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Projeto inovador vai permitir saber tamanho das perdas com a cigarrinha do milho no Oeste

Iniciativa foi viabilizado a partir do envolvimento do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD).

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Graças a uma iniciativa que ocorreu dentro do campus de Marechal Cândido Rondon da Unioeste, envolvendo professores do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, um projeto de grande importância está sendo desenvolvido e poderá trazer relevantes benefícios para o cultivo do milho. Mais do que isso, tem tudo para ser tornar um marco importante no combate a uma das pragas que mais está trazendo preocupações aos produtores de milho: a Dalbulus maidis, conhecida como cigarrinha do milho.

Trata-se do projeto Governança Interinstitucional para Promoção de Pesquisa Aplicada e Inovação no Território do Oeste do Paraná – Brasil. “Foi de uma iniciativa dos professores Douglas Roesler e Nicácio Rodrigues, que, buscando a viabilidade de desenvolverem um projeto de inovação, repercussão e o envolvimento de vários setores da economia, viabilizaram recursos junto à Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná (órgão do governo que distribui recursos para pesquisas), através do convênio NAPI/Oeste – Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação – Oeste do Paraná. No projeto foram elencadas sete linhas de ações de desenvolvimento. Entre elas, um segmento de sanidade agropecuária”, expõe o professor Odair José Kuhn, da área de fitopatologia, do Centro de Ciências Agrárias da Unioeste.

O projeto foi inscrito na fundação e foi viabilizado a partir do envolvimento do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu e do

Programa Oeste em Desenvolvimento (POD). “A Fundação Araucária aprovou o projeto, todavia, exigiu que fosse feito em sete frentes de trabalho e que houvesse o envolvimento de outras entidades públicas atuantes na região, além da Unioeste, no caso os campi universitários instalados na região Oeste da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Locais onde estão sendo colocadas as armadilhas no projeto “Alerta Cigarrinha”

Na linha de sanidade na agropecuária, as universidades envolvidas foram o campus da UFPR em Palotina, com o curso de Medicina Veterinária (para sanidade animal), e o campus da Unioeste de Marechal Cândido Rondon, com o curso de Agronomia (para sanidade vegetal). “Com o envolvimento dos centros universitários, cada um buscou nas necessidades das comunidades desenvolver algum projeto inovador”, informa o professor.

As primeiras reuniões com o POD começaram a ser feitas no último mês de outubro. “Nos juntamos ao Adapar, com a presença do Anderson Lemiska, fiscal agropecuário. Com o Anderson detectamos que o gargalo do momento é o combate à cigarrinha do milho. Também ouvimos o Conselho de Sanidade Agropecuária de Marechal Rondon, que nos apontou o rumo que a pesquisa deveria tomar. Escolhemos montar a rede de armadilhas dentro do município e nominamos o mesmo de Alerta Cigarrinha, que consiste na colocação de mais de 60 armadilhas nos mais diversos distritos rondonenses, para a captura de cigarrinhas e posterior análise laboratório”, menciona.

Professor Odair José Kuhn, da área de fitopatologia do Centro de Ciências Agrárias da Unioeste, com os dois estudantes bolsistas do curso de Agronomia que auxiliam no projeto – Fotos: Divulgação/Adapar

Para tomada de decisão

O objetivo da pesquisa é ter subsídios para tomadas de decisões. “No início, nossa proposição foi de que fossem colocadas cinco armadilhas em cada um dos distritos rondonenses, mas, a pedido do Anderson, este número aumentou para aproximadamente dez. Com isso, vamos colocar mais de 60 pontos de armadilhas no território rondonense para a captura das cigarrinhas”, comenta Kuhn.

Para a colocação das armadilhas as entidades envolveram empresas do agronegócio local, como a Copagril. “A Copagril logo acatou o projeto e se comprometeu em cuidar de 27 armadilhas (três para cada um dos técnicos que atuam no campo). É a empresa que mais armadilhas estará cuidando, sendo nosso principal parceiro no trabalho. As demais serão atendidas por outras empresas e órgãos governamentais”, cita.

A metodologia do trabalho consiste na seguinte forma: a Adapar providencia as armadilhas e repassa aos técnicos, que vão instalar nas lavouras; os técnicos colocam nos locais previamente determinados e a cada sete dias vão ao local recolher e substituir as armadilhas instaladas.

Os técnicos encaminham as armadilhas à Adapar, que, por sua vez, repassa para a Unioeste, para o laboratório de fitopatologia, onde iremos (ao lado de dois estudantes bolsistas do curso de Agronomia) fazer a identificação e contagem dos insetos coletados. De cada armadilha selecionaremos dez cigarrinhas e estas serão enviadas a laboratório especializado em tecnologia molecular, para identificação se estão contaminadas ou não com os molicutes do enfezamento. Diante das respostas conseguiremos identificar as regiões do município de Marechal Cândido Rondon que estejam infectadas com a mollicutes-reino bacteria”, detalha o professor.

Meio ano de trabalho

“Acreditamos que o resultado do projeto será de grande valia para a comunidade agropecuária de Marechal Cândido Rondon. Vamos realmente identificar a sanidade destes pontos e quais regiões estão contaminadas, para que os cuidados nestas possam ser redobrados com base em informações concretas, servindo como uma preciosa ferramenta de tomada de decisão para os produtores rurais e profissionais da área agronômica”, enfatiza.

Mas o trabalho não consiste apenas em coletar as cigarrinhas e detectar se estão contaminadas. “São várias etapas. Após o desenvolvimento do milho, no que chamamos de estágio R5 (quando o milho já está duro, mas ainda verde), iremos nas propriedades para fazer a avaliação dos danos provocados pelo inseto nas regiões infectadas. Coletaremos dados dos híbridos utilizados, adubação aplicada, todas as informações de manejo e como a planta se desenvolveu. Depois, no momento da colheita, os agrônomos anotarão a produtividade em cada área, e no final, lá pelo mês de julho, vamos publicar um informe técnico, apresentando gráficos e informações dos manejos e produtividade, para ver os resultados alcançados, os quais servirão para decisões futuras no planejamento da safrinha dos próximos anos”, destaca Kuhn.

A primeira etapa do projeto terá duração de 90 dias e consiste no período de plantio e desenvolvimento da planta. “Começa neste mês de janeiro de 2023 e vai até abril. Durante o período, vamos produzir um boletim semanal e distribuir aos parceiros, entidades e demais envolvidos no projeto”, aponta.

Professor Odair José Kuhn, da área de fitopatologia do Centro de Ciências Agrárias da Unioeste, com os dois estudantes bolsistas do curso de Agronomia que auxiliam no projeto

Algo parecido

Anderson Lemiska lembra que a Adapar iniciou em 2022 o monitoramento da cigarrinha do milho em todo o Estado do Paraná. “O objetivo é avaliar a flutuação populacional da cigarrinha durante o cultivo do milho safra e se elas estavam contaminadas com os enfezamentos”, expõe.

Na Regional da Adapar de Toledo, o monitoramento começou no final do mês de agosto. “Correspondia a aproximadamente 74 dias após a colheita do milho safrinha e verificamos uma grande população de cigarrinhas capturadas nas armadilhas. Após 100 dias da colheita do milho, já no final do mês de setembro, observamos queda acentuada da população, que se manteve até início do mês de dezembro. A partir deste mês observamos retorno no aumento na população do inseto, conforme capturas nas armadilhas”, informa.

O monitoramento realizado pela Adapar objetiva apenas observar a flutuação populacional da cigarrinha no campo e não pode ser considerado para auxiliar a tomada de decisão no controle do inseto. “Para informações mais conclusivas seria necessário ampliar o número de armadilhas distribuídas para avaliar melhor a dispersão do inseto. Pensando nisso é que surgiu a ideia de se criar uma rede de monitoramento da cigarrinha no município de Marechal Cândido Rondon, a qual foi denominada Alerta Cigarrinha, e que foi viabilizada por iniciativas de professores da Unioeste, campus de Marechal Rondon”, finaliza.

Fonte: Com O Presente Especiais

Notícias

Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná

Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.

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Foto: Shutterstock

De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!

A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.

Foto: Hb audiovisual

Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.

Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!

Fonte: Assessoria ABCS
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Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical

Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.

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Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal

O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.

Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.

Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.

Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.

A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.

A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.

Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.

Fig. 1: A Agricultura Regenerativa Tropical é um novo modelo de produção agrícola e pecuária que busca a melhoria contínua da saúde do ecossistema produtivo e do uso eficiente de recursos finitos. Baseia-se em uma agricultura de processos, onde diferentes manejos, técnicas e práticas são integradas para obter uma gestão holística do ecossistema.

Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.

Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:

  • Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
  • Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
  • Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
  • Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
  • Recuperação de pastagens degradadas;
  • Integração lavoura-pecuária-floresta;
  • Gestão integrada da paisagem.

A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.

Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.

Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.

Fonte: Por Pablo Hardoim e Eduardo de Souza Martins, membros do Grupo Associado de Agricultura Sustentável
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Carrefour boicota carne do Mercosul: decisão é vista como protecionismo

Suspensão das compras de carne pelo Carrefour francês reforça críticas ao protecionismo europeu contra o agronegócio brasileiro.

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Presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto: Divulgação/ACCS

A decisão do Carrefour de parar de vender carne proveniente dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou fortes reações. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou a medida como “lamentável” e reafirmou que o Brasil segue os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agropecuária. O anúncio foi motivado por pressões do sindicato agrícola francês FNSEA e alegações relacionadas ao impacto ambiental.

“O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Atendemos a padrões que garantem a rastreabilidade e qualidade das nossas exportações para 160 países, incluindo a União Europeia há mais de 40 anos”, destacou o Mapa, que acusou a medida de ser infundada e prejudicial à reputação do agronegócio nacional.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também criticou duramente a decisão. “Essa atitude é claramente protecionista. Não há motivos razoáveis para essas restrições. O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e seguimos rigorosos padrões ambientais e sanitários”, afirmou. Ele sugeriu que os brasileiros adotem uma resposta proporcional ao boicote. “Se eles boicotam nossos produtos, devemos reconsiderar a compra de produtos dessa rede.”

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) reforçou que o Brasil desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. A Apex classificou como “lamentável” a postura da rede francesa, que poderia prejudicar as relações comerciais e a imagem do Brasil no cenário internacional.

O impacto da decisão também acende debates sobre a relação entre medidas ambientais e práticas protecionistas, muitas vezes vistas como barreiras não tarifárias. Especialistas alertam que atitudes como esta podem prejudicar os esforços globais de segurança alimentar em um momento crítico de demanda crescente.

O que está em jogo?

Enquanto o Carrefour cede à pressão interna, o Brasil continua sua luta por reconhecimento no mercado global, reafirmando a qualidade e sustentabilidade de seus produtos. Para muitos, a decisão francesa representa mais uma batalha na complexa relação entre o Mercosul e a União Europeia.

Fonte: Assessoria ACCS
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