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Programa Mais Leite Saudável é reconhecido pela FAO como referência em sustentabilidade

Iniciativa do Mapa foi destacada durante o World Food Forum, em Roma, como boa prática na transformação sustentável da pecuária leiteira.

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Foto: Shutterstock

O Programa Mais Leite Saudável (PMLS), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foi reconhecido oficialmente pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) como uma das boas práticas e inovações em transformação sustentável da pecuária, iniciativa lançada pela FAO em comemoração ao seu 80º aniversário.

O reconhecimento foi formalizado na quarta-feira (15) durante o World Food Forum (WFF), evento anual realizado na sede da FAO, em Roma, que reúne líderes, pesquisadores e organizações internacionais para debater soluções sustentáveis para os sistemas agroalimentares.

De acordo com o coordenador geral de Produção Animal do Mapa, Bruno Leite, hoje o Programa se mostra como um importante mecanismo capaz de financiar a transformação sustentável da pecuária de leite no Brasil, mostrando o compromisso brasileiro com o tema.

“Muito se discute sobre como financiar a chamada transformação sustentável da pecuária. No Brasil, o Programa Mais Leite Saudável, através de seu desenho inovador de investimento que alinha recursos públicos e privados, se mostra como um sólido mecanismo para financiar ainda mais a sustentabilidade da cadeia produtiva do leite. Quem sabe esse não possamos expandir esse desenho para outras cadeias produtivas?”, indagou.

Programa Mais Leite Saudável

Criado em 2015, o PMLS estimula empresas do setor lácteo a investirem em melhoria da qualidade do leite e capacitação de produtores rurais. O programa permite que indústrias e cooperativas utilizem parte dos créditos presumidos de PIS/Pasep e Cofins em projetos de assistência técnica, inovação e sustentabilidade.

Desde sua criação, o programa já beneficiou mais de 185 mil produtores em mais de 3 mil municípios brasileiros, com mais de 2 mil projetos aprovados e cerca de 900 empresas participantes. Os resultados incluem aumento da produtividade, melhoria na qualidade do leite e fortalecimento da renda dos produtores.

​•​Programa Mais Leite Saudável, acesse clicando aqui.

​•​FAO – Reconhecimento de boas práticas, acesse clicando aqui.

Fonte: Assessoria Mapa

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Retorno das chuvas muda estratégia no campo nativo e exige ajustes no pasto

Pesquisadores alertam que o rebrote após a estiagem é frágil e demanda ajustes na carga animal, áreas de descanso e uso de roçadeira.

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Foto: Leandro Volk

Com a volta das chuvas após semanas de estiagem, os campos nativos entram em uma fase de reorganização ecológica. O rebrote das plantas, a retomada do metabolismo radicular e a reativação dos processos de ciclagem de nutrientes criam uma janela importante para quem trabalha com pecuária a pasto. Para auxiliar os produtores nesse período, os pesquisadores José Pedro Trindade e Leandro Volk, da Embrapa Pecuária Sul, elaboraram recomendações práticas sobre o manejo adequado do campo nativo.

Segundo eles, a chuva não significa retorno imediato ao manejo adotado antes da seca. Pelo contrário: é um momento que exige atenção e ajustes estratégicos. A principal orientação é evitar excesso de carga animal logo após o retorno da umidade. Nesse estágio, o rebrote ainda é tenro e vulnerável, e permitir que o campo acumule área foliar é essencial para garantir boa produção de forragem nas semanas seguintes.

Outra recomendação é criar áreas de descanso temporário. O repouso de parte dos potreiros fortalece espécies de maior valor forrageiro, reduz o avanço de plantas oportunistas e aumenta a resiliência do ecossistema. Também é importante priorizar as áreas da propriedade que respondem mais rapidamente às chuvas, como baixadas e solos mais profundos, enquanto regiões de solos rasos precisam de mais tempo para se recuperar.

Os pesquisadores ressaltam ainda a necessidade de atenção ao manejo hídrico e às condições de acesso. Com o solo úmido, aumentam os riscos de danos por pisoteio em porteiras, trilhas e nascentes, o que exige ajustes temporários na movimentação dos animais.

Sobre o uso de roçadeira, Trindade e Volk afirmam que a prática deve ser avaliada com cautela. Logo após períodos de seca, a remoção do estrato superior pode reduzir a proteção do solo e retardar a recuperação da vegetação. A roçada só deve ser considerada quando houver diagnóstico claro de que o material acumulado está limitando o rebrote, sempre observando a umidade disponível e a condição geral do campo.

As orientações fazem parte do documento “Aproveitando as chuvas após períodos de seca: orientações práticas para o manejo do campo nativo”, elaborado pelos pesquisadores e disponível para download neste link.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sul
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Governo proíbe reconstituição de leite em pó importado no Paraná

Decisão regulamentada por decreto endurece fiscalização e busca proteger produtores e fortalecer a cadeia do leite no Estado.

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Foto: Arnaldo Alves/AEN

O Governo do Paraná publicou nesta quarta-feira (10) o Decreto 12.187/2025  que regulamenta a Lei nº 22.765/2025, que proíbe a reconstituição de leite em pó e outros derivados de origem importada quando destinados ao consumo humano no Estado. A norma detalha definições técnicas, procedimentos de fiscalização e obrigações das indústrias que utilizam produtos lácteos em seus processos produtivos.

Pela regulamentação, ficam proibidas operações industriais, comerciais ou de beneficiamento que envolvam a adição de água ou outros líquidos a leite em pó, composto lácteo, soro de leite ou produtos similares importados, quando o resultado final se destinar ao consumo no Paraná.

A restrição não se aplica aos produtos importados já prontos para o varejo e devidamente rotulados conforme exigências da Anvisa.

A publicação do decreto representa uma resposta direta do Governo do Estado ao cenário desafiador enfrentado pelo setor. Ao comentar a importância da regulamentação da lei para a cadeia do leite paranaense, o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, destacou que a medida se soma a um conjunto de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da atividade no Estado.

Segundo ele, a iniciativa contribui para proteger a produção e impulsionar a renda das famílias que dependem do leite em todas as regiões do Paraná. “Esse decreto é mais uma prova de que o Governo do Estado está do lado de quem produz. Estamos fortalecendo a cadeia do leite, garantindo um mercado mais justo e ajudando os produtores a aumentar a renda no campo, porque nosso compromisso principal é botar dinheiro no bolso do produtor rural”, afirma.

Fiscalização

A fiscalização do cumprimento deste Decreto caberá ao órgão ou entidade responsável pelo licenciamento ou registro do estabelecimento, conforme sua natureza e atribuições legais, sem prejuízo da atuação conjunta com órgãos de vigilância sanitária, defesa agropecuária e proteção ao consumidor.

As ações de fiscalização incluem inspeções de rotina, programadas ou não, inspeções motivadas por denúncias ou comunicações oficiais, auditorias documentais sobre aquisição, origem, uso e destinação de produtos lácteos, vistorias in loco para verificação dos processos industriais e coleta oficial de amostras para comprovação técnico-sanitária, sempre que necessária.

As empresas deverão manter, por pelo menos dois anos notas fiscais de aquisição de matérias-primas lácteas, com identificação do país de origem, certificados sanitários internacionais, quando aplicáveis, registros de produção, incluindo quantificação e uso de ingredientes e registros que permitam rastreabilidade completa das matérias-primas desde a aquisição até o uso industrial.

Além disso, os fiscais podem adotar medidas em casos de suspeita ou confirmação de reconstituição proibida de produtos lácteos importados. Eles poderão apreender produtos, coletar amostras para análise e até interditar parcial ou totalmente setores ou todo o estabelecimento.

Caso a irregularidade seja comprovada, serão aplicadas as penalidades previstas na legislação estadual, sem prejuízo de eventuais responsabilizações civil e penal dos responsáveis.

Fonte: AEN-PR
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Mercado global pressiona e abre novas oportunidades para a pecuária brasileira

Após a COP 30 e às vésperas da entrada em vigor da lei europeia antidesmatamento (EUDR), especialistas discutem como novas exigências internacionais podem afetar custos, competitividade e acesso a mercados, ao mesmo tempo em que criam espaço para ganhos econômicos ao produtor.

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Foto: Shutterstock

Poucos dias após o encerramento da 30ª Conferência do Clima da ONU (COP 30), realizada em Belém entre 10 e 22 de novembro, e às vésperas da entrada em vigor da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), a pecuária brasileira se vê diante de um cenário que combina desafios e novas oportunidades.

Com o objetivo de discutir como as mudanças no mercado internacional, impulsionadas pelos desdobramentos da COP 30 e por novas exigências vindas da Europa, China e outros países importadores, têm impactado a competitividade e o acesso a mercados da produção pecuária, ao mesmo tempo em que abrem espaço para oportunidades econômicas, a Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável realizou, na última quinta-feira (02), o terceiro Diálogo Inclusivo de 2025.

Sob o tema “O Futuro do Mercado para o Produtor Rural: Impactos Econômicos de Exigências Globais”, o encontro reuniu representantes de diferentes elos da cadeia da carne para analisar como as transformações regulatórias internacionais podem refletir no desempenho do produtor, quais são as perspectivas práticas de adaptação e de que forma o setor pode responder produtivamente, identificando novas oportunidades econômicas.

O Diálogo Inclusivo foi promovido em parceria com a Fundação Solidaridad, associada da Mesa Brasileira, e integra o Projeto SAFE, que compõe a Iniciativa Team Europe sobre Cadeias de Valor Livres de Desmatamento, financiada principalmente pela União Europeia, Alemanha, Países Baixos e França, além de outros Estados-membros da UE.

Painéis temáticos

O evento contou com dois painéis temáticos. O primeiro, intitulado “Pós-COP 30 e EUDR: Como o cenário global influencia o produtor?”, mostrou como o agronegócio brasileiro vem se posicionando diante dos desafios e compromissos climáticos globais – com metas de redução de emissões, políticas de combate ao desmatamento e recuperação de pastagens, por exemplo – e como as novas exigências regulatórias estão sendo acompanhadas por instrumentos viáveis de implementação no campo.

Participaram deste painel Fernando Sampaio, então diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Laurent Micol, diretor de Novos Negócios e Carbono na Caaporã, Paulo Lima, gerente de programas da Fundação Solidaridad e Paulo Costa, Head de Pecuária da Produzindo Certo. “Depois da COP 30 podemos olhar e dizer que a pecuária brasileira está no caminho da sustentabilidade. Nós temos condições de cumprir com as exigências que virão e ir além. É preciso, no entanto, mobilização de todos os envolvidos nesta cadeia, incluindo o poder público e as agências de assistência técnica, para que possamos escalonar os resultados positivos que já temos”, diz Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira.

O segundo painel foi intitulado “O futuro do mercado para o produtor rural – Quais impactos econômicos para o campo?”. Nele, os participantes discutiram e avaliaram se o mercado está preparado para remunerar práticas sustentáveis no campo e em que medida tais práticas podem gerar retornos econômicos ao produtor.

Participaram deste painel Guilherme Bastos, secretário de Política Agrícola da FGV, Ana Doralina Menezes, presidente da MBPS, Guilherme Galvani, gerente do Banco do Brasil e Lisandro Inakake, gerente de projetos do Imaflora. “A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável é o espaço onde todos os elos da cadeia da carne podem debater e trabalhar conjuntamente, com respeito às diferenças de opinião e visão, na construção de um futuro mais sustentável e promissor para a pecuária brasileira”, finaliza Ana Doralina Menezes.

O que é a EUDR

EUDR é a sigla para European Union Deforestation-Free Regulation (EUDR), ou Regulamento da União Europeia para Produtos Livres de Desmatamento. É uma nova lei que, segundo a UE, visa combater o desmatamento global ao banir a importação, pelos países do grupo, de produtos agropecuários que tenham ligação com a destruição da vegetação nativa ao redor do globo.

A norma estava prevista para entrar em vigor no dia 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e em 30 de junho de 2026 para micro e pequenas empresas. Um novo adiamento aprovado pelo Parlamento Europeu no dia 26 de novembro deste ano, postergou em um ano o início da vigência da norma.

Pecuária na COP 30

A intersecção entre clima e natureza esteve presente em vários espaços de Belém, dentro e fora da COP 30. No âmbito negocial, discussões sobre mercado de carbono e descarbonização dialogaram direta e indiretamente com as atividades do setor pecuário.

Na Agenda de Ação, diferentes soluções sustentáveis para a agricultura tropical foram apresentadas. Estudo realizado pela FGV e Abiec mostram que a pecuária moderna brasileira tem potencial de redução de 79,9% em suas emissões até 2050.

A íntegra do terceiro Diálogo Inclusivo de 2025 está disponível no Canal da MBPS no Youtube.

Fonte: Assessoria Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável
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