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Projetos com soluções para o meio rural vencem Agrohackathon 2023

Equipes ganhadoras terão suporte, por seis meses, para o desenvolvimento das propostas, com objetivo de colocá-las no mercado.

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A sede do Sistema Faep/Senar-PR, em Curitiba (PR), recebeu na última sexta-feira (22) a final da quarta edição da Agrohackathon. Os campeões da maratona tecnológica 2023 foram quatro equipes, uma de cada polo onde ocorreram as etapas regionais no começo de setembro: Amigo Produtor, de Curitiba; Cow Black, de Pato Branco; MRAP, de Ibiporã; e Sapato Molhado, de Assis Chateaubriand (leia sobre cada projeto abaixo).

No geral, os projetos vencedores propõem soluções para otimizar o trabalho dos produtores rurais, dentro e fora da porteira, conforme o tema proposto para essa edição: “monitoramento da propriedade rural”. Na etapa final, cada equipe apresentou seu projeto a uma banca formada por oito especialistas, com representantes de diversas entidades, que escolheu o vencedor de cada localidade.

Presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette: ” futuro da agropecuária está cada vez mais dentro da automação e vamos precisar ter técnicos para isso” – Fotos: Divulgação/Faep

Durante a cerimônia de premiação do Agrohackathon, o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette, destacou a importância de profissionais envolvidos na área de tecnologia para a continuidade do desenvolvimento do setor agropecuário.

“O futuro da agropecuária está cada vez mais dentro da automação e vamos precisar ter técnicos para isso. Para aqueles que chegaram até aqui, quero dizer que vocês já são vencedores e quero fazer um desafio: Não parem. Vão em frente, o mundo que está diante de vocês é novo e estamos começando a descobrir”, afirmou Meneguette.

Para o vice-diretor do Setor de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), João Carlos Bespalhok Filho, a competição aliou inovação à prática agropecuária. “Quero agradecer a toda equipe que fez parte desse grande evento. Sem apoiadores, não fazemos nada na vida. Agradeço a todos nossos apoiadores que possibilitaram trazer toda essa ciência para cá”, disse.

Além de notebooks de última geração como prêmio, as quatro equipes vencedoras vão contar com suporte para a continuidade dos projetos. A organização planeja realizar o processo de pré-incubação por um período de seis meses, com mentores para auxiliar no desenvolvimento e evolução dos projetos. O objetivo é aumentar a possibilidade de os projetos vencedores se tornarem empresas e disponibilizarem soluções ao meio rural.

Professor do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação (CEA) da UFPR e idealizador da maratona tecnológica, Gilson Martins

Para Gilson Martins, professor do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação (CEA) da UFPR e idealizador da maratona tecnológica, o grande segredo do sucesso do Agrohackathon é a criação do entusiasmo, que possibilitou a transformação dos jovens envolvidos nos projetos. “Dificilmente a gente vê, na vida como docente, uma situação em que as pessoas brigam para participar de algo. Não porque está havendo uma grande soma de dinheiro, mas porque querem fazer parte. Ouvimos relatos das equipes que o Agrohackathon transformou a forma de pensarem. É isso que estamos buscando”, constatou Martins.

Etapas regionais

Os projetos inscritos no Agrohackathon foram desenvolvidos durante as etapas regionais, realizadas nos dias 2 e 3 de setembro, em quatro polos: Curitiba, Pato Branco (Sudoeste), Assis Chateaubriand (Oeste) e Ibiporã (Norte). Com participação de 35 equipes multidisciplinares (oito em Ibiporã, oito em Assis Chateaubriand, nove em Pato Branco e dez em Curitiba), a maratona tecnológica envolveu 186 competidores, entre estudantes de graduação e pós-graduação, alunos de colégios agrícolas e profissionais do mercado.

Após as etapas regionais, oito projetos – dois de cada localidade – foram selecionados para a final. As equipes classificadas passaram por um processo de mentoria, no qual puderam desenvolver e aprimorar seus projetos iniciais ao longo de três semanas.

Parcerias

O Agrohackathon é uma iniciativa do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação (CEA) da UFPR, realizado de forma conjunta pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, Agrociência Cooperativa e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A maratona tecnológica conta com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Central Sicredi PR/SP/RJ, seguradora BB Seguros, Banco do Brasil, Box Group Cibersegurança, Softfocus e a Agência de Cooperação Alemã (GIZ), por meio do Programa Euroclima +.

Confira os projetos vencedores do Agrohackathon 2023

Curitiba – equipe Amigo Produtor

Projeto “Cultivando prosperidade, colhendo sustentabilidade”:Serviço de consultoria focada em Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), provendo informações de qualidade para identificar oportunidades de monetização e venda de serviços ecossistêmicos, tais como compensação de danos ambientais e ganhos para a sociedade. A proposta atua nas duas pontas, identificando produtores que possuem reserva legal e empresas que necessitam de serviços ambientais. Confira as fotos do evento final do Agrohackathon 2023.

Participantes: Thais Vitoria Prestes Pedroso, Jerrard Joly Gbur dos Santos, Mirella Wiese e Jessica Frieling.

Pato Branco – equipe Cow Black

Projeto “Monitoramento do leite bovino – Cada gota conta”: Desenvolvimento de um equipamento que identifica individualmente alterações na qualidade do leite durante a ordenha, por meio da análise do PH do produto, evitando, desta forma, a contaminação do lote no tanque. O equipamento desenvolvido é acoplado nas teteiras e tem baixo custo de aquisição. Entre os benefícios do projeto estão a análise individual do leite por ordenha, a separação automática em caso de contaminação, adaptação de novos sensores para monitoramento de outros parâmetros e criação de uma plataforma para relatórios.

Participantes: Luana Rodrigues, Samuel Moraes, Maria Cecília, Luiz Argenton e Danilo Niz.

Ibiporã – equipe MRAP

Projeto “Semeando eficiência na mão do produtor”: Solução por meio de um medidor portátil de resíduos de defensivos agrícolas, ou seja, o equipamento faz a análise do alimento através de uma rede neural e mostra a quantidade de resíduos agroquímicos presentes. Com isso, será possível comprovar se o alimento é apropriado para o consumo.

O equipamento é portátil e de fácil uso por parte do produtor, com custos acessíveis aos pequenos produtores. Além disso, o medidor oferece uma solução que pode ser utilizada fora da porteira, em mercados, feiras e empresas, e até mesmo pelo consumidor final, que deseje ter informações mais precisas sobre os alimentos que consome.

Participantes: Elias Junio Muller Coelho, Giovanni dos Santos Schizzi Meireje de Carvalho, Jean Carlos Monteiro Miguel, Lucas Vilas Boas de Lima, Pedro Henrique Ramalho Faustino e Ygor Eguchi Mohana.

Assis Chateaubriand – equipe Sapato Molhado

Projeto “Arquivagro – Seus dados rurais na palma da mão”: Por meio de um aplicativo, a proposta é unificar o armazenamento de documentos e informações da propriedade rural, incluindo dados de produtividade, matrículas, notas fiscais, com acessibilidade simplificada, reunindo toda essa documentação em um mesmo local digital. O propósito é reduzir o uso de papel e auxiliar os produtores rurais na condução da propriedade.

Participantes: Karoline Frazão Alves, Ana Paula Ferro Campinas, Luiz Henrique Zavantini Feltrin, Grazielli Bueno e Ricardo Heinemann.

Fonte: Sistema Faep/Senar-PR

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Plantio de milho em Santa Catarina entra na fase final com boas perspectivas

Controle fitossanitário segue ativo e produtores monitoram impacto das chuvas na germinação.

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Foto: Gilson Abreu

A semeadura do milho de verão em Santa Catarina entra na fase final, com 92% da área estimada já plantada, segundo os dados mais recentes do Boletim Agropecuário de Santa Catarina. Até o momento, 93% das lavouras apresentam condição considerada boa, reforçando a expectativa de um início de ciclo favorável no estado.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O ritmo da safra é descrito como adequado, com bom estabelecimento das plantas e condições climáticas favoráveis, o que tem permitido avanço dentro do calendário previsto pelo zoneamento agroclimático.

O controle fitossanitário segue ativo, especialmente no monitoramento da cigarrinha-do-milho, praga que preocupa produtores nos últimos anos. Até agora, porém, a incidência registrada é baixa. No litoral catarinense, técnicos observaram falhas de germinação em algumas áreas, atribuídas ao excesso de chuvas no período de emergência das plantas.

O boletim também alerta para as chuvas intensas na região Sul, que podem exigir maior atenção no manejo de doenças e na aplicação de adubação de cobertura, etapas cruciais para o desenvolvimento das lavouras.

Apesar dos pontos de atenção, o cenário até o momento é favorável. A Epagri/Cepa mantém perspectiva positiva de produtividade, condicionada à continuidade de clima e sanidade adequados nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Caminho Verde recebe R$ 30 bilhões e inicia recuperação de 1,3 milhão de hectares no país

Primeiro aporte do Mapa viabiliza crédito com juros reduzidos para converter áreas degradadas em produção sustentável, com meta de restaurar 40 milhões de hectares em dez anos.

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Foto: Freepik

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na segunda-feira (17), o primeiro aporte de recursos da ordem de R$ 30 bilhões para o Programa Caminho Verde, com foco nos investimentos voltados para a conversão de áreas degradas para a produção de alimentos. O programa será financiado por bancos, com juros abaixo do mercado, entre eles o Banco do Brasil, o BNDES, o BTG, o Itaú, Caixa Econômica, entre outros. Os recursos começarão a ser acessados a partir de 2026 e conta com a parceria do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Fazenda para o financiamento. A meta inicial é recuperar, com este montante, cerca de 1,3 milhão de hectares nesta primeira rodada.

A meta geral do programa é recuperar até 40 milhões de hectares de áreas degradadas em dez anos. Este foi o debate do painel “Programa Caminho Verde Brasil: avanços, desafios e oportunidades”, realizado nesta segunda-feira em um dos auditórios da AgriZone, espaço da Embrapa e parceiros, também conhecido como “Casa da Agricultura Sustentável” na COP30. O evento técnico foi organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), a Embrapa e o Banco do Brasil.

Para o assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Carlos Augustin, o Caminho Verde reforça a posição estratégica do País na agenda global e destaca as práticas regenerativas como solução para garantir segurança alimentar e estabilidade climática.

“O programa cria condições para um expressivo aumento da produção de alimentos e de biocombustíveis, sem desmatamento de novas áreas, preservando matas nativas”, explica. “Dessa forma, promove simultaneamente a segurança alimentar, apoia a transição energética e conserva o meio ambiente”.

Dados do Mapa indicam que, atualmente, o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, dos quais 165 milhões são pastagens, sendo que aproximadamente 82 milhões de hectares estão em algum grau de degradação. A proposta do programa é a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, convertendo essas áreas em terras agricultáveis de alto rendimento, sem a necessidade de desmatamento.

O recurso que será aportado no valor de R$ 30 bilhões representa o início do programa, mas o Mapa está em busca de novas parcerias. O programa Caminho Verde faz parte da carteira de financiamento do Ministério da Fazenda – O Eco Invest Brasil, parte do Novo Brasil,  criado para impulsionar investimentos privados sustentáveis e atrair capital externo para projetos de longo prazo, oferecendo instrumentos de proteção contra a volatilidade do câmbio. Com mecanismos financeiros inovadores, o programa viabiliza projetos estratégicos para a indústria verde, recuperação de biomas, infraestrutura para lidar com os efeitos das mudanças do clima e de inovação tecnológica para a Transformação Ecológica. Serão R$16,5 bilhões do Tesouro e os outros R$ 16 bilhões das instituições financeiras.

Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre, destacou que as áreas degradadas oferecem um potencial forte de recuperação para a produção de grãos, fibras e biocombustíveis, aumentando a capacidade brasileira de fornecimento de alimentos em um cenário global, de forma sustentável.

Na perspectiva da sustentabilidade, o Programa Caminho Verde inclui o uso de boas práticas recomendadas pela Embrapa. No caso de produção de alimentos, plantio conforme recomendação do ZARC, plantio direto, uso de bioinsumos e inoculantes, uso de sementes certificadas ou salvas legalmente, plantio de cobertura, gestão de embalagens de agroquímicos. No caso de pecuária o uso de sementes de forrageiras, divisão das pastagens e manejo do pastejo, proteção aos corpos d´água, taxa de lotação de acordo com a capacidade de suporte das pastagens e rastreabilidade. Para florestas plantadas a Embrapa sugere as seguintes recomendações: uso de bioinsumos, manejo de solos, manejo integrado de pragas, plano de combate a incêndios e proteção dos corpos d´água.

A Embrapa também elaborou um conjunto de indicadores métricas para aplicação no programa. Entre elas: metodologia de Bioanálise dos Solos (BioAs), metodologia de determinação de estoques de carbono no solo, metodologia de balanço de emissão de gáses, dentre outras. Além de calculadoras como o RenovaCalc, ABC+Calc, Zarc, Plataforma de Saúde do Solo, Carne Baixo Carbono, entre outras.

Para o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, o tema da sustentabilidade é uma das suas prioridades. Ele explicou que o primeiro estímulo para que o produtor entre no programa é a expectativa efetiva de rentabilidade com a recuperação de suas áreas degradadas. “Este convencimento é o primeiro argumento para a tomada de decisão de recuperar a pastagem”, explicou. Ele acrescentou que o incentivo, via crédito e tecnologias, deve vir junto com o controle do estado brasileiro contra o desmatamento ilegal. Por fim, o acesso ao crédito será fundamental com pagamento a longo prazo. “As três ações serão determinantes para o acesso ao crédito para o Caminho Verde”.

Para ele, o Caminho Verde é uma das soluções que traz vários elementos positivos, mas para o agricultor familiar, o ideal ainda é o Pronaf. O Caminho Verde se aplicará melhor aos médios e grandes produtores rurais. Mas a grande vantagem deste financiamento é sua veiculação à uma área que usará boas práticas para a sua recuperação. “Um programa de governo com um compromisso mensurável do ponto de vista de área recuperada e o compromisso de não desmatar e um monitoramento que soma qualitativo e quantitativo”.

Saiba mais sobre o Programa Caminho Verde acessando aqui

Fonte: Assessoria Ascom
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Brasil lidera integração inédita entre clima, natureza e uso da terra na COP30

No principal painel das três Convenções da ONU, o Mapa apresentou políticas públicas que recuperam áreas degradadas, reduzem emissões e fortalecem a produção sustentável, alinhando agendas globais.

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Foto: Eufran Amaral

Pela primeira vez, as três Convenções da ONU reuniram suas agendas de clima, natureza e uso da terra em um mesmo debate, e o Brasil foi protagonista. No painel realizado nesta terça-feira (18), na COP30, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou como políticas públicas já implementadas pela pasta integram essas frentes e transformam áreas degradadas em solos produtivos, resilientes e de baixa emissão.

O encontro destacou a necessidade de alinhar agendas globais de clima, natureza e uso do solo, reforçando soluções que reduzam emissões, restaurem ecossistemas e ampliem a segurança alimentar. O representante do Mapa no painel, Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável da Secretaria de Desenvolvimento Rural, afirmou que há caminhos concretos capazes de entregar resultados simultaneamente para as três convenções — e o Brasil já demonstra isso com políticas públicas consolidadas.

“Eles estão falando das sinergias e das complementaridades entre os objetivos das três convenções e que existem investimentos custo-eficientes do ponto de vista do clima, da natureza, da segurança alimentar e do desenvolvimento socioeconômico. Um bom exemplo é a recuperação de áreas agrícolas degradadas com boas práticas, como vemos no Plano ABC, no ABC+ e no Caminho Verde Brasil”, afirmou.

Durante sua intervenção, Bruno reforçou que o país chega ao debate com programas robustos, ampla experiência técnica e capacidade de escalar iniciativas alinhadas ao desenvolvimento sustentável. “O Brasil já possui políticas públicas de destaque nesse sentido, como as que mencionei. E esperamos continuar trabalhando em parceria com os países anfitriões das COPs de biodiversidade, combate à desertificação e do clima no próximo ano, de forma a atrair novos investimentos”, destacou o diretor.

O painel também marcou a preparação para o lançamento da Belém Joint Statement on Action Agendas on Land, Climate and Nature, iniciativa que orientará esforços conjuntos das três convenções para restaurar terras degradadas, proteger ecossistemas, fortalecer meios de vida sustentáveis e integrar agendas globais de adaptação, biodiversidade e produção agrícola.

A sessão reuniu representantes de governos, organismos internacionais, comunidade científica, setor privado e lideranças indígenas, reforçando que o avanço na restauração de paisagens depende de cooperação, ciência, financiamento adequado e do protagonismo de produtores, comunidades rurais e povos tradicionais.

Fonte: Assessoria Mapa
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