Notícias Potencializando o agronegócio
Programa TransformaAgro é lançado com inauguração do Espaço Impulso no Show Rural
Iniciativa objetiva fazer uma transformação digital para revolucionar o agronegócio na região Oeste do Paraná como uma das mais tecnológicas do Brasil. O objetivo é amplificar o uso da tecnologia na agricultura, de pequenos, médios a grandes produtores, levando as soluções para as propriedades conectadas, bem como de identificar, selecionar e oferecer suporte para que as startups e empresas tenham um futuro de sucesso.

O Espaço Impulso, um Laboratório de Inovação Aberta onde empresas encontram um ambiente conectado à tecnologia, educação do futuro, startups e um framework de inovação aberta, foi inaugurado nesta quinta-feira (10), durante o Show Rural Coopavel. O ambiente abrange o segmento empresarial na esferas social, tecnológica, operacional e estratégica – um ecossistema vivo de criatividade e inovação.
O Espaço Impulso é fruto de uma parceria entre o Parque Tecnológico Itaipu – Brasil, Claro, Coopavel e Exohub. O Espaço Impulso vai funcionar em uma área que até recentemente abrigava o auditório principal do Show Rural Coopavel. Ele tem uma área de 400 metros quadrados e estará disponível como um legado permanente do evento. A iniciativa é umas das ações do programa de inovação aberta no setor do agronegócio, o TransformaAgro, que tem foco na transformação digital através da seleção e aceleração de soluções tecnológicas sustentáveis e inovadoras.
Denominado de fazenda digital permanente, o Espaço Impulso será um hub de inovação, onde startups, empresas e universidades poderão testar e validar soluções para as demandas do cooperativismo e do agronegócio. Ao todo são 720 mil metros quadrados de área do parque que podem ser utilizadas para o desenvolvimento de experiências inovadoras, que impulsionarão ainda mais o agronegócio regional, melhorando a produtividade e a rentabilidade do setor.
A iniciativa conta com a importante parceria da operadora Claro, que viabilizará toda a infraestrutura de conectividade para o desenvolvimento e testes das soluções. Empresas parceiras do Espaço Impulso vão ter a oportunidade de se tornar âncoras e utilizar o ambiente para as suas ações, tornando-se parceiros de negócios e de desenvolvimento de produtos e serviços relacionados à inovação.
Programa TransformaAgro
O programa é um movimento de transformação digital que vai revolucionar o agronegócio na região Oeste do Paraná como uma das mais tecnológicas do Brasil. O objetivo é amplificar o uso da tecnologia na agricultura, de pequenos, médios a grandes produtores, levando as soluções para as propriedades conectadas, bem como de identificar, selecionar e oferecer suporte para que as startups e empresas tenham um futuro de sucesso.
Estruturado para responder aos principais desafios do agro, o programa conta com três temáticas principais: integração de dados da cadeia produtiva do agronegócio (cooperativismo de dados), aplicações inteligentes para o campo e automação e robotização no agronegócio.
Potencializando o agronegócio
As inovações e as tecnologias incorporam mudanças profundas no cotidiano das pessoas, das empresas e também do agronegócio. Atentos a esse movimento que traz novas oportunidades de parcerias e negócios, Coopavel, PTI e exoHub, empresa de inovação parceira do Parque Tecnológico Itaipu, estão juntos na estruturação do Espaço Impulso, um hub de inovação integrado às demandas da agricultura e pecuária.
Alicerçado em três pilares: networking, conhecimento e investimento, além de pensar em soluções para problemas reais do campo, o Espaço Impulso tem por missão se integrar a um ecossistema pulsante interessado também em gerar oportunidades de trabalho e carreira aos jovens. “O agro foi decisivo para construir a região e o país que temos hoje. Porém, de agora em diante precisamos focar em tecnologias para tornar esse setor ainda mais competitivo. É preciso diversificar o que produzimos e exportamos”, afirma o diretor de Negócios e Inovação do PTI, Rodrigo Régis.
O presidente do PTI, general Eduardo Castanheira Garrido Alves, destacou a relevância de parcerias capazes de gerar novos negócios e materializar oportunidades. “Estamos muito felizes, ao lado da Coopavel e do exoHub, de constituir um projeto que, tenho certeza, fará muito bem ao contínuo processo de fortalecimento da cultura da inovação no Oeste do Paraná”.
Futuro
A pesquisa e a tecnologia deram, nas últimas décadas, contribuição determinante à melhoria da qualidade e da produtividade principalmente das culturas de grãos, mas elas passam, agora, a ser aliadas para trazer de volta ao campo os filhos de agricultores que buscam nas cidades a chance de trilhar suas carreiras profissionais. “O Espaço Impulso se transforma em um símbolo desse novo momento, que é de mudanças e da abertura de inúmeras possibilidades”, segundo o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
O gerente de TI da Coopavel, Rogério Aver, falou dos passos que conduziram à criação do Espaço Impulso, que está conectado ao Show Rural Digital, e das soluções que ele criará em favor da cadeia da agropecuária. Michel Costa, do exoHub, fez uma apresentação técnica do hub de inovação e disse que ele se incorpora a um ecossistema vivo de criatividade e de inovação focado em resultados. “Essa parceria, e tudo o que ela passa a proporcionar, trará impactos positivos ao campo, com reflexos ao seu entorno”.

Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.



