Avicultura
Programas de saúde intestinal das aves vão antecipar desafios com foco em uma produção mais eficiente, sustentável e rentável
Mais agilidade na tomada de decisões, maior precisão nas informações e maior rentabilidade na avicultura. Estes devem ser os pilares de um programa de saúde intestinal eficiente.
Os focos de influenza aviária de alta patogenicidade em aves silvestres migratórias no país colocou o setor produtivo em alerta e elevou a biosseguridade das granjas entre as principais preocupações do produtor. Manter o nosso status sanitário privilegiado, livre das principais enfermidades, é prioridade máxima da avicultura que mais exporta no mundo. Este quadro aliado às crescentes pressões do consumidor por uso cada vez mais restrito de antimicrobianos promotores de crescimento e menor impacto ambiental da produção forma também um cenário favorável para a implementação de programas de saúde intestinal das aves com foco na melhoria de resultados e rentabilidade para empresas avícolas.
Mais agilidade na tomada de decisões, maior precisão nas informações e maior rentabilidade na avicultura. Estes devem ser os pilares de um programa de saúde intestinal eficiente. Para isso, é necessário ter um olhar mais amplo para a produção animal, que passa por uma melhor saúde do plantel, por estratégias de manejo focadas em melhor desempenho e vai até uma nutrição mais precisa. Tudo isso com a finalidade de promover uma melhor saúde intestinal das aves e, consequentemente, melhor eficiência, redução de perdas e maior lucratividade no campo, ou seja, estamos falando de uma produção de aves mais eficiente, sustentável e lucrativa.
Análise e monitoramento
Uma análise mais rápida e mais precisa do status sanitário do lote é importante para uma melhor avaliação de riscos para a tomada de decisão mais rápida, antecipando eventuais perdas provocadas por atrasos em decisões, já que muitas vezes acontece a entrada e a disseminação de algum patógeno no galpão, ou mesmo em uma fábrica de ração, e a percepção deste problema ocorre depois de haver perdas e prejuízos. Por isso, antecipar estes desafios sanitários e agir rapidamente possibilita uma atuação mais precisa e focada no problema existente, evitando assim desperdícios de insumos na produção e viabilizando a otimização de recursos.
Um trabalho de monitoramento contínuo do status sanitário do lote, com controle de patógenos com potencial de perdas, pode ser uma ferramenta estratégica para antecipar problemas e adotar medidas para evitar prejuízos. Se este monitoramento ainda for capaz de nos trazer a quantidade de patógenos no aviário de maneira não invasiva, isso representaria um ganho qualitativo no gerenciamento de riscos do lote, pois possibilita uma decisão mais precisa e assertiva na indicação da melhor estratégia de saúde e nutrição de acordo com a realidade de produção da empresa. Na avicultura, esta estratégia pode ser adotada desde produtores de ovos, de matrizes pesadas até integrações de frango de corte em cada uma das etapas do ciclo produtivo e seus efeitos positivos podem atingir o setor como um todo.
Assim, podemos afirmar que o início de um programa de saúde intestinal eficiente passa, então, por um monitoramento não invasivo, o que permite justamente uma maior agilidade na tomada de decisões, já que a maneira tradicional de identificar patógenos intestinais seria através de necropsias, quando as perdas já ocorreram. Para um programa mais eficiente, um monitoramento por meio da coleta de excretas em galpões para observar a quantidade de patógenos específicos capazes de provocar perdas para as aves, ou com potencial zoonótico, viabiliza uma melhor adoção de programas de controle destes patógenos mesmo sem ver sinais clínicos no campo. Conseguimos identificar a ameaça antes de haver uma perda de desempenho, por exemplo.
Este processo ainda permite avaliar a necessidade de substituição ou validação de um programa de drogas ou aditivos adotado, ou até mesmo o desempenho deles. Estamos falando de uma análise do status sanitário do plantel que passa a ser também quantitativa através da técnica de biologia molecular. Isso significa a saída do atual padrão visual adotado hoje em dia para um padrão quantitativo de patógenos presentes. Além de ser um monitoramento mais preciso, ele antecipa desafios, já que não depende da realização de necropsias, que ainda pode trazer valores de lesões diferentes. Esta metodologia avalia individualmente padrões de lotes com desafios baixo, médio ou alto e os avalia como um todo. É o futuro da saúde intestinal na avicultura.
A partir deste monitoramento, o avicultor consegue receber recomendações mais precisas, com análises de risco sobre patógenos indicados e, assim, a sua equipe de sanidade e nutrição pode validar ou substituir os programas de saúde adotados. A ideia é avaliar o momento ideal para alteração e rotação de programas, monitorar riscos para evitar perdas de resultados e não cair de patamares de ótimos desempenhos. É a busca constante da avicultura para atingir sempre o melhor desempenho possível. Este conceito traz a premissa da prevenção. É monitorar riscos e prevenir perdas, é cuidar da saúde e da nutrição simultaneamente para trazer as indicações mais adequadas e específicas.
Saúde Intestinal
O quadro de melhoria contínua de resultados do setor exige que o produtor tenha uma visão mais ampla da nutrição de precisão associada a saúde animal e, quando possível, empregando ferramentas de zootecnia de precisão. Produzir cada vez mais carne de frango e ovos com o menor impacto sobre os custos é um dos desafios mais importantes do avicultor. E uma boa saúde intestinal tem impacto direto na saúde geral das aves e em melhor absorção de nutrientes com melhor aproveitamento da ração. Ela ainda contribui para o desenvolvimento uniforme dos lotes, tanto de aves de corte quanto de reprodutoras, uma vez que mantém a microbiota intestinal mais equilibrada e estável com sua ação de controle de patógenos.
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Avicultura
Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
Avicultura
Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.
Avicultura
Brasileiros são homenageados no Congresso Latino-Americano de Avicultura 2024
Presidente do Conselho Consultivo da ABPA, Francisco Turra, foi incluído no Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana junto com José Carlos Garrote, presidente do Conselho da São Salvador Alimentos, e Mário Sérgio Assayag Júnior, veterinário especialista em prevenção da Influenza aviária.
O ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e uma das figuras mais importantes da história da avicultura brasileira, entrou na última sexta-feira (15) para o Hall da Fama da Avicultura Latino-Americana.
A nomeação aconteceu durante o Congresso Latino-Americano de Avicultura (OVUM), realizado entre 12 e 15 de novembro, em Punta del Este, no Uruguai. Outros dois nomes foram destacados na cerimônia por indicação da ABPA: José Carlos Garrote, que recebeu homenagem especial como empresário líder no Brasil, e Mário Sérgio Assayag Júnior como técnico destacado.
Garrote é presidente do Conselho da São Salvador Alimentos (SSA), uma das maiores indústrias de alimentação do Brasil, e membro do Conselho de Administração da ABPA. Assayag Júnior é veterinário e membro do grupo técnico de prevenção e monitoramento da Influenza aviária. “A homenagem aos três neste congresso de relevância internacional, mostra a importância e a contribuição da avicultura brasileira para o desenvolvimento mundial do setor”, disse Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).