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Protocolo inédito Carne Baixo Carbono permite aumentar lotação no pasto com sustentabilidade

Densidade maior também permitiu maior produtividade por área: crescimento de 163% em peso de carcaça produzido por hectare

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Dalizia Aguiar

Com o manejo adequado do sistema de produção pecuário é possível ter 125% a mais de animais por hectare e um peso de carcaça/ha 163% superior em relação ao manejo convencional, tudo isso garantindo a qualidade do produto final, a fixação de carbono no solo e o controle das emissões de metano. Os dados integram o primeiro protocolo para produção de carne com baixa emissão de carbono no Brasil, a Carne Baixo Carbono (CBC) ou Low Carbon Brazilian Beef (LCBB). A Embrapa, responsável pelo estudo, obteve os dados em uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) de pecde corte, localizada no Cerrado baiano, com avaliações de estoque de carbono no solo, ganho de peso dos bovinos, qualidade da carne e emissão de metano.

Conforme a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul (RS) Márcia Silveira, que coordena o trabalho de validação do protocolo, a marca-conceito CBC busca valorizar sistemas pecuários que não possuem o componente florestal, mas que apresentam potencial de mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) por meio do adequado manejo da pastagem e adoção de boas práticas agropecuárias. A Embrapa e a Marfrig Global Foods possuem uma aliança estratégica para fortalecer a agregação de valor à carne bovina brasileira, que envolve as marcas-conceito Carne Baixo Carbono (CBC) e Carne Carbono Neutro (CCN).

“O estudo buscou avaliar a produção de bovinos de corte em sistemas com pastagens bem manejadas no intuito de validar as diretrizes em ambiente comercial. Os resultados iniciais demonstram que, pela implementação das diretrizes CBC, é possível garantir produtividade e qualidade da carne, de forma a aumentar a lucratividade do produtor, sem abrir mão da manutenção ou aumento do estoque de carbono do solo e da mitigação da emissão de GEEs, além do efeito poupa-terra, relacionado aos ganhos de produtividade do sistema, que possibilitam o aumento da produção de carne com menor pressão sobre a vegetação nativa. É mais um passo na busca pela eficiência produtiva que leva em conta a qualidade do produto e do seu ambiente de produção”, destaca a cientista.

As diretrizes técnicas para produção da Carne Baixo Carbono, avaliadas na pesquisa, envolvem o cumprimento de práticas adequadas de manejo da pastagem, como monitoramento de altura, ajuste de carga animal, adubação adequada à demanda das plantas forrageiras e ao nível de intensificação do sistema, assim como a adoção de Boas Práticas Agropecuárias (BPA).

Plataforma reúne tecnologias para redução de emissões

O protocolo integra a Plataforma Pecuária de Baixa Emissão de Carbono (PBC), uma iniciativa da Embrapa para contribuir com as estratégias do Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC+) frente aos desafios dos cenários de mudanças climáticas. As pesquisas fazem parte do Projeto Trijunção, iniciado em dezembro de 2017, e que é coordenado pela pesquisadora Flávia Santos, da Embrapa Milho e Sorgo (MG).

A Plataforma PBC, projeto em rede liderado pelo pesquisador Roberto Giolo, da Embrapa Gado de Corte(MS), pretende desenvolver mecanismos de certificação para alguns produtos da pecuária de corte, produzidos em sistemas pecuários com foco em baixa emissão de carbono, a partir de marcas-conceito, como Bezerro Carbono Neutro (BCN), Carne Baixo Carbono (CBC), Carbono Nativo (CN) e Couro Carbono Neutro (Couro-CN), além de uma calculadora de carbono (calc-C).

“Os ganhos são do produtor, da cadeia da carne como um todo e do Brasil, ao promover maior valorização do produto e melhor visibilidade do País no mercado global”, analisa Giolo, ao afirmar que a iniciativa contribui também para minimizar a pressão por abertura de novas áreas para a pecuária, pois apresenta efeito poupa-terra e, portanto, auxilia nos esforços para equacionar a questão do desmatamento no Brasil.

Emissões de metano

A intensidade de emissão não variou entre os manejos, apresentando valor médio de 6,3 kg de CO2-equivalente por quilo de carcaça. “O manejo CBC possibilitou um aumento de 125% no número de animais por hectare e de 163% em quilo de carcaça pela mesma área em relação ao manejo convencional, indicando um importante efeito poupa-terra, além do potencial de maior incorporação de carbono no solo para manutenção da condição produtiva da pastagem e de mitigação das emissões de gases de efeito estufa do sistema”, frisa o pesquisador Roberto Giolo.

A pesquisa

O estudo de caso teve início em maio de 2019 na Fazenda Santa Luzia, pertencente à Fazenda Trijunção, localizada em Jaborandi (BA). A propriedade é referência na produção de bovinos de corte mediante as Boas Práticas Agropecuárias (BPA), com dados estruturados e sequenciais de todo o sistema produtivo. A URT foi composta por dois talhões, bem como por uma área de vegetação nativa (Cerrado). O primeiro talhão, com a forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu, conta com 115 hectares divididos em quatro piquetes, representando o manejo convencional. O segundo talhão, de pastagem recuperada, com Brachiaria brizanthacv. BRS Piatã, conta com 85 hectares, também dividido em quatro piquetes e manejado segundo as diretrizes técnicas para produção de carne com baixa emissão de carbono em pastagens tropicais (CBC). As áreas foram usadas para recria e terminação de machos da raça Nelore.

Os dados da caracterização inicial (marco zero) do solo para o manejo CBC mostraram um estoque de 20,59 t ha-1 (tonelada por hectare) de carbono na camada de 0-20 cm do solo. O valor é superior ao encontrado no Cerrado nativo (15,18 t ha-1) e em pastagem sob manejo convencional (18,16 t ha-1). “Como esses valores foram obtidos em uma caracterização inicial, avaliações com intervalos de dois anos serão feitas para acompanhar a evolução desse carbono no solo das áreas avaliadas, entretanto, já é possível perceber que o estoque de carbono do solo para manejo CBC está acima dos demais”, explicam os pesquisadores responsáveis pela área, Flávia Santos e Manoel Ricardo Filho, da Embrapa Milho e Sorgo.

Com a manutenção da altura do pasto recomendada para a forrageira cultivada, o talhão com manejo CBC possibilitou cargas médias de 4,34 unidade animal (UA) por hectare contra 1,93 UA/ha no talhão sob manejo convencional, assim como possibilitou cobertura do solo sempre acima de 80%. Essa cobertura do solo sempre alta no talhão CBC visa contribuir com palhada para a matéria orgânica do solo e retenção de carbono no sistema. Ao longo do primeiro ano de avaliação, os animais dos talhões CBC e sob manejo convencional ganharam em média 154 kg e 149 kg a pasto, respectivamente. “Assim, além do maior número de UA por hectare, os animais do talhão CBC entraram mais pesados no confinamento e chegaram ao peso de abate com pelo menos 20 dias a menos de confinamento em relação aos animais do talhão sob manejo convencional”, ressalta Márcia.

“Com a fertilização dos pastos, suplementação estratégica e manejo correto, foi possível garantir alta produção de peso corporal por unidade de área no talhão CBC, sendo que os valores de produtividade registrados estão acima da média da produtividade brasileira. Já no talhão sob manejo convencional, apesar de o ganho médio diário não ter sido muito diferente do talhão CBC, observou-se um ganho por área aquém do potencial”, destaca a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul.

Qualidade da carne

Na avaliação de carcaça e qualidade de carne dos animais do talhão CBC, foram registrados pesos médios de abate e de carcaça de 573 kg e 306 kg, respectivamente, proporcionando um rendimento médio de carcaça da ordem de 53,4%, sendo que 100% das carcaças apresentaram acabamento tipo 3 (gordura mediana) e maturidade de dois dentes. Para a análise da qualidade da carne, foi observado que o escore médio de marmorização foi de 7,7, ou seja, a marmorização média foi do tipo pequena. A força de cisalhamento (corte) média foi de 6,3 kg, variando entre 4,87 e 8,17 kg. “Enquanto nenhum animal apresentou carne considerada dura (> 9 kg), praticamente dois a cada três animais apresentaram carne com menos de 7 kg, o que poderia ser considerada como carne aceitavelmente macia se avaliada por um painel de degustadores treinados. Assim, a qualidade da carne, a marmorização e a força de cisalhamento observadas são compatíveis com os sistemas de produção existentes no Brasil e atendem ao que o mercado exige”, destaca o pesquisador da Embrapa Gado de Corte responsável pelos dados, Gelson Feijó.

Fonte: Embrapa Pecuária Sul

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Prazo para atualização obrigatória de rebanhos começa em 1º de maio no Paraná

GTA somente será emitida após a atualização de todas as espécies animais existentes na propriedade – bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda.

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Foto: Arnaldo Alves/AEN

A Campanha de Atualização dos Rebanhos do Paraná de 2024 começa em 1º de maio e se estenderá até 30 de junho. A atualização é obrigatória para todos os produtores rurais com animais de produção de qualquer espécie sob sua guarda. Aqueles que não cumprirem a exigência ficarão impedidos de obter a Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que permite a movimentação de animais entre propriedades e para abate nos frigoríficos.

A GTA somente será emitida após a atualização de todas as espécies animais existentes na propriedade (bovinos, búfalos, equinos, asininos, muares, suínos, ovinos, caprinos, aves, peixes e outros animais aquáticos, colmeias de abelhas e bicho da seda).

Os produtores podem fazer a atualização pelo aplicativo Paraná Agro (baixe aqui), pelo site da Adapar ou presencialmente em uma das Unidades Locais da Adapar, Sindicatos Rurais ou Escritório de Atendimento de seu município. A partir de 30 de junho, o produtor que não atualizar o rebanho estará sujeito a penalidades previstas na legislação, inclusive multas.

O acesso ao sistema também está disponível de forma direta por meio do link www.produtor.adapar.pr.gov.br/comprovacaorebanho. Para fazer a comprovação, o produtor deve ter o CPF cadastrado. Nos casos em que seja necessário ajustar o cadastro inicial (correção de e-mail ou outra informação), o telefone para contato é (41) 3200-5007.

Segundo a Gerência de Saúde Animal, existem 155 mil propriedades no Paraná e 192 mil explorações pecuárias, sendo que as principais espécies somam, aproximadamente, 8,6 milhões de bovinos, 7 milhões de suínos, 20 mil aviários, 240 mil equídeos, além de outros animais.

Área livre

O Paraná foi reconhecido internacionalmente como Área Livre de Febre Aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 27 de maio de 2022. Como compromisso do Estado, há a necessidade de se realizar o cadastro de todos os animais uma vez por ano, durante os meses de maio e junho.

O gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, alertou que a atualização do rebanho é importante para os próprios produtores, pois possibilita uma ação rápida nos casos de suspeita inicial de doenças nos animais. “O status de Área Livre Sem Vacinação que o Estado conquistou após muito esforço exige uma vigilância permanente, e é isso que queremos ao exigir a atualização do rebanho das propriedades rurais do Estado”, afirmou.

O diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, destacou que o trabalho dos profissionais da entidade não parou após a conquista na OIE. “Agora estamos ainda mais vigilantes, cuidando com muita atenção das fronteiras e das divisas do Estado, trocando muitas informações com os Conselhos de Sanidade Agropecuária e com entidades representativas do setor, e precisamos desse auxílio dos produtores para que nos forneçam os dados e juntos consigamos manter o status do Paraná”, disse.

Fonte: AEN-PR
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2º Fórum Nacional do Leite chama atenção para diversidade da cadeia

Programa do fórum inclui palestras sobre temas importantes, como integração da produção de leite com a agricultura, comunicação eficaz, energia renovável e adoção de novas tecnologias.

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Giuliano De Luca/OP Rural

O 2º Fórum Nacional do Leite, em Brasília, se torna o ponto de encontro para uma conversa crucial sobre o futuro da indústria leiteira. Entre terça 16) e quarta-feira (17), a Embrapa abre suas portas para este evento que promete não apenas debater, mas ser um catalisador de respostas para uma transformação positiva no setor leiteiro brasileiro.

Apesar dos desafios enfrentados, o setor leiteiro continua sendo uma peça fundamental da economia, presente em mais de 90% dos municípios do Brasil e empregando milhões de pessoas. O leite, um alimento indispensável desde o nascimento, representa mais do que apenas um produto, é um símbolo da história e cultura alimentar.

A Abraleite, liderando o evento, espera reunir uma variedade de vozes, desde autoridades públicas até produtores locais, para discutir questões como sustentabilidade, gestão, mercado, pesquisa, inovação e comunicação. Maria Antonieta Guazzelli, diretora de Comunicação e Marketing da Abraleite, destaca o engajamento do setor, mesmo em tempos desafiadores.

Porém, a realidade dentro do setor é diversa e complexa. A heterogeneidade reina, desde o volume de produção até o acesso a tecnologias e assistência técnica. Como Maria Antonieta observa, os produtores são verdadeiros heróis, enfrentando uma batalha diária para manter suas operações funcionando.

O programa do fórum inclui palestras sobre temas importantes, como integração da produção de leite com a agricultura, comunicação eficaz, energia renovável e adoção de novas tecnologias. Mas, além das discussões, o verdadeiro objetivo do evento é destacar a necessidade premente de uma cadeia produtiva mais estruturada e uniforme. “A mensagem principal do evento é a necessidade urgente de uma cadeia mais estruturada, com homogeneidade na qualidade, custo e estabilidade da produção de leite. Somente dessa maneira estaremos fortalecidos para elevar o produto a patamares semelhantes ao de commodities como soja e café”, destaca.

Fonte: O Presente Rural
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Declaração de Rebanho 2024 começa nesta segunda-feira no Rio Grande do Sul; saiba como fazer

Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Prazo encerra em 14 de junho.

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Foto: Alf Ribeiro

A Declaração de Rebanho é uma obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais. “Além do atendimento à legislação vigente, os dados nos dão embasamento para que tenhamos uma radiografia da distribuição das populações animais, das faixas etárias. Com isso, podemos ser mais assertivos em nossas políticas públicas de saúde animal”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi) do Rio Grande do Sul, Rosane Collares.

Desde o ano passado, a declaração pode ser feita diretamente pela internet, em módulo específico dentro do Produtor Online. Um tutorial ensinando a realizar o preenchimento pode ser consultado aqui. Caso prefira, o produtor também pode fazer o preenchimento nos formulários em PDF ou presencialmente nas Inspetorias ou Escritórios de Defesa Agropecuária, com auxílio dos servidores da Seapi e assinando digitalmente com sua senha do Produtor Online.

A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves, peixes, abelhas, entre outros.

No formulário de caracterização da propriedade, há campos como situação fundiária, atividade principal desenvolvida na propriedade e somatória das áreas totais, em hectares, com explorações pecuárias. Já os formulários específicos sobre os animais têm questões sobre finalidade da criação, tipo de exploração, classificação da propriedade, tipo de manejo, entre outros.

Em 2023, a declaração teve adesão de 84,19%, índice que se manteve condizente com a média de declarações de rebanho entregues nos anos anteriores. O prazo  encerra em 14 de junho.

Fonte: Assessoria Seapi
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