Avicultura
Projeto Campo Futuro gera informação sobre mercado de suínos e aves em SC
Amanhã (8), o projeto iniciará às 8 horas e abordará a avicultura
Com o objetivo de aliar a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de produção na propriedade rural, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), órgão vinculado à Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), desenvolve na esfera estadual o projeto Campo Futuro. A iniciativa é promovida pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Nesta segunda e terça-feira (07 e 08), Chapecó recebe painéis do Campo Futuro com foco na produção de suínos e aves.
Os encontros estão ocorrendo no Hotel Bertaso. Nesta segunda-feira (7), o painel debateu a produção de suínos em Santa Catarina. Na terça-feira (8), o projeto iniciará às 8 horas e abordará a avicultura. Os trabalhos estão sendo executados pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Camila Ortelan e Marcos Iguma e pelos assessores técnicos da CNA, Victor Miguel Ayres e Juliano Hoffmann. Acompanham os painéis o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi e o supervisor do Senar/SC na região oeste, Helder José Barbosa.
No primeiro dia estiveram presentes produtores dos municípios de Chapecó, Seara e Itapiranga assim como os respectivos presidentes dos Sindicatos Rurais: Américo do Nascimento, Valdemar Zanluchi e Waldemar Schoeder. O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também participou.
Segundo ele, Santa Catarina possui 6,5 milhões de suínos alojados com 400 mil matrizes e uma produção de 850 mil toneladas/ano. Cerca de 190 mil toneladas são exportadas, 200 mil consumidas no Estado e o restante é destinado para os outros Estados brasileiros. “A diferença é que Santa Catarina é o único Estado livre da febre aftosa sem vacinação, mas ainda não temos a remuneração diferenciada”, pontuou. Para ele, quando se fala em produção de suínos é importante conhecer os custos. “O Campo Futuro trará a realidade da produção para o setor. Assim levaremos isso às indústrias para que entendam a realidade do produtor. Com isso poderemos ter uma remuneração melhor na nossa atividade”.
De acordo com a pesquisadora do CEPEA, Camila Ortelan, o levantamento de custos tem como objetivo não apenas fazer o levantamento da propriedade típica da região, mas efetuar o acompanhamento da saúde financeira do produtor rural. “A propriedade típica traz o que é mais comum em determinada região, o levantamento é feito junto com os produtores. Hoje definimos em suinocultura a parte da produção de leitão, de creche e de terminação”, salientou.
O assessor técnico da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Victor Miguel Ayres, explicou que a aproximação com a realidade do campo ajuda na construção de políticas públicas em defesa dos produtores rurais. “Além disso, com esse diagnóstico, o Senar consegue ser mais assertivo nos cursos, compreendendo qual o nível tecnológico de toda a produção agropecuária do País e qual a capacidade de gestão nas propriedades. O produtor também passa a compreender custos que ele não sabia que impactavam, é um instrumento para conhecer melhor como está a produção”.
Informação direto do campo
Conforme o presidente do sistema FAESC/SENAR-SC José Zeferino Pedrozo, o Campo Futuro alia a capacitação do produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, custos e de produção na propriedade rural.
A geração de informações é desenvolvida pela CNA e consiste na elaboração de indicadores de conjuntura e de desempenho. “Esses indicadores têm como base os levantamentos de dados – chamados de painéis – realizados nos municípios representativos na produção agropecuária. Depois, é feito o acompanhamento mensal dos preços dos insumos e dos custos de produção nessas localidades”, enfatizou Pedrozo.
A capacitação dos produtores rurais é realizada por instrutores do Senar. Os produtores aprendem, de forma prática, a elaborar o orçamento e o custo de produção da sua propriedade, além de utilizar instrumentos para o gerenciamento de riscos de preços, como derivativos agropecuários ou de produção e o seguro rural.
O Campo Futuro disponibiliza informações estratégicas para facilitar a tomada de decisões do produtor rural, mediante o acesso a um completo banco de dados do setor agropecuário, com a evolução sistemática dos custos de produção e da rentabilidade das principais atividades agrícolas e pecuárias e da publicação Ativos do Campo.
A geração de informações compreende o desenvolvimento de quatro ações: realização de painéis com instrumentos metodológicos para identificar os sistemas e coeficientes de produção de cada atividade rural em uma região específica; desenvolvimento de indicadores com informações de custo de produção e rentabilidade das culturas agrícolas e da pecuária nos Estados; criação de um sistema de informação e consolidação das informações geradas pelo projeto de forma acessível ao produtor rural e ao público em geral; divulgação de publicações a partir de análises e relatórios setoriais de desempenho da agropecuária brasileira.
Um dos fundamentos da metodologia de acompanhamento dos custos de produção e da rentabilidade da agropecuária são os painéis que consistem em um procedimento de obtenção de informações que proporciona mais agilidade e versatilidade na atualização dos dados.
O superintendente do SENAR/SC Gilmar Antonio Zanluchi esclarece que a metodologia do painel consiste na definição da propriedade típica de produção em cada região de estudo. A propriedade típica se refere à realidade mais comum da região e de um determinado produto, considerado no estudo. Um grupo formado por técnicos e produtores conhecedores da realidade local se reúne para construir um sistema de produção mediante um debate aberto. “Juntos, eles montam uma planilha de custos de insumos e receita da faixa mais representativa da produção naquele município”, finalizou o superintendente.
Fonte: Ass. de Imprensa

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
