Suínos
Protagonistas mundiais discutem a produção da carne suína segura
Destacados profissionais de 15 países da Europa e América participaram do evento em Foz do Iguaçu, PR
Produzir alimentos em quantidade necessária, mas também com qualidade e que seja rentável para o produtor é uma discussão que tem sido constante na pauta dos agentes produtores de proteína animal do mundo. Indústria, profissionais do setor e produtores discutem constantemente o que pode ser feito para que o alimento que está sendo produzido tenha qualidade e inocuidade. Há anos os países se unem em eventos e discutem este tema. Este ano, entre os dias 21 e 24 de agosto, Foz do Iguaçu, PR, foi palco para o maior evento internacional sobre o assunto. Pela primeira vez na América Latina, reuniu aproximadamente 120 protagonistas de 15 países da Europa e América para discutir justamente a produção da carne suína.
O evento bianual chegou à sua 12ª edição com participantes do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Holanda, Portugal, Espanha, Reino Unido, Suíça e Estados Unidos. Todas as discussões ocorreram por meio de dois workshops para grupos menores, palestras magistrais com cientistas de referência em suas áreas, apresentação de trabalhos científicos e fóruns de discussão.
A organização do evento ficou por conta da Confederação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves Nacional), em parceria com a Embrapa Suínos e Aves e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Troca de Informações
A principal característica que faz com que profissionais da indústria, universidades, pesquisadores e órgãos oficiais se interessem tanto pelo evento é a grande troca de informações que acontece entre todos os setores envolvidos na produção da carne suína, desde a granja até o prato do consumidor.
Com o evento os participantes podem discutir, informalmente, com pesquisadores, indústria e órgãos oficiais de uma forma em que todos fiquem melhor informados sobre os assuntos que permeiam a produção da carne suína, afirma Jan Dahl, do Conselho Dinamarquês de Agricultura e Alimentação. “O conhecimento é compartilhado e as pessoas ficam melhor informadas. Esse evento é a oportunidade de colocar todos os envolvidos juntos para discutir”, diz.
A Dinamarca participa do Safepork desde a primeira edição, em 1996, com um número sempre expressivo de representantes. Nesta edição no Brasil, os dinamarqueses formaram o maior grupo internacional, com 10 pessoas. “Nós temos um grupo grande que trabalha com segurança de alimentos, e sempre estamos interessados no assunto da produção da carne suína. E como a Dinamarca é um grande exportador, e nós dependemos da exportação, é sempre muito importante estarmos sabendo o que os outros países estão pensando e identificando problemas. Com isso, sabemos para onde olhar e como definir os nossos investimentos de pesquisa, onde precisamos olhar com mais atenção”, informa.
De acordo com Patrik Buholzer, da Thermo Fisher Scientific (Suíça), a comunicação deve envolver toda a cadeia, o público que participa do evento, como instituições de pesquisas, grandes pesquisadores e cadeias de frigoríficos, deve entender o processo de produção e participar, se não, a cadeia não fecha. “A ideia é que todos tenham a oportunidade de neste evento, onde irão discutir diversos assuntos técnicos, falar também sobre esse tipo de interligação. Por isso do nosso objetivo de participar do evento, que é ajudar esses diversos elos da cadeia a conseguir produzir melhor, de uma forma que todos se beneficiem no processo”, diz. Para ele, o Safepork é ideal, já que dele participam os principais pesquisadores, produtores, entre outros envolvidos na cadeia de produção do mundo. “Dessa forma acaba sendo um ambiente privilegiado para discutir exatamente os problemas que são inerentes à cadeia em si, e não individuais de cada um do campo”, afirma.
Para a representante do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Melanie Abley, o evento é bastante importante por trazer diferentes perspectivas de vários países e oportunizar a troca de experiências para discutir internamente com as equipes de trabalho. “Com o que vemos no evento, podemos levar informações para o nosso país e melhorar ainda mais a saúde pública em relação aos produtos de origem suína”, comenta. Melanie participou ainda do evento em uma apresentação, em que contou com o USDA está tratando a questão de inspeção e modernização. Os principais tópicos da apresentação foram mostrar como os Estados Unidos estão fazendo a modernização do sistema de amostragem da carne suína, deixando de fazer carcaça e passando a fazer em cortes. “O nosso objetivo é modificar a amostragem para que ela se aproxime mais do consumidor”, conta. Porém, este tipo de amostragem ainda está na fase de normatização.
Base na Ciência
O representante do Conselho Nacional de Produtores de Suínos dos Estados Unidos, Daniel Kovich, comenta que para a organização que ele representa é muito importante que as decisões e os requerimentos sejam baseados em ciência. “E essa conferência é a melhor no mundo em termos de carne suína, porque ela é específica para discutir somente isso. Com ela sabemos o que os pesquisadores estão fazendo ao redor do mundo, o que estão procurando. Isso nos interessa saber, estarmos informados do que os outros países estão fazendo, quais as novas tecnologias que têm e quais recursos estão utilizando”, conta. Além do mais, participar do evento e saber das informações que são partilhadas é importante pelo fato dos produtores de suínos norte-americanos estarem preocupados com o que está acontecendo no mundo. “Estamos no mercado mundial. 28% do que produzimos vai para exportação, e nós temos essa preocupação de saber o que os outros países estão pensando a respeito do mercado mundial”, completa.
Discutir os atuais e principais problemas da produção de carne suína e sua qualidade é outro foco da conferência que atrai participantes, como o holandês Derk Oorburg, que representa a empresa VionFood, uma das maiores empresas de alimentação da Europa. Para ele, é importante a participação neste tipo de evento, porque é uma oportunidade de mão dupla, onde o trabalho é mostrado, mas existe o feedback. “E o evento tem uma boa atmosfera para a discussão e troca de informações e conhecimento”, diz. Oorburg afirma que as decisões em segurança de alimentos devem ser tomadas com base científica, porque com fatos científicos não existe discussão, o que é apresentado é a verdade. “Nós temos a responsabilidade de tomar decisões baseadas em fatos, na ciência. E assim deve ser não somente para a indústria, mas também para todo o setor regulatório, quem faz as leis, e para os produtores, porque nós não produzimos animais, mas alimento, por isso temos a responsabilidade de produzir algo que seja saudável e não traga riscos para o consumidor”, afirma. De acordo com ele, essa discussão é sempre importante, porque o consumidor não vai ao supermercado comprar um suíno, mas sim comprar carne.
Compartilhar Experiências
Para Lis Alban, do Conselho Dinamarquês de Agricultura e Alimentação, o Safepork é um lugar onde as pessoas estão abertas para dividir as experiências que tiveram, tanto em problemas como em soluções na produção da carne suína. “As pessoas que vêm nesse evento compartilham informações e estão preocupadas com o suíno, a carne suína e a segurança alimentar. É uma comunidade que discute estes três importantes aspectos”, comenta. Para ela, com as discussões que acontecem no evento, é possível que pesquisadores, órgãos oficiais e a própria indústria mudem o rumo de trabalhos que estão realizando, porque com uma percepção diferente e com o networking que acontece, as pessoas passam a saber quem pode ajudar e o que outros lugares estão fazendo com este tema em específico. “Esse entendimento é importante, até mesmo para as barreiras comerciais, porque quando conseguimos compreender porque um país age de tal forma, conseguimos derrubar algumas barreiras e facilitar o comércio internacional. Isso é importante para toda a sociedade”, afirma.
De acordo com muitos envolvidos na cadeia, esta é a conferência mais importante do mundo quando o assunto é carne suína e segurança alimentar. A doutora Diana Meemken, da Universidade Martinho Lutero de Halle-Wittenberg e do Instituto de Ciências Agrícolas e Nutricionais alemão, concorda com esta afirmação. “Em primeiro lugar podemos citar a questão científica, temos resultados de pesquisas que são apresentados e trocados. Há ainda o relacionamento internacional, que se eu não participasse, não teria com muitos colegas. Além disso, este evento conta também com a participação da indústria, que também é uma chave importante do setor. E eu sou bastante interessada em saber o que está acontecendo, o que os países estão discutindo e pesquisando. Então, neste congresso temos diversas discussões em que o foco final é a qualidade da carne, diferente de outros que trabalham somente a saúde do animal”, diz.
Entre os interessados no Safepork, além de pesquisadores e órgãos oficiais, também estão os produtores. Maurício Fernandez, presidente da Associação de Produtores do Chile, comenta que é muito importante participar de uma conferência como esta porque dela participam agentes de diversos países, que são mercado do Chile, e saber o que estão pensando e o que estão querendo. “Em geral, queremos saber todas as informações das tendências internacionais para informar aos nossos associados. Queremos saber quais são os pontos que precisamos investir mais. Um dos nossos objetivos como associação é informar ao nosso associado o que deve ser feito para atender a estes mercados, e aqui temos a oportunidade de ver, conversar e saber o que é preciso. No evento vemos qual a realidade do país que estamos atendendo e a dos que queremos atender”, conta.
Gonzalo Mena, produtor chileno e representante da Agrosuper, uma das principais empresas de proteína animal do Chile, afirma que o Safepork é a única conferência no mundo que reúne todos os representantes mundiais da proteína animal, e isso faz dele um evento fundamental para uma empresa exportadora como a que ele participa. “Aqui ficamos sabendo o que acontece e as tendências que existem no mundo. Este é a única conferência em que eu vou encontrar isso. Para nós é essencial escutar as tendências futuras dos assuntos relacionais à cadeia, como inspeção sanitária e agentes infecciosos”, diz. Outro ponto positivo destacado por Mena foi a troca de informações e o networking que acontece no evento. “Há profissionais e empresas de outros países com quem eu posso conversar, e assim saber o que está acontecendo no mundo para estar preparado para o que vier, porque 50% do que o Chile produz é exportado, e exportamos para todos os países que participam desse encontro, da Europa, Ásia e América. Por isso temos que saber o que está acontecendo nestes lugares, para sabermos como atender a estes mercados”, afirma.
Brasil
A chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella, comenta que a importância de um evento como o Safepork vir para o Brasil é porque ele traz clareza do que deve ser feito no setor e conhecimento sobre diversos assuntos, já que são apresentadas pesquisas e resultados inéditos. “Acredito que o Brasil seja um país resiliente, porque apesar de todas as dificuldades que enfrentamos, nós conseguimos nos sair bem. Nós não estamos bem no agro porque temos sorte, mas sim porque somos competentes e conseguimos driblar e fazer o que for preciso para vencer os desafios. E é assim que devemos continuar”, pontua.
Ela destaca que este, diferente de outros eventos, é focado em um público específico, e isso pode ser notado no número menor de participantes se comparado a outros eventos do setor. “Mas as pessoas que participam são as que estão no dia a dia trabalhando com isso. Tanto a indústria, quando a universidade, institutos de pesquisa e órgãos governamentais; são pessoas do mundo todo que produzem e geram resultados, e isso é importante”, afirma. Para ela, a organização do evento no Brasil soube trazer as pessoas certas e atrair pesquisadores que estão produzindo resultados significantes para a área e compartilharam informações.
A segurança alimentar, que foi bastante discutida no evento também foi citada por Janice. “Temos que ficar sempre muito atentos para a segurança, porque é difícil ganhar um mercado, mais difícil ainda manter, mas para perder é muito fácil. E este evento soma muito para o Brasil, porque pessoas de fora vêm para cá e conhecem a nossa realidade. Aquele pesquisador que vendo o que é gerado no Brasil pode ser alguém que será consultado por um futuro comprador”, exemplifica. “Além do mais, o evento é positivo pelo fato de trazer informações sobre mercados que o Brasil ainda tenta conquistar”, interpreta.
Workshops
O Safepork contou ainda com dois workshops: um sobre modernização na inspeção de carne e outro sobre inovação na cadeia de carne suína, novas tecnologias em diagnóstico, dados e monitoramento. Em cada atividade, profissionais tiveram a oportunidade de mostrar resultados de pesquisas e apontar soluções para os problemas que estavam sendo discutidos.
Lis Alban, do Conselho Dinamarquês de Agricultura e Alimentação, que participou do primeiro workshop, comenta que a questão da modernização na inspeção precisa ser feita, porque a base da inspeção tradicional é de cem anos atrás, e isso ainda não mudou, mas o sistema de produção sim. “O objetivo é modernizar. Por exemplo, o Brasil, tem diferentes populações de suínos e com alta tecnologia, por conta disso, a inspeção também precisa acompanhar essa evolução tecnológica que ocorreu”, comenta. De acordo com Lis, é preciso uma certa harmonização entre os países, porque alguns já estão na frente quanto a esta modernização, mas alguns estão apenas começando. “A discussão deste workshop foi justamente isso; mostrar onde cada país está e um tentar ajudar o outro para que todos consigam evoluir”, comenta. Ela conta que outro ponto abordado foi sobre o feedback feito dos resultados da inspeção para os produtores. “Com esta informação, os produtores podem trabalhar em cima disso. Por exemplo, na Holanda existe um banco de dados de quanto custa cada doença, e o produtor consegue ver claramente quanto ele está perdendo e quanto poderia ganhar se aquela doença não estivesse na propriedade”, conta. Para ela, melhorar o feedback do resultado da inspeção para os produtores também é importante para avançar nas questões de inspeção.
Já no workshop sobre inovação na cadeia, novas tecnologias em diagnóstico, dados e monitoramento, a doutora Diana Meemken, conta que o objetivo principal foi identificar lacunas que existem na cadeia de produção inteira, desde à fábrica de ração, granjas e abatedouros, até chegar ao consumidor, e com isso tentar discutir soluções para preencher essas lacunas de problemas. “Nós diagnosticamos que de um lado há soluções que estão prontas, e se todos colocassem em prática daríamos um passo à frente, mas há algumas soluções que ainda existem espaço e que, neste caso, é uma oportunidade de pesquisa e trabalho para criar uma solução para isso”, comenta.
Ela conta que de toda a discussão, dois pontos principais, que seriam possíveis soluções, foram levantados: do sistema de big date, que são plataformas de dados, onde é possível colocar informações de forma automatizada e todos podem acessar. “Essa plataforma vai servir para conectar todos os elos da cadeia, trocar informações e todos terem acesso a informações que precisam, além de ter um feedback melhor do consumidor para os produtores”, conta. De acordo com Diana, isso melhora o sistema de diagnóstico, e quanto mais precisão, melhor as ações e o feedback, e tudo isso aumenta a confiança do consumidor. “Assim temos um sistema mais transparente, onde o consumidor consegue ver melhor”, diz.
O segundo ponto destacado no workshop foi a possibilidade de ter um sistema de identificação individual acoplado às tecnologias que já existam, que consiga identificar problemas nos animais. “Todas as informações serão armazenadas nessa plataforma, e que no final, será um recurso para a melhor tomada de decisões. Claro que isso será interpretado por um médico veterinário, o sistema não vai dispensar os serviços”, comenta.
Ela conta que somente o que não foi possível encontrar uma solução durante o workshop foi de como influenciar a grande mídia a favor da cadeia de produção. “A mídia se apega mais às questões negativas, que acontecem em uma escala muito inferior do que representa toda a produção de alimentos. E isso pode inviabilizar um investimento muito grande”, diz. De acordo com Diana, se sabe que quando há um maior sentimento de confiança, isso chega ao consumidor. “Não conseguimos identificar o que fazer para evitar que o alimento seja tratado como um perigo, em uma escala maior do que realmente representa”, conta.
Em 2019
O Safepork tradicionalmente acontece a cada dois anos. Agora, a próxima edição será em 2019 na cidade de Berlim, na Alemanha. A presidente da Comissão Organizadora da próxima edição, doutora Diana Meemken, comenta que a cidade de Berlim foi escolhida para o próximo evento por ser um lugar bonito, mas também por todo contexto histórico que existe lá. Diana conta que o diferencial para 2019 é que a Comissão Organizadora irá envolver também nas discussões alguns pesquisadores da área humana. “É algo distinto que queremos implementar. Queremos eles junto com o pessoal da produção de alimentos para ter uma característica mais interdisciplinar nas discussões. Claro que a programação será de maior interesse para a cadeia de produção de carne suína, mas pretendemos convidar essas pessoas da área humana para conseguirmos ter uma maior multidisciplinaridade nas nossas discussões”, conta.
Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Suínos
Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre
Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.
No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.
Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.
Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.
Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.
Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
