Bovinos / Grãos / Máquinas Projeções
Próxima safra brasileira de milho está sob riscos, adverte vice-presidente da Faesc e Abramilho
Vice-presidente da Faesc e Abramilho faz projeções sobre a disponibilidade do grão em 2024
Aumento de custos de insumos e estreita janela para plantio prejudicarão a próxima safra brasileira de milho. A preocupação foi manifestada nesta semana, em Brasília, durante reunião convocada pelo Ministério da Agricultura com as Câmaras Setorais da Soja e do Milho e coordenada pelo secretário nacional de política agrícola, Nery Geller. “Poderemos ter um apagão de milho no País este ano”, advertiu o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), Enori Barbieri.
O objetivo era fazer um levantamento em todos os estados sobre os resultados das perdas ocasionadas pela estiagem (do sudeste para cima) e pelo excesso de chuva (no sul do Brasil). Barbieri relatou a situação de Santa Catarina. No território barriga-verde, as perdas de produção foram avaliadas na ordem de 15% em relação à safra do ano passado para as culturas da soja e do milho. “Nós diríamos que as perdas de Santa Catarina estão no nível das perdas nacionais, onde todos os produtores e entidades do Brasil relataram que as perdas da soja estariam na ordem de 15% a 20% em relação à grande safra do ano passado.”
A questão do milho é muito mais preocupante do que a soja porque, além das perdas ocasionadas, há um problema de janela de plantio. O milho da safrinha é plantado após a colheita da soja. Em decorrência do atraso do plantio da soja no Mato Grosso (maior produtor brasileiro e maior produtor brasileiro de milho de safrinha), o plantio da época do milho ficou bastante restrito. Em consequência desse encurtamento da janela há dúvida sobre o tamanho da safra brasileira de milho. “Para nós catarinenses são muito importantes esses números, porque o estado de Santa Catarina depende da importação de quase 6 milhões de toneladas de milho, das 8 milhões que ele consome para o sistema agroindustrial de proteína animal”.
A Faesc e demais entidades do agronegócio apuraram que produtores do centro-oeste brasileiro teriam manifestado a intenção de reduzir a área de plantio no Mato Grosso, principalmente, em função desse pequeno espaço de tempo que está sobrando entre o plantio da soja (que está sendo colhida) e o plantio do milho (que deveria estar sendo preparado).
Barbieri assinala que essa possibilidade “preocupa muito Santa Catarina”. O Brasil estima uma safra de milho – já deduzidas as perdas ocasionadas pela demora de plantio, estiagem e excesso de chuva – em torno de 115 milhões de toneladas. A safra do ano passado foi de 130 milhões de toneladas. Ocorre que 90% da safra de milho brasileira estão para ser plantada. O Brasil consome 80 milhões de toneladas de milho por ano (das quais 8 milhões Santa Catarina) para fazer girar a agroindústria.
Custos
Os custos dos insumos também foram assunto da pauta. Ao contrário do que pensavam os produtores, a safra brasileira que está sendo plantada enfrenta custos em alta de insumos. Relatório técnico apresentado pelo Ministério confirma custos maiores do que a safra anterior. “Estamos enfrentando um desequilíbrio porque estamos tendo um custo maior do que a safra anterior, tendo preços futuros sendo projetados praticamente 40% abaixo do ano passado.”
O dirigente expõe que esses números são assustadores porque retiram toda a viabilidade das duas culturas. “Simplesmente aqueles que tiveram uma colheita boa, que seria soja em torno de 50, 60 sacos por hectare, teriam condições de quitar o custeio, não os custos de investimento. Aqueles que colherem abaixo disso certamente terão prejuízo. Na questão do milho é um pouco mais grave porque os custos do milho apresentado para o plantio da safra requerem uma colheita acima de 100 sacos por hectare de média e com preços superiores a R$ 70,00 a saca. O preço gira hoje em torno de R $ 50,00 a saca.”
O caso da soja é muito mais grave. Nunca a soja esteve tão baixa como este ano. Hoje no Mato Grosso estima-se a soja sendo vendida abaixo de R$ 100,00 a saca. Na safra passada, no início da colheita, os preços iam até R$ 200,00 a saca.
Para o enfrentamento desse cenário foram solicitadas várias ações do Governo Federal no âmbito de políticas agrícolas que possam reverter a tendência de não plantar de grande parcela dos produtores rurais brasileiros. As entidades do agronegócio insistiram para que o Ministério da Agricultura intervenha junto aos produtores do Mato Grosso, estimulando e apoiando o plantio da cultura do milho. Barbieri diz que é necessário que os produtores acreditem que haja condições de se plantar essa cultura. Serão necessárias novas políticas públicas, principalmente de auxílio ao pagamento do seguro da safra, tranquilizando os produtores a plantar com a garantia que não haverá perdas econômicas. Faesc e Abramilho estão preocupadas como o produtor rural brasileiro suportará as perdas econômicas – previstas antecipadamente – com queda de produção, situação que exigirá urgentemente medidas governamentais de alento do governo.
Distorção
Enori Barbieri observou que, na questão da soja, está ocorrendo um desencontro de números no Governo. A Conab publicou esta semana uma previsão de safra de soja de 155 milhões de toneladas, mas no levantamento dos Estados aparecem 135 milhões e os institutos projetam 143 milhões.
A quebra (menor) anunciada pela Conab provocou um movimento de baixa nos preços porque o mercado trabalhava sob expectativa de uma perda mais acentuada do que prevê a Companhia Nacional de Abastecimento. Neste cenário, um parceiro do Mercosul vai socorrer o Brasil: a Argentina, que ano passado teve uma seca muito forte, colheu 30 milhões de toneladas de soja e 30 milhões de toneladas de milho. Neste ano, a Argentina já anunciou 59 milhões de toneladas de milho e 52 milhões de toneladas de soja e deve suprir as perdas que o Brasil está tendo.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran