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Suínos / Peixes

PRRS e seus impactos

Apesar dos mais de 25 anos de experiência e pesquisa, a síndrome respiratória permanece entre as doenças com maior impacto econômico

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Artigo escrito por Luis Gustavo Schütz, médico veterinário e consultor Técnico para Aves e Suínos da Bayer

A síndrome respiratória e reprodutiva suína (PRRS) é uma das doenças infecciosas com maior impacto econômico da suinocultura, causando aborto e alta mortalidade por problema respiratório em todas as fases. Disseminada em rebanhos suínos em todo o mundo, foi descrita pela primeira vez em 1987 nos Estados Unidos e no Canadá, seguido pelo Japão em 1989, Alemanha em 1990, Holanda, Espanha, França e Reino Unido em 1991, Dinamarca em 1992 e depois a maioria do mundo reportou a síndrome.

Na América do Sul, existem relatos de casos em que o agente está presente no rebanho na Colômbia, Venezuela, Bolívia, Peru, Chile e por último o Uruguai, que reportou em julho de 2017 um caso. Ainda não existe relato da PRRS no Brasil, apesar disso o vírus está circulando na América do Sul, tendo um alto risco à introdução no rebanho brasileiro.

Um estudo encomendado pela Associação de Produtores de Suínos dos Estados Unidos em 2013 estimou que o custo anual com a PRRS passe os US$ 600 milhões para a suinocultura americana. Apesar dos mais de 25 anos de experiência e pesquisa, a síndrome respiratória permanece entre as doenças com maior impacto econômico.

O vírus, por ter uma taxa de substituição muito elevada, dificulta a fabricação de vacinas eficientes. Estima-se que a taxa de substituição de nucleotídeos (diversidade genética) em PRRS ocorre 4,7 a 9,8 x 10?²/sítio/ano, a maior taxa já reportada entre todos os vírus, incluindo o da Aids e da Influenza.

Para proporcionar a imunização do rebanho, médicos veterinários nos Estados Unidos utilizam vacina comercial atenuada ou inoculação controlada do próprio vírus isolado na granja, utilizando baixas concentrações de PRRS “in vivo”.

Manifestação

A manifestação aguda da infecção pela PRRS se caracterizada por um aumento de aborto principalmente no terço final da gestação, natimortos, refugagem, alta mortalidade de leitões da maternidade à terminação com problemas respiratórios. O grau de virulência muda, dependendo da prevalência da infecção e nível de imunidade de rebanho.

A transmissão do vírus se dá por contato direto ou indireto com secreções e excreções de animais contaminados, os quais podem disseminar o vírus por até oito semanas pós-infecção. Devido a isso, a doença pode ser facilmente introduzida em outros países ou regiões através da importação de animais ou sêmen infectados.  A difusão por via aérea é possível, em curtas distâncias (5 km), podendo desempenhar o papel mais importante para a disseminação da doença. Transmissão via fecal-oral também ocorre, pois o vírus encontra-se nas fezes, urina e saliva dos animais infectados. Difusão através de carne ou derivados não foram evidenciados.

Características do vírus

O vírus da PRRS é envelopado, RNA de fita única de sentido positivo, tem 50-65 nm de diâmetro e é classificado na ordem Nidovirales, família Arteviridae, gênero Arterivirus. Pode ser dividido em pelo menos dois genótipos: o Europeu (também conhecido como “Lelystad” ou PRRS tipo I) e o Norte-Americano (VR-2332 ou PRRS tipo II). Isolados pertencentes a esses dois genótipos diferem geneticamente aproximadamente 40%. Dentro de cada genótipo, encontra-se divergência de nucleotídeos de até 20%.

O vírus tem baixa resistência ao calor, sendo estável entre – 70º Celsius a 20º C é altamente infeccioso. Uma pequena dose do agente já induz à infecção. Entretanto, sua meia-vida (tempo necessário para reduzir infectividade pela metade) cai exponencialmente com o aumento da temperatura ambiental. Especificamente, a meia-vida de PRRS a -22ºC é de dias, a temperatura 4ºC de horas, a 63ºC são minutos e de apenas alguns segundos a 80ºC.

Infecção X Imunidade

A PRRS produz uma infecção aguda virêmica que dura normalmente de 3 a 5 semanas, seguida de uma fase de infecção prolongada em pulmões e órgãos linfoides, que pode durar até 5 meses após a infecção. Um estudo reportou detecção de RNA de PRRS por RT-PCR em amostras de soro sanguíneo e tonsilas até 225 e 251 dias, após infecção experimental, respectivamente.

A manifestação clínica de PRRS pode variar de acordo com o grau de imunidade do rebanho. Podendo variar desde infecção com pequenas perdas com impacto mínimo na produtividade até a doença devastadora tanto no desempenho reprodutivo quando de crescimento dos suínos. Infecções inaparentes são consequência da infecção por um vírus pouco virulento ou vacina, ou quando o rebanho afetado já possui imunidade protetora contra o vírus.

Espera-se que a população com imunidade parcial contra PRRS tenha uma epidemia de maior duração em comparação com rebanhos negativos. Quando mais jovens os suínos, maior o grau de suscetibilidade a desenvolver sinais clínicos de PRRS. No entanto, suínos de todas as idades desenvolvem viremia e resposta a anticorpos após a infecção.

Em todos os sítios

Os sinais clínicos associados à PRRS em animais de crescimento incluem letargia, anorexia hiperemia (39 – 41ºC), pelos arrepiados e piora significativa na conversão alimentar, resultando em lotes desuniformes. Animais afetados são mais suscetíveis a infecções secundárias diversas, incluindo aquelas causadas por Salmonella choleraesuis e Mycoplasma hyopneunoniae. Na matriz, em virtude a perda de apetite e febre, o risco de desenvolver agalaxia é grande, o que resulta na redução de ingestão de colostro e leite dos leitões, sendo suscetíveis a doenças secundárias.

Custo

A PRRS é uma doença que normalmente causa impacto devastador na produtividade dos suínos afetados, segundo o grupo pesquisador que realizou o levantamento com os veterinários dos Estados Unidos, onde buscou as informações baseadas na experiência pessoal e nos dados referentes aos rebanhos para quais eles prestavam serviços. A pesquisa buscou informações sobre o impacto da PRRS nos custos de saúde animal, custos de biossegurança e outros custos relacionados às mudanças de procedimentos e fluxo dos animais. 

O custo anual total do PRRSV nos EUA devido a perdas de produtividade na reprodução, crescimento e terminação no rebanho de suínos durante o período de 2005 para 2010 foi de aproximadamente US$ 104 milhões superior ao custo anual de US $ 560 milhões estimado em 2005. Já em 2016 o custo total devido às perdas foi de US$ 638 milhões.

Estratégias de controle

Estratégias de controle e eliminação de PRRSV utilizados ??para aumentar o número de suínos livres evoluíram significativamente. Uso de vacinação, inoculação de vírus vivo, fechamento temporário de rebanhos para novas reposições, provavelmente aumentou o número de suínos livres de PRRSV sendo desmamados nos Estados Unidos. Dados confiáveis para apoiar essas especulações não estão disponíveis, mostrando uma importante lacuna no conhecimento e capacidade de monitorar progresso alcançado com PRRSV.

Todo o progresso foi devido a reduções de perdas de produtividade e riscos em biossegurança em rebanhos afetados pelo PRRSV, em relação a rebanhos não afetados. Estudos visando minimizar o impacto da PRRS na suinocultura veem aperfeiçoando ferramentas que podem ser usadas em programas sanitários de outros patógenos. Avanços em diagnóstico (PCR quantitativo, cartões FTA), monitorias sanitárias (gota de sangue de cachaços na hora da coleta de sêmen, com PCR diário, uso de fluidos orais e aerossóis como amostra para diagnóstico), epidemiologia molecular (uso de sequenciamento genético para rastreamento de origem de infecções e verificação da eficácia de programas de eliminação de patógenos) e epidemiologia espacial (mapeamento de granja de acordo com o status, cálculos de risco relativo à infecção), bem como método avançados de biossegurança (filtragem de ar de granjas, métodos avançados de desinfecção de veículos usando altas temperaturas (TADD), auditorias, luz ultravioleta, criação de escores de biossegurança).

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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