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Qual a receita para lucrar com a suinocultura em 2022?

A primeira verdade é que a receita é apenas um caminho, e cada empreendedor pode fazer o mesmo caminho de formas diferentes e obviamente com resultados diferentes

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foto: O Presente Rural

Luis César Nogueira e Silva

São praticamente 20 anos de experiência na cadeia da Suinocultura, com foco na área comercial. Esta jornada, a qual eu iniciei, com a bagagem repleta de visões e conceitos adquiridos através da experiência de trabalhar no setor divisional de custos de uma das maiores esmagadoras de soja do mundo.

Finanças e custos não só eram o meu backgroud, como chegam a ser um hobby, afinal pessoas normais assistem Netflix, e eu prefiro usar este tempo assistindo casos de sucessos de negócios, entrevistas com CEO’s que estão gerindo grandes empresas e fundos de investimentos.

Como o título nos remete a receita de lucro, podemos erroneamente levar o amigo leitor (a) a acreditar que se seguir os passos seguintes vai lucrar.

Mas a primeira verdade é que a receita é apenas um caminho, e cada empreendedor pode fazer o mesmo caminho de formas diferentes e obviamente com resultados diferentes, ou nunca escutou alguém falando, fiz o bolo igual a minha mãe e saiu totalmente diferente?

Com anos de estudo, pratica e interesse na atividade suinícola, tenho a pretensão de deixar bons insights aqui para todos os níveis de interesses e tecnologias dos produtores e leitores de todo nosso Brasil.

Parece elementar, mas não existe melhor maneira de obter sucesso, sem conhecer a atividade, passando por todas as etapas de produção. Todos aqui sabem da relevância que o milho, por exemplo, tem no custo de produção, temos ferramentas e possibilidades de fazer negociações futuras com milho, visando melhor lucro e segurança para nossa atividade no próximo ano. Entendo que até aqui estamos alinhados.

Qual a chance de eu ser mais assertivo nessa negociação para atender a minha demanda, porteira para dentro, se eu não sei meu custo de produção?           Não sei como estou de caixa, não acompanho nada sobre o mercado de grãos?

Inclusive aqui temos um ponto de grande oportunidade, vejo produtores experientes lendo e se aproximando mais do mercado de milho apenas na hora de comprar ou vender, assim sofrendo influência muito forte do momento, e atrapalhando a sua decisão.

Em resumo, de maneira simplista, acompanhando esse mercado de perto, em 15 dias ele pode mudar totalmente, mas de ano em ano ele é o mesmo.

Tudo deve começar por um orçamento bem feito para o ano futuro, de acordo com a sua visão e de sua equipe e parceiros – quero evidenciar aqui outra grande oportunidade, seus parceiros e fornecedores são um divisor de águas nesse momento.

Bons parceiros conseguem trazer a temperatura do mercado com muito mais intensidade que o próprio produtor por vezes, até pela natureza de suas atribuições, uma vez que estes, visitam e tem mais reuniões e em diferentes regiões desse nosso grande território.

Com o ano seguinte em uma planilha simples e objetiva, tem tempo de evitar que um simples furo no seu fluxo de caixa te pegue desprevenido e faça com que tome decisões não positivas ao seu negócio, perdendo eficiência e gerando desgastes a você gestor e toda a sua equipe.

Orçamento e todo planejamento realizado, vamos partir para definição de quais serão os meus indicadores de lucratividade. Eles serão os pontos objetivos  (máximo 10), que vão lhe dar uma visão macro do seu negócio, facilitando a gestão a vista e agilizando intervenções quando for necessário!

Alguns dos indicadores de lucratividade que gosto, abaixo:

N° Cevados vendidos por matriz produtiva alojada na granja

– Kg vendidos por matriz produtiva alojada na granja

– % Custos de produção x preço de venda

– Idade média cevados vendidos

– Peso médio cevados vendidos

– GPD dos cevados vendidos

– Conversão alimentar dos cevados vendidos

– Conversão do plantel

– ROI

– ROIC.

 

Em toda atividade sempre vão existir os cenários seguintes, o empreendedor que era dono de uma grande empresa que quebrou e o empreendedor que começou pequeno e hoje tem uma empresa maior que a do nosso amigo que era grande e não existe mais.

Devemos diariamente buscar fazer o que as empresas que estão em constante crescimento estão fazendo. De forma bem pratica, vamos ver abaixo exemplos de como uma gestão eficaz e diária faz muita diferença.

Vamos partir da premissa que um cevado da  lucro líquido R$ 100,00 e temos duas propriedades que buscam trabalhar seguindo as mesmas premissas – reforçando que dentro de uma granja, da entrada do processo até a venda dos animais são tomadas milhares de decisões e milhares de processos são executados, mas vamos buscar mensurar a diferença em apenas 2 detalhes para ficar claro o quanto eles são simples e relevantes, são eles:

A – ) A granja 1 começou a apresentar uma mortalidade 2% maior nos últimos 30 dias de vida dos animais que a granja 2 – só aqui uma fatia de cerca de 13,88% do lucro já foi comprometida.

B – ) Novamente na granja 1 identificamos que as leitoas de reposição tem um prazo médio de cobertura 30 dias maior que da granja 2 e com isso apenas os custos diretos com ração impactam cerca de 2,5% no resultado final.

Sendo assim, encontramos um resultado de 16,38% menor para a granja 1 em relação a granja 2.

A intenção do exemplo não é ser cirúrgico nos números, mas deixar gritante como a gestão de todas as etapas do processo fazem sim toda a diferença e vão garantir ao produtor mais organizado e profissional resultados melhores e sustentáveis ao longo dessa jornada.

Em resumo a receita é, além de madrugar e trabalhar muito, como sei que todos do setor fazem, é necessário colocar um sistema de controladoria eficiente em pratica para conseguir enxergar de lupa todas as oportunidades de ganho de eficiência dentro de uma processo tão complexo e desafiador que é a criação de suínos.

Parabéns a vocês produtores por terem coragem e resiliência para que tenhamos essa tão importante proteína animal em nossos pratos!

 

Luis César Nogueira e Silva

Administrador com ênfase em análise de sistemas

MBA em Gestão de negócios, Controladoria e Finanças Corporativas.

MBA em Gestão Financeira

luiscesarnogueira@gmail.com

Fonte: Por Luis César Nogueira e Silva

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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