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Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono
A unidade da BRF de Lucas do Rio Verde possui atualmente 45 mil matrizes em produção e vai dobrar esse número, o que permitirá à agroindústria um abate de 9.100 suínos diariamente a partir de 2017 e mais oito unidades produtoras de leitão. No total, são 18 unidades e ainda almejam a ampliação de 19 mil matrizes até 2019. A BRF gera cerca de cinco mil empregos diretos e 15 mil indiretamente. Além disso, os funcionários contam com 1.550 casas e estrutura de saúde, educação e lazer. Também tem à disposição duas escolas e uma creche que atendem mais de mil e trezentos alunos.
Um dos maiores pilares da empresa é a preocupação com o meio ambiente, tendo como um dos principais pontos de atuação o tratamento de dejetos dos animais. Na unidade, há uma estação localizada no interior do complexo que tem capacidade para tratar 20 milhões de litros por dia. Esse processo tem uma eficiência de quase 95% de remoção dos poluentes. Por meio do programa de tratamento de efluentes e de reciclagem, foi possível diminuir a emissão de resíduos em mais de 15%. Além disso, possuem nas próprias granjas e propriedades integradas o trabalho de milhares de produtores por meio do Programa de Logística Reversa dos Resíduos de Saúde Animal.
A empresa auxilia também o desenvolvimento de projetos e a aplicação do uso de novas tecnologias no processo de tratamento de efluentes de algumas propriedades da região. Uma das fazendas é a de São Roque, que utiliza o biofertilizante para as pastagens em sistema de pastejo rotacionado na bovinocultura de corte. O proprietário da fazenda, Alisson Luiz Dalmaso, destaca que no começo a ideia era achar alternativas para tratar os dejetos e que a BRF apresentou algumas possibilidades, e uma delas era o uso na pastagem. Tínhamos algumas experiências com os pivôs e alguns produtores que trabalham com fertirrigação, mas algumas áreas não se enquadram no projeto por causa do perfil. Cada caso é um caso, explica.
Segundo Dalmaso, o uso de dejetos na pastagem foi devido ao tamanho das lagoas da propriedade. O projeto foi amplamente discutido na época da implantação, pois, quando faz um projeto de suinocultura em uma região que chove 2.700 milímetros por ano em um período de seis meses, é necessário calcular a capacidade que essas lagoas vão absorver de água de chuva e evaporação e mais o dejeto que ela vai receber, destaca.
A empresa implantou um projeto que foi concebido em função da redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) com o objetivo de comercialização de crédito de carbono. Quando a venda desse crédito deixou de existir, a forma encontrada para viabilizá-lo foi através da produção de energia de maneira que possibilitasse a geração de renda para o produtor prosseguir na atividade.
Para o técnico em extensão agropecuária Willi Frisch, o trabalho da empresa no processamento de dejetos e o projeto da BRF voltado para o tratamento dos efluentes se complementam e tem importância pela questão da informação, já que ainda há desconhecimento dos produtores em relação ao tratamento de efluentes. No meio rural, muitas vezes o produtor busca alternativas que visam outras questões que também geram valores. O projeto em si vai levantar a viabilidade e a capacidade da região. De qualquer forma, falta mais informação, eles sentem muita dificuldade em adotar o projeto, pensam que é um empecilho, desconhecem que vai gerar renda e agregar na atividade. Acabam tendo dificuldade de viabilizar esse potencial, destaca.
O médico veterinário da BRF, Adilson de Oliveira Junior, destaca que o projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono está associado ao trabalho da empresa e é interessante no quesito sustentabilidade, que é um pilar da BRF. Um dos pontos que a empresa busca é viabilizar o mercado europeu, os mais exigentes, e além de ser um benefício para a sociedade e para as futuras gerações, acaba sendo um benefício da empresa na questão da valorização do produto. Ter um selo de sustentabilidade e conseguir mostrar para o nosso consumidor nossas ações sustentáveis é muito positivo, diz.
Paulo Sérgio Trentin, engenheiro agrônomo da BRF destaca a importância do projeto. Ele traz mais sustentabilidade para a cadeia agropecuária do Brasil com os próprios insumos e dejetos da própria granja de suínos. Por meio dele é possível produzir biogás para a geração de energia e para a distribuição do próprio dejeto como a fertilização de lavoura e pastagens, cita.
Trentin destaca que atualmente a energia está cada vez mais escassa, principalmente no estado do Mato Grosso. O estado tem crescido em uma velocidade muito grande e a produção de energia não acompanha esse ritmo. Então, isso pode viabilizar muito outros projetos de geração de energia e possibilitar para o produtor um novo negócio. Dessa forma, além de fazer uma destinação adequada desses efluentes, também tem uma nova atividade para produzir energia para a propriedade e vender esse excedente para outros produtores, empresas e o próprio governo, elenca o engenheiro agrônomo.
Fonte: Ass. Imprensa
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Depois de quatro meses de alta, preço do suíno vivo estabiliza
Veja um panorama completo do mercado de suínos em setembro de 2024!
Desde que as cotações do suíno começaram a subir de forma consistente, em maio deste ano, o setor se perguntava qual seria o teto. Depois de mais de 20% de aumento no preço do suíno vivo, tanto na Bolsa de Belo Horizonte/MG (tabela 1), quanto nas principais praças de comercialização do Brasil (gráfico 1), atingiu-se o maior patamar do ano em meados de agosto/24, se mantendo relativamente estável desde então.
A cotação da carcaça suína na Grande São Paulo, ultrapassou a marca dos R$ 13,00 em setembro/24 (gráfico 2), algo que só ocorreu em novembro de 2020 (gráfico 3)
Certamente, uma das explicações para o preço do suíno atingir este teto momentâneo é a competitividade em relação às outras proteínas, com o preço da carcaça suína se aproximando da bovina e se afastando da de frango (tabela 2). Na referida tabela observa-se que a menor competitividade em preço no ano foi atingida em agosto/24 e nas primeiras semanas de setembro/24.
O IBGE publicou em 05 de setembro os dados completos de abate do segundo trimestre/24, reforçando, no acumulado do 1° semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a estabilidade na produção e disponibilidade interna das carnes de frango e suína e destacando a alta oferta de carne bovina (tabela 3). Na referida tabela a projeção de consumo per capita nos primeiros 6 meses do ano representa um aumento de 6,5% no consumo somado das três carnes, sendo quase praticamente todo este incremento se deve somente à carne bovina. Ou seja, o brasileiro está comendo 6 kg a mais de carne bovina no ano, sem diminuir o consumo das demais carnes.
Analisando exclusivamente o mercado de carne suína, se por um lado houve estabilização da produção, com crescimento insignificante do abate no 1° semestre em relação ao mesmo período do ano passado e retração em relação ao segundo semestre de 2023 (tabela 4 e 5), as exportações no acumulado do ano, até agosto/24, continuam superando os volumes do ano passado (tabela 6), com quase 5% a mais de embarques de carne suína in natura, sendo que, pela primeira vez na história, dois meses consecutivos (julho e agosto/24) ultrapassaram a marca de 100 mil toneladas de carne in natura exportadas.
O mercado chinês e Hong Kong continuam em retração, enquanto Filipinas, Chile, Singapura, Japão, México e Coreia do Sul mais que compensam esta queda (tabelas 7 e 8), seguindo o tão esperado processo de pulverização das exportações.
A pergunta do momento é: “será que o último trimestre apresentará um novo patamar de preço, acima do que estamos vendo neste 3° trimestre?”
Ainda é cedo para responder a esta pergunta de forma categórica, mas, se analisarmos o histórico dos últimos 9 anos (gráfico 4), sempre o preço médio do suíno no 4° trimestre supera o preço médio do terceiro trimestre.
Resta saber se os demais fatores contribuirão para que esta alta se repita no final de 2024. Exportações de carne suína em bom ritmo e carcaça bovina em alta (melhorando a competitividade da carne suína) são favoráveis à concretização deste novo ciclo de elevação de preço no fim de ano, mas é a relação oferta e procura da carne suína o maior determinante. Como não se espera crescimento expressivo da produção de suínos nos próximos meses e o mercado consumidor doméstico, com desemprego em baixa e a entrada do 13° salário, deve manter o viés de alta, especialmente nos meses de novembro e dezembro.
Milho sobe após a colheita, mas relação de troca está muito favorável ao suinocultor
O custo dos principais insumos, principalmente o milho (gráfico 5), cuja segunda safra se encerrou, teve alta nas últimas semanas, mas não na mesma intensidade da alta do preço do suíno. Da mesma forma, o farelo de soja tem se mantido estável. Este comportamento do mercado resultou em um momento de melhor relação de troca do suíno com o mix de milho e farelo de soja (gráfico 6).
Segundo o levantamento mensal de custos da Embrapa, cruzando com dados de preço do suíno do CEPEA (tabela 9), o mês de agosto foi o melhor dos últimos anos em termos de margens financeiras para o produtor nos três estados do Sul.
Ainda é cedo para projetar a safra 2024/25. O plantio do milho 1ª safra (verão) já foi iniciado nos estados ao Sul. Segundo a consultoria MBagro, por enquanto há pouca informação disponível. O plantio da soja, embora já autorizado para início de setembro, avança a partir de meados do mês. O clima mostra precipitações no Brasil restritas aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, mas com baixos acumulados. No restante do país o tempo seco e com temperaturas acima da média prevalece, mas está dentro do calendário normal. Segundo a mesma consultoria até o momento não há comprometimento da safra verão ou perspectiva de que o plantio da segunda safra fique fora da janela ideal.
Considerações finais
Para Marcelo Lopes, presidente da ABCS, “Com o mercado externo e doméstico aquecidos, a suinocultura brasileira consolida margens positivas e se prepara para o período historicamente mais favorável, o último trimestre. Todas as atenções ficam por conta do plantio da safra 2024/25 que, conforme o clima pode colocar pressão sobre os custos de produção”, finaliza.
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Centro de inteligência e mercado em aquicultura chega aos cinco anos
Iniciativa da Embrapa e de parceiros reúne dados e informações do setor.
Neste mês de setembro, o Centro de Inteligência e Mercado em Aquicultura (CIAqui), coordenado pela Embrapa, completa cinco anos. Num mesmo espaço digital (https://www.embrapa.br/cim-centro-de-inteligencia-e-mercado-em-aquicultura), os usuários podem acessar diferentes tipos de dados e informações dessa cadeia produtiva de valor que cresce a cada ano. Mesmo ainda longe de transformar todo o seu potencial aquícola em realidade, o Brasil vem aprimorando a atividade. Disponibilizar conteúdos de maneira organizada e constante ajuda no crescimento da aquicultura nacional.
Manoel Pedroza é pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) na área de economia aquícola e coordena o centro, que vem evoluindo com o tempo. “Ao longo desses cinco anos, o CIAqui incorporou novos painéis de dados, tais como cotações de alevinos e filés de peixe, infomapas, custos de produção de tilápia e novos dados de produção. Além disso, passou por mudanças no seu design, o tornando mais funcional. Atualmente, o centro conta com uma média de 1.500 acessos por mês, por pessoas de todo o Brasil e também do exterior”, explica.
Um dos principais produtos disponibilizados é o Informe de Comércio Exterior da Piscicultura, editado a cada trimestre. Desde 2020, ele divulga números e outros conteúdos sobre as movimentações do Brasil na venda e na compra de produtos do setor, com natural destaque para a tilápia, principal espécie tanto na produção como na exportação nacionais. A próxima edição do boletim (de número 19) sairá em outubro, compreendendo o terceiro trimestre de 2024. Segundo Manoel, o informativo é “utilizado por diversos atores da cadeia produtiva. Os
dados de exportações apresentados também podem ser acessados de forma interativa por meio dos painéis do CIAqui”.
Uma das pessoas que costuma acessar o centro é Rui Donizete Teixeira, chefe de divisão do Departamento de Indústria do Pescado (DIP) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). “Geralmente, tem sido utilizado como consulta para auxiliar em levantamento estatístico de
balança comercial do pescado. Com os dados obtidos, tenho feito comparação com outras fontes de informações, gerando material para auxiliar nas políticas públicas do departamento”, relata.
Confiabilidade e melhorias – Rui elogia a iniciativa de construção do CIAqui: “a base para se fazer gestão pública e governança de uma cadeia produtiva inicia com informações confiáveis. Portanto, a consulta a um site confiável, como o CIAqui, oriundo de uma instituição conceituada e de referência como a Embrapa, nos tranquiliza quanto aos dados disponibilizados”.
Entre os tipos de conteúdos disponíveis, estão a produção nacional por ano, cotações e custos de produção. Para os próximos meses, uma novidade está sendo preparada: “em breve, lançaremos um aplicativo voltado especificamente para dados de comércio exterior da
piscicultura. Além disso, pretendemos implementar novas parcerias com instituições e empresas visando a levantar e disponibilizar novos ndados e estudos. A implementação da versão em inglês é outra melhoria prevista para o CIAqui”, adianta Manoel.
Os parceiros da Embrapa nesse trabalho são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), as secretarias estaduais da Agricultura e Pecuária (Seagro) e da Aquicultura e Pesca (Sepea) do Tocantins, além dos ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Agricultura e
Pecuária (Mapa).
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Frísia é uma das maiores organizações do Brasil
Informação foi apresentada na edição especial Valor 1.000, elaborado pelo jornal Valor Econômico.
A Frísia, com presença nos estados do Paraná e Tocantins, é uma das maiores organizações do Brasil. A cooperativa está na posição 198 de 1.000 empresas ranqueadas na edição especial Valor 1.000, elaborada pelo jornal Valor Econômico. Já na região Sul, a Frísia está alocada na 40ª posição.
O faturamento da cooperativa em 2023, ano de análise da edição, foi de R$ 6,45 bilhões. Ano passado, a Frísia produziu 334,7 milhões de litros de leite, crescimento de quase 7% sobre o período anterior.
A produtividade média diária dos cooperados saltou de 3.342 litros para 3.680 litros. Em relação a grãos, as unidades operacionais do Paraná e Tocantins receberam, em conjunto, mais de um milhão de toneladas, sendo 818.066 toneladas no Paraná e 186.143 toneladas no Tocantins.
O caderno especial tem a parceria do Serasa Experian e do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGVcef).
A análise é baseada em dados contábeis e financeiros públicos ou fornecidos pelas empresas para avaliar os diferentes aspectos de negócios.