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Projeto combate desinformação sobre o agro nas escolas
Associação De Olho no Material Escolar realiza ações para melhorar o conteúdo dos livros didáticos e promove a difusão do conhecimento científico

Integrar o conhecimento científico ao currículo escolar permite que estudantes e professores compreendam o funcionamento da agropecuária e, principalmente, os prepara para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do setor. Esse é o ponto de partida do trabalho da Associação De Olho No Material Escolar, entidade sem fins lucrativos criada em 2021, que busca a atualização do material didático, com base em conteúdo científico, para promover uma educação positiva em relação ao agronegócio.
Segundo a presidente da associação, Leticia Jacintho, grande parte dos materiais utilizados nas escolas apresenta desinformação e problemas conceituais nos conteúdos relacionados ao agronegócio, oferecendo uma perspectiva negativa e reforçando o distanciamento entre o setor rural e os alunos, professores e escolas. “Na pandemia, eu pude acompanhar mais de perto não só o material das crianças, mas ouvir as aulas e ver o que era proposto dentro de sala de aula pelos professores. Aquilo incomodou bastante porque estava completamente distante do setor agropecuário que a gente conhece. O afastamento da ciência era generalizado”, afirma Leticia, mãe de três crianças.
Um estudo encomendado à Fundação Instituto de Administração (FIA), em 2023, verificou que os conteúdos dos materiais didáticos utilizados nas escolas têm 60% mais citações negativas do que positivas quando abordam o agronegócio. Além disso, apenas 3,7% das fontes citadas têm embasamento científico.
Com base nos resultados da pesquisa, a associação convocou diversos profissionais para entender o processo de produção e distribuição de material didático, iniciando um esforço conjunto com as principais editoras do país.
De acordo com Leticia, a falta de conteúdo atualizado do agronegócio nos materiais escolares reduz a perspectiva de futuro de crianças e jovens. “Precisamos mostrar às crianças que há um mundo de possibilidades no agro e incentivá-las a fazer parte disso”, frisa Leticia Jacintho, presidente da Associação De Olho no Material Escolar
Outros projetos
Além do trabalho com as editoras, a associação promove diversas ações educacionais para mostrar a importância da agroindústria para o desenvolvimento econômico do Brasil. Uma das linhas de atuação é a sensibilização dos professores, disponibilizando ferramentas atualizadas para uso em sala de aula. Dessa forma, a associação estabelece parcerias para promoção de palestras e/ou mesmo para a consultoria para composição do material didático em temas relacionados ao agronegócio.
Todo o material produzido é disponibilizado na plataforma virtual “Agroteca”, uma espécie de biblioteca do agro. No próprio site, é possível encontrar materiais com fontes atualizadas, baseados em dados científicos, com linguagem acessível. A curadoria é realizada pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Os conteúdos trazem informações sobre os diferentes aspectos do agronegócio e de outros setores correlacionados, enfatizando a conexão entre o campo e a cidade, com o objetivo de incentivar a reflexão em sala de aula.
Outra iniciativa é o projeto “Vivenciando a prática”, em que propriedades rurais e empresas do setor abrem suas portas para visitas educacionais. A proposta é oferecer uma imersão no universo do agronegócio, ampliando o conhecimento sobre a realidade do campo por meio da experiência direta. A iniciativa é realizada em diversos Estados, abordando temas como profissões, economia, tecnologia, produção, conservação e responsabilidade social. Desde 2021, mais de 20 mil crianças e jovens do Ensino Fundamental e Médio passaram pelo projeto.
Nos planos futuros da associação está a criação de um selo de qualidade para material didático no Brasil, fundamentado em informações científicas e atualizadas. Este projeto está sendo desenvolvido com base em referências internacionais e será realizado por certificadoras qualificadas, responsáveis pela validação do material de acordo com padrões pré-estabelecidos.
Propostas para a educação
Apesar do enfoque inicial nos conteúdos relacionados ao agronegócio, a presidente da Associação De Olho No Material Escolar destaca o compromisso em promover melhorias abrangentes no ensino brasileiro. “A educação é o único meio de modificar uma geração e levar o país para o desenvolvimento necessário”, salienta.
A associação já estabeleceu contato com o Ministério da Educação (MEC) e, com o apoio da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), também busca debater os projetos de educação em andamento, como o novo Plano Nacional de Educação (PNE). O documento, que ainda vai tramitar no Congresso, vai nortear as políticas públicas do setor da educação pelos próximos dez anos.
Neste ano, a De Olho No Material Escolar participou de audiências públicas no Senado sobre o PNE, levando convidados para debater com os parlamentares que, futuramente, votarão as propostas.
Letícia também enfatiza a importância da expertise do Sistema S no desenvolvimento de cursos e o Programa Agrinho do Sistema Faep/Senar-PR, destacando que essas iniciativas têm o potencial de contribuir significativamente para a construção de uma educação de qualidade. “A educação exige envolvimento de todos os setores, público e privado, alinhados em um mesmo propósito, plantando uma semente que será frutífera para o futuro do país, economicamente e socialmente”, conclui.
Materiais didáticos carecem de base científica, aponta estudo
A Associação De Olho no Material Escolar encomendou um estudo à Fundação Instituto de Administração (FIA), conveniada à Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), para análise dos conteúdos relacionados ao agronegócio que aparecem em materiais didáticos utilizados nas escolas. A pesquisa analisou mais de 9 mil páginas de 94 livros para Ensinos Fundamental I e II e Médio adquiridos pelo MEC no âmbito do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
Em relação ao material didático analisado pelo estudo, 69% dos livros analisados são destinados ao Ensino Médio, 21% ao Ensino Fundamental II e 10% ao Ensino Fundamental I, abrangendo as disciplinas de Ciências, Língua Portuguesa, Geografia, História e Biologia, além de livros multidisciplinares. A pesquisa envolveu cinco analistas de tiragem e conteúdo e sete especialistas do agronegócio, que trabalharam por mais de 3 mil horas.
O diagnóstico apontou que há uma lacuna de fontes com embasamento científico em mais de 96% do material analisado. Além disso, foram identificados conteúdos com imperfeições pedagógicas, vieses de natureza política ou ideológica, informações imprecisas, desatualizadas ou ausentes.
Os temas relacionados ao agronegócio mais citados são desmatamento, desenvolvimento tecnológico, conflito fundiário, uso de agroquímicos, produtividade no campo, bioenergia, importância econômica para o Produto Interno Bruto (PIB) e importância para segurança alimentar. Desmatamento é o tema com maior número de citações negativas.
Segundo Celso Grisi, professor da FEA-USP e coordenador de projetos da FIA, os textos confundem atividades ilícitas ocorridas em áreas rurais, como garimpagem, comercialização ilegal de madeira e invasões de reservas, com atividades produtivas formais e legais do agronegócio. “Pessoas que desmatam e destroem a natureza estão à margem da lei. Isso é extrativismo e deve ser combatido. Não é agronegócio. Não podemos confundir com o trabalho dos produtores rurais”, ressalta Celso Grisi, professor da FEA-USP e coordenador de projetos da FIA
A conclusão do estudo também indica que não há valorização do papel do produtor rural e da agroindústria na economia do país, bem como a falta de entendimento sobre a conexão do campo com a cidade, prejudicando a atratividade do setor rural, sobretudo entre os jovens. “A agropecuária passou por uma grande evolução e, muitas vezes, o autor de livro didático não acompanhou isso. O interesse é corrigir esses erros, que estão na ausência de dados e fatos apoiados em ciência”, observa Grisi.


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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira
Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel
Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.
Exemplo
O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.
Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.
A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro
Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.
Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol
Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.
Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.
Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.
Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.
A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”
Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.
“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.
Atrações
Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.
“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.
Critérios de avaliação
Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais
Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.
Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .
Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .
Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .
A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .
Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.
A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.



