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Programas de saúde para suínos devem focar além das doenças

Um projeto de saúde aplicado em granjas envolve diversas medidas para garantir o bem-estar físico, mental e social dos animais.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Um dos grandes desafios na suinocultura brasileira é a implementação de um programa de saúde efetivo que vá além das ações imediatistas, como o uso indiscriminado de antibióticos e vacinas. É necessário que haja uma visão mais ampla e consciente da importância da saúde na produção suína, considerando fatores como imunossupressão, imunidade passiva, inflamação e microbiota.

Além disso, é fundamental que haja um cuidado especial com as fêmeas reprodutoras, que são o grande patrimônio genético da suinocultura. A alta taxa de reposição dessas fêmeas, aliada à mortalidade e ao descarte precoce, tem impactos diretos na saúde dos leitões e na qualidade do sistema produtivo.

Um programa de saúde aplicado em granjas envolve diversas medidas para garantir o bem-estar físico, mental e social dos animais. Mas é importante lembrar que a saúde não se resume apenas à ausência de doenças, mas sim a um estado completo de bem-estar. Para alcançar esse objetivo, é necessário considerar diversos fatores, como a qualidade da alimentação, o ambiente de alojamento, a higiene, a prevenção de doenças e o tratamento adequado quando necessário.

Professor associado na Universidade Federal do Paraná, Geraldo Alberton – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

No entanto, muitas vezes, a abordagem à saúde é centrada apenas na prevenção e tratamento de doenças, deixando de lado a promoção da saúde e o bem-estar dos animais. “Além disso, é fundamental que os profissionais envolvidos no programa de saúde tenham conhecimento e preparo para abordar a saúde de forma ampla e não apenas focada em doenças”, ressalta o professor associado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Geraldo Alberton, que foi um dos palestrantes do 17º Encontro Regional da Abraves/PR, realizado em meados de março em Toledo, PR.

Ele destaca ainda que, muitas vezes, em vez do médico-veterinário optar por escolhas que levam à saúde a longo prazo, acabam escolhendo soluções rápidas e imediatistas que não necessariamente promovem o bem-estar geral. “Essas escolhas podem ser motivadas pela pressão do momento, pelo desconhecimento de alternativas mais saudáveis ou pela falta de planejamento e preparo adequados. É importante refletir sobre nossas escolhas e estar conscientes das consequências a longo prazo, a fim de promover uma vida mais saudável e equilibrada”, salienta.

Hoje em dia, a suinocultura brasileira é referência mundial, no entanto, Alberton diz que é preciso reconhecer que algumas práticas adotadas no passado não promovem a saúde dos animais. “Para lidar com a superlotação e a aglomeração de suínos utilizamos, muitas vezes, métodos improvisados. E para controlar as doenças desenvolvemos várias fases de uso de antibióticos: promotores de crescimento, preventivos contra infecções urinárias, preventivos na fase de creche, preventivos na fase de recria e engorda, além de associá-los a promotores e vacinas para diversas doenças. Infelizmente, isso resultou em crises, alta mortalidade e perdas elevadas no frigorífico”.

Há uma conexão clara entre essas fases. Uma levou à outra e, consequentemente, está se criando um problema maior. Alberton alerta que esse uso abusivo de antimicrobianos causa desequilíbrio na microbiota, aumenta a incidência de doenças e, por sua vez, leva ao uso ainda maior de antibióticos. “Chegamos agora a uma fase em que se torna essencial implementar um programa de saúde. Apesar de já termos um bom programa de controle e prevenção de doenças, com vacinas e práticas aprimoradas, ainda o setor não estabeleceu um programa com diretrizes claras de saúde para os suínos. “Na abordagem convencional, a doença é o centro das atenções. Ações macro são determinadas pelo micro, o que gera ganhos de curto prazo e fáceis de medir. Já em programa de saúde moderno a visão macro é o foco que guia as ações micro, tem uma diretriz clara para atingir a capacidade imunológica plena do animal, além de trazer ganhos a médio e longo prazo (por meio de pesquisas comparativas) e transmitir benefícios de geração em geração (por meio da epigenética).

A base de um programa de saúde inclui várias ações, como imunossupressão, imunidade passiva e inflamação, que afetam significativamente a capacidade imunológica dos animais.

O barato que sai caro

Alberton enfatiza que a falta de visão de que saúde não é apenas ausência de doença é o principal desafio enfrentado na implantação de um programa de saúde nas granjas brasileiras. “O barato que sai caro ainda vende muito no Brasil. Eu não consigo aumentar um espaço de maternidade, mas eu consigo autorização para colocar mais um antibiótico na ração ou mais uma vacina no processo”, diz, indignado, acrescentando: “Não sabemos vender saúde porque não entendemos como precificar a saúde na produção animal”.

A qualidade do leitão é avaliada por diversos fatores, como peso, idade, imunidade passiva, microbiota e rápida adaptação na creche, que envolve um manejo adequado. “No entanto, quando as integradoras compram os suínos dos produtores, apenas o peso é considerado em uma auditoria. Isso levanta a questão de quais desses fatores são realmente relevantes para a Unidade de Produção de Suínos”, indaga Alberton.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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