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Prova de Eficiência Alimentar da Angus 2023 revela os melhores reprodutores
Estância Santa Thereza, Cabanha Santo Antão, Genética Progresso, Estância Tradição e Fazenda da Barragem são as responsáveis pelos melhores touros desta edição.

Foram divulgados os nomes dos touros elite da prova de eficiência alimentar Angus 2023 promovida pela Associação Brasileira de Angus em parceria com a Embrapa Pecuária Sul. As propriedades Estância Santa Thereza, de Dom Pedrito (RS), Cabanha Santo Antão de Alegrete (RS), Genética Progresso, de Manoel Viana (RS), Estância Tradição de Santa Vitória do Palmar (RS), e ainda Fazenda da Barragem, de Dom Pedrito (RS), tiveram seus reprodutores classificados no grupo elite da prova.
O touro Santa Thereza Dom Quixote 4127, da Estância Santa Thereza, de José Roberto Pires Weber obteve o melhor índice do teste, com um Consumo Alimentar Residual (CAR) de -1,799 kg e ganho médio diário residual (GMD Res) de 0,511. Ao todo 31 reprodutores de 8 diferentes propriedades gaúchas participaram da prova.
“Os criadores estão de parabéns pelo resultado do teste, serão entregues animais com uma condição corporal e desenvolvimento excelentes, todos os criadores que investiram estão supersatisfeitos com a prova e só temos a agradecer a todos que confiaram para fazermos as medições. Teremos uma DEP muito importante de eficiência alimentar para ser lançada na Expointer. Foi um teste excelente, e agradecemos também a parceria com a Embrapa, que mais um ano conduziu a prova de forma primorosa”, comemora a presidente da Associação Brasileira de Angus, Mariana Tellechea.
O exemplar vencedor da prova ingressou nas instalações da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS), em abril com 576 kg, alcançando um consumo médio de 28,652kg, e saiu no final da prova pesando 696 kg, um CAR de -1,799. Weber pondera que é uma prova definida no último momento. “Este título para a Santa Thereza é muito importante, pois mostra que estamos no caminho certo. Finalmente, me sinto muito contente e feliz com o resultado”, comemora José Weber, da Estância Santa Thereza.
O segundo lugar ficou com o touro Santo Antão Quarterback 1409, da Cabanha Santo Antão, de Flávio Montenegro Alves, com um peso inicial de 558kg, e final de 702kg, e um consumo médio de 29,83 kg de ração e CAR de -1,447. A terceira colocação ficou com o touro Progresso TE872, da Genética Progresso de Márcio Sudati Rodrigues, com um peso inicial de 532kg, e final de 710kg, e consumo médio de 33,14kg e CAR de -0,752. O quarto lugar ficou com reprodutor Tradição T153, da Estância Tradição de Rogério Rotta Assis, com um peso inicial de 618kg e final de 748kg, um consumo médio de 31,96kg e CAR de -1,257. Já o quinto lugar dos touros elite ficou com o Redbar Hickok L372 Net Worth, da Fazenda da Barragem de Francisco de Paula Cardoso Filho, com peso inicial de 546kg e final de 684kg, um consumo médio de 30,07kg e CAR de -1,151.
O gerente técnico da Angus, Mateus Pivato, afirma que os animais tiveram excelente desempenho ao longo da prova e que, sem dúvida, são importantes ferramentas para a difusão de uma genética melhoradora do ponto de vista alimentar. “Ao utilizarem touros selecionados conforme o Consumo Alimentar, os criadores reduzem os custos de alimentação e consequentemente aumentam a lucratividade da atividade, já que mais de 50% dos gastos em produção são com a alimentação”, acrescenta.
O diretor técnico da Angus, Rogério Rotta Assis, também comentou que os animais estão muito bem. “As condições em que submetemos os animais foram excelentes, essa prova é muito importante porque na medida que avançamos no melhoramento genético, incorporamos novas características. Foi assim com o ultrassom de carcaças que hoje temos um número muito grande de animais avaliados e agora temos essa tecnologia que nos permite mensurar o consumo de alimentos dos nossos animais”.
Segundo o coordenador da prova e analista da Embrapa Pecuária Sul, Roberto Collares, o teste tem como finalidade identificar no DNA dos animais a característica da eficiência alimentar. “A raça Angus tem se destacado nas avaliações referentes à eficiência alimentar, demonstrando sua excelência na transformação da dieta oferecida em carne de qualidade. E nessa prova não foi diferente. Ficamos muito felizes com os resultados obtidos”. A prova também mensurou a emissão de metano dos animais, que terá os resultados divulgados em breve.
Também participaram da prova exemplares da Fazenda Capão Redondo, de Campo Belo do Sul (SC) , Fazenda Reconquista, de Alegrete (RS), Estância Três Marias, de Santa Vitória do Palmar (RS), Cabanha Basca, de Uruguaiana (RS), Cabanha Santa Joana, de Santa Vitória do Palmar (RS), Cabanha São Xavier, de Tupanciretã (RS), Cabanha Lagoa Preta, de Dom Pedrito (RS), Cabanha Rincon del Sarandy, de Uruguaiana (RS), Agropecuária Albardão, de Santa Vitória do Palmar (RS), Estância Santa Amélia, de Santa Vitória do Palmar (RS), Estância do Passo Comprido, de Santa Vitória do Palmar (RS), GAP Genética, de Uruguaiana (RS) e Cabanha Santa Nélia, de Jaguarão (RS).

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



