ao setor, segurança jurídica, proteção, preparo para as adversidades e, consequentemente, ainda maior protagonismo e competitividade no cenário global. Referências estão a autora.

Fonte: Por Anelise Valente, advogada.
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Brasil: a nova potência de energia limpa e renovável

Novas legislações refletem o compromisso do país em adotar uma matriz energética mais diversificada e sustentável. Em 2023, o Brasil foi o terceiro maior destino de investimentos em energias renováveis, consolidando sua posição no cenário internacional.

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O Brasil está prestes a se consolidar como um importante ator no mercado global de combustíveis sustentáveis. No dia 08 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei do Combustível do Futuro, um marco decisivo para o avanço do país na transição energética e no mercado de combustíveis verdes. A nova legislação incentiva a produção e a utilização de biocombustíveis, como o biodiesel e fortalece o papel do hidrogênio verde.

Um dos principais aspectos da lei é o aumento progressivo dos percentuais obrigatórios de biodiesel no óleo diesel comercializado. A partir de 2025, a mistura obrigatória começará em 15%, aumentando gradativamente até atingir 20% em 2030. Essa medida tem o objetivo de reduzir as emissões de carbono no setor de transportes, promovendo o uso de fontes renováveis e alinhando o Brasil às práticas globais de mitigação de poluentes.

Além disso, a legislação estabelece as bases para a criação do Programa Nacional de Diesel Verde e um novo marco regulatório para o hidrogênio verde. Este combustível é considerado essencial para a descarbonização de setores como o da indústria de aço, cimento e transporte pesado. O governo destinou R$ 18,3 bilhões em incentivos fiscais, que serão distribuídos entre 2028 e 2032, para estimular a produção e a compra desse combustível limpo.

O Brasil visa se tornar líder global no mercado de hidrogênio verde, aproveitando suas fontes renováveis, como energia solar e eólica, para sua produção. Um destaque relevante é a inclusão do etanol como matéria-prima na produção de hidrogênio verde. Embora o processo com etanol gere mais emissões de carbono do que com energia solar ou eólica, ele ainda é significativamente menos poluente do que o hidrogênio cinza, produzido a partir do gás natural. Essa estratégia aproveita de forma eficiente os recursos abundantes no Brasil.

As novas legislações refletem o compromisso do país em adotar uma matriz energética mais diversificada e sustentável. Em 2023, o Brasil foi o terceiro maior destino de investimentos em energias renováveis, consolidando sua posição no cenário internacional.

Além disso, a Lei do Combustível do Futuro regula outras áreas fundamentais para a transição energética, como os combustíveis para aviação sustentável (SAF) e o biometano. O Conselho Nacional de Política Energética será o responsável por definir metas de redução de emissões de gases de efeito estufa a partir de 2026, que poderão variar entre 1% e 10%.

No Brasil, existe uma multiplicação positiva de investimentos no mercado de energia renovável e de combustíveis. O Porto de Paranaguá no Paraná terá o primeiro terminal de liquefação de biometano (“Bio-GNL”) e será pioneiro na liquefação, armazenamento e exportação do produto. Um esforço conjunto entre o Governo do Paraná, a administração dos Portos de Paranaguá e Antonina e a empresa Liquipar tornou possível um projeto estruturante, que será um divisor de águas no país para o desenvolvimento da chamada “Pauta Verde” no setor de combustíveis.

Outro aspecto relevante da lei é o incentivo às atividades de captura e estocagem de carbono. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) será responsável por autorizar projetos de captura de dióxido de carbono para armazenamento, com concessões de 30 anos, prorrogáveis por mais 30, promovendo práticas ecológicas de sequestro de carbono.

A Lei do Combustível do Futuro, juntamente com o marco regulatório do hidrogênio verde, representa um avanço significativo para o Brasil rumo a uma economia mais sustentável, consolidando o país como uma potência de energia limpa e renovável.

Fonte: Por Cleiton Santos Santana, fundador cotista do Grupo BSO - Brazil Special Opportunities.
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