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Programa Leite Bom Santa Catarina estimula novos investimentos e a permanência no campo
Estimativa é que sejam destinados mais R$ 56,25 milhões para investimentos no Financia Leite SC, o limite de empréstimo foi ampliado de R$ 40 mil para 50 mil por produtor.

O Programa Leite Bom SC, lançado em abril de 2024 pelo Governo do Estado, aplicou R$ 57,2 milhões por meio do Financia Leite SC para melhorar o sistema produtivo leiteiro. Os irmãos Iuri e Roberto Zanini, de Arvoredo, no Oeste, estão entre as 1650 famílias já atendidas por esse programa, eles investiram na compra de um gerador. Nesse ano, a estimativa é que sejam destinados mais R$ 56,25 milhões para investimentos no Financia Leite SC, o limite de empréstimo foi ampliado de R$ 40 mil para 50 mil por produtor.
“A gente criou o Programa Leite Bom pra ajudar o produtor, tirando impostos e ajudando a financiar equipamentos pra que a nossa produção cresça cada vez mais. A gente precisa manter a cultura das pequenas propriedades, é o que faz Santa Catarina ser o que é. E esse é um trabalho que tem que ser feito com as novas gerações e com incentivo do Governo do Estado, estendendo a mão”, destaca o governador Jorginho Mello.

Foto: MFX
Para garantir investimentos no sistema produtivo leiteiro, o Programa Leite Bom SC contempla financiamentos e subvenção de juros por meio Financia SC Leite e Pronampe Leite SC, via Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR). Juntos esses programas irão disponibilizar R$ 150 milhões em três anos.
Para acessar esses programas, os agricultores devem procurar os escritórios da Epagri para elaborar o projeto, que será encaminhado à análise e liberação de recursos na Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR). “Programas como Leite Bom SC demonstram o compromisso do nosso Estado com a bovinocultura de leite, somos o 4º produtor nacional de leite. Por meio das políticas públicas voltadas a esse setor, o Governo do Estado busca fomentar a competitividade de toda cadeia produtiva, ao proporcionar mais condições para que o produtor invista, tenha mais renda e permaneça na atividade e para que a indústria leiteira tenha mais incentivos”, destaca o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini.
O Financia Leite SC atende os produtores que se enquadram no Pronaf. O programa oferece empréstimo de até R$ 50 mil por produtor, sem juros e com subvenção de 30%, o que significa um abatimento de até R$ 15 mil no empréstimo. O prazo de pagamento é de cinco anos. Os itens mais financiados pelo Financia Leite SC são para investimento em equipamentos, instalações, inseminação, irrigação, matrizes, ordenha, pastagens, picateamento e refrigeração.
O Pronampe Leite SC tem como foco o investimento na melhoria dos processos produtivos leiteiros, entre eles melhoramento genético, benfeitorias, instalações, humanização do trabalho e qualidade do leite. Consiste na subvenção de juros de 5% nos financiamentos agropecuários, o limite de financiamento é de R$ 100 mil com prazo de até oito anos para pagamento, é destinado aos produtores enquadrados no Pronaf e Pronamp. Em 2024 foram enquadrados 1280 projetos no Pronampe Leite SC.
As medidas do Programa Leite Bom SC, garantem R$ 300 milhões para fortalecer a cadeia produtiva leiteira nos próximos três anos. A meta é beneficiar direta ou indiretamente os 22,2 mil produtores catarinenses. Além dos financiamentos, também contempla o decreto que suspende a concessão de benefícios fiscais para a importação de leite e derivados por Santa Catarina, e os incentivos fiscais para a indústria leiteira.
Investimentos
Os irmãos Iuri e Roberto Zanini trabalham juntos na produção de leite, na Linha Nossa Senhora da Saúde, em Arvoredo. Eles seguiram o exemplo dos pais Paulo e Marines Zanini, e escolheram o meio rural para trabalhar e construir a vida em família.
O jovem casal Iuri Zanini e Eliana Chitolina está motivado com os novos investimentos, que se tornaram possíveis graças aos programas de apoio do Governo do Estado voltados para os produtores rurais. “A nossa família acessou o Leite Bom para aquisição de um gerador, muito importante para quando falta luz conseguirmos tirar o leite e armazenar. Com o Leite Bom fica mais fácil para gente pagar, as parcelas não ficam tão pesadas com 30% de desconto”, afirma Zanini.

Foto: Fabiano Pereira
A Eliana destaca que a família acessou outros programas do Governo do Estado, “através de políticas públicas fomos beneficiados pelo moradia jovem para construção da casa, fomos atendidos pelo Kit forrageira, cisterna e pelas placas solares”, conta.
Roberto Zanini lembra que, desde a infância, a família trabalha com a produção de leite. Junto com a esposa Andreza Cesco e a filha Natália, eles estão investindo e inovando. “Somos pequenos agricultores, a nossa família se sustenta produzindo leite. A compra do gerador nos ajuda muito e evita prejuízos em caso de falta de luz”, enfatiza.
Também destaca que a pavimentação realizada pelo Programa Estrada Boa facilitou o escoamento da produção, diminuindo os custos no transporte do leite.
Produção
Santa Catarina é o 4º produtor nacional de leite. Em 2023, o estado produziu 3,206 bilhões de litros de leite, o que corresponde a 9,1% da produção do Brasil (35,375 bilhões de litros – produção nacional em 2023).
Em 2024, a quantidade de leite adquirida pelas indústrias inspecionadas no estado foi de 3,295 bilhões de litros de leite, o que corresponde a 13% do leite inspecionado no Brasil. (Dados Epagri/Cepa).
Entre as regiões catarinenses, os destaques em crescimento de produção são o Oeste e o Sul Catarinense, consideradas as duas maiores bacias leiteiras. A mesorregião do Oeste Catarinense é responsável por 75,7% de todo leite produzido no estado.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



