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Propriedade avícola deve ser bonita por fora e produtiva por dentro

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O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, afirma, sem medo de errar, que temos a melhor avicultura do mundo. Já o coordenador da Câmara de Sanidade Avícola da Ubabef, o pesquisado do Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Antônio Guilherme de Castro, garante que temos um dos melhores programas de sanidade do mundo. Além do conhecimento técnico, científico e de mercado que os dois têm, com certeza devem ter visitado propriedades como a da Família Fidler, localizada no interior de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná. O casal Jaime e Adriana e a filha Joice vivem exclusivamente da avicultura , explorando dois aviários. Na atividade desde 2006, neste ano eles receberam o Prêmio Destaque do Ano em Qualidade da Propriedade da Cooperativa Agroindustrial Copagril, da qual são integrados. E para entender o porquê receberam o prêmio, basta olhar em volta.
Produtores como Jaime e Adriana são orgulho de todo técnico, diz o responsável pela assistência aos avicultores, o técnico em agropecuária Carlos Eberts. Ele diz que esse orgulho começa pela organização da propriedade, do cuidado com os mínimos detalhes. São algumas árvores aqui, a cerca pintada, as pedras dispostas harmoniosamente, um gramado bem cortado e tudo muito limpo. Mas como não basta ser apenas bonito aos olhos, as qualidades vão além. Eberts informa que, apesar de ainda aguardar a vistoria para certificação, os Fidler já cumprem todos os critérios exigidos pelas Instruções Normativas 56 e 59, que preveem, entre outros aspectos, principalmente detalhes relacionados à biosseguridade.
A diferença
O técnico da Copagril pondera que, por muito tempo, havia uma cultura em que no campo tornavam-se desnecessários os cuidados com a poluição visual, ou sistemas de gerenciamento e organização, mas hoje em dia, quem não tem todo o cuidado é que não está em sintonia. “Falamos de cuidados de uma maneira geral, porque geralmente quem cuida das coisas do lado externo, também tem uma preocupação maior com o aviário, o que vai refletir em resultados produtivos”, diz Carlos Eberts. E não é que ele tem razão: a família Fidler tem garantido uma média de 345 pontos em eficiência e recebeu no último ano a média de R$ 0,49 por ave entregue à cooperativa. “Vivemos muito bem com os aviários. Conseguimos pagar o financiamento (dos aviários) e as outras despesas e ainda garantimos um bom salário”, afirma Jaime.
Conforme o técnico em agropecuária da Copagril, quando o avicultor fica atento à limpeza e organização da propriedade, ao mesmo tempo está reforçando questões de sanidade e biosseguridade. Ele expõe que muitos produtores são resistentes em adotar certas medidas por não verem um mal aparente. “Muitos causadores de doenças, como as bactérias e os vírus, não são vistos a olho nu, embora estejam presentes no ambiente. Por isso é necessário implantar e respeitar as regras de boas práticas de produção e biosseguridade”, justifica Eberts. E talvez este seja mais um detalhe que diferencia produtores como Jaime e Adriana Fidler. Eles não apenas se esforçaram para atender todas as exigências sanitárias e de produção, como praticam. Na propriedade deles, arco de desinfecção, pedilúvio, uso de botas, restrição de acesso, higiene… tudo é seguido à risca. “Tem amigos (avicultores) que dizem que não precisa, que é apenas conversa de técnico, mas é o nosso sustento, então eles (os técnicos) ensinam e nós fazemos”, expõe Jaime e Adriana.
Segundo Carlos Eberts, aumenta cada vez mais a consciência dos avicultores no que tange à importância da adoção de medidas de limpeza também fora do aviário. Para o técnico, não são avicultores como os Fidler que são diferenciais, é quem não segue as regras que destoa da realidade. “Isto abrange ainda o cuidado com a manutenção dos equipamentos e todos os setores do aviário, para que funcionem perfeitamente quando são necessários, os cuidados com armazenamento de ração, com o arraçoamento, o fornecimento e a qualidade da água, o monitoramento do desenvolvimento do lote, entre outros detalhes. Mas quando tudo está bem organizado, limpo e funcionando bem, fica mais fácil trabalhar”, afirma, citando ainda que os cuidados vão colaborar para prevenção a doenças e contaminações. Ele cita o caso do controle de pragas. “Com a área limpa no entorno do aviário se inibe a proliferação de ratos, por exemplo”, cita. 
Leia a reportagem completa na edição impressa de O Presente Rural, ou pela versão online:

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Embarques de genética avícola crescem 5,7% em 2024

A receita gerada pelos embarques chegou a US$ 151,3 milhões, saldo 6,7% menor em relação ao ano anterior, com US$ 162,1 milhões.

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Foto: Divulgação/ABPA

As exportações brasileiras de genética avícola – incluindo pintos de 01 dia e ovos férteis – geraram receita 12,2% maior em agosto, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram US$ 17,6 milhões no oitavo mês deste ano, contra US$ 15,7 milhões no ano anterior.

Os embarques em volume de agosto totalizaram 1.492 toneladas, número 7,1% menor que as 1.607 toneladas exportadas em 2023.

No acumulado do ano, as exportações de genética avícola alcançaram 18.283 toneladas, número 5,7% superior ao total do ano anterior, com 17.295 toneladas. A receita gerada pelos embarques chegou a US$ 151,3 milhões, saldo 6,7% menor em relação ao ano anterior, com US$ 162,1 milhões.

Assumindo a dianteira entre os principais importadores, a Venezuela foi destino de 467 toneladas em agosto, número 415% maior em relação ao mesmo período do ano passado, com 91 toneladas. Em seguida estão o México, com 323 toneladas (-61%), Senegal, com 221 toneladas (-22%), Paraguai, com 194 toneladas (+11%) e Arábia Saudita, com 91 toneladas (+1727%). “A Venezuela passa por um momento de impulso em sua produção e tem incrementado suas importações de genética avícola do Brasil. Seu fluxo se soma às altas de importações paraguaias, sul-africanas e peruanas, mantendo o ritmo positivo do setor em agosto”, ressalta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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Copacol beneficia avicultores com sobras e injeta R$ 57,7 milhões na economia

Pagamento da primeira parcela referente as reservas das sobras dos anos 2019 e 2020, proporcional a participação do produtor na entrega dos lotes, já foi depositado nas contas dos avicultores. Já a segunda parcela será depositada em conta no dia 05 de novembro.

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Responsável pela maior fatia no faturamento bruto da Copacol a avicultura gera oportunidades para 768 cooperados que atuam de forma integrada com 1.241 aviários, promovendo a diversificação no campo e a geração empregos na cidade para milhares de colaboradores.
Conforme anunciado pela Diretoria nas reuniões dos Comitês Educativos realizadas no mês de agosto, o pagamento da primeira parcela referente as reservas das sobras dos anos 2019 e 2020, proporcional a participação do produtor na entrega dos lotes, já foi depositado nas contas dos avicultores. Já a segunda parcela será depositada em conta no dia 05 de novembro.

Cooperado de Cafelândia, Luiz Antônio Costa Curta, foi um dos beneficiados com as sobras – Foto: Divulgação/Copacol 

Ao todo serão R$ 57,7 milhões distribuídos. “É um dinheiro que a gente não estava esperando neste momento, mas veio em uma hora bastante oportuna e vai ajudar nas despesas. Com o pagamento das reservas, a Cooperativa fortalece ainda mais a nossa atividade, nos motiva e dá sustentabilidade ao nosso negócio. Grato à Copacol que com isso mostra o seu diferencial de empresa referência na avicultura”, comemora o cooperado de Cafelândia, Luiz Antônio Costa Curta, que investiu recentemente em um moderno aviário, pensando em melhorar ainda mais a renda do sítio.

Antecipação
O cálculo da antecipação das reservas não é complemento de preço, por isso, não gera Nota Fiscal, somente contabilização na matrícula do cooperado. “Nós anunciamos a destinação das reservas nas nossas reuniões dos Comitês Educativos, porém tivemos o incidente na nossa planta de Cafelândia, por isso, optamos em aguardar até a retomada na indústria, que já está operando dentro da capacidade. Agora estamos fazendo os pagamentos aos nossos avicultores. Estamos injetando na economia dos municípios da nossa região o valor de R$ 57,7 milhões, que vai ajudar de maneira significativa nossos cooperados para investimentos. Desta maneira reforçamos a importância de uma Cooperativa que realiza o planejamento adequado, visando oportunidades e benefícios para quem faz parte dela, gerando resultados para todos”, destaca o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.

Valores
Para os produtores que entregaram frangos à Copacol no ano de 2019, o valor pago referente a primeira parcela por Kg foi de R$ 0,04483. Já os produtores que entregaram aves no ano de 2020, a primeira parcela foi paga no valor de R$ 0,00350 por Kg.
Os produtores que entregaram ovos em 2019 receberam a primeira parcela no valor de R$ 0,01830 por ovo, enquanto que os que entregaram ovos em 2020, referente a primeira parcela, receberam o valor de R$ 0,00160 a unidade.

Fonte: Assessoria Copacol
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Aditivos nutricionais auxiliando nos programas sanitários: Bacillus subtilis 29784 no controle de Salmonella Heidelberg

A indústria avícola está cada vez mais confiante nas funções benéficas dos probióticos no ecossistema intestinal, sendo responsáveis por melhorar a função digestiva, fortalecer o sistema imunológico e até mesmo auxiliar na prevenção direta de patógenos.

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Nos últimos anos, a demanda dos consumidores por uma produção animal sustentável e alimentos seguros colocaram mais pressão na forma clássica de uso dos aditivos nutricionais. Seguindo a tendência global, os países da América do Sul começaram a discutir de forma mais incisiva a produção de animais livres de antibióticos e a consequência deste tipo de produção na biosseguridade.

Quando o tema é biosseguridade, diversos patógenos devem ser levados em consideração, sejam eles vírus ou bactérias. Um dos principais agentes nesse contexto são as clássicas Salmonellas paratíficas, não tanto pelo potencial patogênico em aves, mas sim pelo potencial de contaminação de carcaças e possíveis consequências para a saúde pública. Nos últimos 5 anos, dentre as diversas Salmonellas paratíficas isoladas na avicultura, tivemos como destaque os sorovares Enteritidis, Typhimuriun, Infantins, Agona, Minnesota e Heidelberg, sendo estas as mais incidentes na produção de aves.

Fotos: Shutterstock

Para um eficiente programa de controle de Salmonella, devemos sempre trabalhar na tríade manejo, biosseguridade e nutrição. O envolvimento da nutrição nos programa de controle de Salmonella não se resume ao controle microbiológico das fabricas de ração, matérias primas e sistema logístico, mas também, principalmente, no uso de aditivos alternativos aos antibióticos que estabeleçam correlações entre a saúde intestinal e o controle de Salmonella.

Em âmbito global, a indústria avícola está cada vez mais confiante nas funções benéficas dos probióticos no ecossistema intestinal, sendo responsáveis por melhorar a função digestiva, fortalecer o sistema imunológico e até mesmo auxiliar na prevenção direta de patógenos. Dentre os probióticos, os Bacillus são ferramentas muito utilizadas e reconhecidas pelos diversos trabalhos que demostram seus efeitos positivos na produção avícola. Porém, é importante destacar que os Bacillus não são todos iguais. Diferenças genéticas e funcionais nessas bactérias proporcionam resultados diferentes de germinação, resposta inflamatória, impacto na integridade intestinal e microbiota das aves.

O Bacillus subtilis 29784 já demonstrou ser capaz de agir na modulação da microbiota intestinal, na integridade intestinal, na ação anti-inflamatória e ação direta sobre bactérias patogênicas como Clostridium perfringens e Salmonella. De fato, estudos in vitro mostraram a capacidade do Bacillus subtilis 29784 em diminuir o crescimento de Salmonella Enterititids, Typhimurium, Heildelberg entre outras, através de metodologia de zona de inibição (ZOI).

Figura 1: Zona de inibição demonstrada através do uso do Bacillus subtilis 29784 em placas de agar contaminadas com Salmonella Heidelberg.

Metodologias in vitro são muito importantes para a realização de triagens de aditivos nutricionais que possam fazer parte de programas de controle de Salmonella. Entretanto, a eficácia de qualquer aditivo deve ser acompanhada de ensaios in vivo, com modelos de infecção experimental.

Experimentos

Dessa forma, realizou-se três diferentes experimentos in vivo para demonstrar a capacidade de uma cepa probiótica de Bacillus subtilis 29784 em reduzir a colonização por Salmonella Heidelberg (SH) em frangos de corte desafiados. Os estudos foram realizados em colaboração com os Laboratórios Mercolab em Cascavel, Paraná, Brasil, seguindo metodologias padronizadas e publicadas, sendo estes resultados apresentados no encontro anual da Poultry Science Association, na Philadelphia, EUA em julho de 2023.

Os três experimentos foram realizados com frangos de corte do dia 01 ao dia 28 de vida, divididos em dois tratamentos: CP – controle positivo com S. Heidelberg; BS – Bacillus subtillis 29784 – 1×108 UFC /500 g, via ração ad libitum. As aves foram desafiadas aos 3 dias de idade com uma cepa de Salmonella Heidelberg (concentração final de 1,0 x 106 UFC/mL, dose de 0,5 mL/ave), isolada de campo em uma integração de frangos de corte. Esta cepa foi tornada resistente a antibióticos (ácido nalidíxico e novobiocina) para permitir a contagem de unidades formadoras de colônia em placas de agar.

Para mimetizar as contaminações por Salmonella a campo, foram utilizados dois métodos diferentes de desafio: nos experimentos 1 e 3, foi utilizado método Seeders, onde é realizada a contaminação de 20% das aves por gavage (oral), e essas aves servem então de disseminadoras da Salmonella para os demais animais (Figura 2). No ensaio 2, foi utilizada a metodologia tradicional de infecção oral, por gavage, em 100% das aves. Um total de 380 frangos de corte mistos Cobb de um dia de idade foram alojados nesses três experimentos, sendo divididos da seguinte forma:

·         Experimento 1 – 50 aves/tratamento;

·         Experimento 2 – 50 aves/tratamento;

·         Experimento 3 – 100 aves/tratamento.

Figura 2: Metodologia de infecção por Seeders.

Em cada experimento, os grupos foram alojados em salas isoladas e idênticas, localizadas lado a lado, com entradas e saídas de ar independentes e cama nova de maravalha (Figura 3). Aos 14 e 28 dias de idade, amostras de cecos (e fígado no experimento 3) de 20 aves por tratamento foram coletadas individualmente.

Amostras cecais foram preparadas e semeadas em ágar verde brilhante para contagem de colônias e a confirmação bacteriana foi feita por métodos bioquímicos e sorológicos. Finalmente, as contagens de Salmonella Heidelberg cecal foram transformadas em log10 e avaliadas pelo teste t (5%), enquanto os dados sobre invasão hepática de Salmonella Heidelberg foram submetidos ao teste do qui-quadrado (5%).

Figura 3: Estrutura laboratorial utilizada para condução dos experimentos.

Figura 3: Estrutura laboratorial utilizada para condução dos experimentos.

Resultados

No Experimento 1, as aves do grupo Bacillus subtilis 29784 tiveram redução na contagem cecal de Salmonella Heidelberg de 1,079 (P<0,0001) e 1,271 (P=0,0011) log10 UFC/g aos 14 e 28 dias de idade, respectivamente. Porém, no experimento 2, essa redução foi observada apenas aos 14 dias de idade (redução de 1,817 log10, P=0,0002), indicando que o desafio pela metodologia de Seeders é igualmente apropriada para avaliação da Salmonella Heidelberg em frangos de corte.

No ensaio 3, o Bacillus subtilis 29784 não reduziu a contagem cecal de Salmonella Heidelberg  aos 14 dias, mas reduziu em 0,995 log10 aos 28 dias (P = 0,0006). Além disso, o Bacillus subtilis 29784 reduziu o número de aves positivas para Salmonella Heidelberg quando analisadas amostras de fígado aos 28 dias (P=0,0060).

As figuras 4 ilustra esses resultados. Como conclusão, esses estudos demonstraram que Bacillus subtilis 29784 reduz a colonização por Salmonella Heidelberg em frangos de corte, sendo uma importante ferramenta para os programas de controle de Salmonella em frangos de corte.

Figura 4: Redução da contaminação por Salmonella Heildelberg com o uso de Bacillus subtilis 29784 em 3 diferentes experimentos.

O uso de aditivos nutricionais que auxiliam os programas de saúde intestinal e controle de Salmonella são uma realidade, mas a escolha de ferramentas com comprovação cientifica é mandatório. A redução da inflamação intestinal e a modulação da microbiota, somam-se aos efeitos diretos de cepas probióticas na prevalência de Salmonella paratífica.

O Bacillus subtilis 29784 mostrou-se efetivo no controle de diversas cepas de Salmonella paratíficas e nesse artigo, mostramos resultados in vitro e in vivo que comprovam seu potencial para o controle de Salmonella Heidelberg.

As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: mariana.correa@adisseo.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de avicultura acesse a versão digital de avicultura de corte e postura, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Wanderley Quinteiro, gerente de Desenvolvimento Técnico, especialista em Saúde Intestinal na Adisseo Latam; e Naiara Fagundes, coordenadora de Desenvolvimento Técnico na Adisseo Latam.
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