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Projeto de inovação em queijos finos impulsiona protagonismo do setor no Paraná
Paixão, pesquisa e desenvolvimento regional estão por trás da história do Projeto de Queijos Finos do Biopark. O que no início era apenas um sonho, se tornou mais um dos propósitos de vida dos empreendedores Carmen e Luiz Donaduzzi, fundadores do Parque Tecnológico, localizado em Toledo, no Oeste do Paraná.
Com foco em promover a produção de queijos com maior valor agregado, o projeto leva tecnologia e inovação para o campo. “Nós conhecemos queijos finos na França, por termos morado e estudado lá e assim tivemos essa ideia para a Região que tem uma grande bacia leiteira. Criar vacas, tirar o leite e tratar os animais todos os dias exige muito sacrifício e com o Projeto de Queijos Finos do Biopark nós mudamos esse cenário; valorizamos e levamos inovação para as propriedades”, explica Carmen Donaduzzi.
Para constituir uma equipe para o laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) em Queijos Finos, o Biopark buscou referências internacionais, como a Universidade Laval, do Québec, Canadá. “Na época, já tínhamos uma tendência muito grande de trazer universidades de fora e assim conhecemos um professor do Canadá que contratamos e veio dar o start do Projeto. Ele nos ensinou a fazer queijos, ficou um tempo e assim começamos a desenvolver no laboratório”, conta Carmen, grande entusiasta e apoiadora do projeto.
Do início até hoje, o programa continua sendo gratuito para os produtores que recebem, além da tecnologia para a produção do queijo, um diagnóstico da propriedade, auxílio na parte documental para registro do produto, suporte para a estruturação da agroindústria, apoio para o desenvolvimento das embalagens, mentorias especializadas, entre outros.
Produzir queijos com alto valor agregado é um caminho que leva à novas histórias de conquistas e empreendedorismo. “Existe uma Márcia antes e outra depois do Projeto de Queijos Finos do Biopark. Eu era uma produtora rural, hoje, sou também uma empreendedora diferenciada; com duas marcas de queijo consolidadas. A minha propriedade evoluiu e ainda tenho passos maiores para dar com a minha agroindústria em construção; quando estiver finalizada desenvolverei mais tipos de queijos”, comemora a produtora Marcia Seibert Ludwig, de Sede Alvora (Cascavel), que produz os queijos finos tipo Gouda e Morbier Café.
Além dela, já comercializam queijos do Projeto as produtoras Cirlei Rossi dos Santos, de Toledo, com Morbier Café e Saint-Paulin, Elis Carla Colombi, de Diamante D’Oeste, com o queijo tipo Saint-Paulin, e Gelir Giombelli com o Tomme Negro D’Oeste. A Flor da Terra Queijos Finos, marca própria do Biopark, produz os queijos tipo Brie, Camembert, Petit Brie Triplo Creme, Creme de Brie e Cheddar D’Or. Ao todo, 13 produtores das cidades de Toledo, Cascavel, Assis Chateaubriand, Entre Rios D´ Oeste, Palotina, Nova Santa Rosa, Mercedes e Diamante D´Oeste, estão envolvidos com o Projeto – seja em fase de diagnóstico, adequações ou transferência de tecnologia.
O pesquisador do laboratório de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Queijos Finos, Kennidy de Bortoli, que está no Projeto desde o início, ressalta que além da valorização do leite, os produtores envolvidos continuam na propriedade com a certeza que podem ganhar mais com o produto do campo. “Tenho muito respeito com as produtoras e me emociono quando vejo tudo que foi construído em apenas três anos e todo o potencial que ainda temos”, enfatiza.
Permanecer na propriedade foi uma decisão da produtora Cirlei Rossi, que encontrou no Projeto uma motivação familiar. “É uma oportunidade de aprendizagem para a família inteira, fez com que eu, meu marido e meus filhos quiséssemos investir no campo”, ressalta.
Qualidade do laboratório à propriedade
Atualmente, 36 tipos de queijos estão sendo desenvolvidos em Laboratório. De acordo com a analista de PDI, Pâmela Schneider, o laboratório se preocupa com a realidade de cada produtor. “A realidade do laboratório não é a mesma do produtor e nós adequamos tudo que precisar, toda a estrutura da agroindústria quando já existe e se não existe, nós ajudamos a estruturar. Esse é um grande diferencial”.
O Programa de Queijos Finos do Biopark atua nas propriedades com o suporte dos Responsáveis Técnicos (RT) que orientam os produtores na melhoria e padronização do produto para manter o sabor e a qualidade dos queijos. Para isso, o RT elabora, implanta e verifica a qualidade. A atenção ao prazo das licenças, relatórios de produção, comercialização e o acompanhamento das análises, validam a qualidade do produto.
O processo de implantação e verificação da qualidade faz a diferença no produto final. “Quando uma pessoa entra para o Projeto, não é apenas fazer o queijo, temos que pensar tudo que cerca a produção do leite, desde a raça do animal, a idade e a saúde por exemplo. Mostramos o lado sanitário e o que fazer para melhorar a qualidade e aumentar a produção de leite”, acrescenta Carmen Donaduzzi.
Todos os queijos, antes de serem comercializados, passam por análises microbiológicas, físico-químicas e sensoriais – esta última realizada por analistas treinados pelo Biopark. “Os queijos são liberados somente depois de passarem por todos os testes. Se não passar, o lote não vai para o mercado. Inclusive porque na embalagem, tem o Selo de Qualidade do Biopark; isso significa que foi analisado e que pode ser consumido com segurança”, explica Carmen.
De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), dados do último relatório do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), apontam que o Paraná produziu em 2020, 4,7 bilhões de litros de leite. O Estado é o segundo maior produtor do país, atrás apenas de Minas Gerais. Toledo é a segunda cidade que mais produziu, com 71.534.630 litros de leite, atrás de Marechal Cândido Rondon, com 74.944.350 litros. “Com relação à produção de queijos, é importante citar que uma matéria-prima de qualidade é a base para derivados de qualidade. Os indicadores microbiológicos e físico-químicos do leite no Paraná vêm melhorando ano após ano”, ressalta o médico veterinário do Deral/Seab, Thiago De Marchi.
Protagonismo no Oeste
Entre 2020 e 2021, o Projeto contou com o apoio do Sebrae no desenvolvimento de um check-list das agroindústrias para a adesão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte do Paraná (Suasa/Susaf-PR), que possibilita a comercialização em todo o Estado. “A parceria com o Sebrae enriqueceu e complementou o trabalho. Por meio do acompanhamento realizado à campo, foi possível ter uma dimensão do estado que cada produtor está frente a adesão Suasa/Susaf-PR. Isso, retroalimentou o plano de ação que temos com cada um, sendo uma ótima ferramenta de diagnóstico”, ressalta a supervisora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Biopark, Carolina Balera Trombini.
De acordo com o consultor do Sebrae/PR, Edson Braga, a parceria proporcionou ainda uma gestão de resultados nas propriedades dos produtores que fazem parte do Projeto. “No primeiro momento, nós entramos com a parte de gestão da propriedade e depois acrescentamos a parte do desenvolvimento do check-list para a adesão do Suasa/Susaf, mantendo a qualidade dentro das normas exigidas pelas entidades responsáveis. O Sebrae conheceu de perto os empresários rurais do Biopark e o comprometimento na entrega de produtos de qualidade”, finaliza.
Queijos premiados
Três queijos produzidos com a tecnologia do Projeto foram premiados no 2º Mundial do Queijo do Brasil. Os queijos tipo Camembert, da Queijaria Flor da Terra e o Tomme Negro D´Oeste, da produtora Gelir Giombelli, levaram medalha de prata e o queijo tipo Gouda, da produtora Marcia Ludwig, ficou com o bronze. Foram mais de 1.100 inscrições de 11 países que passaram por avaliações como textura, aspecto externo e interno, entre outras características sensoriais.
Gelir comemora a premiação. “Ainda não caiu a ficha, eu não esperava essa premiação e estou muito emocionada. É algo muito gratificante, fruto do trabalho de muitas pessoas, do meu esposo na ordenha, da minha mãe que iniciou a fábrica e do Biopark, com uma equipe muito competente, que executa um trabalho muito bem feito. É o mérito de todos que estão envolvidos, estou muito feliz”.
“Essa premiação reafirma o comprometimento da nossa equipe e dos produtos participantes com a excelência – desde o desenvolvimento dos produtos dentro da nossa área de Pesquisa e Inovação até a produção nas propriedades. Estamos conseguindo atingir o objetivo de desenvolver queijos com alta qualidade, realizar a transferência da tecnologia e gerar a transformação para os produtores que passam a comercializar um queijo com maior valor agregado”, comenta Carmen Donaduzzi.
Além do destaque em premiações, os queijos são apreciados por visitantes de várias partes do mundo. “Gosto muito do que desenvolvemos e conquistamos. Quando nós começamos a produzir, precisávamos quase que implorar para que as pessoas comprassem e experimentassem os queijos e hoje a realidade mudou. Tenho orgulho do processo para a produção dos queijos porque os produtos têm sido destaque, com elogios também de visitantes de outros países; que são conhecedores de queijo e experimentam nossos produtos”, finaliza Carmen.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.