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Pulverização de soja com drones terá destaque em Dia de Campo na Embrapa Soja
Evento será realizado nesta sexta-feira (03), das 08 às 12 horas, na Vitrine de Tecnologia da Embrapa Soja, localizada no Distrito de Warta, em Londrina (PR). A programação irá contemplar temas divididos em cinco estações técnicas.

O tradicional Dia de Campo de verão, promovido pela Embrapa Soja, em parceria com a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa, será realizado nesta sexta-feira (03), das 08 às 12 horas, na Vitrine de Tecnologia da Embrapa Soja, localizada no Distrito de Warta, em Londrina (PR). A programação irá contemplar temas divididos em cinco estações técnicas: pulverizações de soja com drones agrícolas, bioinsumos no sistema de produção, benefícios da tecnologia block no manejo de percevejos, cultivares de feijão e cultivares de soja. Em caso de chuva, o evento será realizado no auditório da Embrapa Soja. As inscrições podem ser feitas aqui.
Os pesquisadores da Embrapa Soja estão realizando diversas pesquisas para avaliar o desempenho dos drones agrícolas como veículos de pulverização no controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Alguns resultados serão apresentados aos participantes do Dia de Campo, assim como a demonstração de pulverização com drones.
O pesquisador Rafael Soares explica que os drones vêm sendo comparados com outros métodos, como tratores e pulverizadores costais, para aplicação de produtos químicos e biológicos. Soares vem avaliando parâmetros técnicos para o uso de drones visando o controle da ferrugem asiática. Com o objetivo de avaliar a pulverização de fungicidas no controle da ferrugem-asiática, Soares vem comparando os diferentes métodos de aplicação: drone, tratorizado de arrasto e costal pressurizado por CO2.
No controle de pragas, já foram avaliadas aplicações para percevejo-marrom e a lagarta Rachiplusia nu. Em relação aos percevejos, o pesquisador Samuel Roggia, explica que o uso de drones é capaz de atingir a praga em partes das plantas de soja que, normalmente, não são alcançadas pelos métodos tradicionais de pulverização, como o interior do dossel (parte aérea da planta).
Roggia vem pesquisando também as diferentes aplicações do inseticida biológico baculovirus no controle da lagarta Rachiplusia nu, que não vem sendo controlada eficientemente pela soja Bt (modificada geneticamente com genes da bactéria Bacillus thuringiensis), devido à resistência do inseto. De acordo com o pesquisador, a aplicação de baculovirus exige condições ambientais específicas e estágio de desenvolvimento adequado das lagartas. “Nesse contexto, a pulverização com drone representa uma vantagem operacional importante, porque permite realizar aplicações em situações em que há restrição para a sua realização com trator, por exemplo, logo após uma chuva, como solo muito úmido”, ressalta.
Bionsumos
Outro tema de destaque no Dia de Campo será será a apresentação do uso de bioinsumos em diferentes sistemas de produção. Os pesquisadores Mariangela Hungria e Marco Antonio Nogueira, da Embrapa Soja, irão demonstrar as vantagens da adoção de inoculantes tanto na cultura da soja, quanto no milho e na braquiária. Em soja, a coinoculação das sementes com as bactérias Rhizobium fixadoras de nitrogênio (N) e Azospirillum que promovem o aumento do sistema radicular, proporciona vários benefícios, como maior aproveitamento dos fertilizantes, favorece a planta em situações de estresse hídrico, promovendo o incremento da produtividade pela maior capacidade de absorção de nutrientes e água pelas raízes.
No caso do milho, os resultados de pesquisas indicam que sementes inoculadas com a bactéria Azospirillum brasilense (estirpes Ab-V5 e Ab-V6) tem possibilidade de redução em 25% a adubação nitrogenada de cobertura, considerando a dose de 90 quilos (kg) por hectare de Nitrogênio. Permite ainda um incremento médio de 3,1% na produtividade de grãos.
Por outro lado, a tecnologia de inoculação de pastagens associa microrganismos com propriedades multifuncionais (Azospirillum brasilense e Pseudomonas fluorescens) e tem potencial para aumentar, em média 22% a produção de pastagens com braquiária. No caso da bactéria Azospirillum, a inoculação via sementes ou via foliar resultou em aumento médio de 13% na concentração de N e de 10% na de K. Por sua vez, a inoculação com Pseudomonas via sementes ou foliar resultou em incremento, na biomassa, de 11% no potássio (K) e de 30% no fósforo (P).
Tecnologia Block
Também serão apresentadas no Dia de Campo as cultivares com a genética Block, que têm maior tolerância aos percevejos, praga que suga as vagens e os grãos de soja. A tecnologia minimiza a ação destrutiva dessa praga e é compatível com o uso de inseticidas, permitindo uma melhor convivência com os insetos no campo. A adoção de cultivares tolerantes incrementa as diversas táticas utilizadas no Manejo Integrado de Pragas (MIP-Soja). A pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann explica que as cultivares de soja tolerantes aos percevejos, quando comparadas às cultivares suscetíveis – submetidas à mesma população de pragas – apresentam menor perda (rendimento, qualidade de grãos, entre outras).
Soja
Entre as cultivares de soja, estarão em demonstração quatro cultivares convencionais (BRS 539, BRS 511, BRS 546 e BRS 317) e 10 transgênicas (BRS 1054 IPRO, BRS 1061IPRO, BRS 1064 IPRO, BRS 1003 IPRO, BRS 1056 IPRO, BRS 388RR, BRS 559RR, BRS 2562 XTD, BRS 2560XTD, BRS 2558 XTD).
Feijão
A Embrapa também estará demonstrando as cultivares de feijão para o Paraná: BRS Estilo, BRS FC310, BRS FC415, BRS FC402, BRS FS311, BRS FP403.
Programação das Estações Técnicas
– Bioinsumos no sistema de produção
– Benefícios da Tecnologia Block no manejo de percevejos
– Pulverizações de soja com drones agrícolas – Samuel/Rafael
– Cultivares de Feijão
– Cultivares de Soja

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



